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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre filmes dublados e a decadência da experiência cinematográfica no Brasil

Se aceitarmos a afirmação de que a vida é uma montanha-russa, a existência do planeta, pelo menos em termos artísticos, está em queda-livre. E essa discussão gera reflexos em diversos setores da sociedade, não somente no que diz respeito ao assunto-tema deste post.
Estamos percebendo um aumento desrespeitoso de cópias dubladas dos filmes em nossas salas de cinema. Isto é apenas mais um indício de como o cinema está se voltando, cada vez mais, a uma mera atividade de lazer. Ou seja, para grande maioria da população, ir ao cinema está se tornando tão profundo e intelectualmente instigante como jogar peca. E a indústria do cinema, cega, não percebe que isso pode levar à derrocada desta arte no Brasil.

Eu não critico a Indústria Cultural e, especificamente, a Indústria do Cinema. Entre tantas coisas que são feitas nesta área, existem muitas porcarias; mas existem, também, grandes produtos (sim, produtos) que nos levam à reflexões interessantes a respeito da sociedade e do comportamento humano, além de nos levar a vivenciar experiências artísticas fascinantes. Esta Indústria, aliás, é que tornou possível, inclusive, o cinema não-comercial, chamado "cinema-arte". E também ela que escreveu a história da Sétima Arte. Portanto, não está - somente - no fato de, a priori, ser uma indústria, a culpa por o que está ocorrendo com a vivência cinematográfica.

É um tiro no próprio pé. As distribuidoras brasileiras estão dublando os filmes para "atarir mais público". E é incrível como tais empresas são tão seletas, taxativas e radicais nas suas decisões, se mostram tão duronas e exigentes a respeito das estratégias comerciais, de distribuição e afins e soem tão ridículas na hora de tomar tais atitudes. Acontece que este público não é o que está semanalmente no cinema, nem o que vai comprar o DVD e, se não comprar, vai à locadora alugar. O público que está sendo atraído para o cinema por conta dos filmes dublados é aquele que só vai à sala escura quando tem um filme comercialmene alucinante, que todos estão vendo, virou modinha e não quer ser o único a não assistir. Além, é claro, de quase sempre, ser um filme repleto de explosões ou contar, no elenco, com algum artista popularmente conhecido por alguma historinha boba. (Digo isso porque este público não está nem aí pra Meryl Streep, por exemplo, mas sim para Kristen Stewart).
Estas pessoas, se gostarem do filme, vão baixá-lo da internet, ou comprá-lo pirata. Quando não, podem até gravá-lo no cinema e distribuir para os amigos. E é para essa gente, que não está nem aí para todos os aspectos psicológicos, antropológicos e artísticos do cinema, que as distribuidoras brasileiras estão se voltando.


Em "Enrolados", da Disney, Luciano Hulk dublou o Príncipe.
Além de a dublagem, por si só, já ser horrível, a distribuidora
nem se deu ao trabalho de contratar um dublador profissional

Eu não digo que não deva existir a opção de filmes dublados. Minha mãe, por exemplo, tem dificuldades de acompanhar a legenda. Mas ela está no grupo de pessoas que já citei: não está nem aí para as questões artísticas da Sétima Arte. Ela raramente se interessa por um filme e, quando se interessa, pouco tem a ver com as questões artísticas, baseadas em construção de personagens e roteiro de um longa-metragem.
Mas existe gente que não tem dificuldade nenhuma de acompanhar a legenda, a não ser pela preguiça. E é esta preguiça que faz com que a pessoa pouco esteja se importando com o trabalho de quem esteve envolvido naquele projeto para torná-lo uma experiência interessante.
Assim, o trabalho dos sonoplastas, editores de som, dos fonoaudiólogos que auxiliam os bons atores a trabalharem sua voz em prol da construção dos personagens, fica esquecido por causa da preguiça de muitos, e as distribuidoras brasileiras não estão nem aí para este trabalho técnico e artístico. Dão de ombros à dedicação e atenção de centenas de profissionais para atender aos caprichos de uma maioria preguiçosa.
Aliás, como bem lembrou o crítico Pablo Villaça, de quem tenho grande admiração e já discorreu diversas vezes sobre este assunto, o aspecto sonoro dos filmes é tão importante que até existe uma premiação específica para isso no Oscar.

Daí entram as consequências sociais desta prática que mencionei lá no início do texto: no mesmo instante que identificamos que a solução para nosso crescimento enquanto seres humanos reside no esforço, na educação, no senso crítico e na sensibilização pela arte, somos empurrados para as salas de cinema sem ter que praticar nada disso: não precisamos ler, nem compreender outras culturas (afinal, no idioma original não são usados expressões, nem gírias brasileiras) e somos dispensados do senso crítico, já que grande parte do trabalho original não poderá ser conferido porque ele foi deletado junto com o áudio original. Deste modo, vivenciamos uma inversão de valores. Aqueles que querem silêncio no cinema são tidos como vilões, e os que conversam são as vítimas daqueles que preferem o silêncio. Sim, eu tive a horrível experiência de passar por uma situação dessa.

Por fim, é de suma importância que compreendamos os aspectos técnicos inerentes ao filme no idioma original. Creio que não é preciso que eu repita, visto que existem textos brilhantes na internet com tal discussão. Recomendo este em especial e creio que seja extremamente necessário a leitura dele para que esta discussão fique completa.
Pra encerrar, deixo aqui uma frase de Pablo Villaça, do texto que linquei:
"Aceitar a dublagem [...] é dizer que não há problema em se alterar as cores de Lição de Anatomia, de Rembrandt, ou de O Grito, de Munch, desde que os 'desenhos' sejam mantidos na íntegra. Ora, nenhuma forma de arte seria submetida a uma deturpação destas - e perceber que algo assim é visto com naturalidade no Cinema é uma prova inconteste da persistente falta de prestígio e respeito que a Sétima Arte enfrenta desde seus primórdios"
Ora... aqui está a questão-chave desta discussão: e quem, dentre os amantes da dublagem, está preocupado com arte?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O retorno do Titanic

Ontem falamos de titãs por aqui. Hoje falaremos de outro. Trata-se do malfadado Titanic. O navio-personagem do maior desastre marítimo de todos os tempos. Foram mais de 1.500 mortes (cerca de 68,2% dos passageiros). Além do absurdo número de mortos, é espantoso como os números revelam a desigualdade social mesmo nos momentos em que isso deveria ser menos importante que a vida. 75,5% dos passageiros da Terceira Classe morreram no desastre. Enquanto isso, apenas 39,5% da Primeira Classe foram vítimas do acidente.
Tido como "inafundável", cuja força "nem Deus poderia fazer naufragar", o gigante de 256 metros de comprimento, era contraditório até em aspectos superficiais: levava o nome de demônios, mas quis aparecer com a mesma majestade, força e poder dos deuses da mitologia grega.
Luxuoso ao extremo, foi a única promessa que conseguiu cumprir. Afundou na viagem inaugural, não contava com todos os equipamentos de segurança necessários para avistar um iceberg (os vigias não dispunham de binóculos) e viajava à toda força em uma região que já havia sido identificada como repleta de montanhas de gelo.
Na terça-feira, relembramos o centenário da saída de Southampton, na Inglaterra. E no sábado, dia 14, o mundo relembra os 100 anos do naufrágio.

Atentos ao poder de marketing que um acontecimento destes pode render, e à arma poderosa que a Fox tem nas mãos, o longa-metragem "Titanic", de James Cameron, será relançado nos cinemas em 3D. Independente da qualidade da conversão para esta tecnologia, a experiência de reviver o Titanic na tela grande é ímpar.
Diferente do navio, o filme prometia ser um desastre e se revelou um marco. Até há pouco permanecia incólume como a maior bilheteria de todos os tempos. Foi superado apenas por "Avatar", do mesmo diretor, mas, ainda assim, sobreviveu a febres recentes e ao 3D massivo das atuais produções e permanece na segunda colocação. Faturou 11 estatuetas do Oscar, e se colocou entre os filmes mais premiados da história da Academia, igualando-se a "Ben-Hur" e só sendo alcançado em 2003, com "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei".
Apesar disso, estourou o orçamento em sua produção. A Fox liberou 135 milhões de dólares para a realização do projeto. Insuficiente devido à tamanha exigência e detalhismo de Cameron, a Paramount teve que entrar como investidora e distribuir o filme nos EUA. Assim, injetou mais 65 milhões para que tudo fosse concluído.
Finanças resolvidas, era hora do diretor brigar com a produtora, que exigia um filme mais curto, para render mais sessões. Irredutível, Cameron concluiu a produção com 3 horas e 15 minutos e não abria a mão disso. Neste ponto, acertou. O longa faturou 1,85 bilhão de dólares mundialmente, mesmo com menos sessões.
Sorte da produção ser teimosa em relação à música-tema. Cameron não queria que o filme tivesse um tema, mas "My Heart Will Go On", interpretada por Celine Dion, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, além de dezenas de outros prêmios, alavancou a venda da Trilha Sonora do filme e funciona até hoje como um carimbo para esta grande produção.

Se tudo isso não é um bom motivo para você voltar ao cinema e rever "Titanic", então nenhum filme atual está à altura das suas exigências.
Um marco. Fascinante. Vívido!

Em Joinville, o GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping exibe "Titanic 3D" numa pré-estreia hoje (sexta) e amanhã (sábado), às 21h45. A partir de sexta-feira que vem, o filme entra no circuito com mais sessões.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você precisa VER: Mostra do Oscar 2012

Verão acabando, temperaturas diminuindo e ir à praia no fim de semana se torna, cada vez mais, um programa não tão legal para os joinvilenses, certo? Ok, faz sentido. Mas isso não é motivo pra ficar se lamentando em casa!
O GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping preparou para esta semana a "Mostra do Oscar 2012". Todos principais filmes vencedores do Oscar 2012 e já lançados no Brasil estarão em exibição nesta semana, de hoje até quinta-feira no cinema.

Confira a programação:

Hoje (sexta, 23/03):

Histórias Cruzadas

21h30: O Artista

Amanhã (sábado, 24/03):
13h30: A Invenção de Hugo Cabret 
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto

Domingo, 25/03:
13h30: Tão Forte e Tão Perto
18h40: O Artista
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Segunda, 26/03:
16h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris

O Artista
Terça, 27/03
13h30: A Invenção de Hugo Cabret
16h30: Meia Noite em Paris
21h30: Tão Forte e Tão Perto

Quarta, 28/03:
13h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Quinta, 29/03:
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto
21h30: O Artista

Preço dos ingressos:
Sexta, sábado e domingo: R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).
Terça-feira: R$ 7.
Segunda, quarta e quinta-feira: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).


Os Descendentes

Além disso, hoje estreia "Jogos Vorazes", a adaptação que está sendo lançada pela produtora como novo fenômeno mundial, tal como "Harry Potter" e "Saga Crepúsculo". Vejamos. Tomara que seja menos ruim que os vampirinhos de Meyer, né?
"Jogos Vorazes" será exibido em película na sala 1 e no formato digital (som e qualidade de imagens parecidos com 3D, mas não é 3D, pois o filme nem foi gravado neste formato) na sala 6; dublado e legendado.

Nos vemos, então, no GNC!

quarta-feira, 7 de março de 2012

"A Dama de Ferro" no Set

Nem sempre maus filmes são de todo ruins. Este aqui, por exemplo, tem coisas excelentemente boas: a atuação de Meryl Streep (como sempre) é impecável e a maquiagem foi eficientemente realizada com sucesso. Pena que este filme, que tinha tudo para ser um marcante projeto do cinema atual, tenha se estabelecido como um embaraçoso longa que não consegue se manter nem como biografia, nem como ficção, apesar dos dois - merecidos - Oscar. A crítica completa, lá no Set. Espero você!


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

E o Oscar foi para...

Ontem foi a cerimônia do Oscar e, como eu previa, eu sou melhor torcedor do que palpiteiro. Se eu tivesse seguido meu coração, teria acertado mais, como vocês verão.
No final das contas, creio que foi uma premiação bem justa e a que mais se aproximou daquilo que eu considerava coerente.
A seguir, a lista dos ganhadores (somente das categorias que eu tinha palpitado) e, por fim, meu comentário sobre a esdúxula cobertura da Globo para a cerimônia.

Melhor figurino: "O Artista". Este eu acertei e não tinha nenhum como meu favorito declarado. Além de recriar uma indumentária de época, se não fosse bem feito, ele não ganharia nenhum destaque numa película preto-e-branco. Da mesma forma, um trabalho mal feito estragaria totalmente o filme, destoando a ideia de "época" se, porventura, as roupas estivessem mal desenhadas.

Melhor fotografia: "A Invenção de Hugo Cabret". Este eu errei. Apostei em "Cavalo de Guerra" por achar que Spielberg não sairia dessa sem um Oscar para algum dos seus dois filmes concorrentes. Além disso, Spielberg é hábil em dirigir filmes de guerra e coordenar uma bela fotografia para contar a sua história. Fico feliz que "Hugo" tenha ganhado, porém. Minha torcida estava concentrada no filme de Scorsese.

Melhor direção de arte: "A Invenção de Hugo Cabret". Aqui também errei e, mais uma vez, se tivesse palpitado de acordo com o que eu estava torcendo, teria acertado. A direção de arte em "Hugo" é impecável. Porém, apostei em "O Artista" pelos mesmos motivos que me fizeram apostar no filme francês na categoria "figurino".

Maquiagem: "A Dama de Ferro". Acertei duas vezes. Tanto no palpite, quanto na torcida. Apesar de fraco, é inegável que a maquiagem feita em Meryl Streep para transformá-la na Margareth Tatcher mais velha foi incrível. Oscar merecido!

Canção Original: "Man or Muppet", de "Os Muppets". Errei. Mas a própria Academia, aparentemente, não estava muito contente com as opções para melhor canção este ano. Dos dois indicados, na minha opinião, "Real in Rio", do filme "Rio", era superior. Não levou. Ainda assim, mesmo que o Brasil faturasse essa, não seria motivo de dar pulos de alegria. Se pudesse, creio que a Academia teria cancelado essa categoria, pois foi visível a má vontade de escolher os indicados. 

Trilha sonora: Ludovic Bource, por "O Artista". Essa eu errei duas vezes. Sem pensar, palpitei em John Williams, por "As Aventuras de Tintim". No coração, a torcida por Howard Shore pela composição bela de "Hugo". Mas "O Artista" mereceu. Em um filme mudo, um dos protagonistas, certamente, é a música. E, bem feita, encanta.

Roteiro original: "Meia-noite em Paris", de Woody Allen. Merecido e era o filme pelo qual minha torcida estava concentrada. Mas apostei em "O Artista" por considerá-lo ousado. Mesmo não tendo levado o prêmio pelo roteiro, o filme francês teve um reconhecimento justo e ainda maior pela ousadia. Allen, claro, não estava na premiação. Mas tem todos os méritos pelo seu mais recente filme, divertido e apaixonado.

Roteiro adaptado: "Os Descendentes". Este filme não deveria ter levado nenhum. Mas eu pensei que seria meio impossível Alexandre Payne sair de mãos abanando quando seu filme tinha recebido tanto reconhecimento mundo afora. Por isso apostei neste. Mas a torcida estava em "Hugo".

Efeitos visuais: "A Invenção de Hugo Cabret". Efeitos lindíssimos e um 3D de primeira são duas das coisas que mais chamam a atenção no mais recente filme de Scorsese. Ainda assim, imaginei que a Weta, responsável pelos premiadíssimos e elogiadíssimos "Avatar", "Distrito 9", "O Senhor dos Anéis", seria a favorita por conta do trabalho realizado em "Planeta dos Macacos - A Origem". Isso é um sinal de que o Oscar para efeitos especiais em "O Hobbit" pode não estar tão garantido assim. Aqui minha torcida não era tão forte, mas, no fundo, queria que "Hugo" faturasse esta.

Mixagem de som: "A Invenção de Hugo Cabret". Nesta altura, meus palpites, erroneamente (isso deveria ter acontecimento enquanto eu palpitava sobre as primeiras categorias), começaram a se confundir com a minha torcida. Achando que eu estava errado em torcer para Scorsese, joguei as cartas em "Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres". Não deu outra: errei de novo.

Edição de som: "A Invenção de Hugo Cabret". Apesar das considerações anteriores, eu não poderia acreditar que a Academia não valorizasse a singeleza e o brilhantismo da edição de som em "Hugo". Apostei no que torcia e acertei. Deveria ter feito isso mais vezes.

Edição: "Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres". De fato, um trabalho muito bem feito e essencial para que este longo filme de David Fincher pudesse ter a fluência que teve, apesar de longo e complexo. Aqui, torci e palpitei em "A Invenção de Hugo Cabret". Errei de novo.

Melhor animação: "Rango". Acertei e concentrei aqui as minhas torcidas. Merecido. Vamos ver se a Pixar, sempre tão excelente, acorda.

Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer, por "Histórias Cruzadas". Torci e palpitei para Spencer. Merecia. O filme tinha que levar um estatueta e ela era a pessoa mais adequada para representar o merecimento de "Histórias Cruzadas". Das cinco indicações, porém, o filme era digno de levar, no máximo, duas. Faturou uma. Está bom.
Ator Coadjuvante: Christopher Plummer, por "Toda Forma de Amor". Favorito, levou e foi aplaudido de pé. Eu chutei longe em Jonah Hill, por "O Homem Que Mudou o Jogo". Errei feio.

Melhor atriz: Meryl Streep, por "A Dama de Ferro". Este foi o Oscar que eu mais fiquei feliz quando foi entregue ao premiado, neste caso, premiada. A veterana Streep merecia: recordista em indicações, há anos não levava o prêmio para casa e somente a sua atuação é reponsável por "A Dama de Ferro" ser um filme assistível. Impecável como sempre, Streep brilhou no palco na hora do discurso e continua encantando na tela grande com sua esplendorosa atuação no longa sobre a ex-primeira-ministra britânica. Apostei em Michelle Williams, por "Sete Dias com Merilyn", por acreditar que Streep não levaria por ser frequente demais, como já tinha dito no último post.

Melhor ator: Jean Dujardin por "O Artista". Apostei em George Clooney, por "Os Descendentes" pelo mesmo motivo que palpitei neste filme para roteiro adaptado. Fiquei contente por, desta vez, o medíocre filme de Alexandre Payne não ter levado a estatueta.

Melhor diretor: Michel Hazanavicius por "O Artista". A noite era do filme francês. E neste momento, ficou claro que ele levaria, também, o prêmio máximo. Mas eu acreditei que Martin Scorsese, por "A Invenção de Hugo Cabret", levaria este, e, por consequência, o prêmio de melhor filme por conta do "bairrismo" da Academia. Mas, no fundo, eu sabia que a noite seria preto-e-branca. Este conflito interno me deixou sem favorito. Fechei os olhos e apostei. Errado.

Melhor filme: "O Artista". Bom... Eu já disse tudo o que precisava ao escrever sobre o prêmio de diretor. Os palpites foram, em ambas as categorias, pelo mesmo motivo. Quando disse que pensei em "O Artista" para o prêmio de roteiro original por ser ousado, fiz uma referência a ele ganhar esse reconhecimento de um modo ainda mais significativo. Está aqui. "O Artista" é o Melhor Filme de 2011. Mereceu. Pra mim, porém, "A Invenção de Hugo Cabret" é candidato forte para o Prêmio Set Sétima 2012.

Demais premiações:

Curta-Metragem: "The Shore".

Animação em Curta-Metragem: "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore".

Documentário: "Undefeated".

Documentário em Curta-Metragem: "Saving Face"

Melhor filme estrangeiro: "A Separação" - Irã

Quanto à transmissão da Globo, não preciso nem me estender. Wilker quer dar uma de sociólogo cinematográfico e a querida apresentadora ao lado dele não entende nada de cinema.
Globo, ninguém quer ouvir comentários durante a transmissão. Queremos ver a cerimônia.

No dia que a emissora carioca entender isso, eles deixam a cerimônia voltar a ser transmitida pelo SBT. Pois eles já perderam a mão há tempo tentando exibir o Oscar decentemente. Ainda não conseguiram.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

E o Oscar vai para...

Domingo acontece a cerimônia do Oscar. Eu poderia escrever um longo texto xingando a mãe do falecido Roberto Marinho por conta da Rede Globo preferir atrasar a transmissão da cerimônia pra passar o Big Brother Brasil e ainda pôr o José Wilker como comentarista. Mas vou poupar meus nervos. Não quero, tão cedo, ganhar cabelos brancos (embora vocês tenham que saber que eu tenho um ódio e um horror especial e quase incontrolável por a Globo tratar o Oscar como tapa-buraco da programação e tema-do-Mais Você-do-dia-seguinte-por-conta-dos-looks-das-celebridades).

Devidamente desabafado, explico o motivo de eu estar aqui: vou palpitar. Não, eu não vi todos os filmes e sou melhor torcedor para meus filmes prediletos (que quase nunca ganham) do que "palpiteiro". Mas me muni de informações sobre os concorrentes, li bastante, assisti ao que pude e vou listar aqui pra vocês.
Quem quiser entrar na brincadeira, pode usar os comentários.

Premiada e recordista em indicações, Meryl
Streep, acho, não ganha por ser frequente demais

Segunda-feira eu volto aqui pra comentar a premiação, os meus erros e acertos, a transmissão da Globo (eu não tenho TNT). e os looks.

Bom... lá vamos nós.

Melhor figurino: "O Artista"
Melhor fotografia: "Cavalo de Guerra"
Melhor direção de arte: "O Artista"
Maquiagem: "A Dama de Ferro"
Canção Original: "Real in Rio", do filme "Rio"
Trilha sonora: John Williams, por "As Aventuras de Tintim"
Roteiro original: "O Artista"
Roteiro adaptado: "Os Descendentes"
Efeitos visuais: "Planeta dos Macacos - A Origem"
Mixagem de som: "Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres"
Edição de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Edição: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor animação: "Rango"
Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer, por "Histórias Cruzadas
Ator Coadjuvante: Jonah Hill, por "O Homem Que Mudou o Jogo"
Melhor atriz: Michelle Williams, por "Sete Dias com Merilyn"
"A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor ator: George Clooney, por "Os Descendentes"
Melhor diretor: Martin Scorsese, por "A Invenção de Hugo Cabret"


Melhor filme: "A Invenção de Hugo Cabret"

As demais categorias (como curta, documentário, filme estrangeiro, etc.) não comentei por não ter a mínima noção.
Reforço: não são estes filmes para os quais estou torcendo. Falo dos meus prediletinhos na segunda-feira.

Vamos ver como me saio nessa.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"Histórias Cruzadas" no Set

Diferentemente do que escrevi no texto sobre este filme lá no Set Sétima, se você É racista, assista "Histórias Cruzadas".

Explico: é que um certo crítico de cinema afirmou que somente pessoas brancas não compreenderiam o racismo velado do filme. Ou seja, que o filme, na verdade, é cínico e não ajuda em nada na conscientização acerca do preconceito racial.

Aqui fica o esclarecimento: se você é racista, precisa ver este filme para levar um chacoalhão. Se você não é racista, certamente vai ficar impressionado com a beleza deste longa.
Vale a pena ver e, claro, ler a crítica lá no Set!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"Os Descendentes" no Set

No ritmo de se atualizar - cinematograficamente - antes da cerimônia do Oscar, este andarilho que vos fala rumou à sala escura conferir a nova produção de Alexandre Payne, com George Clooney: "Os Descendentes". A crítica deste quintuplamente indicado ao prêmio da Academia de Hollywood você confere no Set Sétima. Não deixe de dar uma passadinha por lá!