domingo, 10 de maio de 2009

A infeliz hipocrisia

A coisa que mais detesto em um ser humano é ele "se achar". Isso é algo que definitivamente não me passa na garganta. É intolerável. Agora, tão desagradável quanto alguém que "se acha" são pessoas hipócritas.
Essa postagem é meio que uma continuação do que eu escrevi na semana passada. Mas no último post eu falei especificamente de atitudes hipócritas. Hoje, eu me refiro mais aos hipócritas, pessoas.
Antes de cometer o erro de eu mesmo ser hipócrita neste texto, vou deixar bem claro: claro que em alguns momentos da vida, até mesmo sem querer, acabamos cultivando a hipocrisia, da mesma forma que nos contradizemos em várias instâncias da nossa vida. Ou seja, algum dia eu já fui hipócrita. Mas existem aqueles que alimentam esse defeito sem se dar ao trabalho de, na plenitude da sua "inteligência" perceber que eles mesmos estão sendo ridículos.
Mas o bom disso tudo é ver como aquele famoso ditado "a língua é o chicote da bunda" realmente tem efeito. Essas pessoas caem em seus próprios erros e tropeçam nos seus argumentos e palavras e acabam revelando a podridão que existe nelas por elas próprias.
Isso acontece muito no campo religioso, e como participante da Igreja, acabo vendo muito disso. Não só na minha Igreja, mas em outras também, cristãs ou não.
Na política presenciamos um mar de hipocrisia e chega até arder o estômago se formos pensar caso a caso. E em toda petulância de muitos governantes eles acabam "se safando" jogando hipocrisia em cima de hipocrisia.

domingo, 3 de maio de 2009

A falsa inteligência

Principalmente no meio acadêmico vemos uma multidão de gente se dando e se pagando de inteligente e "sabe tudo". Espantoso é ver que não só lá, mas muita gente que escreve artigos pra jornais fala besteira em nome da sua "razão".
O que me motiva a escrever isso são as milhares de bocas e mentes que vivem proferindo a todo canto inverdades sobre coisas que eles simplesmente antipatizam. Para ser claro, posso citar uma data recente como exemplo: a Páscoa.
Todo mundo tem direito de acreditar ou não em Deus, de ser ou não cristão, e isso eu já falei muito aqui. Mas o que eu acho ridículo, hipócrita (e mais sobre o meu pensamento a respeito dessas pessoas vou falar na semana que vem) são aqueles que falam um monte de asneira para tentar difundir aquela velha tática: de tanto espalhar e repetir uma mentira, ela acaba virando verdade.
Deixa eu pôr tudo isso em ordem cronológica (como sempre faço) pra entender melhor:
A Páscoa é uma festa que nasceu no judaismo, onde estes festejam e relembram uma passagem na história deles em que Moisés libertou o povo israelita que estava escravizado no Egito pelo Faraó. Para fugir dos chicotes dos egípcios, Moisés fugiu com o povo para o deserto atravessando o Mar Vermelho que, segundo o Torá (Bíblia judaica) e a própria Bíblia Cristã, repartiu-se ao meio e o povo passou a pé enxuto com paredes de água dos dois lados.
Milhares de anos depois, um homem chamado Jesus, nascido em Nazaré, percorre toda a região do Oriente Médio pregando por três anos o amor. A falta de rigidez, a simplicidade do homem e o bem que ele fazia acabou por irritar alguns poderosos que ordenaram a morte do tal "profeta" justamente na sexta-feira anterior à comemoração da Páscoa judaica.
O cristianismo conta, então, que no domingo, terceiro dia depois da morte de Jesus, ele teria ressuscitado. Ponto. Essa é a história da Páscoa.
O primeiro na história de perversão de toda essa comemoração ESTRITAMENTE RELIGIOSA começou a espalhar, então, que na Páscoa, um coelhinho punha ovos de chocolate e distrubuía às criancinhas.
Acontece que quem inventou isso (eu não sei quem foi) baseou-se em alguns símbolos que fazem parte da Páscoa realmente. O coelho é símbolo de fertilidade. O ovo representa a vida, o nascimento. Só o chocolate que não sei de onde tiraram. E aproveitaram tudo isso, colocaram tudo no mesmo liquidificador, bateram, e transformaram a Páscoa em puro comércio.
Não vejo maldade nenhuma nisso, desde que não se esqueça do verdadeiro sentido da Páscoa. E também que não ridicularize quem não pôde comprar um ovo e levou só uma barra. Afinal, o comércio também precisa sobreviver de alguma coisa. Não defendo o capitalismo doentio, tudo tem um limite. E até um certo ponto, coelhos que põem ovos de chocolate não me incomodam.
O problema é que tem gente que é intolerante. E já existem outros infelizes querendo espalhar outra inverdade e fazer torná-la real naquela fórmula da repetição da mentira pra virar verdade: dizem que a Páscoa é só consumismo, capitalismo, jogo de poder, enriquecimento dos mais endinheirados e toda aquela coisa.
Volto a repetir: não gosta do cristianismo?, fica na tua! Se fosse uma celebração dessas religiões "modernas", ou orientais, ninguém estaria criticando. Daí me diriam: "Ah, mas as religiões orientais não têm apelo capitalista". Não? Quanta gente que tá fazendo a vida por aqui aproveitando-se das modas orientais? É só parar pra reparar.
E deixo claro: aqui não estou falando mal das religiões, da cultura, ou de quem segue algum tipo de crença "moderna", ou oriental. Estou criticando todos aqueles que se dizem inteligentes, mas que na verdade são defensores das suas ideias particulares e egoístas, e não "cabeça aberta", gente que respeita todas as culturas e povos, como costumam se proclamar.
Se tem alguém fazendo coisa errada com a Páscoa, a culpa é desse alguém, não da Páscoa. Quem respeita índios, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais, budistas, ateus e sei lá mais que personagens discriminados na nossa sociedade, também deve saber respeitar católicos, protestantes, evangélicos, no mesmo nível. Maioria ou minoria, todos temos direitos iguais.
Repensemos nossos conceitos, e cuidemos para não entrarmos no grupos dos "pseudointelectuais", ou "falsos inteligentes".