Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

"A 5ª Onda" no Set

A fórmula tá ficando batida, mas assim como a gente se surpreendeu positivamente com Jogos Vorazes, sempre há aquela possibilidade de achar algo bom em mais uma trama adolescente com um triângulo amoroso.

Não é o caso deste A 5ª Onda. Entenda por que lá no Set, que está de volta!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Círculo de Fogo" no Set

Depois de quase oito meses sem novas postagens, o Set Sétima volta à ativa. Dessa vez, parece, é pra valer!
E se você estava precisando de uma dica de filme para o fim de semana, fique ligado! O novo filme de Guillermo del Toro vale o ingresso e é uma clara homenagem aos filmes de monstros que são tão presentes no imaginário japonês, principalmente. Lembram de Godzilla?

Leia a crítica de "Círculo de Fogo" aqui!




domingo, 13 de janeiro de 2013

"As Aventuras de Pi" no Set

Conforme prometido, escrevi sobre "As Aventuras de Pi", novo filme de Ang Lee, no Set Sétima. Vale a pena ler a crítica e ver o filme, claro, conforme eu já indiquei para vocês por aqui.

Para quem ainda não conferiu o longa na tela grande, segue o trailer.



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Divulgado o segundo trailer oficial de "Uma Jornada Inesperada"

Há três meses do lançamento de "O Hobbit - Uma Jornada Inesperada", a Warner Bros. divulga o segundo trailer oficial da nova saga fantástica do cinema. Na verdade, o terceiro, se formos contar com aquele de alguns segundos de imagens novas. O trailer ainda não tem legenda em português, mas elas são, por enquanto, dispensáveis, justamente porque o que mais chama a atenção no vídeo é o aspecto visual: fotografia, arte, efeitos visuais, figurino, maquiagem impecáveis. E, é claro, a trilha inconfundível de Howard Shore.

"O Hobbit" está prometendo muito. A promessa é grande! Vamos ver se vai cumprir.

Abaixo, o trailer:



"O Hobbit" se passa 60 anos antes dos eventos de "O Senhor dos Anéis". Ele conta como Bilbo Bolseiro achou o Um Anel na caverna de Gollum, ainda sem saber que se tratava do lendário Anel de Sauron. O filme será baseado no livro homônimo de J.R.R. Tolkien.

O roteiro foi escrito a oito mãos por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro. A direção é de Peter Jackson, mesmo diretor da Trilogia do Anel. Junto com ele, devem voltar outros atores presentes na trilogia: Ian McKellen (Gandalf), Orlando Bloom (Legolas), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Andy Serkis (Gollum) e Cate Blanchet (Galadriel). Howard Shore volta a comandar a trilha sonora e a Weta, mesma responsável pelos efeitos especiais de "O Senhor dos Anéis", "Distrito 9" e "Avatar", estará assumindo um dos postos mais importantes para o sucesso dos dois longas.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - A Desolação de Smaug" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez", está programada para 18 de julho de 2014.

domingo, 5 de agosto de 2012

O (não) reconhecimento do legado de Mazzaropi


A identificação popular, por si só, sem o aval de críticos ou da elite intelectual, nunca foi motivo suficiente para registrar a relevância de alguma obra na história da arte. O popular, na realidade, no decorrer dos tempos, e até hoje, é tido como algo de menos prestígio em relação a obras de arte reconhecidas pela crítica especializada e pelos próprios produtores artísticos.

Se observarmos a história da arte poderemos constatar que muitos artistas só foram reconhecidos muito depois de sua morte – e daí, elitizados. Enquanto viviam, ainda eram motivo de desconfiança por parte dos “consumidores de arte”. Em muitos aspectos e para muitas pessoas, a arte é tida como uma representação de status social. Por essas razões, algo só é entendido como obra de arte a partir do momento em que se detecta um reconhecimento intelectual.

No caso do cinema brasileiro, isso é muito visível. E nem estamos falando de Mazzaropi ainda. De acordo com uma matéria publicada na revista "Cult" com um dossiê de Glauber Rocha, o próprio criador da chamada “Estética da Fome” fez um cinema conceituado por diversos nomes internacionais do cinema – como o diretor Martin Scorsese – dirigiu e escreveu longas que são marcos na história do cinema brasileiro, não teve reconhecimento, no Brasil, enquanto estava atuante e vivia para contribuir com a sétima arte nacional.

Hoje, por analisar o contexto social e histórico da época, a obra de Glauber é lembrada e aplaudida no Brasil e também no exterior. As pessoas compreenderam as alegorias presentes em suas películas e que faziam duras críticas ao modo de viver e de pensar da época. Hoje Glauber tem um reconhecimento que não gozou em plenitude na época em que fazia seus filmes.

Mas Mazzaropi continua à margem.

Cena de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", premiado filme
de Glauber Rocha
A obra de Glauber Rocha, por exemplo, está protegida e amparada na Cinemateca Nacional, um espaço que recebe incentivo fiscal do governo federal e é patrocinada pela Petrobras, uma estatal. O Museu do Mazzaropi é mantido por um Instituto fundado pela iniciativa privada: a empresa que mantém o Hotel Fazenda Mazzaropi, que nada tem a ver com a família do cineasta-comediante, e não há qualquer programa governamental de apoio e preservação ao legado de Mazzaropi. Nem mesmo em Taubaté, cidade onde está instalado o museu, há qualquer tipo de propaganda do governo municipal usando Mazzaropi como motor de propaganda turística.

O sertão do sudeste e centro-oeste, o jeca, o sertanejo da região cafeeira, nunca foram motivo de apreciação artística. A música sertaneja de raiz só chegou à cidade quando se “romantizou”. As modas de viola, que contavam causos e animavam as noites no sítio, até hoje não caem muito ao gosto de quem busca refinamento na música.

O país preferiu falar do sertão nordestino, da seca e dos males das regiões áridas do Brasil. E quem falou de lá, no cinema ou na literatura, foi muito lembrado – e com razão. Na década de 1960, a nouvelle vague brasileira tinha o objetivo de “imprimir o Brasil em película”. E essa procura de uma identidade nacional acabou por se tornar um retrato do sertão nordestino. Neste movimento é que sugiu “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), de Glauber Rocha, indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Cena de "Jeca Tatu", a maior bilheteria da história de
Mazzaropi, livre adaptação da obra de Monteiro Lobato
Mas o sertanejo da região de São Paulo e Minas Gerais, do interior do sudeste e do centro-oeste brasileiro, que não convivia com a seca, mas também tinha seus problemas, e precisava enfrentar os grandes latifundiários, a falta de saneamento e saúde pública, via os filhos viajando em debandada para as capitais, ou suas pequenas e pacatas cidades se transformarem em polo industrial, pela proximidade com São Paulo, não foi retratado. Sua roça foi minguando e perdendo espaço para o asfalto e as facilidades da tecnologia e quase nada se falou dele.

Mazzaropi esteve lá para falar desse sertanejo. Ele falou do jeca de Monteiro Lobato, criado em Taubaté e lá instalou sua indústria de cinema. Ele falou dos imigrantes portugueses e japoneses e ele mesmo representava o italiano que saiu da Europa para tentar uma vida melhor no Brasil, mas acabou apenas transferindo para cá novas dificuldades, instalando-se nas lavouras de café para garantir a sobrevivência. Aos poucos, esses sertanejos foram tentar melhor condições de vida na cidade, e Mazzaropi esteve com suas histórias na capital paulista, além de falar do jeca que vinha para a cidade, do que já morava na cidade ou simplesmente levar, no cinema, o jeca para quem um dia morou na roça e se encontrava numa vida limitada às linhas de produção.

Este texto é um trecho adaptado e extraído de "O Papel de Mazzaropi na História do Cinema Nacional", monografia de minha autoria concluída neste ano (2012).

terça-feira, 31 de julho de 2012

Três títulos já são cotados para nomear "O Hobbit 3"

ATUALIZADO! (31/07/12 - 20:55)
O título do segundo filme mudou; de "Lá e De Volta Outra Vez" passa a ser "A Desolação de Smaug". O terceiro ficou como "A Batalha dos Cinco Exércitos", como anunciado aqui neste espaço há pouco.

Continuamos acompanhando.

A SEGUIR, POSTAGEM DE 31/07/12 - 20:45

E o Andarilho segue com atualizações sobre o terceiro filme de "O Hobbit". Após o anúncio oficial de que a nova adaptação do livro de J.R.R Tolkien será dividido em três partes, a New Line Cinema já começa a registrar possíveis nomes para o longa.

"Riddles in the Dark" (Adivinhas no Escuro), "The Desolation of Smaug" (A Desolação de Smaug) e "The Battle of The Five Armies" (A Batalha dos Cinco Exércitos) são os nomes cotados.

Na prática, o nome mais provável é o último, já que os capítulos "Adivinhas no Escuro" e "A Desolação de Smaug", de acordo com o livro, não ficam tão no final da narrativa. Cinematograficamente falando, também, em se tratando de uma trilogia contínua, como em "O Senhor dos Anéis", a adequação de uma batalha para clímax da história também é mais provável.

"O Hobbit" se passa 60 anos antes dos eventos de "O Senhor dos Anéis". Ele conta como Bilbo Bolseiro achou o Um Anel na caverna de Gollum, ainda sem saber que se tratava do lendário Anel de Sauron. O filme será baseado no livro homônimo de J.R.R. Tolkien.

O roteiro foi escrito a oito mãos por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro. A direção é de Peter Jackson, mesmo diretor da Trilogia do Anel. Junto com ele, devem voltar outros atores presentes na trilogia: Ian McKellen (Gandalf), Orlando Bloom (Legolas), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Andy Serkis (Gollum) e Cate Blanchet (Galadriel). Howard Shore volta a comandar a trilha sonora e a Weta, mesma responsável pelos efeitos especiais de "O Senhor dos Anéis", "Distrito 9" e "Avatar", estará assumindo um dos postos mais importantes para o sucesso dos dois longas.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, ainda sem nome, está programada para o segundo semestre de 2014.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Anunciado o terceiro filme de "O Hobbit"

Desde o final da trilogia do Anel falava-se a respeito de uma adaptação para a pré-sequência de "O Senhor dos Anéis" - "O Hobbit" - a história de como Bilbo Bolseiro encontrou o Anel do Poder e ajudou os 13 anões liderados por Thorin, Escudo de Carvalho, a recuperar o tesouro roubado pelo dragão Smaug e escondido no interior da Montanha Solitária.
Mas pendências judiciais, a crise econômica da MGM - um dos estúdios envolvidos no projeto - a incorporação da New Line pela Warner Bros., entre outras questões, levaram os planos de uma adaptação para o lixo, sendo resgatados apenas alguns anos depois para passar por tantos outros entraves até, enfim, começar a ser rodado.

Eis que, de lá para cá, para um filme que corria o risco de não existir, até que "O Hobbit" tem se saído mais pioneiro do que imaginado. Além de ser gravado em 3D, o novo projeto de Peter Jackson será exibido nos cinemas na velocidade de 48 quadros por segundo (o dobro do comum, que é de 24 quadros/segundo), e, agora, não serão mais dois filmes, e sim, três.

A seguir, o comunicado oficial, feito pelo próprio Jackson, diretor dos longas:

É apenas no final de uma filmagem que você finalmente tem a chance de sentar e olhar o filme que você fez. Recentemente Fran, Phil e eu fizemos exatamente isso quando assistimos pela primeira vez uma edição preliminar do primeiro filme – e um grande pedaço do segundo. Nós ficamos realmente satisfeitos com a maneira com a qual a história se agregava e em particular com a força dos personagens e o elenco que os trouxeram à vida. Tudo isso deu origem a uma questão simples: aproveitamos essa oportunidade para contar mais dessa história? E a resposta, da nossa perspectiva como diretores e como fãs, foi um ‘sim’ sem restrições.
Nós sabemos quanto da história de Bilbo Bolseiro, o Mago Gandalf, os Anões de Erebor, o surgimento do Necromante e a Batalha de Dol Guldur iria continuar sem ser contada se não aproveitássemos essa chance. A riqueza da história de O Hobbit bem como alguns dos materiais relacionados nos apêndices de O Senhor dos Anéis nos permitem contar a história completa das aventuras de Bilbo Bolseiro e a parte que ele representou na algumas vezes perigosa mas sempre excitante, história da Terra-média.

Desta forma, sem mais delongas e em nome da New Line Cinema, Warner Bros. Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer, Wingnut Films e o elenco e equipe dos filmes “O Hobbit” eu gostaria de anunciar que os dois filmes se tornarão três.

É uma jornada inesperada de fato, e nas palavras do próprio Professor Tolkien, “um conto que cresceu ao ser contado”
Se antes, para muitos, até mesmo dois filmes era um exagero diante do tamanho do livro, três é ainda mais absurdo. Mas é importante ressaltar que a (agora) trilogia não vai contar somente os fatos relatados no original. O filme se propõe a acompanhar Gandalf nos "sumiços" dele, inexplicados no livro. Para isso, será necessário falar do Conselho Branco e a expulsão de Sauron da fortaleza em Dol Guldur, além de outras explicações contidas nos apêndices de "O Senhor dos Anéis".

Os longas devem contar, ainda, com as filmagens que fariam parte de uma versão extendida de "O Hobbit". As novas cenas serão gravadas por volta de maio do ano que vem. Para isto, estão sendo negociados o prolongamento do contrato com os atores e demais envolvidos no projeto. 

Ficamos na torcida para que este novo material nos traga mais informações úteis, existentes no universo criado por Tolkien, e com qualidade.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, ainda sem nome, está programada para o segundo semestre de 2014.

Com informações do site Valinor e Omelete.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

sábado, 28 de julho de 2012

Você precisa VER: "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge"


A trilogia "Batman" de Nolan nos leva a uma discussão interessante a respeito dos valores morais de uma sociedade. Em "O Cavaleiro das Trevas", o prefeito de Gothan City pergunta a Harvey Dent se ele está preparado para pagar o preço da honestidade, ou algo desse tipo. Ele continua, dizendo que não sabe até onde aquilo será bom para cidade, a partir do momento em que as pessoas começarem a sentir o "bolso mais leve".

Essa questão é muito pertinente no mundo em que vivemos. As pessoas estão muito preocupadas em se dar bem, pagar menos, tirar vantagem, sair com o lucro. E jamais pensam nas consequências dessas atitudes na sociedade. E não falo somente dos políticos, pois eles são fruto de uma sociedade mal educada e mal preparada para pensar e viver questões políticas que moldam o nosso dia-a-dia.

Assim, quando vemos o Batman tão envolvido em questões políticas e econômicas, percebemos que o filme é deveras adulto, complexo e extrapola o mundo da imaginação infantil, que é extremamente explorado nos universos dos super-heróis. Isso afasta muita gente do Batman de Nolan, creio eu; porque ele nos faz pensar, mexe com política e com assuntos que ferem a sociedade.

O Coringa fazia tudo sem motivo, apenas por prazer; e não chega a ser tão cruel como Bane, o vilão desta terceira parte da saga, que tem um objetivo traçado. E é essa crueldade que reparamos na maioria - sim, maioria - da sociedade brasileira e mundial. Todo mundo quer sair ganhando. E quando acusamos alguém disso, a pessoa entra na defensiva justificando que não vai ser tola de dar dinheiro para quem tem muito. Mal reflete esta que aquela outra só tem muito porque ambas pensam exatamente da mesma forma.

E assim caminha a humanidade, incapaz de observar que atitudes heróicas não dependem de grandes feitos, e o próprio Batman reconhece e alerta para isso, no momento em que revela que um herói é todo aquele que simplesmente coloca um casaco numa criança para dar a ela a esperança de que tudo vai ficar bem e que não estará sozinha.

Que Gothan City nos ensine uma lição e que Batman nos inspire muito além da ficção.

Por este motivo e pela própria qualidade técnica e artística de "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", vale a pena você ir ao cinema e conferir este majestoso trabalho. Uma trilogia de qualidade e um desfecho à altura.

Para quem quiser ter uma ideia do que vai encontrar, pode ler a crítica lá no Set, de onde foi extraído a primeira parte deste texto. Bom filme!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Valente" no Set

Os estúdios Pixar retornam à ativa com "Valente", a história da princesa Merida que desafia as leis do reino e luta pela sua própria mão, a fim de evitar o casamento precoce. Apesar de destemida, precisa se submeter às vontades de sua mãe, Elinor, que desaprova o comportamento da filha.
Para resolver o problema, Merida pede ajuda de uma bruxa, com a esperança de que sua mãe mude de ideia. Isso acaba tranformando Elinor em um urso e levando a princesa a ter que buscar uma solução para o problema que criou.
A crítica completa está lá no Set! Não deixe de ler!


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Regras de conduta no cinema

Ir ao cinema é algo mágico. Eu já disse isso aqui. Mas eu não teria escrito um texto como este se eu já tivesse tido a experiência de estar "do outro lado do balcão". O cinema é um lugar projetado para você se sentir bem e viver experiências sensoriais particulares, proporcionadas somente em um lugar como este. Mas a arquitetura não é capaz de fazer as pessoas serem mais educadas e terem o mínimo de gentileza para com os outros espectadores e, principalmente, para com os funcionários do cinema.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

Sei que muitos dos que lerem este post não precisam de tais recomendações. Mas eu preciso escrever para que exista uma listagem como esta na rede. De repente, pode ser que alguém encontre, julgue útil e divulgue em uma exibidora de cinema qualquer. Da mesma forma, sempre há a possibilidade de um mal educado de plantão encontrar um texto como este. De qualquer forma, lá vão os tópicos:

1 - Quando for ao cinema, VÁ AO CINEMA!
Sei que é muito legal reunir os amigos, a família, namorar ou qualquer atividade social. Mas DENTRO de uma sala de cinema não é o lugar de você colocar a fofoca em dia, fazer piadas, tirar sarro, fazer cócegas, lavar a roupa suja ou fazer festa. Da mesma forma, é agradabilíssimo ir ao cinema e levar uma pipoca ou salgadinho para comer durante a projeção; mas, ainda assim, você está em um CINEMA, não numa Praça de Alimentação. Logo, NÃO É PIQUENIQUE. Evite fazer barulho e tenha o filme como motivo central de ter saído de casa. A pipoca e a companhia contam muito, eu sei. Mas elas não devem ser o motivo real de você estar no CINEMA. Se for, prefira um filme em casa ou qualquer outra atividade. Cinema é lugar de silêncio.

2 - Cinema não é motel
Óbvio que o escurinho é tentador e muitos vão em casais para o cinema. Ainda assim, crianças, famílias, idosos e pessoas com diversas orientações religiosas frequentam o cinema e não gostariam de participar do seu fetiche. Um beijo de vez em quando é romântico. Mão boba (pra mais) é falta de respeito. E vale sempre lembrar o ítem 1.

3 - Conheça seus direitos
É sabido que cinema não é, financeiramente, um programa muito familiar, e aquela meia-entrada sempre ajuda nas contas. Mas não vá ao cinema se achando um advogado. Procure conhecer as leis de meia-entrada, que possuem adendos estaduais e, muitas vezes, municipais. Além disso, decisões judiciais costumam favorecer as exibidoras a fazer exigências adicionais. Localize o cinema que você pretende frequentar e se informe das regras de meia-entrada. Assim, você evita desgastes e contratempos, minimizando o estresse dos funcionários do cinema e evitando situações ruins num momento de diversão.

4 - Seja honesto
As velhas regras de educação sempre valem. Não procure bancar o espertinho para garantir meia-entrada. Falsificação de documentos é crime. Falsidade ideológica também. E tudo isso é praticado por pessoas desonestas querendo se dar bem e pagar meia-entrada. Exercite sua cidadania, evite chateações para você e para os funcionários do cinema.
Além de falsificar documentos, não compre meia-entrada nas máquinas de autoatendimento se você não tem direito a ela. Não fure filas. Não ocupe poltronas que não as que você comprou (no caso de poltronas numeradas). Deste modo, ninguém sai prejudicado em seu momento de diversão: nem você, nem os funcionários do cinema, nem as outras pessoas que estão frequentando o local.

5 - Decida-se antes de entrar na fila
Não deixe para escolher o filme no caixa da bilheteria. Isso atrapalha o atendimento e causa morosidade na fila: todo mundo pode se atrasar para sua sessão; inclusive você.
E muito importante: mais que decidir antes de entrar na fila, entre na fila com certa antecedência de começar a sessão! O seu atraso não é culpa do atendimento demorado, nem do tamanho da fila: atraso é culpa somente sua!

6 - Seja educado!
Funcionários do cinema não são seus escravos. Portanto, SEJA EDUCADO. Ninguém está lá querendo que você não assista aos filmes. Muito pelo contrário. Grosseria não vai fazer ninguém se sensibilizar com seu problema e te ajudar. Seja sincero e honesto que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso (assim como o seu) vai estar à sua disposição.
Jogue o lixo no lixo. Evite desperdiçar alimentos, jogando pipoca no chão. Controle o ímpeto de bagunça dos menores (as crianças não costumam "pintar e bordar" na sua casa, certo?). DESLIGUE O CELULAR (nada de "modo silencioso"); desconecte-se do mundo lá fora enquanto você estiver numa sala de cinema. Afinal, se você tiver alguma pessoa próxima em estado terminal, você não estaria se divertindo, certo?
Seja gentil: ceda sua vez, respeite os mais idosos, portadores de necessidades especiais.
NÃO CALCE SUAS CRIANÇAS COM TÊNIS QUE BRILHAM!
Tenha em mente que você está num lugar público. Se você tem qualquer tipo de repulsa em sentar ao lado de um desconhecido, você está no lugar errado. Aquela história de "deixar uma poltrona vazia" não é gentil, uma vez que, de poltrona em poltrona, muitas famílias ou casais serão obrigados a sentar separados ou nem poderão ver o filme que programaram.

7 - Em síntese: NÃO FUME, NÃO CONVERSE, DESLIGUE O CELULAR, NÃO SE ACHE O ADVOGADO, NÃO JOGUE LIXO NO CHÃO, SEJA HONESTO E EDUCADO.

Num local público, as boas experiências só podem ser plenas se todos colaborarem com educação e honestidade. Caso contrário, não há tecnologia e arquitetura capaz de tornar a sua diversão um momento compensador.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre filmes dublados e a decadência da experiência cinematográfica no Brasil

Se aceitarmos a afirmação de que a vida é uma montanha-russa, a existência do planeta, pelo menos em termos artísticos, está em queda-livre. E essa discussão gera reflexos em diversos setores da sociedade, não somente no que diz respeito ao assunto-tema deste post.
Estamos percebendo um aumento desrespeitoso de cópias dubladas dos filmes em nossas salas de cinema. Isto é apenas mais um indício de como o cinema está se voltando, cada vez mais, a uma mera atividade de lazer. Ou seja, para grande maioria da população, ir ao cinema está se tornando tão profundo e intelectualmente instigante como jogar peca. E a indústria do cinema, cega, não percebe que isso pode levar à derrocada desta arte no Brasil.

Eu não critico a Indústria Cultural e, especificamente, a Indústria do Cinema. Entre tantas coisas que são feitas nesta área, existem muitas porcarias; mas existem, também, grandes produtos (sim, produtos) que nos levam à reflexões interessantes a respeito da sociedade e do comportamento humano, além de nos levar a vivenciar experiências artísticas fascinantes. Esta Indústria, aliás, é que tornou possível, inclusive, o cinema não-comercial, chamado "cinema-arte". E também ela que escreveu a história da Sétima Arte. Portanto, não está - somente - no fato de, a priori, ser uma indústria, a culpa por o que está ocorrendo com a vivência cinematográfica.

É um tiro no próprio pé. As distribuidoras brasileiras estão dublando os filmes para "atarir mais público". E é incrível como tais empresas são tão seletas, taxativas e radicais nas suas decisões, se mostram tão duronas e exigentes a respeito das estratégias comerciais, de distribuição e afins e soem tão ridículas na hora de tomar tais atitudes. Acontece que este público não é o que está semanalmente no cinema, nem o que vai comprar o DVD e, se não comprar, vai à locadora alugar. O público que está sendo atraído para o cinema por conta dos filmes dublados é aquele que só vai à sala escura quando tem um filme comercialmene alucinante, que todos estão vendo, virou modinha e não quer ser o único a não assistir. Além, é claro, de quase sempre, ser um filme repleto de explosões ou contar, no elenco, com algum artista popularmente conhecido por alguma historinha boba. (Digo isso porque este público não está nem aí pra Meryl Streep, por exemplo, mas sim para Kristen Stewart).
Estas pessoas, se gostarem do filme, vão baixá-lo da internet, ou comprá-lo pirata. Quando não, podem até gravá-lo no cinema e distribuir para os amigos. E é para essa gente, que não está nem aí para todos os aspectos psicológicos, antropológicos e artísticos do cinema, que as distribuidoras brasileiras estão se voltando.


Em "Enrolados", da Disney, Luciano Hulk dublou o Príncipe.
Além de a dublagem, por si só, já ser horrível, a distribuidora
nem se deu ao trabalho de contratar um dublador profissional

Eu não digo que não deva existir a opção de filmes dublados. Minha mãe, por exemplo, tem dificuldades de acompanhar a legenda. Mas ela está no grupo de pessoas que já citei: não está nem aí para as questões artísticas da Sétima Arte. Ela raramente se interessa por um filme e, quando se interessa, pouco tem a ver com as questões artísticas, baseadas em construção de personagens e roteiro de um longa-metragem.
Mas existe gente que não tem dificuldade nenhuma de acompanhar a legenda, a não ser pela preguiça. E é esta preguiça que faz com que a pessoa pouco esteja se importando com o trabalho de quem esteve envolvido naquele projeto para torná-lo uma experiência interessante.
Assim, o trabalho dos sonoplastas, editores de som, dos fonoaudiólogos que auxiliam os bons atores a trabalharem sua voz em prol da construção dos personagens, fica esquecido por causa da preguiça de muitos, e as distribuidoras brasileiras não estão nem aí para este trabalho técnico e artístico. Dão de ombros à dedicação e atenção de centenas de profissionais para atender aos caprichos de uma maioria preguiçosa.
Aliás, como bem lembrou o crítico Pablo Villaça, de quem tenho grande admiração e já discorreu diversas vezes sobre este assunto, o aspecto sonoro dos filmes é tão importante que até existe uma premiação específica para isso no Oscar.

Daí entram as consequências sociais desta prática que mencionei lá no início do texto: no mesmo instante que identificamos que a solução para nosso crescimento enquanto seres humanos reside no esforço, na educação, no senso crítico e na sensibilização pela arte, somos empurrados para as salas de cinema sem ter que praticar nada disso: não precisamos ler, nem compreender outras culturas (afinal, no idioma original não são usados expressões, nem gírias brasileiras) e somos dispensados do senso crítico, já que grande parte do trabalho original não poderá ser conferido porque ele foi deletado junto com o áudio original. Deste modo, vivenciamos uma inversão de valores. Aqueles que querem silêncio no cinema são tidos como vilões, e os que conversam são as vítimas daqueles que preferem o silêncio. Sim, eu tive a horrível experiência de passar por uma situação dessa.

Por fim, é de suma importância que compreendamos os aspectos técnicos inerentes ao filme no idioma original. Creio que não é preciso que eu repita, visto que existem textos brilhantes na internet com tal discussão. Recomendo este em especial e creio que seja extremamente necessário a leitura dele para que esta discussão fique completa.
Pra encerrar, deixo aqui uma frase de Pablo Villaça, do texto que linquei:
"Aceitar a dublagem [...] é dizer que não há problema em se alterar as cores de Lição de Anatomia, de Rembrandt, ou de O Grito, de Munch, desde que os 'desenhos' sejam mantidos na íntegra. Ora, nenhuma forma de arte seria submetida a uma deturpação destas - e perceber que algo assim é visto com naturalidade no Cinema é uma prova inconteste da persistente falta de prestígio e respeito que a Sétima Arte enfrenta desde seus primórdios"
Ora... aqui está a questão-chave desta discussão: e quem, dentre os amantes da dublagem, está preocupado com arte?

domingo, 17 de junho de 2012

"Madagascar 3" no Set

O quarteto de animais mais famoso do mundo saiu de Nova York para Madagascar e agora está na Europa. Mas a história original foi esquecida por uma história que... bem... não tem história. Apesar disso, o filme é colorido, divertido e conta com um 3D interessante, apesar de exagerado. A análise completa dessa animação que abriu a alta temporada cinematográfica de 2012 está lá no Set Sétima. Não deixe de conferir!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Museu Mazzaropi: o desconhecido de Taubaté

Acordei cedo. A manhã era ensolarada. Eu ainda não tinha visto nenhum amanhecer em Taubaté. Havia chegado no dia anterior, à noite.
As ruas estavam vazias. Ao longe, ouvia o cantar de um coral. Provavelmente alguma igreja em missa naquele domingo de manhã. Eu estava aflito. Tinha poucas informações das que eu precisava. Desde que eu coloquei meus pés nas terras do Vale do Paraíba, ninguém soube me informar onde ficava o museu do Mazzaropi, muito menos como se chegava até lá.

Pedi informação para uma senhora que passava, sozinha, na rua deserta. Ela também não soube dizer. Outro senhor passou e também perguntei. Ele não sabia, também, onde ficava.

Fui para o ponto de ônibus. Uma moça estava lá. Demorei alguns minutos até que pudesse tomar coragem para perguntá-la alguma coisa. Ela me parecia um tanto indisposta a falar. Respirei:
- Você sabe me dizer como eu faço para chegar no museu do Mazzaropi?
Ela pensou um pouco antes de responder:
- Desculpa, mas não sei te dizer. Mas faz assim: pega o ônibus até a rodoviária velha [que é o terminal central de ônibus em Taubaté]. Lá sai ônibus para toda a cidade. Daí você pergunta.
Lamentei com ela que desde que chegara ali ninguém soube me dizer como chegar até o museu.
Ela fez uma cara de pesar, apenas. Olhou para o outro lado, para a rua:
- Lá vem um ônibus. Esse vai para onde você precisa.
Agradeci.

O ônibus encostou. Eu estava com uma mala e uma mochila nas costas. Foi difícil passar a catraca. Me acomodei e fiquei prestando atenção nos lugares onde o ônibus passava. O ponto final seria no meu local de destino. Não tinha erro!

Engano meu!

O ônibus parou no Centro, mas não na chamada “Rodoviária Antiga”. Andei algumas quadras procurando, mas não achei. Antes de perguntar onde ficava, resolvi ir até um ponto de táxi. Queria evitar que não chegasse ao museu em tempo. Eu tinha somente até meio-dia para fazer minha visita, e já eram quase 9 horas.

- Bom dia, senhor! - Interrompi o taxista lendo o jornal. - Você sabe me dizer quanto custa para chegar no museu do Mazzaropi?
- Museu do Mazzaropi? - Perguntou o homem, pensativo.
- No bairro dos Remédios. - Tentei ajudar com as informações que eu tinha.
- Sei, sim. Acho que uns 15, 20 reais.
Respirei aliviado. Era menos do que eu imaginava.

O carro branco percorria por entre ruas mais movimentadas e outras menos. O taxista começou a contar dos anos passados, quando, ainda jovem, passava por aquelas bandas e via o empresário Amacio andando nas proximidades de seu Hotel Fazenda.
- Conheço gente que tem histórias pra contar do Mazzaropi. Falavam com ele. Eu só via o homem andar sozinho por esse lugar todo aí. - Dizia o taxista apontando para a beira da estrada.
Talvez não fosse verdade que o artista andasse sem rumo pelas ruas de Taubaté. Mas, certamente, era verdade que ele havia estado ali por perto.

Logo atravessamos o viaduto que passava por baixo da Via Dutra. Não demorou, estávamos em frente ao Hotel Fazenda Mazzaropi.
- Quero deixar o garoto aí dentro. - Avisou o taxista ao porteiro. Logo já percebi que ele não sabia exatamente como funcionavam as coisas por ali. O museu não era dentro do Hotel Fazenda. Isso até eu já sabia.
- Preciso ir ao museu. - Me intrometi.
- Ah! O museu? É nessa rua de chão aqui do lado. Um pouco pra frente, depois de um muro vermelho.
Agradecemos e logo já fomos na direção indicada pelo segurança. Mas de prontidão vi que ele não sabia onde estava indo. Contou-me algumas de suas histórias exageradas e eu não via o momento de chegar, enfim, ao museu.

- Acho que já passamos. - Alertei.
- Será? Mas não vi nenhum muro vermelho! - Interpelou o taxista.
- Mas não vejo mais nada lá na frente. Vamos voltar. Aqui até já acabou o muro do Hotel Fazenda!
O taxista concordou. Fez o retorno e logo já vimos o museu. Havíamos passado muito! Paguei e me despedi com pressa. Não estava mais me agradando aquelas conversas.


Entrada do Museu Mazzaropi, em Taubaté/SP

O carro ia se afastando. Me organizei e, antes de entrar, prestei atenção na faixada do museu. Era um prédio novo, moderno, que não remetia nenhum pouco à área rural, ou a engenhos, casas de sapê ou qualquer construção de jecas pobres, os retratados por Mazzaropi. A entrada, aliás, chamava a atenção pelo respeito e cuidado com a acessibilidade.

Mas todo aquele cuidado parecia abandonado. No caminho, eu só havia percebido uma placa indicativa da localização do museu. O transporte para lá não era facilitado. E olha que tudo era menos distante do que eu imaginava!

No ar, o som dos pássaros festeiros espalhados pelo lugar de verde abundante. No chão, as folhas secas se espalhavam na entrada do museu, como se não tivesse sido varrido há dias. Nenhum carro, nenhum movimento. As árvores projetavam sombras no chão por entre as folhas banhadas pelo sol da manhã. E o vento soprava sobre elas, levemente. Quebrando todo aquele silêncio, estava somente o barulho das rodinhas da minha mala.

Entrei. O teto era alto. Olhei para todas as direções e não vi ninguém. Decidi avançar, apesar do medo de o atendimento ainda não ter começado. Mas já deveria! Não eram 9 horas ainda, e, pelo que haviam me passado, o museu abria às 8.

Uma cobertura arredondada e moderna se destaca na arquitetura do espaço. A entrada é uma sala grande e vazia, exceto por alguns equipamentos antigos de filmagem que ficam à direita da porta: câmera, microfone, grua, uma cadeira de diretor, um baú, mesa, travelling. À frente, uma bancada sem ninguém. Me aproximei dela, tomando cuidado para fazer barulho mais que o necessário.

Enfim, alguém surgiu do andar de cima.

- Olá! Bom dia! - Recepcionou-me a moça.
- Bom dia! Eu gostaria de saber como funciona a visitação. Está aberto o museu já?
- Sim, eu vou descer para conversar. Um minuto.

A moça desceu. Gabriela, o nome. Ainda tenho o cartão que ela me deu.
Gentilmente, ela sugeriu que eu acomodasse minhas malas atrás da bancada. Prontamente deixei todo aquele peso no local indicado e segui para uma sala ao lado do hall de entrada, onde começava a exposição.

Ali a história de Mazzaropi é contada em painéis interativos com muitas fotos, e divididos por etapa da vida e da filmografia do artista. Paralelamente à parede onde estão instalados os painéis, ficam as vitrines que guardam muitos materiais de cena: certificados de aprovação pelos censores da Ditadura Militar, figurinos, dinheiro cenográfico, objetos de cena, fitas, latas, máquinas de escrever, entre tantos outros objetos usados por Mazzaropi e em seus filmes.
Naquele mesmo espaço, algumas cadeiras estofadas ficam acomodadas em frente à uma TV, onde é exibido um documentário sobre a vida e a obra do cineasta.

E foi assistindo os filmes, o documentário, conversando com os funcionários do museu, com a população desinformada de Taubaté e lendo muito sobre o maior jeca do cinema nacional, é que eu consegui mergulhar na filmografia de Amacio Mazzaropi.


Figurino e dinheiro cenográfico utilizados no filme
"Nadando em Dinheiro"

A espingarda torta, um dos símbolos do jeca, utilizada em
vários filmes; entre eles "O Grande Xerife"
Placa do curtiço onde o jeca morava em "Sai da Frente"
Este texto é um trecho extraído de "O Papel de Mazzaropi na História do Cinema Nacional", monografia de minha autoria concluída neste ano (2012).

terça-feira, 10 de abril de 2012

Os 100 anos de Mazzaropi


Nesta semana comemoramos o centanário de um dos maiores cineastas que já viveu no Brasil e que, infelizmente, hoje é esquecido e não valorizado. Azar dele ter nascido exatamente no ano que o Titanic naufragou e as atenções do Brasil e do mundo estejam voltadas ao gigante inglês.
 
Imagem do filme "Sai da Frente", o primeiro da carreira
Mas o Andarilho não esqueceu do filho de Clara Ferreira, brasileira de família portuguesa, e Bernardo Mazzaropi, imigrante italiano, que já viviam casados por volta do ano de 1910. A cultura do café estava a pleno vapor no país. Mas, por morar na capital paulista, a renda deles era garantida através dos meios urbanos de ganhar a vida: Clara trabalhava como empregada doméstica e seu Bernardo como motorista de carro de aluguel. Nas horas vagas, ele vendia um tecido muito usado para a confecção de roupas, chamado casimira. Para ampliar as vendas, viajava com frequência para o interior do estado. Tudo para preparar a família a fim de receber o primeiro e único filho, que nasceu em 9 de abril de 1912: Amacio Mazzaropi.

Com as dificuldades financeiras, Bernardo se obrigou a voltar, com mulher e filhos, para uma das primeiras cidades onde havia morado ao chegar ao Brasil: Taubaté. Lá, empregou-se na primeira indústria têxtil da cidade que trouxe novas esperanças à família. Não demorou e Clara também já havia se tornado funcionária da indústria. Estava preparado o terreno para o jovem Amacio ter os primeiros contatos com a arte.

O garoto começou a ser cuidado pelo avô materno, que fazia pequenos shows pela cidade. Com a viola companheira, o avô de Amacio apresentava músicas e danças para os moradores de Taubaté.

Mas foi com dez anos que o garoto, já na escola, começou a demonstrar interesse por arte e pelo teatro. Amacio já sonhava com a carreira de ator e costumava devorar livros como o “Lira Teatral”, organizado por José Vieira Pontes, e compilava monólogos, cançonetas, cenas cômicas, poesias e duetos.

Aos 14 anos Amacio entrou para o circo. Mais tarde, com 17 anos, foi encorajado a sair da sua trupe por um advogado, espectador assíduo, que garantia que o jovem tinha muito futuro pela frente e não precisava ficar preso àquela companhia circense.

Arrumou emprego na indústria têxtil de Taubaté, juntou o dinheiro que precisava para, um ano mais tarde, dirigir e atuar sua própria peça teatral, já se apresentando como Mazzaropi e incorporando o caipira: exatamente o personagem que o consagrou.

Mais tarde, aproveitando-se da quantidade de imigrantes italianos, principalmente, que chegavam a São Paulo para viver e trabalhar, Mazzaropi fixou as apresentações de sua Trupe no Teatro Colombo no bairro Brás, exatamente onde a maioria dos imigrantes passou a morar, por conta dos terrenos baratos, baixas taxas de aluguel, oportunidades de trabalho e transporte fácil. Ao fim do dia, tomados pelo cansaço e ainda habituando-se a um novo estilo de vida, esses moradores buscavam atrativos culturais e de lazer pela região. Foi mais uma importante contribuição para que Mazzaropi se tornasse um nome ainda mais popular naquelas paragens.

Tal popularidade levou o comediante ao rádio. Claro, além da popularidade, o próprio estilo de trabalho de Assis Chateaubriant, presidente dos Diários Associados e, consequentemente, da Radio Tupi, local onde Mazzaropi iniciou sua vida no rádio, ajudou na inserção do personagem caipira neste, então, novo meio de comunicação.
É que Chateaubriant havia investido muito em tecnologia e infraestrutura para garantir a qualidade da filial paulista da sua rádio. Para que a programação pudesse ir ao ar, restou fazer acordos com casas de shows, para que os artistas se apresentassem em dois locais – nas casas de show e na rádio – por um único valor. Outra saída foi a contratação de artistas nacionais de sucesso, mas que tivessem um cachê modesto. E Mazzaropi se enquadrava nessa situação.

O tempo foi passando e as empresas de Chateaubriant foram ganhando filiais por todo o Brasil. Para garantir a audiência das rádios dos Associados em todos os locais onde estavam instalados, criou-se a Brigada da Alegria, reunindo os grandes nomes da Rádio Tupi: Henricão e Rosa Maria (conhecidos como Barão das Cabrochas e Cabrochinha do Samba), Linda Batista, Michel Allard, Hebe Camargo e Amacio Mazzaropi.

Diferentemente da “entrada” no rádio, onde havia sido convidado para trabalhar, Mazzaropi chegou à televisão através de uma iniciativa própria. No ano da estreia da televisão, 1950, querendo expandir seu trabalho e de olho nas novas possibilidades que poderiam surgir ao ingressar no mais recente meio de comunicação, o ator preparou um programa piloto e convidou os amigos João Restiffe e Geny Prado para apresentarem nos estúdios da TV de Chateaubriant. No dia seguinte, a tesouraria da emissora entrou em contato com Restiffe, dando a notícia de que o projeto havia sido aprovado.

Mazzaropi e Geny Prado, que sempre viveu a mulher
do Jeca
O mais curioso é que a televisão era um meio de comunicação altamente elitizado, e Mazzaropi fazia um programa declaradamente popular, contando, inclusive, com a participação de duplas sertanejas, como Tonico & Tinoco. E a música sertaneja era a representação do que havia de mais popular. Ainda assim, a imprensa costumava publicar muitas críticas elogiosas. O jornalista Airton Rodrigues, da revista “O Cruzeiro”, descreveu o jeca como “o maior caipira do rádio e da televisão” e como “a figura mais popular da televisão”.

A carreira de Mazzaropi na televisão terminou em 1954, dois anos após sua primeira aparição no cinema, meio ao qual dedicou a maior parte da sua vida e do seu trabalho. O ator tomou essa decisão por mais de um motivo. Além de querer se dedicar ainda mais à sétima arte, ele acreditava que a TV acabava por desgastar a sua imagem e as suas piadas. Mazzaropi costumava dizer que no cinema as pessoas ficavam com saudade dele porque era apenas um filme por ano.

A saudade, agora, permanece até hoje.

Este texto é um trecho adaptado e extraído de "O Papel de Mazzaropi na História do Cinema Nacional", monografia de minha autoria concluída neste ano (2012).

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O retorno do Titanic

Ontem falamos de titãs por aqui. Hoje falaremos de outro. Trata-se do malfadado Titanic. O navio-personagem do maior desastre marítimo de todos os tempos. Foram mais de 1.500 mortes (cerca de 68,2% dos passageiros). Além do absurdo número de mortos, é espantoso como os números revelam a desigualdade social mesmo nos momentos em que isso deveria ser menos importante que a vida. 75,5% dos passageiros da Terceira Classe morreram no desastre. Enquanto isso, apenas 39,5% da Primeira Classe foram vítimas do acidente.
Tido como "inafundável", cuja força "nem Deus poderia fazer naufragar", o gigante de 256 metros de comprimento, era contraditório até em aspectos superficiais: levava o nome de demônios, mas quis aparecer com a mesma majestade, força e poder dos deuses da mitologia grega.
Luxuoso ao extremo, foi a única promessa que conseguiu cumprir. Afundou na viagem inaugural, não contava com todos os equipamentos de segurança necessários para avistar um iceberg (os vigias não dispunham de binóculos) e viajava à toda força em uma região que já havia sido identificada como repleta de montanhas de gelo.
Na terça-feira, relembramos o centenário da saída de Southampton, na Inglaterra. E no sábado, dia 14, o mundo relembra os 100 anos do naufrágio.

Atentos ao poder de marketing que um acontecimento destes pode render, e à arma poderosa que a Fox tem nas mãos, o longa-metragem "Titanic", de James Cameron, será relançado nos cinemas em 3D. Independente da qualidade da conversão para esta tecnologia, a experiência de reviver o Titanic na tela grande é ímpar.
Diferente do navio, o filme prometia ser um desastre e se revelou um marco. Até há pouco permanecia incólume como a maior bilheteria de todos os tempos. Foi superado apenas por "Avatar", do mesmo diretor, mas, ainda assim, sobreviveu a febres recentes e ao 3D massivo das atuais produções e permanece na segunda colocação. Faturou 11 estatuetas do Oscar, e se colocou entre os filmes mais premiados da história da Academia, igualando-se a "Ben-Hur" e só sendo alcançado em 2003, com "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei".
Apesar disso, estourou o orçamento em sua produção. A Fox liberou 135 milhões de dólares para a realização do projeto. Insuficiente devido à tamanha exigência e detalhismo de Cameron, a Paramount teve que entrar como investidora e distribuir o filme nos EUA. Assim, injetou mais 65 milhões para que tudo fosse concluído.
Finanças resolvidas, era hora do diretor brigar com a produtora, que exigia um filme mais curto, para render mais sessões. Irredutível, Cameron concluiu a produção com 3 horas e 15 minutos e não abria a mão disso. Neste ponto, acertou. O longa faturou 1,85 bilhão de dólares mundialmente, mesmo com menos sessões.
Sorte da produção ser teimosa em relação à música-tema. Cameron não queria que o filme tivesse um tema, mas "My Heart Will Go On", interpretada por Celine Dion, ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, além de dezenas de outros prêmios, alavancou a venda da Trilha Sonora do filme e funciona até hoje como um carimbo para esta grande produção.

Se tudo isso não é um bom motivo para você voltar ao cinema e rever "Titanic", então nenhum filme atual está à altura das suas exigências.
Um marco. Fascinante. Vívido!

Em Joinville, o GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping exibe "Titanic 3D" numa pré-estreia hoje (sexta) e amanhã (sábado), às 21h45. A partir de sexta-feira que vem, o filme entra no circuito com mais sessões.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

"Fúria de Titãs 2" no Set

Temo que essa profusão de filmes 3D leve as pessoas, cada vez mais, a apreciar porcarias como se fossem pérolas da Sétima Arte. Da mesma forma como bons efeitos visuais não salvam um filme do desastre (em termos de qualidade), o 3D deve ser usado com parcimônia pelos diretores e os espectadores não podem se deixar seduzir e anestesiar seu senso crítico por estar vendo um filme em mais de duas dimensões. Assim, "Transformers - O Lado Oculto da Lua", por exemplo, tem um 3D muito bem realizado, mas é um dos filmes mais desprezíveis da história do cinema.
Este "Fúria de Titãs 2", da mesma forma, tem na tecnologia 3D seu forte. Apesar de não ser ruim como o citado filme de carros que viram gigantes de aço, tem defeitos graves, que aponto lá na crítica postada no Set Sétima. Corre lá! Espero você!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Você precisa VER: Mostra do Oscar 2012

Verão acabando, temperaturas diminuindo e ir à praia no fim de semana se torna, cada vez mais, um programa não tão legal para os joinvilenses, certo? Ok, faz sentido. Mas isso não é motivo pra ficar se lamentando em casa!
O GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping preparou para esta semana a "Mostra do Oscar 2012". Todos principais filmes vencedores do Oscar 2012 e já lançados no Brasil estarão em exibição nesta semana, de hoje até quinta-feira no cinema.

Confira a programação:

Hoje (sexta, 23/03):

Histórias Cruzadas

21h30: O Artista

Amanhã (sábado, 24/03):
13h30: A Invenção de Hugo Cabret 
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto

Domingo, 25/03:
13h30: Tão Forte e Tão Perto
18h40: O Artista
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Segunda, 26/03:
16h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris

O Artista
Terça, 27/03
13h30: A Invenção de Hugo Cabret
16h30: Meia Noite em Paris
21h30: Tão Forte e Tão Perto

Quarta, 28/03:
13h30: O Artista
18h40: Meia Noite em Paris
21h30: A Invenção de Hugo Cabret

Quinta, 29/03:
16h30: Meia Noite em Paris
18h40: Tão Forte e Tão Perto
21h30: O Artista

Preço dos ingressos:
Sexta, sábado e domingo: R$ 17 (inteira) e R$ 8,50 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).
Terça-feira: R$ 7.
Segunda, quarta e quinta-feira: R$ 14 (inteira) e R$ 7 (meia-entrada; para estudantes, menores de idade, idosos e assinantes do A Notícia com carteirinha do Clube do Assinante).


Os Descendentes

Além disso, hoje estreia "Jogos Vorazes", a adaptação que está sendo lançada pela produtora como novo fenômeno mundial, tal como "Harry Potter" e "Saga Crepúsculo". Vejamos. Tomara que seja menos ruim que os vampirinhos de Meyer, né?
"Jogos Vorazes" será exibido em película na sala 1 e no formato digital (som e qualidade de imagens parecidos com 3D, mas não é 3D, pois o filme nem foi gravado neste formato) na sala 6; dublado e legendado.

Nos vemos, então, no GNC!