A fórmula tá ficando batida, mas assim como a gente se surpreendeu positivamente com Jogos Vorazes, sempre há aquela possibilidade de achar algo bom em mais uma trama adolescente com um triângulo amoroso.
Não é o caso deste A 5ª Onda. Entenda por que lá no Set, que está de volta!
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
O meu sonho de publicar um livro
Queria dividir algo bem especial com vocês. Senti essa necessidade
porque, nessa jornada, acho que precisarei de muita força, muito apoio,
muito incentivo, especialmente dos amigos e pessoas mais próximas.
Há alguns dias assisti a um filme biográfico por nome "Magia Além das Palavras". Conta a história da criadora de Harry Potter, Joanne Rowling. Desempregada, recém-separada do marido que a abusava, órfã de mãe, com uma filha pequena para criar, ela precisou sobreviver com a ajuda de um programa assistencial do governo inglês, que a sustentava com um salário semanal e pensão para moradia.
APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!
Contei isso pra ilustrar como ela era desconhecida e sem nenhum contato naquele ano em que resolveu levar adiante seus sonhos. Ela só tinha uma boa história na cabeça e decidiu investir nela para realizar o seu objetivo de ser uma escritora. No entanto, grande parte da relutância das editoras ao receber o material dela se devia ao fato de ela ser desconhecida. E mesmo aquela que a aceitou, pediu para que ela abreviasse o primeiro nome para que não parecesse uma autorA (por isso o J. K. e não Joanne Rowling). Puro machismo, mas, enfim, ela precisou se sujeitar para ter seu livro publicado.
E neste ponto chego a mim: óbvio que minha situação de vida não é nem um pouco parecida com a Rowling pré-Harry Potter. Tenho um ótimo trabalho, amigos que me apoiam, uma família que é meu porto seguro, não vivo de assistência do governo, MAS sou desconhecido. Fato. E é nesse ponto que me apeguei para conseguir ir adiante com meu sonho. Além disso, há uma diferença clara entre os hábitos de leitura na Europa e Estados Unidos e aqui no Brasil, né? Enfim...
Poderia tentar o Simdec? Sim, poderia. Mas confesso a vocês que estou um pouquinho mais ambicioso. Será uma alternativa caso nada dê certo, claro, mas antes quero procurar as editoras. Isso porque tenho o firme propósito de conseguir pelo menos algumas centenas de leitores pelo Brasil. Sim, tô ousado, mas até aqui ninguém me cobrou por sonhar alto rs.
Ontem passei o dia pesquisando o processo de envio de originais às editoras e o cadastramento na Biblioteca Nacional. Agora estou me organizando pra conseguir fazer isso ainda neste ano.
Quem é mais próximo a mim sabe que eu tenho vários livros escritos. Nenhum desses que estão prontos eu publicaria, por uma série de motivos, mas este no qual estou trabalhando desde 2007, ainda ganhando forma, de fantasia, este sim, é meu xodó, meu orgulho, minha cria. E é neste que vou investir.
Compartilho esse desejo, esse objetivo que tracei para minha vida neste ano para que vocês estejam a par dessa minha caminhada e, sabe-se lá como, de repente possam me ajudar e/ou incentivar de alguma maneira. Tenho vários amigos com livros já publicados e isso dá alguma experiência, que seria muito útil para mim neste momento. Ideias, afinal, também são sempre bem-vindas.
Prometo que qualquer avanço nesse sonho eu compartilho por aqui. Até lá vou lutando, sonhando, pesquisando, buscando meu espaço e fantasiando.
Espero que tudo dê certo!
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Há alguns dias assisti a um filme biográfico por nome "Magia Além das Palavras". Conta a história da criadora de Harry Potter, Joanne Rowling. Desempregada, recém-separada do marido que a abusava, órfã de mãe, com uma filha pequena para criar, ela precisou sobreviver com a ajuda de um programa assistencial do governo inglês, que a sustentava com um salário semanal e pensão para moradia.
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Contei isso pra ilustrar como ela era desconhecida e sem nenhum contato naquele ano em que resolveu levar adiante seus sonhos. Ela só tinha uma boa história na cabeça e decidiu investir nela para realizar o seu objetivo de ser uma escritora. No entanto, grande parte da relutância das editoras ao receber o material dela se devia ao fato de ela ser desconhecida. E mesmo aquela que a aceitou, pediu para que ela abreviasse o primeiro nome para que não parecesse uma autorA (por isso o J. K. e não Joanne Rowling). Puro machismo, mas, enfim, ela precisou se sujeitar para ter seu livro publicado.
E neste ponto chego a mim: óbvio que minha situação de vida não é nem um pouco parecida com a Rowling pré-Harry Potter. Tenho um ótimo trabalho, amigos que me apoiam, uma família que é meu porto seguro, não vivo de assistência do governo, MAS sou desconhecido. Fato. E é nesse ponto que me apeguei para conseguir ir adiante com meu sonho. Além disso, há uma diferença clara entre os hábitos de leitura na Europa e Estados Unidos e aqui no Brasil, né? Enfim...
Poderia tentar o Simdec? Sim, poderia. Mas confesso a vocês que estou um pouquinho mais ambicioso. Será uma alternativa caso nada dê certo, claro, mas antes quero procurar as editoras. Isso porque tenho o firme propósito de conseguir pelo menos algumas centenas de leitores pelo Brasil. Sim, tô ousado, mas até aqui ninguém me cobrou por sonhar alto rs.
Ontem passei o dia pesquisando o processo de envio de originais às editoras e o cadastramento na Biblioteca Nacional. Agora estou me organizando pra conseguir fazer isso ainda neste ano.
Quem é mais próximo a mim sabe que eu tenho vários livros escritos. Nenhum desses que estão prontos eu publicaria, por uma série de motivos, mas este no qual estou trabalhando desde 2007, ainda ganhando forma, de fantasia, este sim, é meu xodó, meu orgulho, minha cria. E é neste que vou investir.
Compartilho esse desejo, esse objetivo que tracei para minha vida neste ano para que vocês estejam a par dessa minha caminhada e, sabe-se lá como, de repente possam me ajudar e/ou incentivar de alguma maneira. Tenho vários amigos com livros já publicados e isso dá alguma experiência, que seria muito útil para mim neste momento. Ideias, afinal, também são sempre bem-vindas.
Prometo que qualquer avanço nesse sonho eu compartilho por aqui. Até lá vou lutando, sonhando, pesquisando, buscando meu espaço e fantasiando.
Espero que tudo dê certo!
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domingo, 10 de janeiro de 2016
Os Dez Mandamentos e o papelão na dramaturgia da Record e da Globo em 2015
O ano de 2015 marcou
algumas das situações mais bizarras da televisão brasileira. O
conservadorismo cada vez mais doentio da sociedade, que torna incapaz
de aceitar o diferente, o novo, associado a um clima de hostilidade
entre as pessoas, acabou atingindo o comportamento do brasileiro
diante da telinha.
É que no dia 16 de
março a Rede Globo estreou sua nova novela das nove: Babilônia.
Escrito a seis mãos, entre elas o experiente Gilberto Braga (de
Escrava Isaura, Vale Tudo, Celebridade), junto com João Ximenes
Braga e Ricardo Linhares, apoiados por um elenco estelar, com grifes
como Fernanda Montenegro, Glória Pires, Adriana Esteves, o folhetim
causou espanto do público já no primeiro episódio, ao exibir a
cena de um beijo lésbico entre as personagens de Montenegro e
Nathalia Timberg.
No dia seguinte,
campanhas de boicote, inclusive vindas do Congresso Nacional, e
mensagens raivosas à Natura, patrocinadora do programa, pedindo para
que fosse retirada a publicidade na novela, se espalharam pelas redes
sociais e, principalmente entre as igrejas.
É gente, as igrejas
estão cada vez mais querendo dizer até mesmo o que deve e o que não
deve passar na televisão.
Não à toa que, na
semana seguinte, no dia 23 de março, a Rede Record levou ao ar
aquilo que ela chamou como “a primeira novela bíblica da história
da televisão”, Os Dez Mandamentos: um prato cheio para todos
aqueles que estavam fazendo campanha contra a Rede Globo. E prato
cheio para as igrejas também, claro. Não que a história de Vivian
de Oliveira tivesse sido fiel e correta em relação aos escritos
bíblicos, mas isso é detalhe diante de tudo o que a novela mostrou.
Um pouco mais adiante,
caros leitores, eu devo mencionar o papelão da Record em relação à
sua falta de planejamento no tocante a este projeto. Mas antes de
chegar lá, quero registrar que até mesmo a gigante Globo se
comportou de maneira vergonhosa diante do fracasso da sua novela e do
avanço da concorrência no horário.
É que, para agradar
aqueles que estavam apedrejando Babilônia, a Globo recomendou que a
novela fosse totalmente alterada. Com isso, personagens ficaram
descaracterizados, outros desapareceram, alguns núcleos
tornaram-se inúteis, tramas que prometiam um desenrolar interessante
foram descontinuadas e, aqueles que ainda se interessaram minimamente
por todas aquelas coisas novas que haviam sido propostas, foram desanimando ao ver o que a narrativa estava se tornando: aos poucos, uma colcha de
retalhos sem sentido.
Como as alterações
não causaram nenhum efeito positivo, a Globo começou a promover um
tal de estica-e-puxa na grade que ficou feio de se ver. Jornal
Nacional ficava mais longo, novela mais curta, outros dias um
atrasava, ou adiantava, enfim... Uma bagunça que só.
Com tudo isso, a Record
se beneficiou. Em primeiro lugar, como eu disse, a onda conservadora
que está inundando o país se sentiu prestigiada ao
ver a adaptação de uma conhecidíssima e milenar história
religiosa. Depois, com o comportamento primário da Globo, mais
pessoas resolveram conferir o que havia no canal ao lado, ao perceber
que a gigante da teledramaturgia estava perdida na
condução do seu principal produto. E, por último, e — na minha
visão — menos importante, a necessidade das pessoas de buscarem
uma trama escapista, diante de tantas notícias ruins e indignantes
que reinaram na imprensa nacional em 2015. Neste sentido, Os Dez
Mandamentos era como uma massagem para o anseio de entretenimento
longe da realidade, algo que Babilônia não estava propondo.
Mas muito do que eu
disse aqui já é bem conhecido de quem acompanha notícias sobre os
bastidores da TV. O ponto que eu queria chegar era especificamente
sobre a trama de Os Dez Mandamentos. A novela fez história ao bater,
em audiência, o principal produto da televisão brasileira (a novela
das nove da Rede Globo) e ao dar índices de duas casas decimais à
Record, nada acostumada a essa realidade.
O burburinho que a
novela causou nas redes sociais também foi uma coisa digna de
registro. Foi uma trama comentada, que incomodou a Globo, mexeu
também com as outras concorrentes, alterou o comportamento do
brasileiro diante da TV e pegou até mesmo a própria Record
desprevenida.
Mas tudo isso, devo
dizer, não tem nada a ver com a qualidade da novela. Muito pelo
contrário. Como também já ressaltei, a Record foi feliz por
colocar na sua grade um produto certo na hora certa. Nem mesmo os
efeitos digitais importados da mesma empresa responsável pelo
seriado The Walking Dead são dignos de elogio, ao se considerar as
questões técnicas e artísticas.
A novela parecia mais
um teatro de igreja: os figurinos extremamente coloridos, a direção
de arte e os cenários completamente artificiais, as atuações
exageradas (quando não mecânicas), as falas impostadas demais (isso
quando não se tentava fugir da formalidade e acabava caindo no
extremo oposto: a coloquialidade exagerada), sem contar com o tom de
pregação que a novela cultivou ao longo dos seus mais de 170
capítulos. Um martírio. Teve até extintor de incêndio que
apareceu em um dos capítulos (em pleno Egito Antigo), revelando a
falta de precisão da equipe técnica a certa altura, já que o ritmo
de gravações estava extenuante.
A cena da travessia do
Mar Vermelho, ponto alto da trama, conseguiu ser mais chata do que
piada de tio velho na ceia de Natal. Blocos inteiros com closes sem
diálogos, cheios de caras e bocas, com efeitos digitais vergonhosos
(ok que é extremamente caro executar coisas desse tipo. Mas se viram
que a coisa ia ficar tão artificial, poderiam diminuir um pouco a
escala). Mas não. Na visão do elenco e da produção, a Record
estava colocando no ar a sétima maravilha do mundo. Não havia
nenhuma autocrítica. Iludidos pelos números, tomaram para si a
crença de que o produto era inquestionável, primoroso, de fazer
inveja de Hollywood. Quanto engano!
Não deu outra: após
este ápice da história, a audiência caiu, segundo o Ibope.
Curiosamente, essa é uma característica totalmente contrária a
qualquer telenovela. Normalmente os últimos capítulos é que batem
recordes, que chamam um público que não costumava acompanhar a
trama, e o desfecho de qualquer novela acaba trazendo números
superiores ao dia a dia de qualquer folhetim.
Em Os Dez Mandamentos,
no entanto, houve uma situação brochante. Um anticlímax horroroso,
imperdoável para qualquer pessoa que entenda minimamente de um
roteiro. O clímax da novela era justamente a travessia do Mar
Vermelho, a fuga do Egito. Ainda assim, a novela se estendeu por mais
algumas semanas e, no fim das contas, não terminou. Acabou com um
“continua”.
O momento-título da
novela nem chegou a acontecer, porque o protagonista, Moisés, sequer
chegou a entregar as tábuas da Lei para o povo hebreu. Flagrando a
traição de seu povo a Deus, o profeta quebrou as pedras e, em mais
uma cena cheia de closes, caras e bocas, trilha exagerada e
embarrigada (que é como se diz nas situações em que uma novela se
enrola demais, quando não acontece nada relevante à trama), o
folhetim acabou.
Isso é consequência
do papelão — dessa vez — da Record. Impressionada com os números
que nem mesmo ela esperava, perdida diante da falta de domínio sobre
o que fazer com a trama de sucesso que tinham em mãos, tomaram
decisões diferentes em dias seguidos a respeito do que viria depois
de Os Dez Mandamentos. Com uma novela inteiramente gravada (Escrava
Mãe) e temendo perder aquilo que havia conquistado, a emissora da
Igreja Universal primeiro disse que levaria adiante seus planos de
substituir a trama bíblica pela história de escravos (chegou até a
exibir chamadas da nova novela). Em seguida, afirmou que colocaria no
ar A Terra Prometida, sequência direta da saga de Moisés, mas ao
ver que não conseguiria produzir a tempo o novo folhetim, cortou a
trajetória do povo hebreu pela metade, anunciou uma segunda
temporada, terminou a novela sem terminar, colocou no ar, pela
terceira vez, a reprise de séries bíblicas, e está prometendo a
sequência de Os Dez Mandamentos para o primeiro semestre deste ano,
em, no mínimo, 60 capítulos. Depois deve estrear a história de
Josué, sucessor de Moisés, na tomada da terra prometida, que dará
título à novela.
Fato é que, com tudo
isso, muito embora conquiste audiência e, de alguma maneira, um
espaço de mais prestígio na produção de telenovelas, a Record
demonstra amadorismo e falta de confiança em sua própria capacidade
de fazer dar certo uma história anteriormente planejada (A Escrava
Mãe) e revela estar perdida na administração da sua programação.

Enquanto a Record não
acreditar na própria capacidade e tratar a sua programação como
uma brincadeira de criança, que desiste, retoma e volta atrás
quando quer, ela nunca será uma Rede Globo. Esteja o Mar Vermelho
aberto ou completamente fechado.
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domingo, 3 de janeiro de 2016
O meu preconceito que me envergonha e o processo de desconstrução
Quando resolvi assumir
o compromisso pessoal de manter este espaço atualizado, meio que fiz
uma revisita às publicações antigas. O objetivo era verificar a
periodicidade dos posts, em quais momentos eu havia sido mais
dedicado ao blog e como eu me organizava para garantir que ele sempre
tivesse conteúdo novo. Mas este exercício acabou resultando em uma
outra reflexão, que quero compartilhar com vocês.
A primeira constatação:
como o meu texto evoluiu! Não só em questão de estilo, mas na
precisão da escrita mesmo. É até vergonhoso verificar como as
coisas eram, a maneira como eu organizava as ideias, a forma de
colocar os argumentos, enfim... E isso que eu achava que
escrevia razoavelmente bem.
Mas o desconforto em
ver a minha escrita anos atrás não é nada se comparado à minha
evolução como pessoa. Neste item, sim, eu me senti profundamente
enojado com certas coisas que eu mesmo colocava.
Machismo disfarçado de "sou romântico"
A primeira coisa que notei foi como eu era machista! Num post vergonhoso intitulado “A mulher perfeita”, por exemplo, ao “analisar” o comportamento feminino em uma sexta à noite, eu escrevo: “Chuva e frio e cambada [olha que construção horrível] de mulher de top e minissaia. Quando não,

A
maior escrotice, além de querer ditar com qual vestimenta as meninas
podem ou não se sentir à vontade para se divertir é dizer “é
bom ver, não nego”.
Gente! Como eu podia pensar assim? Que ridículo! Que vergonhoso!
Como se as mulheres fossem alguma mercadoria exposta para que eu diga
“estão ridículas, mas é bom ver”. Como se elas estivessem se
vestindo para me agradar. Como se devessem obedecer às vontades e
desvontades dos machos de plantão. É bom mesmo que eu tenha
evoluído nesse aspecto.
Em
outro post, “Marcando posições”, destilo meu preconceito ao
afirmar, taxativamente, que funk não é música. E no mesmo post, em
certo “argumento”, faço mais uma colocação nojenta e machista,
que não vem ao caso (tem algo a ver com “pegar” mulher).
Enfim,
os exemplos são inúmeros. E a partir daí comecei a notar o quanto
eu precisei exercitar a desconstrução para ser uma pessoa mais
crítica e com um pouco mais de senso de justiça. Não vou dizer que
hoje sou um ser perfeito, que alcancei o nirvana e sou dotado de todo
o conhecimento do mundo. Não! Até porque, daqui a alguns anos, vou
reler outros posts do blog e ver o quanto eu fui ridículo em novas
situações.
Mas
o fato é que percebi o quanto eu era preconceituoso, machista e
homofóbico. Talvez ainda o seja, mas em outra medida. A diferença é
que hoje me policio e sei, na maior parte das vezes, quando estou
falando uma bobagem. E ainda que não tenha expressado claramente
nenhuma posição homofóbica em algum texto do blog, lembro como eu
me comportava na escola, como eu ria e fazia os outros rirem com
“piadas” sobre alguns colegas de turma, professores e professoras
que, na visão da maioria, tinham algum trejeito homossexual (como se
isso significasse alguma coisa ou como se isso fosse motivo de riso).
Uma forma de agir na rede e outra na vida
E
aqui vale um adendo bem importante: eu nunca fui popular. Eu nunca
fui o fodão da escola. Eu nunca me considerei uma pessoa de direita,
mas aqui me comportava como tal. E o mais importante: este
ser que escrevia essas coisas não era eu.
Não tinha nada a ver com a forma como eu vivia, falava, me
comportava. Eu não era pegador, eu não era dado a cantadas, eu não
era o padrão de homem macho-alfa. Ao contrário: tive ótimos
professores, colegas sensacionais que foram muito importantes para
que eu construísse minha visão de mundo. Ainda assim, aqui nos
textos, e em alguns pensamentos e atitudes não expressas, eu
exercitava todas essas coisas ruins, características tão
divergentes daquelas pelas quais eu era conhecido: o garoto
estudioso, tímido, artista e religioso da escola e do bairro.
Isso
me fez ver o quanto a minha trajetória explica esse momento de tanto
ódio e falta de reflexão que vivemos na sociedade. Percebam: eu não
me considerava alguém intolerante. No dia a dia não era alguém
raivoso ou violento, não tinha nenhuma característica de alguém
desrespeitoso ou preconceituoso, mas no meu íntimo e, especialmente,
na rede (aqui no blog), externava toda essa prodridão que existia
dentro de mim. E isso que sempre fui um rapaz da igreja, católico
praticante e fervoroso (outra característica que pode ser notada na
história do blog).
Como a igreja e a TV podem influenciar para o mal
Mas, afinal, o que me influenciava a ser desse jeito? Primeiramente, e inegavelmente, a igreja. Não é um achismo! É uma constatação ao observar a minha vida, a minha experiência. Justamente por eu estar tão imerso nessa realidade, tão envolvido no discurso religioso fundamentalista, que eu condenava taxativamente, sem poréns ou cuidados com as palavras, o comportamento feminino.
Lembro que em grupos de jovens e, de forma mais marcante, em um fim de semana na TV Canção Nova, onde participei de um retiro que eles denominam PHN (Por Hoje Não), o cantor Dunga comparava mulheres que se vestem mais à vontade a pedaços de carne velha expostos em um açougue. Eu cultivei comigo esse pensamento por anos. Num DVD da banda Anjos de Resgate, eles
Lamentavelmente,
vejo muitas pessoas agirem como eu agia, pensarem como eu pensava,
motivados por esse tipo de influência.
E
quem colocava mais lenha na fogueira era a TV. O Luiz Carlos Prates,
aquele mesmo que defende administração militar nas escolas
públicas, os presidentes da época da ditadura, e que disse que
pobres não podem ter carros porque não sabem ler, era meu ídolo. O
personagem que ele vivia no Jornal do Almoço, da RBS TV (afiliada da
Rede Globo em SC), era uma inspiração para aquele garoto que
sonhava em ser jornalista. Para mim, ele falava as mais profundas
verdades, era sincero, não tinha meias palavras, enfim, era um
exemplo. Por outro lado, pelo fato de a igreja criticar muito a
“libertinagem” da TV, eu, no mesmo momento que a tinha como
escola, também me considerava o supercrítico, e assim pensava que
estava causando ao pensar e expressar certas coisas.
Eu
não vou linkar aqui os textos que mencionei porque eles não
representam o que eu penso hoje em dia e também não acho que valha
a pena perder tempo com eles. São medíocres. Por outro lado, não
vou excluí-los do blog, porque eles demonstram a minha evolução
enquanto pessoa e cidadão, e pelo menos serviram para eu ser mais
crítico comigo mesmo antes de criticar o mundo.
A raiz do ódio nosso de cada dia
Diante
disso tudo, percebo no Brasil atual um comportamento muito parecido
com aquele que sempre tive: pessoas que se consideram críticas, mas
que os pensamentos são resultado de uma combinação perigosa: o
pior das religiões, misturado com a artificialidade do fazer pensar
da TV, mais um sentimento de pessoa justa e honesta, que o coloca
acima de qualquer questionamento, especialmente o próprio.
Isso
não quer dizer que a TV deva ser banida da vida de qualquer pessoa.
Só é urgente que ela não seja a única forma de entretenimento e
informação. Também não quer dizer que alguém não possa ter uma
religião, mas ela não pode ser considerada inquestionável. E
sempre vale lembrar que acreditar em Deus e viver os bons
ensinamentos bíblicos, por exemplo, como o amor e o respeito, é
diferente de viver cegado por qualquer dogma.
Espero
que eu possa melhorar cada dia mais, para que eu não seja mais um a
perpetuar o machismo, a intolerância e o preconceito. E espero,
ainda mais, que mais pessoas possam olhar para o seu passado, seus
pensamentos e suas posições e repensem suas atitudes à luz da
necessidade de uma sociedade mais humana e justa.
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domingo, 25 de janeiro de 2015
Brasil: séculos de atraso. E a culpa, sinto dizer, não é do PT
Primeiramente
é preciso deixar claro que eu não sou filiado a partido algum. Eu
tenho uma ideologia humanista, o que me coloca numa posição
política mais à esquerda – e só isso já bastaria para não ser
classificado como petista (ou petralha, como queiram), afinal, ao
contrário do que muitos querem crer, há anos o PT abandonou as
históricas bandeiras de esquerda. Mas nem mesmo dentre os partidos
verdadeiramente de esquerda eu não me filio, pois não sinto
segurança para tal. Dito isso, prosseguimos.
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Fiz
questão de deixar isso claro para que este não seja interpretado
como um texto de apologia ou defesa ao PT, Lula ou Dilma. É apenas
uma reflexão sobre o Brasil, nossa história e as contradições no
discurso daqueles que acreditam que o atraso que o nosso país sofre
com relação a outras nações é culpa desse governo que está aí.
A
história do Brasil já começou mal. A cultura indígena que existia
aqui foi esmagada pelo imperialismo português que, não contente
apenas em “catequisar” os índios e tomar as terras destes,
carregaram para a Europa muitas das nossas riquezas, como as madeiras
do pau-brasil, riquíssimas para colorir tecidos, e os minérios.
Quando a
coisa apertou por lá, a família Real veio todinha para cá, não
sem provocar mais estragos. O Brasil nunca foi uma terra palco de
projetos de desenvolvimento em prol das pessoas que aqui moravam.
Éramos apenas curral de enriquecimento alheio, morada de índios
renegados, escravos importados e, mais tarde, de imigrantes
desafortunados, praticamente expulsos de uma Europa falida e em
crise, que tiveram que enfrentar as jornadas desumanas nas grandes
lavouras de café ou as terras atoladas dos mangues do sul.
Hoje
vivemos o mais longo período democrático da história. Antes disso,
em mais de cinco séculos de existência, sofremos com exploração
atrás de exploração, golpe atrás de golpe, falcatrua atrás de
falcatrua. E, convenhamos, nada disso é culpa do PT.
Hoje,
claro, pagamos caro – literalmente – pelo país que construíram
para nós. Pagamos caro por causa de uma corrupção enraizada no
poder que é tão histórica quanto o descaso que o Brasil sofreu por
aqueles responsáveis por torná-lo uma nação. Sempre sofremos com
corrupção, sempre tivemos que pagar mais caro pelas coisas, sempre
as tecnologias chegaram aqui com defasagem de tempo. Sempre estivemos
à mercê de grupos religiosos ditando nosso modo de vida.
Isso é
ruim? Sim, é péssimo. Mas por outro lado faz parte da construção
de uma nação rica e próspera. O que precisamos é investir, acima
de tudo, em educação e mudar essa cultura de reclamantes do
Facebook e porta vozes do achismo para compreendermos mais a nossa
história e a nossa sociedade. Porque se não for assim, nunca
evoluiremos.
A
educação é necessária, primeiramente, para desmistificarmos mitos
enraizados no nosso cotidiano. Um deles é que os Estados Unidos são
modelo. Não são. Os norte-americanos só conseguem ser modelo de um
capitalismo selvagem, excludente e, diferentemente do que costumamos
ver na mídia e no cinema, sofrem com a pobreza, com a violência e
com o descaso na saúde, por exemplo. Afinal, lá não existe
tratamento de saúde de graça.
Outro
mito é o exemplo Europeu. Ok, talvez isso não seja exatamente um
mito porque, realmente, em muitos países da Europa a qualidade de
vida é ótima, as cidades são humanizadas e a educação é
invejável. Mas a que custo eles chegaram nesse patamar? O continente
europeu é milenar. Eles também tiveram de passar por ditaduras,
guerras, doenças, crises, fome, escravidão, revoluções, mortes –
e tudo isso mais de uma vez – para então chegarem ao nível de
civilidade que muitos têm. E na civilidade e na educação que
nascem as cidades mais bonitas, as pessoas mais saudáveis e a vida
mais tranquila, embora isso não seja regra.
Do
oriente, então, nem se fala. Pelo que consta eles são alguns dos
povos até mais antigos que os próprios Europeus.
Mas,
voltando à Europa, é importante lembrar que a riqueza deles não
foi/é consequência apenas do sangue, suor e lágrimas dos seus
conterrâneos, não. Até hoje a África, o Oriente Médio e a
América Latina – incluindo nós brasileiros – pagamos pela
ganância e pela exploração europeia.
A questão
não é culpar o Velho Continente pelas nossas mazelas. Nós
poderíamos muito bem dar a volta por cima, como fizeram os coreanos.
O objetivo de trazer essas questões à tona é encararmos a
realidade: somos frutos da exploração, carregamos na nossa veia o
sangue de corruptos e exploradores e não queremos – ao menos não
deveríamos querer – explorar outros povos para garantir nossas
riquezas.
Se não
quisermos pagar caro pela nossa evolução, como a Europa teve de
fazer, teremos que aprender. E novamente menciono a importância da
educação. E a partir daí, dando a devida atenção a este item,
poderemos evoluir. Mas isso leva tempo e temos exemplos no mundo todo
disso, dessa demora pelos resultados.
Portanto,
não é correto, justo, nem honesto culpar o PT pelo atraso do
Brasil. O atraso que vivemos é fruto da história. E muitos dos que
estarão lendo esse texto podem não saber, mas cultivam em si um
pensamento retrógrado que em nada contribui para a nossa evolução.
Exemplo
disso é a nossa ainda predileção pelos veículos individuais, pela
construção de estradas cada vez maiores roubando o espaço que
deveria ser dado a transportes alternativos, como a bicicleta o os
coletivos. É a nossa preguiça em ler e adquirir conhecimento, e
preferir formar opiniões com base no achismo e nas mídias
tradicionais. É o nosso apego a pensamentos ultrapassados e
retrógrados, especialmente os que defendem o núcleo familiar
tradicional que inexiste, já foi realidade há anos e hoje não
representa o nosso modo de vida.
O
machismo não nos deixa evoluir, a implicância com movimentos
sociais, a adoração à meritocracia, o desejo pela vingança e pela
pena de morte, a mercantilização da educação e da saúde, o
desrespeito com a natureza, enfim. Enquanto não formos mais humanos,
enquanto não pararmos de achar que o dinheiro é o centro de tudo e
enquanto não atualizarmos nosso pensamento e não colocarmos as
nossas necessidades dentro de uma visão atenta à nossa realidade
contemporânea, não evoluiremos.
E a culpa
disso não é do PT. É, sim, de cada um de nós.
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domingo, 30 de novembro de 2014
Um adeus sob lágrimas ao eterno Chaves
Por causa dessa vida
corrida e cruel só soube da morte de Roberto Bolaños, o eterno
Chaves, no sábado, dia 29. Fiquei sentido, afinal, o ator foi o
responsável por alguns dos grandes momentos da minha infância e me
acompanha até hoje, diariamente, na minha vida.
Mas foi somente neste
domingo, 30, que a ficha caiu. Ao ver um vídeo produzido pelo SBT
homenageando o ator e contando um pouco da trajetória dele, chorei.
Mas chorei muito. Copiosamente. Solucei, abracei a minha mãe e
chorei mais. Nunca, em toda a minha vida (graças a Deus), eu fiquei
tão triste com a morte de alguém.
Cheguei a questionar à
minha mãe: “Por que a gente chora por alguém que nem conhece?”.
E ela respondeu: “Porque somos humanos. Somos sensíveis.”
Mas não era só por
isso.
(Devo confessar para
vocês que comecei, neste momento, a chorar de novo. Vai ser difícil
escrever esse texto, mas vamos lá).
Chaves representa tudo
o que há de mais importante na minha infância. Já contei em outras ocasiões aqui que eu nunca fui menino da rua. Minha diversão era
ficar em frente à TV. Nem podia fazer algo diferente. E nessa
realidade, Bolaños sempre foi uma das minhas companhias prediletas.
Cada situação, cada
“pegação no pé” entre as crianças da Vila retratavam
exatamente aquilo que acontecia na escola. Um coleguinha querendo
tirar sarro do outro, alguém sempre tentando levar vantagem, outra
pessoa que era a encarnação de alguma crença/lenda – tal qual a
Bruxa do 71 – enfim... O que acontecia na Vila era mais ou menos o
que eu vivia diariamente. No fim das contas, tudo terminava em
brincadeira. Tudo era uma brincadeira. Com muita inocência,
muitos sorrisos, muita diversão, muita inocência.
Ao chegar em casa,
embora muitos dos meus colegas de classe já preferissem “Malhação”,
eu ainda fugia da série da Globo. Junto ao meu café da tarde,
normalmente pão fatiado com doce de leite, ainda vestindo uniforme
da escola, estava Chaves. Depois Chapolin. Só fui conhecer
“Malhação” depois que o SBT mudou o horário do seriado
mexicano.
Cresci rindo das
idiotices do Quico, das trapalhadas do Chaves e com a bondade
maliciosa do Sr. Madruga. Me afino até hoje com os episódios do
choque (Curto Circuito), em Acapulco e com um outro em que o Quico
questiona a insistência do Professor Girafales de só presentear
Dona Florinda com flores, enquanto essa sempre oferece apenas café
ao namorado: tudo fruto da criatividade e do humor simples e familiar
criado por Bolaños.
Por favor, poupem-me de
acusações de machismo ou homofobia dos textos dele. Apenas parem de
dar um tom político a uma série que nunca teve tal pretensão
(embora nos fizesse ter nós na garganta com questões sobre a
pobreza e a fome). Também não me façam crer ainda mais na chatice
do mundo dizendo que temos que valorizar mais as coisas daqui. Sabem
por quê? Porque o que eu mais valorizo de verdade, e o que mais
importa para mim, é aquilo que está no meu coração.
O Chespirito, o Chaves,
o Chapolin me fizeram dar sorrisos sinceros. Me trouxeram a companhia
em momentos de solidão, foram meus amigos de brincadeira e
sentaram-se comigo à mesa do café (na verdade, sentam até hoje).
Esses são sentimentos tão sinceros quanto as lágrimas que derramei
neste domingo.
Lembram do meu texto sobre a Hebe Camargo em que eu falava que um pouco da televisão
brasileira havia morrido com ela? Então... a morte de Bolaños me
fez ver uma dura realidade: aos poucos a minha infância – que
existe em mim até hoje – também está morrendo. Pelo menos eu
tenho as memórias felizes e esperançosas que me fazem, dia após
dia, ser um adulto melhor.
Vá em paz, Roberto
Bolaños. Porque desde que nasceu, você sempre trouxe mais paz e
alegria para a nossa alma. E isso nunca poderá ser mudado.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Os lançamentos de Katy, Gaga e Britney
Vou falar dos novos (e mais recentes) lançamentos de três
das maiores cantoras pop da atualidade: Katy Perry com Roar, Lady Gaga com
Applause e Britney Spears com Work Bitch. Em comum, está o desejo das três em
não arriscar; não fazer mudanças bruscas nas suas devidas sonoridades.
Especialmente Katy Perry e Britney Spears.
Ainda que essa reflexão tenha começado dessa forma, este não
é um texto comparativo. É, quem sabe, uma espécie de “balanço”. Não tenho o
objetivo de colocar no mesmo patamar, nem depreciar ninguém. Também não sou
especialista: tudo é apenas a minha humilde opinião de alguém que gosta e
acompanha o trabalho dessas três grandes vozes do pop internacional.
Katy Perry - Roar
Katy foi a primeira a lançar o single do seu novo álbum,
Prism, e retornou com uma música fácil, de refrão contagiante e,
posteriormente, um clipe engraçadinho e lúdico. Essas coisas soam familiares?
Exatamente, lembram muito o antecessor Teenage Dream.
O que causou contrariedade em muita gente é que, nos teasers
de divulgação de Roar, a nova música – e principalmente o novo álbum – eram
caracterizados como trabalhos completamente díspares do mostrado no último
trabalho de Katy. A peruca azul foi queimada, os doces enterrados e, ao final
de tudo isso, surge um single totalmente “aplicável” a Teenage Dream.
Também teve toda a confusão quanto a um possível plágio de
Brave, ótima canção de Sara Bairelles. Uma suposição completamente tosca por
vários motivos: a não ser pelo teclado demarcando o tempo nas estrofes de ambas
as músicas, elas em nada se parecem. Brave, aliás, foi lançada em abril: quatro
meses depois da finalização de Roar, segundo os produtores de Katy e a própria
cantora. Sara, aliás, também achou a comparação absurda numa das entrevistas
concedidas por ela em que o assunto surgiu na pauta.
Enfim, Roar pode até não ser tão diferente do que ouvimos em
Teenage Dream, como as pessoas esperavam. Mas é uma ótima canção, contagiante,
marcante, com vocais excelentes e uma produção magnífica.
Lady Gaga – Applause
Gaga anunciou o seu retorno de uma forma bem... Gaga. Bom...
segundo prometido pela cantora, a lua entraria em eclipse solar, todos os
vulcões do planeta entrariam em erupção ao mesmo tempo e os extraterrestres se
revelariam. Ok, exagero. Mas, enfim, ela prometeu aquela revolução da música,
que seria uma explosão de sei-lá-o-quê e... bem, a gente sabe e já previa, nada
disso aconteceu.
Applause é uma música boa, criativa e, ao contrário do que
dizem os haters, não é uma súplica de Gaga por atenção e aplausos. Eu achei, na
verdade, uma canção que demonstra justamente aquilo que qualquer pessoa que
trabalha com arte quer. É o combustível motivador para cantores, atores, musicistas, bailarinos, enfim... Quem trabalha com arte,
cultura, vive de aplauso. Neste sentido eu acho a letra até uma representante
da classe. Achei digna.
A batida também é excelente. O pop de Lady Gaga fica cada
vez mais refinado. Embora as músicas do The Fame, com um ponto alto em The Fame
Monster, tivessem sido mais “tragáveis” ao grande público, elas eram, também,
mais “farofas”. Em Born This Way, a Mother Monster já trouxe canções mais bem
produzidas e com arranjos e vocais mais complexos. E Applause é uma
demonstração de que a musicalidade de Gaga está evoluindo sempre mais, apesar
de suas extravagâncias.
Britney Spears – Work
Bitch
Britney se revelou, em seu retorno, mais marqueteira do que
foi em Femme Fatale. Colocou uma contagem regressiva em seu site, disparou
sutis declarações nas redes sociais, liberou os comentários dos produtores e
compositores que estão trabalhando no novo álbum e, claro, contou com a ajuda
dos paparazzi documentando todos os seus passos.
Um dia antes da estreia oficial, eis que vaza Work Bitch. E
o que era pra ser uma música com nova sonoridade, uma letra mais consistente
que não ficasse falando só de paparazzi e pista de dança – coisas prometidas
pelos seus produtores – se mostrou exatamente isso: um vazio na letra e no
ritmo.
Na balada ela vai funcionar. Os aficionados por música
eletrônica – aqueles para os quais letra e voz são apenas artigos de luxo numa
canção – também vão se acabar. Mas para qualquer pessoa que seja um pouco mais
crítica e menos paga pau de Britney Spears, ficou a decepção. A música é o
Will.I.Am – principal produtor do álbum – cuspido e escarrado. Britney não
canta: fala. E não há nada de novo. Mesmo no gélido e impessoal Femme Fatale, a
princesa do pop trouxe elementos novos para a sua música logo de cara, com o
dubstep em Hold It Against Me.
De repente, o pior dessa história com a Britney Spears seja
a expectativa criada em torno de um novo trabalho dela. Ainda tenho a esperança
que as outras músicas do álbum sejam mais maduras. O que imagino é que Britney tenha ficado com medo de errar, de não conseguir boas colocações em meio a tantos
lançamentos de gente de peso. Aproveitou o sucesso estrondoso da péssima Scream
& Shout para garantir-se no topo dos charts e lançou uma farofa autotunada
para garantir seu espaço.
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