Windows Phone é bom?,
você poderia em algum momento perguntar-se. Talvez até tenha
chegado a esse texto digitando algo assim no Google. Então... sinto
dizer, categoricamente, que não. Definitivamente, é uma porcaria.
Uma vergonha. Se eu fosse um executivo da Microsoft jamais queimaria
meu filme, prejudicaria a imagem da empresa, autorizando que fosse
comercializado algo tão ruim quanto um Windows Phone. Portanto,
reforço o alerta: em hipótese nenhuma compre um Windows Phone.
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Você poderia me
perguntar: “mas você tem um Windows Phone pra poder falar tão mal
dele?”. Sim, tenho — respondo. Um Lumia520. Daí você pergunta de novo: “Mas se é tão ruim, por que
você tem um?”. Essa é uma pergunta pertinente, então vamos
contextualizar — e creio que essa contextualização é bem
importante para vocês verificarem como o que eu estou dizendo aqui
não é nenhuma cisma com o Windows Phone.
Cheguei a ele
primeiramente por causa do design. De fato, os aparelhos da Microsoft
têm um desenho clean e atrativo. Não são aquelas coisas horrorosas
da Samsung — parece mais um tablet do que um celular e nem cabe no
bolso — nem aqueles modelos pesados da LG, Motorola ou Sony,
tampouco caros como um iPhone. Então do ponto de vista estético,
ele é bem bacana. Bonito.
E aqui vocês podem
reparar em uma coisa sobre mim: eu não sou nem um pouco chato para
as características técnicas dos smartphones. Muita gente faz a
peneira pela qualidade da câmera, o espaço de armazenamento, a
velocidade do processador, enfim. Mas para mim essas coisas nem são
lá tão importantes. Meu nível de exigência para atributos
técnicos é bem baixo, até porque não sou alguém que vive grudado
no celular. Não sou maníaco por gadgets, não fico o dia inteiro na
internet, não gosto dessa coisa de a toda hora estar conectado, mal
uso o WhatsApp (sou daqueles que continuam no SMS), não faço
questão de ficar compartilhando tudo o que estou fazendo a todo
momento.
Sendo assim, por mais
que tivessem me alertado pelo tamanho da ruindade que é um Windows
Phone, ignorei: achei que fosse implicância de programador, de gente
da TI. Pensei que fosse aversão típica dos fãs da Apple. Engano
meu.
Mas teve outra coisa
que me levou ao Windows Phone: a confiança na marca Nokia.
Quando ganhei o meu (sim, foi presente. Mas a pessoa me deu porque eu
havia manifestado interesse no aparelho), a Microsoft
ainda usava o nome da empresa finlandesa. E eu sempre tive ótimas
experiências com a Nokia, porque quase todos os meus celulares na
era pré-smartphone eram dessa marca, e eu nunca havia me
decepcionado: a bateria era boa, a vida útil do aparelho excelente,
a navegação simples, a resistência lendária.
Então aceitei o
presente com o sorriso no rosto e sem medo de ser feliz. E
inicialmente eu até defendia o produto daqueles que diziam que ele
era ruim. De fato, nos primeiros meses, eu não tinha do que
reclamar. Como usava pouco a internet pelo smartphone, não tinha uma
avaliação muito precisa da experiência. Os aplicativos mais
necessários — como calculadora, cronômetro, gravador de voz,
previsão do tempo, WhatsApp — estavam todos ali. Facebook e
Twitter, as duas redes sociais que eu mais usava até então, também.
Estava feliz. Mas foi por pouco tempo.
Bugs no Windows Phone
Meu primeiro estresse
foi um bug que impedia o aparelho de ligar. Isso poucos meses depois
de começar a usá-lo. Fiquei uns dois dias tentando e pesquisando
como solucionar. Até que não era algo difícil de se resolver,
consegui arrumar por mim mesmo, mas na própria página de ajuda da
Microsoft, onde havia o auxílio para corrigir o problema, o aviso:
aquele era um problema comum nos aparelhos Windows Phone e poderia
voltar a acontecer. Comigo não ocorreu outras vezes, mas em alguns
sites e fóruns que pesquisei via muita gente reclamando que esse
incômodo era frequente.
Windows Phone e sua carência de aplicativos
Depois disso constatei
que a maioria dos aplicativos que normalmente existem para Android e
iOS simplesmente não são desenvolvidos para Windows Phone. O que eu
mais sentia falta, naquele momento, era um com os horários de
ônibus. Para algumas capitais (poucas) até tinha, mas não haviam
muitas opções. O aplicativo para as linhas de Joinville, onde moro,
só saiu ano passado. Até encontrá-lo, eu tinha que fazer a
consulta diretamente no site das empresas de transporte coletivo.
Daí outro problema:
usar a internet num Windows Phone. Não importa o navegador: a página
não abre, a visualização é péssima, trava, e depois de muito
sacrifício, a página fecha sem que você tenha conseguido ver o que
queria. Daí é preciso repetir a operação, com o dobro de
paciência.
O aplicativo do
YouTube, por exemplo, é apenas um link para visualizar o site no
Internet Explorer. Além de lento, muitos vídeos ficam cortados.
O Instagram eternamente beta do Windows Phone
O tempo passou e me
rendi ao Instagram. Embora ache a rede social incrível, a
experiência proporcionada pelo Windows Phone é horrorosa. Como ele
ainda está na versão beta, não é possível gravar vídeos, enviar
e receber mensagens privadas e, ao postar as fotos, elas são
cortadas. O pior não é nem postar, porque sabendo que o aplicativo
vai cortar a sua imagem você já produz ela de uma forma que não se
perca nenhuma informação importante. O problema é que muitas fotos
das pessoas que você segue aparecem cortadas. Daí a coisa complica.
Pior: a quantidade de
filtros é bem menor que o aplicativo original, a qualidade da foto é
comprometida quando você posta na rede social e como as atualizações
não são implementadas para o Windows Phone, vez ou outra o app dá
bugs, impedindo que você acompanhe a linha do tempo, dificultando o
carregamento das fotos (isso quando consegue carregar), enfim...
Passam-se dias até que a coisa volte ao normal. E você
impossibilitado de postar ou ver as publicações dos seus amigos.
Facebook e Twitter: apenas o básico
O Facebook é uma coisa
horrorosa. Não é possível visualizar os eventos, interagir neles,
ou criar eventos pelo aplicativo do Facebook do Windows Phone. Não é
possível responder os comentários (é necessário fazer um novo
comentário, o que deixa a coisa toda desorganizada) e também não
dá para criar álbuns de fotos. Por fim, as gifs não são
reproduzidas na linha do tempo: é necessário abri-las em um
navegador para visualizar.
O Twitter não tem
várias das funcionalidades da versão web ou do aplicativo original.
As fotos do avatar dos seguidores não aparece (às vezes elas
surgem, do nada, mas no dia seguinte somem de novo), tornando muito
complicado reconhecer com quem você fala, uma vez que no Twitter as
pessoas trocam o username com bastante regularidade. Gifs também não
são reproduzidas e qualquer arquivo multimídia precisa do navegador
para ser visto. Sem contar que a linha do tempo não atualiza
sozinha, nem mesmo tem sincronia com a web (se você vê as
notificações no computador, no app elas continuam sinalizadas como
não vistas).
Windows Phone não recebe aplicativos no mesmo instante que outros sistemas operacionais
Nem todos os bancos têm
aplicativos para o Windows Phone. Se tem, são limitados. E não só
bancos. Muita gente deixa de desenvolver para este sistema
operacional e até mesmo a Microsoft tem versões melhores dos seus
produtos para Android e iOS e disponibilizam uma opção inferior
para quem usa seus aparelhos. Exemplo disso é o Skype. Dá pra
entender isso?
Daí seus amigos estão
brincando em um aplicativo-febre — daqueles sem importância, que
ganham fama instantaneamente e logo em seguida já deixam de ser
interessantes. Mas, poxa, você também quer brincar, experimentar,
se divertir, curtir. E não consegue. No Windows Phone não dá.
Afinal, ninguém faz uma versão para ele. E aqui estou falando, por
exemplo, do Dubsmash, Kiwi, Snapchat.
Quem quiser usar um
aplicativo para encontrar uma paixão, amizade colorida, ou um amor
para toda vida também não pode ter Windows Phone. O Tinder, por
exemplo, não existe. Há uma versão limitadíssima não oficial,
mas que não permite a você interagir com quem tem o Tinder. Você
visualiza as pessoas do app original, mas não pode falar com elas,
só com quem tem o genérico do Windows Phone. E assim é com vários
outros aplicativos. Tudo genérico. Tudo limitado. E, para piorar,
com funcionalidades básicas pagas.
Até os jogos são
ruins. Um que eu gosto muito e jogava quando tinha um Android, Zumbi
Tsunami, é pago no Windows Phone. Pelo menos esse existe para quem
quiser pagar. Mas tantos outros que nem são desenvolvidos para o
sistema operacional da Microsoft.
Windows Phone: um telefone chique?
Enfim, é preciso dizer
que o Windows Phone funciona muito bem como telefone. Sim,
você pode fazer e receber chamadas, enviar e receber SMS sem nenhum
problema. E pode escolher os sons que você quer para as notificações
e deixar a tela com a organização e cor que você preferir. Terá
que lidar com travamentos, com a demora de abrir determinadas coisas,
com alguma funcionalidade fechando do nada, de repente, mas ainda
poderá usá-lo. E não dá para negar que ele é bonito, e essa
possibilidade de deixar personalizado também é bem bacana.
Mas como smartphone
não dá. Não rola. Não funciona. É pura incomodação. É
limitado. É pesado, demorado, não recebe atualizações, as versões
são inferiores... enfim... é tudo de ruim. E aqui quem fala é
alguém bem pouco exigente, como já disse, e totalmente desapegado a
essas coisas. Eu gosto de ter aplicativos, gosto de participar das
redes sociais. Mas não fico conectado o dia todo. E mesmo nesta
situação, nesta realidade, o Windows Phone não me atende. É um
horror.
A menos que você não
tenha outra opção, ou que realmente não queira mais que um
telefone para o seu dia a dia, eu deixo aqui a minha dica: não
compre um Windows Phone. Até porque, não tem jeito, ele não vai
melhorar. Ninguém vai começar, do nada, a produzir aplicativos para
ele. Ele não vai se popularizar. E tudo isso vai continuar beta, não
oficial, limitado e uma grande merda.
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