quinta-feira, 30 de junho de 2011

O homossexualidade e a sociedade brasileira


Infelizmente, no mundo em que vivemos, impera a lei do mais forte. Nos primórdios dos tempos, o ser mais forte, respeitado e poderoso era a mulher: era ela quem gerava a vida. Dela vinha a posteridade. Assim como as plantas brotavam do chão e embelezavam a terra, os homens acreditavam que a mulher era o ser sagrado e único capaz de dar origem à outra vida humana. Quando os homens descobriram que sozinha a mulher nada podia, mas precisava do macho para procriar, iniciou o império masculino-machista: a mulher foi obrigada a obedecer o homem e, por muito tempo, não passou de mero objeto de pertence. Não era um ser humano: para o pai de uma menina recém-nascida, era a vergonha da família. Para o noivo, um pertence a ser conquistado no casamento. Para o marido, um objeto sexual e servil.

Algumas mulheres aprenderam que o seu lugar não era servir e sabiam da sua capacidade de realizar as mesmas tarefas que os homens, com a mesma qualidade, e lutaram por seus direitos no decorrer das épocas. Essas tornaram-se as mulheres que até hoje são a favor da justiça e contra o preconceito.
Não é para estas que vou falar neste texto.

Outras se acomodaram e aprenderam que o macho é quem manda, e passaram a achar natural essa soberania masculina; com o passar dos tempos, isso se tornou até inconsciente. E no decorrer da história da humanidade, muitas mulheres continuaram com a imagem do homem superior, dono do lar, partícipe da procriação, senhor da família e, a mulher, apenas sua companheira, ajudante do lar e, mais tarde, ajudante -também - das contas a pagar. A sociedade acatou isso. E prega isso até hoje.

Porém, desde os tempos mais remotos da história humana, existiram os homossexuais. Inicialmente, eles não eram a escória da socieadade. Muito pelo contrário. Na condição de escravas, as mulheres serviam apenas para procriar. Quando os homens estavam em busca de prazer, procuravam seus iguais.

Daí pode-se explicar porque tantas religiões condenam a prática homossexual: nos tempos remotos, ela estava ligada somente à promiscuidade, sem nenhuma carga de sentimento presente. Mas, da mesma forma como ficou provado - ao contrário do que a Igreja dizia - que negros, índios e mulheres têm sentimentos, sabemos, hoje, que os homossexuais também têm sentimentos. Dizer que gays e lésbicas não amam é o mesmo que concordar com islâmicos que cortam o clítoris das adolescentes assim que menstruam pela primeira vez, por acreditar que mulher não pode sentir prazer. Que elas não têm sentimentos. É retrógrado.

Mas se antigamente a homossexualidade era ligada à promiscuidade, hoje isso não se configura uma regra. Na verdade, sabemos, inclusive, que não se trata de uma doença, por exemplo. A Organização Mundial da Saúde já recomendou, há muitos anos, que não se usasse o termo "homossexualismo" porque o sufixo "ismo" indica doença, e não é o caso. A homossexualidade está ligada a fatores genéticos. Nada de "mãe que criou o filho brincando de boneca", ou "pai ausente". É no gene que isso está definido. Isso é ciência, não achismo. Portanto, não se trata de uma opção sexual, mas sim de uma orientação definida pelo próprio organismo da pessoa.

Até é impensado que alguém possa querer escolher envergonhar os pais, ser chacota da sala de aula, correr o risco de não ser aceito em uma proposta de trabalho, se submeter a situações de risco à criminalidade e violência ainda maior, ser ofendido, marginalizado, criminalizado, discriminado, ser motivo de piada, ser condenado, excluído, mal visto, pré-julgado, mandado ao inferno, impedido de doar sangue, ter direitos negados, ficar se escondendo para demonstrar afeto à alguém, entre tantos outros pontos negativos na sociedade dirigidos aos gays.

Partindo dessa breve contextualização histórico-científica, vamos abordar os principais pontos condenados por aqueles que insistem em julgar e reprimir os homossexuais:


Homossexualidade e promiscuidade
A promiscuidade NÃO É uma característica exclusiva, muito menos predominante dos homossexuais. Listemos apenas algumas ocasiões onde a promiscuidade está incutida e não se enquadra no "meio gay": o carnaval, propaganda de cerveja, letra de música sertaneja, letra de funk, bailarinas de programa de auditório, programas humorísticos da TV aberta, filmes (especialmente as comédias jovens americanas), as cantadas ridículas disparadas por homens para as mulheres em qualquer local público, as buzinadas que as mulheres recebem ao caminhar na rua, o comportamento jovem em qualquer concentração de rapazes e garotas com o álcool como ingrediente, festas em geral (as mulheres, geralmente, pagam menos pra haver muitas opções para os homens) e letras de rap americano.

Quando as pessoas associam homossexualidade à promiscuidade, estão pensando no homossexual como um ser que só pensa em sexo. E não é nada disso. O que ocorre, apenas, é que a pessoa homossexual não se sente atraída pelo sexo oposto. Portanto, ela não consegue desenvolver um sentimento de relacionamento amoroso, afetivo e sexual a dois, com uma pessoa do sexo oposto. O sexo é só mais um elemento, não o centro de tudo.

Há heterossexuais que são promíscuos e há os que não são. Com os homossexuais, funciona exatamente da mesma forma.

Homossexualidade e pedofilia Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aliás, eu não me recordo de notícias onde o agressor sexual de um menor era gay. Muito pelo contrário: a grande parte das notícias envolvendo casos de abuso sexual contra crianças relatam que os crimes foram cometidos por familiares próximos. Ou seja: pais, padrastos, avôs e tios. Padres e pastores também se enquadram nesta lista. Ou seja, teoricamente, todas estas figuras são heterossexuais.

E mais: pedofilia não está ligada ao abuso sexual de crianças com o mesmo sexo do agressor. Em muitos casos, meninas são agredidas. Por homens, obviamente. É muito raro encontrar mulheres agressoras, embora exista e, quando ocorre, elas não são lésbicas.


Homossexualidade e Deus
Como cristão católico, tenho ciência da condenação imposta por Deus aos homossexuais descrita em Levítico e em I Coríntios. Mas paremos para analisar a Bíblia dentro do seu contexto histórico e teológico, e não apenas a tomemos como um livro cuja verdade deve ser seguida ao pé da letra.

Inicialmente, temos aquele ponto que citei lá no início do texto: nos anos A.C, a homossexualidade era, majoritariamente, tratada como algo promíscuo: os homens abandonavam suas mulheres para buscar prazer com outros homens. Não havia o que falei acima, sobre o sentimento. Era prazer. Eles tinham uma mulher, mas a trocavam. Semelhante a isso, o adultério também é condenado. Não deixa de ser um adultério.

Mas esta não era a realidade nos anos D.C, quando São Paulo escreveu sua epístola aos habitantes da cidade de Corinto. Apesar disso, a população desta cidade vivia no mundo do crime, do desrespeito e da prostituição. Além do pensamento de Paulo ter sido extremamente influenciado pelas questões machistas-históricas que também já listei.

Mas agora passemos para a questão teológica da análise: Jesus, sendo Deus, segundo o cristianismo, em nenhum momento condenou a prática homossexual. Diriam os fanáticos que é porque não houve um fato que o levaria a isso. Eu discordo. Vejam o que Jesus disse a respeito da antiga lei:

"Sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, doutor da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: 'Mestre, qual é o maior mandamento da lei?'. Respondeu Jesus: 'Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito'. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas'". (Mateus 22, 34-40).

Se ainda assim nossos amigos conservadores não acreditarem que Deus não é tão radical contra algo que ele mesmo criou (segundo a ciência, um fator genético, natural, encontrado, inclusive, no reino animal), podemos analisar outros fatos que a antiga lei condenava e que Jesus, o Cristo, Senhor máximo do cristianismo e regente de todos os dogmas das milhares de placas de igrejas de todos os pastores brasileiros e internacionais, deu nova luz:

O que dizer da parábola do bom samaritano? Os samaritanos eram tidos pelos judeus (Jesus era judeu) como um povo indigno do olhar divino, e Jesus se referiu ao samaritano como sendo o homem-bom da sua mais conhecida parábola. (Lucas 10, 25-37). Não obstante a isso, Jesus se dirigiu à samaritana, igualmente impura para os judeus, o que causou espanto a ela mesma. (João 4, 1-26).

E mais: a mulher adúltera, prostituta, que iria ser morta a pedras pelos fariseus e doutores da lei, a quem Jesus salvou com uma de suas falas mais emblemáticas: "Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra." (João, 8, 7).

E o ladrão ao lado da cruz? Mal pela vida toda, mostrou fé e confiança em Jesus no último momento, sendo que em nenhum momento ele havia respeitado sequer o maior mandamento que já citamos aqui! (Lucas, 23, 40-43).

Acho que temos indícios suficientes que o que mais importa para Deus, e para o próprio Cristo, é o amor. Independente de sexo. Respeito mútuo e amor ao próximo e a Deus sobre todas as coisas: isto é a lei. O que salva é a fé (Conforme Lucas 18, 42; Lucas 17, 6; Marcos 10, 52; Mateus 15, 28; entre outras). Quando ao resto, discutirei no próximo post (as igrejas e suas hipocrisias).


Homossexualidade e violência
Recentemente, em Jaraguá do Sul, norte de Santa Catarina, um rapaz morreu agredido a golpes de chutes e faca por outros três garotos. Eles brigavam por uma menina.

Da mesma forma, todos os fins de semana, por festas em todo o Brasil e o mundo, quantas brigas são motivadas pelos machões enciumados e esquentadinhos nas baladas e bailes heteros? Em balada gay, isso raramente acontece.

Da mesma forma, não existem registros, nem fatos, nem inquéritos criminais, de pessoas que foram assassinadas ou violentadas por serem heterossexuais. Mas por serem gays, sim. Muita gente é violentada todos os dias e existem absurdos índices de homicídios.

Como se não bastasse, pela pressão psicológica imposta pelas igrejas e pela própria sociedade, muitos jovens tiram a própria vida por acreditarem estar pecando. Porque acham que são problemáticos ou anormais e porque creem que vão pro inferno se viverem numa vida homossexual. É sabido que isso acontece, mas, infelizmente, não há estatísticas, porque dados envolvendo suicídios não são divulgados.

Além disso, existe a violência em casa. Pais e mães que agridem verbal e fisicamente seus filhos quando descobrem sua condição sexual. E pra piorar, os expulsam de casa. E por quê?


Homossexualidade e os direitos humanos e civis
É muito complicado, ainda, embora sem motivos, tratar com naturalidade dois homens ou duas mulheres se beijando na rua. Mas matar esse tabu é mais do que urgente.

Casais homossexuais se obrigam a demonstrar afeto na surdina, no escuro, nos cantos. Não estão cometendo crime algum, mas são obrigados a se misturar a traficantes, drogados e ao risco em geral se quiserem dar um abraço mais afetuoso ou um beijo. Isso é a porta de entrada para o assassinato. Afinal, há quem se aproveite dessa situação para matar um homossexual, porque está num lugar deserto e não há testemunhas. Absurdo? Mas acontece!

Além disso, existem casais que passam anos construindo uma vida juntos e não podem assumir todas as conquistas como um bem conjunto, unicamente porque a legislação brasileira não permite o casamento gay, embora a união civil já seja uma realidade - contestada por alguns juízes, é verdade - mas atestada pelo Supremo Tribunal Federal.


Homossexualidade e a perpetuação da espécie humana
Milhares de crianças no mundo todo estão órfãs, esperando adoção. Foram largadas ao mundo porque alguém as pôs no mundo sem planejamento. Nem sempre são fruto de relações conflituosas. Muitas vezes nasceram no seio de uma família, mas são indesejadas.

Do lado de quem quer adotar, há preferência: bebês brancos. De olhos claros, se possível. Assim, aquelas crianças mais crescidas crescem órfãs e às vezes chegam à juventude sem terem tido uma família.

Na China (país mais populoso do mundo), a quantidade de filhos por casal é limitada a um. Com medo de aumentar a população contra a vontade do governo, muitas vezes, ao nascer uma menina, os pais matam a criança, ou a abandonam em qualquer lugar (como na foto ao lado). Quem tem mais de um filho, paga multa.

E se o mundo não fosse cheio de miseráveis e todo mundo conseguisse levar uma vida razoável e digna, os recursos naturais do planeta seriam insuficientes para dar conta da população mundial.

A água é um recurso renovável, porém, finito. Sabem por quê? Simplesmente porque ela não consegue se renovar com a mesma velocidade do crescimento populacional. Exatamente por isso, dentro de menos de 25 anos, centenas de novos países vão sofrer com a falta d'água (alguns já sofrem com isso).

Querem encher ainda mais o mundo?

Ah! E só um "p.s.": os homossexuais ainda são minoria. E sempre foram. Logo, não são eles que serão responsáveis pelo extermínio da espécie humana. E apesar de não terem atração pelo sexo oposto, não lhes foi tirada a condição natural de procriação.
Considerações Finais
Diante de tudo isso é preciso PARARMOS com esse discurso de ódio. Se o seu ódio por gays é pelas questões religiosas, lembre-se do que Jesus disse: "Não julgueis e não sereis julgados. Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos. Porque olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?" (Mateus, 7, 1-4).

Se o seu ódio é por perder os seus direitos civis para ceder a outrem, fique tranquilo: brancos não perderam seus direitos para ceder aos negros, homens não perderam direitos para ceder às mulheres, pessoas fisicamente perfeitas não perderam direitos para ceder à quem tem necessidades especiais. Não é agora que isso vai mudar. Muito pelo contrário: homens brancos e fisicamente perfeitos continuam sendo os que têm mais direitos e oportunidades no mundo.

Agora se o seu ódio é porque o conceito de família está sendo deteriorado, fique tranquilo: se amarmos uns aos outros, não é preciso a família do modo tradicional. Com respeito e carinho, todos viverão bem. Mas enquanto lutarmos cegamente, unicamente por convenção, que a família tem de ser pai, mãe e filhos (o cachorro e o papagaio, quando possível), haverão mulheres sendo violentadas sem poder se separar (para manter a família), problemas financeiros familiares porque o pai é dependente químico (para manter a família), filhos infelizes porque os pais querem que eles sigam uma carreira pré-determinada (para manter a família) e tantos outros problemas que só o amor e uma família construída com sentimentos verdadeiros e duradouros, cheios de carinho e respeito - e não a família padrão - é que vão impedir.

Enfim, se seu ódio não tiver explicação, nem motivos, nem argumentos, se interne. Você é infeliz, mal-amado e o problema não está na homossexualidade. Está em você.



Créditos das fotos:

3ª foto: Elza Fiuza/ABr
4ª foto: Thiago Bernardes/UOL
Demais: DIVULGAÇÃO

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Dois filmes de O Hobbit já têm títulos e datas para estreia

Depois de anos de pendengas judiciais, financeiras, trocas de diretor e problemas relacionadas à saúde do idealizador, enfim O Hobbit começou a ser gravado. Mas isso já não é notícia nova, até porque a equipe já está se encaminhando para o segundo bloco de gravações, que inclui as batalhas da história.

A grande notícia do momento é a definição do título das suas partes da história. O primeiro deve se chamar "The Hobbit: An Unexpected Journey" (algo como "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada") e o segundo "The Hobbit: There and Back Again" ("O Hobbit: Lá e De Volta Outra Vez").

Os títulos são muito bem escolhidos. O primeiro faz alusão à própria natureza da história: nada do que aconteceu com Bilbo era esperado ou premeditado por qualquer um dos envolvidos.

Já o título do segundo longa faz uma referência ao nome que Bilbo deu ao seu livro - mostrado em O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei - contendo os relatos das aventuras que serão protagonizados nesta pré-sequência.

E mais: as datas de lançamento também já foram divulgadas! O primeiro filme deve ser lançado nos Estados Unidos no dia 13 de dezembro de 2012, e o segundo, dia 14 de dezembro de 2013.

O Hobbit se passa 60 anos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis. Ele conta como Bilbo Bolseiro achou o Um Anel na caverna de Gollum, ainda sem saber que se tratava do lendário Anel de Sauron. O filme será baseado no livro homônimo de J.R.R. Tolkien, contendo alguns acréscimos necessários tirados de O Silmarillion, Contos Inacabados e dos apêndices de O Senhor dos Anéis, para explicar o que não está dito em O Hobbit.

O roteiro foi escrito a oito mãos por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro. A direção é de Peter Jackson, mesmo diretor da Trilogia do Anel. Junto com ele, devem voltar outros atores presentes na trilogia: Ian McKellen (Gandalf), Orlando Bloom (Legolas), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Andy Serkis (Gollum) e Cate Blanchet (Galadriel). Howard Shore deve voltar a comandar a trilha sonora e a Weta, mesma responsável pelos efeitos especiais de O Senhor dos Anéis, Distrito 9 e Avatar, estará assumindo um dos postos mais importantes para o sucesso dos dois longas.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

"A Garota da Capa Vermelha" no Set

O espaço para falar dos filmes que estão em cartaz no cinema é lá no Set Sétima, que voltou a funcionar a todo vapor! Dessa vez, falei sobre o filme "A Garota da Capa Vermelha". Dá uma passada lá e comente!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Rio" no Set

Depois de longos meses, o Set Sétima está atualizadíssimo! Não deixem de conferir a crítica que este blogueiro que vos fala fez à animação "Rio", do brasileiro Carlos Saldanha. Confira e comente!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lady Gaga: criatividade ou extravagância?

Rotineiramente Lady Gaga é notícia. E não somente em sites, revistas e espaços destinados à música. A cantora já escandalizou o mundo vestindo-se de carne, enfaixando-se com fitas zebradas e usando um telefone na cabeça. Sua bizarrice parece não ter fim. E a criatividade para tantas estranhezas também não. Agora estamos prestes a ver Lady Gaga atacar mais uma vez. Depois do nojento e melequento clipe de "Born This Way", Gaga promete mais auê com "Judas", o próximo single do seu novo álbum. E as polêmicas já começaram antes mesmo do clipe ser lançado. Apesar de "Judas" ter sido lançada hoje (15/04), antes disso já tinha gente criticando os símbolos religiosos anunciados por Gaga que estariam presentes na música. Em entrevista ao tabloide The Sun, Bill Donohue, da Catholic League: For Religious and Civil Rights, disse:
"Existem pessoas que são realmente talentosas, e existe Lady Gaga. Ela é cada vez mais irrelevante, e todo esse uso de símbolos religiosos em seus clipes e suas músicas é uma jogada de marketing para conseguir ficar famosa e causar polêmica. Sério, gente, é óbvio que ela faz de propósito, esse clipe da música Judas vai estrear em uma época sagrada, a da Páscoa. Não é coincidência".
Eu não creio que a Lady Gaga não tenha talento. Como já afirmei no twitter: talento ela tem, o problema é que Gaga não quer usar SÓ dele pra garantir seu espaço. É fato que ela canta bem mais que tantos grandes ícones do pop, como Madonna e Britney Spears. Mas no quesito originalidade, ela peca, e na sua extravagância, ofusca o talento brilhante que existe escondido dentro daquela pele - agora- cheia de "caroços". Com informações do site
Vírgula. Ouça, aqui, Judas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Turismo

Voltando à série "A Joinville que eu queria", hoje vamos falar do potencial turístico que a cidade tem, mas não é explorado. E aqui entra uma das questões mais emblemáticas desse município. Porque o turismo não é explorado? A desculpa é porque trata-se de uma cidade industrial, única e principal fonte de renda joinvilense, além de concentrar a maioria dos empregos da cidade.
Ou seja: em Joinville as pessoas só devem trabalhar. Ninguém pode se divertir.

O turismo realizado aqui é o recém-criado (e ridículo, diga-se de passagem) "turismo de negócios". Simplificando: empresários vêm a Joinville buscar mais dinheiro, aumentar o lucro e engordar os cofres dos barões da cidade. Se não engorda os cofres destes, não é interessante, não precisa de turismo.



Enfim... deixando as críticas de lado, vamos observar como Joinville tem vocação turística de sobra. Só falta VONTADE DE FAZER.

ESPAÇOS TURÍSTICOS
Joinville não é uma cidade feia. Ela é mal conservada, apenas. Basta pousar no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola pra se ter a dimensão da beleza de uma cidade existente entre a serra e o mar. A volta que o avião faz sob as águas das praias de São Francisco do Sul nos colocam, ao horizonte, a cadeia de montanhas que forma a serra que cerca Joinville.
Essas belezas naturais precisam ser melhor aproveitadas!

O passeio do Barco Príncipe é uma grande iniciativa, mas é preciso fazer um cais digno. Com restaurantes, bancas com venda de lembrancinhas e cartões postais, áreas de socialização e um acesso facilitado. É preciso haver boa sinalização, ruas adequadas e linhas de ônibus - até especiais, se for o caso - que levem até o local. É preciso divulgação. Uma parceria com São Francisco do Sul é mais que inteligente, visto que lá estão muitas belezas seculares de uma das cidades mais antigas do País. Joinville deveria aproveitar melhor essa proximidade.

Os parques de Joinville precisam ser concluídos. Cinco estão projetados. Três estão em construção, mas a morosidade das obras incomoda. É preciso concluir todos os parques e não esquecer de facilitar o acesso a eles. Além, é claro, e mais uma vez eu coloco, a necessidade de sinalização adequada para que as pessoas tenham facilidade de acesso.
E conservação. É primordial. Não é o que vemos, por exemplo, nas praças de Joinville.

No Parque do Morro do Boa Vista, que está em construção, já existem ideias fantásticas que vão torná-lo um dos parques mais interessantes da cidade. Mas aquela ideia antiga de um teleférico ligando o Zoobotânico ao Mirante deveria ser colocada em prática.

A Rota dos Museus deveria ser bem esquematizada, sinalizando os museus com padronização e colocando placas turísticas nas ruas que interligam um museu ao outro; pra realmente termos a impressão de que existe uma "rota de museus". Do jeito que está, parece tudo muito perdido.

A Via Gastronômica está se tornando, cada vez mais, uma bela opção turística na cidade. Fiquei sabendo hoje que está sendo encaminhado o edital de licitação para o projeto paisagístico da Via. Bela iniciativa! Tomara que não seja mais uma proposta que vai levar anos para a concretização.

Um ônibus turístico deveria existir em Joinville. Ele deveria passar pelos museus (Museu de Arte; da Imigração, que fica na Rua das Palmeiras; Sambaqui; Fritz Alt), nos Parques (os que estão sendo construídos, especialmente o do Morro do Boa Vista, com ida ao Mirante e ao Zoobotânico), Barco Príncipe, Pórtico e Moinho, Centreventos e o Turismo Rural, cujo acesso é horrível pra quem não está de carro. E pra quem está de carro a sinalização é péssima.

O fim da viagem deveria ser no Mirante da Serra Dona Francisca. Lá deveria ser construído um monumento que simbolizasse Joinville.

Os rios de Joinville (Piraí e Quiriri), onde as pessoas costumam se banhar no verão, deveriam ter acessos melhorados, e a Prefeitura deveria investir em uma estrutura para que as pessoas possam se banhar num local com boas opções de estadia e alimentação; além da segurança (não existem salva-vidas) e o acesso. Também deveriam entrar na rota do ônibus turístico pela beleza dos locais.

A Rua das Palmeiras precisa ser revitalizada como ponto turístico. A rua do Príncipe deveria ter sua fiação elétrica aterrada e as calçadas aumentadas para facilitar a caminhada de pedestres que vão visitar esse cartão postal joinvilense. O projeto de revitalização da Rua das Palmeiras já existe. Mas é preciso fazer ainda mais coisas.

Creio que seja necessário fazer um Parque na Expoville. Aquele local é grande, bonito, mas abandonado. Ele deveria ser integrado ao pórtico, pois quem vai lá tirar foto, precisa se arriscar numa travessia pela movimentada XV de Novembro. Isso põe em risco a segurança das pessoas. O Moinho deveria voltar a funcionar, com um café no local. Projetos para isso já existem.

INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
Tudo o que já falei a respeito da infraestrutura da cidade volta a ser colocado aqui. Não é possível receber turistas se nosso transporte coletivo não funciona, se não comporta receber uma grande quantidade de pessoas ou se as vias são ruins e mal sinalizadas. Se o trânsito não deixa as coisas fluir. Enfim. É preciso melhorias, também, na infraestrutura.

Mas faltou falar do aeroporto e da rodoviária.

O Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola tem recebido bastante atenção. Já foi assinado um termo entre a Prefeitura e a Infraero para as ampliações. O ILS, equipamento que vai facilitar pousos e decolagens em condições adversas de clima, também está encaminhado. A pista será ampliada e os rios nas cabeceiras das pistas terão seu curso alterado. As vias de acesso ao aeroporto, neste projeto já existente, serão melhoradas. Mas a avenida Santos Dumont precisa ser duplicada. É uma porta de entrada para a cidade que hoje nos envergonha.
Mas se tudo isso já está projetado, o que falta?

Bom... em Joinville é INDISPENSÁVEL aquele "tubo" (que não sei o nome) para dar acesso do terminal de embarque à aeronave. Simplesmente porque aqui chove demais. E é extremamente desconfortável desembarcar na pista com chuva. Aqui em Joinville é questão de necessidade. Prefeitura e Infraero deveriam pensar melhor nisso.

E a rodoviária?
Ela já recebeu reformas recentes mas continua, em alguns lugares, com cara de "improviso".
Os portões principais de embarque de passageiros são legais. Mas aqueles que ficam em frente às bilheterias das companhias de ônibus são horríveis! Não existe plataforma, não há aquela cerca divisória e não há cobertura para os ônibus que chegam.
O terminal de taxistas é horrível. Improvisado. Precisaria ser melhor organizado.
E as vias ao entorno do terminal rodoviário precisam ser asfaltadas.

O ponto de embarque de ônibus municipal deveria ser melhor construído, de modo que os carros não parassem ali para desembarcar as pessoas. Deveria ser feito um canteiro separando a rua do ponto de ônibus.

TURISMO DE EVENTOS
Aqui está o forte de Joinville. Temos o Festival de Dança, que melhora a cada ano e já foi citado no post sobre cultura, a Festa das Flores, que é linda pra quem interessa e os eventos de "turismo de negócio". Eu não gosto de turismo de negócio na medida que só esse tipo de evento é feito. Mas quando ele é mais um entre os outros, é válido, até pela vocação industrial de Joinville.

Até aqui tá tudo bem, tudo organizado, bem feito.

Mas eu acredito que seja possível resgatar nossa Fenachopp. A "Oktoberfest Joinvilense". Isso é bom para a cidade e atrai pessoas para cá, visto que Joinville tem um bonito histórico na arte da cerveja.
Diz a lenda que a melhor cerveja Antarctica dos anos 80/90 era feita em Joinville, além de ter existido aqui a primeira cervejaria do País. A Bohemia divulga como sendo a mais antiga pois é a mais antiga existente, e a cervejaria joinvilense já não é mais realidade.
Por fatores culturais e históricos, a Fenachopp deveria ressurgir. Há interesse por parte de algumas pessoas nisso. Mas seria necessário mais esforço para que a festa realmente pudesse voltar a acontecer.
FALTOU DIZER
Aquela proposta do Metrô e a ligação de Joinville pelo Rio Cachoeira a São Francisco do Sul facilitaria o acesso dos turistas às praias da região. Assim, os turistas não precisariam estar em São Francisco pra ir às praias. Ficam aqui, com todas essas opções turísticas.
Além, é claro, do investimento na cultura, do incentivo para a realização de eventos a nível nacional (como shows) e espaços privados para esses tipos de evento (como o Citibank Hall, em São Paulo).

Joinville tem poder. É só querer.


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terça-feira, 22 de março de 2011

Águas do Pacífico sofrem com baixo oxigênio. Espécies estão morrendo.

Hoje é o dia mundial da água e o Andarilho não poderia deixar de comentar sobre o assunto. Por isso, fiz uma pausa nas nossas discussões sobre os problemas de Joinville.
Um dos temas mais recorrentes aqui neste espaço é a preservação do meio ambiente e, principalmente, a garantia da qualidade de vida - sustentável - dos seres humanos. E para garantir a nossa qualidade de vida, é preciso que a natureza esteja vivendo em harmonia.

Hoje trago uma questão interessante a respeito da água. Que ela é finita e as reservas próprias pra consumo humano são mínimas, todos nós já sabemos (ou deveríamos saber). Falar pra fechar as torneiras enquanto escovam-se os dentes, lavar o carro com balde e não mangueira, limpar a calçada com vassoura e não jato d'água e reutilizar a água da máquina na limpeza da casa também já são práticas que deveriam estar mais que assimiladas na população. Por isso, não vale ocupar linhas e tempo para reforçar tais coisas. Corra atrás do prejuízo se você ainda não faz nada disso.

A questão que trago hoje diz respeito às águas dos oceanos.

Muitos céticos acreditam que a água não vai acabar, e mesmo se acabar a solução está na dessalinização dos oceanos. Mas além de todos os impactos ambientais que essa prática acarreta, como a sobra do sal, a quantidade de energia gasta e os impactos no ecossistema, outro problema já está sendo detectado nos mares do nosso planeta.

Um documentário exibido há pouco tempo pela National Geografic mostrou a baixa oxigenação dos oceanos e o aumento de algas que eliminam a base da cadeia alimentar aquática. Afetando a base da cadeia alimentar, todo o restante da estrutura fica comprometida: os corais morrem, os peixes ficam sem comer e animais maiores, consequentemente, também ficam sem alimento por conta da mortandade dos peixes.
Além disso, a própria composição da água fica alterada e isso já acarreta prejuízos em toda a costa oeste dos Estados Unidos, atingindo o Canadá e México, além de estar se espalhando na região da linha do Equador para vários outros pontos do Oceano Pacífico.

Essas regiões estão apresentando características na água encontradas em regiões afetadas por erupções vulcânicas. A concentração de elementos nocivos à vida de diversas espécies é muito alta. Não falarei quais tipos de substâncias porque não cheguei a anotar, mas o vídeo mostrava claramente como a área era deserta de peixes. Eles não tinham como se alimentar, nem como sobreviver pela baixa quantidade de oxigênio encontrado na água.

É interessante ressaltar que essas coisas estão acontecendo devido à poluição do ar. Por muito tempo se acreditou que o fato do oceano neutralizar as emissões de gazes poluentes na atmosfera era algo bom, mas diante desses fatos mostrados no documentário da National Geografic, é possível ver que essa neutralização está matando o Oceano Pacífico, se alastrando e deve trazer consequências à vida humana.

Muito além de prejudicar práticas já comuns na humanidade hoje, como a pesca, tal interferência impossibilita a dessalinização da água, já que seu composto químico está alterado.

Ou seja, resta aos céticos se renderem às reações da natureza e começarem a preservar. Menos poluição e mais consciência, para que nossos oceanos continuem vivos e povoados e nossa água potável não acabe e seja extraída conscientemente dos lugares onde a natureza, em sua grandiosa generosidade, nos dá.

E, como não poderia deixar de ser, se diariamente você quiser ficar mais informado sobre as questões da água e da natureza, indico dois excelentes blogs atualizadíssimos e com informações quentes de prevenção e consequências da nossa vida descuidada com os bens naturais:
Planeta Água e Consciência com Ciência.