segunda-feira, 28 de julho de 2008

A infeliz pirataria


Não suporto quando as pessoas desvirtuam o assunto. Eu digo: "mas isso é errado!", e elas: "quem manda fazer as coisas tão caras?". No momento em que eu estou falando da prática da pirataria eu estou falando de um crime cometido por milhões de brasileiros infelizes e não da culpa da carga tributária do governo. Não é meu interesse defender o exagero de carga tributária repassada aos produtos, mas também é um erro achar que isso é desculpa para roubarmos.

Vamos ser mais claros. Comecei a coisa de forma muito direta.


Pirataria é crime. Isso é fato. Vamos apurar, então, antes de mais nada os prós, ou seja, os argumentos a favor de quem pirateia.

Hoje a sociedade está vivendo uma crise. Mal conseguimos comprar as coisas básicas para sobrevivência com nosso salário. Desfrutar de filmes, músicas, jogos passa a ser coisa de luxo. Ou recorremos a meios mais baratos ou nos contentamos com as rádios, a Sessão da Tarde e o jogo do "Paciência", isso pra quem tem computador.

Outros vivem disso. O emprego está ruim, não surge oportunidades e é preciso ganhar a vida de alguma forma. O que eu faço? Um negócio próprio. Assino uma promissória, compro um monte de tênis "made in Paraguay", copio CDs, DVDs e jogos e começo a vender. Só assim consigo ajudar a minha família. Estou trabalhando, não roubando (será?)... isso que é importante.


Vamos então aos contras dessa história. Sabe aquela pessoa que não tem nem dinheiro direito pra comprar o que comer, ou passa o mês apertaaaado e tá difícil de fazer qualquer coisa? Bem, será que ela deixaria as necessidades básicas para comprar um CD? Um DVD? Um tênis de marca? Não, né? Por que será? Justamente porque não é necessário. Ver um filme, ter um disco e calçar tênis de marca não é algo básico para sobrevivência, podemos comprar esporadicamente, quando a economia ajudar. Ao contrário de arroz e feijão. Tá certo, Juliano, então quer dizer que as pessoas não tem mais direito de se divertir? Vão ter que viver pra trabalhar?

Não, não acho isso. Até me dói no coração. Sério mesmo. É triste ver que as pessoas estão tendo cada vez menos direitos de lazer e um acesso restrito à arte como um todo e a bens de consumo diversos. O fato é que o nosso segundo exemplo pode explicar os malefícios de alguém que, só por querer ter o direito de acesso à arte, acaba causando um transtorno legal num esquema criminoso gigantesco.


Aquele cara do segundo exemplo, mesmo que só ganhando a vida e querendo sobreviver de modo "justo" acaba sendo injusto comigo, com você que me lê e a mais milhares de trabalhadores e pequenos empresários brasileiros que vivem do mesmo ramo. No último mês, só do meu salário descontaram R$250 de tributos. Quanto ele paga? Nada! Tá, mas ele tá numa situação mais difícil. O segundo problema: geralmente produtos pirateados oriundos de exportação, como tênis, por exemplo, são transportados de forma ilegal, sonegando muitos impostos e pior: alimenta uma teia de crimes inclusive ligados ao tráfico de drogas responsáveis, só aqui em Joinville pela morte de 58 pessoas só no primeiro semestre desse ano. Quem dirá São Paulo, Rio de Janeiro, por exemplo.

Os que não vêm de contrabando são produtos gravados na casa de gente que, apesar de não alimentar o tráfico, mas não está garantindo sua sobrevivência com a pirataria, mas sim, tirando um dinheirinho extra. É alguém que tem um bom computador, tem casa pra fazer o trabalho e carro para fazer o transporte. Ou seja, o cara não tem necessidade, sonega impostos só para benefício próprio.


Daí a gente reclama dos políticos, né? Pois é. O desfecho dessa história não pode ser mais lamentável. Todos esses tributos que pagamos vêm de decisões de políticos corruptos com interesses pessoais que pensam iguaizinhos a pessoas como esse último exemplo que citei aí. E causa transtornos na sociedade desestruturando valores éticos de pessoas que fazem isso só para ter o que comer, como os dois primeiros exemplos e que, sem querer, financiam o crime.

Além do que, eu poderia dizer que 70% de quem consome pirataria teria condições de comprar um CD original, ir ao cinema ou comprar um DVD original.


O fim dessa história? Todos já sabemos. Ou não, mas aí vai: a indústria fonográfica brasileira demitiu nos ultimos anos tanta gente que já chega a casa dos milhões, segundo o jornal "A Notícia". Existe falta de mão de obra pela queda da produção. Isso faz com que os valores subam mais ainda.

Há alguns dias o Jornal Nacional falou da crise que vive a indústria do cinema. E pasmem: é Hollywood, não a Globo Filmes brasileira.

Aqui, salas de cinemas têm sessões canceladas por falta de público. É o caso do Grupo Arco-Íris de Cinemas em SC. Locadoras vivem agora na "pindura" e as que sobrevivem são somente as maiores com estrutura bem reforçada por terem anos de tradição. Das pequenas, ou o cara tem que ter muito jogo de cintura, ou muito dinheiro. E eu conheço alguns donos de locadoras... Eu mesmo queria abrir uma com uns colegas meus. Fomos ao Sebrae e o cara torceu a cara... Tudo isso que eu falei é desemprego.

E se formos mais longe, até as empresas de logística - a longo prazo - podem sofrer as conseqüências. Se não tiver o que transportar, pra quê manter caminhoneiros e caminhões na estrada?

Num processo de fabricação de um CD são milhares de pessoas envolvidas. Na pirataria de um CD, uma só é necessário para gravar. Não tem nada a ver com o artista. Os mais prejudicados são as pessoas envolvidas no processo. O artista tem shows, direitos autorais e os ignorantes acham que vender CD enriquece a banda ou cantor. Vendagem de CDs, hoje, é mais sinônimo de status do que lucro. Pros artistas. Pra outras milhares de pessoas é instinto de sobrevivência. Só que com esses a gente não tem contato e acaba se esquecendo.

E continuamos nós fazendo corrupção e querendo o Brasil um país menos corrupto... Dá pra entender?


Obs. 1: O que é pirataria? É produzir, difundir por meio ilegal algum produto e/ou serviço legalizado de maneira a obter lucros pessoais por meio de produtos alheios. Ou seja, se eu baixo música pra mim eu não pirateei. Mas se eu gravei um CD e vendi, é pirataria. É bom salientar que os dowloads de músicas pela internet estão sendo, aos poucos, legalizados e não estão sendo cobrados. Ou seja, ninguém sai perdendo, tá tudo legal. Mas não é em todo lugar ainda.

Filmes e jogos, porém, continua sendo crime. Se não você, o usuário, mas quem disponibilizou isso é o criminoso.


Obs. 2: Pirataria é o mesmo que roubar. Se não é meu eu não tenho direito de tirar proveito daquilo.


Obs. 3: Afora CDs, DVDs e jogos (e inclusive esses, mas não nas mesmas proporções), o restante do que é pirateado em quase sua totalidade é oriundo do crime organizado.

domingo, 20 de julho de 2008

Bola de cristal: o futuro do jornalismo impresso

"Deu no jornal". Há não muito tempo atrás - eu diria menos de uma década - essa era uma frase de perfeita credibilidade e nada mais tinha tanta credibilidade quanto o que saía num jornal impresso. Claro que sempre teve a TV e o rádio, mas até estes usavam jornais como referência e até hoje em telejornais matinais, as manchetes dos principais impressos do país são mostrados na telinha da TV.
Mas hoje a coisa não funciona mais do mesmo jeito. Qualquer um pode ser uma fonte de notícia. Celulares cada vez mais equipados com câmeras fotográficas e de vídeo, máquinas digitais muito acessíveis a qualquer um que tenha um crediário nas Casas Bahia, enfim... todos nós estamos vendo e fazendo notícia. Registrar e provar que viu sem ter uma fonte "legal" está cada dia mais fácil.
Não obstante, existe ainda a internet que atualiza as notícias minuto a minuto e cada vez mais pessoas estão conectadas. E o melhor: é de graça e os sites de notícias travam uma verdadeira guerra entre si pelo maior número de notícias, com as atualizações mais freqüentes e o maior número de informações nelas. A quem isso beneficia, eu sempre me pergunto.

Bem, além dos sites de notícias há os blogueiros - que, não como eu, é claro, mas os de longa vida jornalística - atualizam seus blogs dando às notícias uma cara mais interativa e menos formal, porém, não com menos informações e profundidade que nenhum outro veículo, afinal, muitos jornalistas renomados mantém seus blogs ativos.

Percebendo o exagero da multimidialização (se é que existe essa palavra) e do acesso cada vez maior das pessoas a esses meios, os próprios jornais impressos passaram a investir em versões on line; assim, não ficam pra trás, se garantem de alguma forma mas não deixam de exercer a velha função do jornalismo.
Diante disso tudo temos dois problemas: o primeiro é que as pessoas estão ficando cada vez mais enjoadas de notícias, de jornais, de informação. Ela, muitas vezes deixou de ser um espaço de ajuda social, com a função de servir à população e está cada vez mais sendo palco de um vergonhoso sensacionalismo. E não me digam que a culpa é das pessoas que gostam de ver isso! Acontece que o mundo está mal acostumado e a banalização da informação fez com que se travasse uma guerra entre as empresas jornalísticas apostando cada vez mais em meios mais baixos e frios para conquistar o público. Perdeu-se o jornalismo que contava boas histórias e que não era tendencioso e oportunista. Os bons cidadãos enjoaram. Os perdidos, têm sede de sangue e escândalos.
O segundo problema é: aqueles que ainda julgam importante estar informados, estão buscando outras formas de estarem por dentro que não um jornal impresso. Este é preciso comprar e a leitura demanda tempo. Então eis o coração desse tópico: qual o futuro da celulose no jornalismo?

Como estudante de jornalismo, eu realmente acho que o jornal não pode acabar. Eu falei que não pode e não que não vai. E realmente eu torço para que não acabe. Uma enquete que abri aqui no Andarilho e que quatro pessoas votaram (se depender do meu blog a internet não alavanca nunca!) 2 acharam que tem futuro, 1 que está no fim e outra que acredita que está fadado à morte, muito embora seja indispensável. E realmente é indispensável.
Aqui farei uma defesa do jornalismo impresso. Mas é defesa. Muita gente não pensa assim e é tão natural recorrer a outros meios que as pessoas nem ponderam essas questões, apesar de serem relevantes:

A internet é o meio de informação - na minha opinião - mais deprimente que existe. Na pressão de dar o furo, colocar no ar mais rápido que a concorrência, acaba-se comentendo erros imperdoáveis muito comuns: informações erradas por falta de checagem, erros de português, falhas com links e o acúmulo de informações requentadas e irrelevantes.

Na TV, o tempo do telejornal compromete a qualidade. Não há, portanto, profundidade. Não existe uma interação e as informações são jogadas tão rapidamente na nossa cabeça que nem temos tempo de processar tudo. Perdeu uma frase do Bonner? Nem sabe então o que a matéria tava falando! Isso é o formato da TV, não é pecado.

O único espaço que temos para lermos notícias com mais checagem, uma apuração melhor é o jornal impresso. Nunca vi ninguém levar notebook pro banheiro pra ler no trono. Muito menos imprimir uma matéria interessantíssima que leu na internet. Mas o que eu conheço de gente que guarda matérias do jornal, principalmente de cadernos de cultura, é basante significativo.
Além do que, com o jornal, a leitura não cansa (o computador emite luz e isso incomoda a vista), é mais prazerosa e calma. Mesmo com a pressa do dia-a-dia, podemos levá-lo para onde for e temos o dia inteiro para ler e não somente os 45 minutos do JN ou o tempo que ficamos na frente de um computador.

Infelizmente, para competir com outras mídias, muitos jornais vêm apostando em modificações infelizes: matérias sem produndidade, sem textos densos e muita, mas muita ilustração, arte e fotografia. Exagero de "notinhas" e pautas sem criatividade nenhuma. Daí o jornal não se salva mesmo porque cada mídia tem sua característica: a TV, ser rápida; a internet, atualizada com textos pequenos e fáceis; e o rádio ser dinâmico. Existem impressos que não conseguiram entender que o seu lugar é no papel. Que jornal não tem figurinhas que se movimentam e não tem textos que se atualizam e falam (apesar de um certo jornal aqui de Joinville fazer um comercial de TV de um avião que sai da foto do papel... tsc, tsc). É preciso, claro, que não fique na mesmice. O "The New York Times" ficou escandalosamente desvalorizado na bolsa dos EUA por causa da queda nas vendas. Sabemos que os impressos vêm vendendo cada vez menos, mas nesse caso, o "Times" continuou com o formato "tijolão" (muito texto com letrinhas pequenas). Deve haver melhorias e o jornal deve ser atrativo, mas o papel dele é fazer a diferença, ser o que a TV, o rádio ou a internet não conseguem: dar informação correta, bem apurada, revisada, completa, profunda, criativa, com o "algo a mais" e principalmente: com texto bom. Há jornais que parece que estamos lendo diário de primário: falta vocabulário e só fala o básico; a mesma coisa que eu vi na TV ontem e que eu li na internet antes de ver no telejornal de ontem. Cadê a "algo a mais"? Onde eu vou encontrar profundidade se quem deve me trazer não traz? Quando que eu vou parar de torcer o jornal e sair sangue? Quando que eu vou ter matérias mais criativas? Quando que os empresários dos impressos de todo país vão entender que jornal é jornal e não outra coisa? Como diz o ditado: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".

Talvez sabendo de tudo isso, as pessoas valorizem mais o impresso. Se ele continuar sendo "só mais uma coisa pra saber a mesma coisa", não sobrevive mesmo.

Obs. 1: Eu não sou contra a internet. Como toda forma de notícia, ela também cumpre seu papel. Só acho que ela não é completa e é perfeitamente substituível. Porém, muitas rádios, por exemplo, usam a internet para fazerem seus informes.
Obs. 2: Sou um eterno admirador dos telejornais. Meu desejo é trabalhar em TV. Mas acho que ela não é completa. Como disse: o formato de um telejornal não permite que ele seja melhor.
Obs. 3: Odeio sensacionalismo. Isso destrói com o jornalismo. É preciso informar e não esfaquear ainda mais a vítima. O problema é que o jornalismo está se restringindo muito ao trágico ultimamente.
Obs. 4: Não escondo um apreço por impresso. Existe também em mim um vontadezinha de ver meu nome assinando uma matéria. Se for num caderno de cultura, tô mais feliz ainda!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Viagem ao Centro da Terra


Quando eu vi a divulgação do filme "Viagem ao Centro da Terra" (Journey to the Center of the Earth, EUA, 2008) me decepcionei. O longa que prometia uma adaptação ao célebre livro de Julio Verne estava completamente modificado! Ao invés do guia brutamontes, uma bela mulher. E no lugar do professor velho, porém sábio Lidenbrock, um galã ao estilo "como sempre em Holywood". Foi com pesar que comecei a responder a todos que me perguntavam se eu iria ver o filme, o que eu estava achando... minhas expectativas diminuíram muito, mas eu não tinha lido nenhum crítico, até aquele momento, falar mal do filme. Todos elogiavam os fantásticos e inéditos efeitos especiais mas muitos nem lembravam a facada que o diretor novato Eric Brevic havia dado na história original. Será que só eu tinha lido o livro? Será que só eu me indignava com uma falta de fidelidade tão gritante?


Eu não havia me dado conta, porém, que o filme não estava relatando o que Verne havia escrito há 144 anos atrás, mas sim, a uma nova aventura ocorrida no nosso século, às entranhas do nosso planeta. E isso fica claro no filme com a presença de aparelhos celulares, carros e computadores, básicos para sobrevivência de qualquer um nos dias de hoje.

No longa, Brevic dirige a aventura do professor Trevor Anderson (Brendan Fraser. "A Múmia") que encontra um livro do falecido irmão e cientista Max: Viagem ao Centro da Terra. No livro, Trevor se intriga com anotações feitas pelo irmão no ano de seu sumiço e passa a investigar.

Seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson. "O Expresso Polar") estava passando alguns dias em sua casa. Sean é filho de Max. Os dois então empreendem uma viagem ao vulcão onde Verner conta em seu romance que o professor Lidenbrock havia encontrado um caminho para o centro da Terra. Para ajudar na caminhada, a guia de montanhas Hannah (Anita Briem) é o braço direito. Acabam soterrados numa caverna do vulcão e encontram sem querer o caminho relatado por Verner em sua história fantástica.


A todo instante, os personagens do filme tomam como referência o que o autor francês conta sobre a empreitada do professor Lidenbrock. Os perigos tendem a ser os mesmos do romance. Assim como os lugares e aventuras, mas vividos por outros personagens, com objetivo diferente e em outra época.


Esse filme era exatamente o que eu estava precisando para suprir minha sede de boa aventura fantástica que a tanto tempo eu estava órfão. Ele é excelente em matéria de fotografia e efeitos visuais. Pra quem tiver a oportunidade de ver o filme em 3D (disponível em algumas salas de cinema no país) é uma pedida melhor ainda e a emoção vai ser ainda mais incrível.

E eu estava errado na minha decepção. Não era a aventura de Axel e seu tio Lidenbrock. Isso me fez dar bons créditos ao filme. Claro que ele não é tudo aquilo que podemos esperar. Ele é previsível, tem um humor por vezes sem graça e é curto demais pro tamanho da aventura. Mas no geral não deixa a desejar. A galera que trabalhou nele teve um trabalho, sem dúvida, muito penoso e eu estou curiosíssimo pra ver o DVD om os extras e saber como eles criaram aqueles ambientes. Segundo o diretor, a idéia era dar um ar de realismo, onde ficasse a impressão que as gravações haviam sido feitas em locações e não com efeitos. Tá certo que ficou tudo muito bom, mas dar a impressão que é locação, pelo menos a mim, não deu.


Mas fica aqui a dica. Pra quem gosta de uma boa aventura, uma história empolgante e muita fantasia, leia o livro de Júlio Verne. Depois, o filme. E aproveite. É inegavelmente recomendáel.
obs.: O Novo Reinado está atualizado. Lá é registro do Andarilho em sua terra verdadeira: Tedawer Lorcb. Quem for lá vai entender um pouco de como é esse mundo paralelo e imaginário. Tem bastante coisa pra ler! Se vocês quiserem passar lá, também vou ficar bem feliz!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Os Duendes são "Mais Você". O Jornal e o Giba

Não. Isso não tem o objetivo de ser um daqueles posts de fofoca. Longe disso. Apenas que essa semana aconteceram um monte de coisas que me chamaram a atenção e se eu fosse deixar pra comentar cada uma delas levaria eras e o "quente" do negócio iria esfriar; ou seja, iria perder "o calor do momento" de comentar essas coisas.

Começo, portanto, com a gafe de Ana Maria Braga em seu programa "Mais Você" do dia 1. Citando Ana:
"O nome 'da Silva' acaba com o David"

Bem, explicando. A apresentadora está numa fase de dar um gás no seu programa que, apesar de falar de receitas deliciosas, está um tanto sem sal e com uma audiência salgando demais os cofres da Globo. Diante disso, a produção do programa resolveu fazer um game (reality show) por nome "Eu me garanto". Semana passada o quadro apresentava estudantes de Publicidade e Propaganda e realizava provas com eles para decidir quem era o melhor e levar o prêmio. Um dos participantes era Alguma coisa David da Silva. Daí, ao chamar o rapaz a apresentadora questionou a pronúncia do "David" (se lia-se "Deividi ou Davi) e o rapaz disse que era "Deivid". Daí a apresentadora soltou aquela frase destruindo com os poucos "da Silva" existentes no Brasil. Bem, embora não tenha sido a intenção, mas ela chamou o nome "da Silva" feio e incabível com a "chiquesa" de David... Pode?

Seguimos, então...
Nesse sábado só quem mora na região de Joinville pôde ver, mas não é o caso dos meus leitores. Porém, o ocorrido me chama atenção a uma atitude bem típica da humanidade. Eu trabalho com exibição de imagens na RBS TV (afiliada Rede Globo em SC e RS) e no último sábado estava eu operando o Jornal do Almoço quando eu cometo um erro e não exibo a abertura do programa e vaza o que estava exibindo em Florianópolis. Ficou medonho. Mas continuemos: logo a seguir a âncora do jornal chamou uma matéria e não puseram no ar (dessa vez não culpa minha) e ela ficou com cara de taxo! Mandaram ela passar pra próxima. E cadê a matéria? Alguns minutos depois, acharam a matéria e se organizaram. Ao final do jornal, a âncora disse: "E o Jornal do Almoço vai ficando por aqui e você fica com as imagens do...". E não tinha imagem nenhuma pra encerrar.
E onde eu quero chegar com isso? Quantas vezes um jornalista erra lá na bancada (como o caso da Zileide Silva recentemente no Jornal Hoje) e ficamos matralhando o cara que tá no ar? Pois saibam que, pelo menos no caso que eu contei aqui, a Glória Alice, âncora do JA não teve erro nenhum! Pelo contrário: ela teve calma e jogo de cintura. A culpa é nossa ali atrás das câmeras, mas muita gente nem se lembra que tem mais um monte de gente por trás daquilo tudo.

E eis que na "Sessão da Tarde" essa semana passou mais um filme glorioso e inédito: "Xuxa e os Duendes 2. No Caminho das Fadas". Na verdade não vim aqui metralhar o filme; não é exatamente o objetivo. Mas eu assisti pacientemente esse filme e comecei a questionar algumas coisas que me intrigaram. Por que a Xuxa e sua gloriosa produção subestimam tanto as crianças?
Não gosto de fazer comparações e como eu disse não é o caso de travar discussões mais complexas aqui. Pretendo ser um tanto superficial numa discussão intrigante. Comparemos o brasileiro com "Harry Potter e a Pedra Filosofal", primeiro filme do bruxinho que ainda tinha tons infantis. Veja a linguagem e a forma como a criança é tratada. Não estou falando na qualidade de efeitos e coisas do tipo. Mas é ridículo achar que as crinaças são idiotas e não sabem pensar. Um filme mastigado que se perde em mershandisings e lições de moral!
Em certa cena, a palavra mágica para quebrar um feitiço é "Por favor, com licença e obrigado"! Tá bom, tá bom! Muita gente pode concordar com esse tom "educativo" do filme, mas eu não gosto, não é pra isso que eu levo minha irmã no cinema ou que eu vou no cinema.


E pra encerrar, uma coisa boa: célebre citação de Giba, jogador de vôlei:
"A imprensa brasileira incomoda. Vive de desgraça e coisa ruim."