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quinta-feira, 24 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Turismo

Voltando à série "A Joinville que eu queria", hoje vamos falar do potencial turístico que a cidade tem, mas não é explorado. E aqui entra uma das questões mais emblemáticas desse município. Porque o turismo não é explorado? A desculpa é porque trata-se de uma cidade industrial, única e principal fonte de renda joinvilense, além de concentrar a maioria dos empregos da cidade.
Ou seja: em Joinville as pessoas só devem trabalhar. Ninguém pode se divertir.

O turismo realizado aqui é o recém-criado (e ridículo, diga-se de passagem) "turismo de negócios". Simplificando: empresários vêm a Joinville buscar mais dinheiro, aumentar o lucro e engordar os cofres dos barões da cidade. Se não engorda os cofres destes, não é interessante, não precisa de turismo.



Enfim... deixando as críticas de lado, vamos observar como Joinville tem vocação turística de sobra. Só falta VONTADE DE FAZER.

ESPAÇOS TURÍSTICOS
Joinville não é uma cidade feia. Ela é mal conservada, apenas. Basta pousar no aeroporto Lauro Carneiro de Loyola pra se ter a dimensão da beleza de uma cidade existente entre a serra e o mar. A volta que o avião faz sob as águas das praias de São Francisco do Sul nos colocam, ao horizonte, a cadeia de montanhas que forma a serra que cerca Joinville.
Essas belezas naturais precisam ser melhor aproveitadas!

O passeio do Barco Príncipe é uma grande iniciativa, mas é preciso fazer um cais digno. Com restaurantes, bancas com venda de lembrancinhas e cartões postais, áreas de socialização e um acesso facilitado. É preciso haver boa sinalização, ruas adequadas e linhas de ônibus - até especiais, se for o caso - que levem até o local. É preciso divulgação. Uma parceria com São Francisco do Sul é mais que inteligente, visto que lá estão muitas belezas seculares de uma das cidades mais antigas do País. Joinville deveria aproveitar melhor essa proximidade.

Os parques de Joinville precisam ser concluídos. Cinco estão projetados. Três estão em construção, mas a morosidade das obras incomoda. É preciso concluir todos os parques e não esquecer de facilitar o acesso a eles. Além, é claro, e mais uma vez eu coloco, a necessidade de sinalização adequada para que as pessoas tenham facilidade de acesso.
E conservação. É primordial. Não é o que vemos, por exemplo, nas praças de Joinville.

No Parque do Morro do Boa Vista, que está em construção, já existem ideias fantásticas que vão torná-lo um dos parques mais interessantes da cidade. Mas aquela ideia antiga de um teleférico ligando o Zoobotânico ao Mirante deveria ser colocada em prática.

A Rota dos Museus deveria ser bem esquematizada, sinalizando os museus com padronização e colocando placas turísticas nas ruas que interligam um museu ao outro; pra realmente termos a impressão de que existe uma "rota de museus". Do jeito que está, parece tudo muito perdido.

A Via Gastronômica está se tornando, cada vez mais, uma bela opção turística na cidade. Fiquei sabendo hoje que está sendo encaminhado o edital de licitação para o projeto paisagístico da Via. Bela iniciativa! Tomara que não seja mais uma proposta que vai levar anos para a concretização.

Um ônibus turístico deveria existir em Joinville. Ele deveria passar pelos museus (Museu de Arte; da Imigração, que fica na Rua das Palmeiras; Sambaqui; Fritz Alt), nos Parques (os que estão sendo construídos, especialmente o do Morro do Boa Vista, com ida ao Mirante e ao Zoobotânico), Barco Príncipe, Pórtico e Moinho, Centreventos e o Turismo Rural, cujo acesso é horrível pra quem não está de carro. E pra quem está de carro a sinalização é péssima.

O fim da viagem deveria ser no Mirante da Serra Dona Francisca. Lá deveria ser construído um monumento que simbolizasse Joinville.

Os rios de Joinville (Piraí e Quiriri), onde as pessoas costumam se banhar no verão, deveriam ter acessos melhorados, e a Prefeitura deveria investir em uma estrutura para que as pessoas possam se banhar num local com boas opções de estadia e alimentação; além da segurança (não existem salva-vidas) e o acesso. Também deveriam entrar na rota do ônibus turístico pela beleza dos locais.

A Rua das Palmeiras precisa ser revitalizada como ponto turístico. A rua do Príncipe deveria ter sua fiação elétrica aterrada e as calçadas aumentadas para facilitar a caminhada de pedestres que vão visitar esse cartão postal joinvilense. O projeto de revitalização da Rua das Palmeiras já existe. Mas é preciso fazer ainda mais coisas.

Creio que seja necessário fazer um Parque na Expoville. Aquele local é grande, bonito, mas abandonado. Ele deveria ser integrado ao pórtico, pois quem vai lá tirar foto, precisa se arriscar numa travessia pela movimentada XV de Novembro. Isso põe em risco a segurança das pessoas. O Moinho deveria voltar a funcionar, com um café no local. Projetos para isso já existem.

INFRAESTRUTURA TURÍSTICA
Tudo o que já falei a respeito da infraestrutura da cidade volta a ser colocado aqui. Não é possível receber turistas se nosso transporte coletivo não funciona, se não comporta receber uma grande quantidade de pessoas ou se as vias são ruins e mal sinalizadas. Se o trânsito não deixa as coisas fluir. Enfim. É preciso melhorias, também, na infraestrutura.

Mas faltou falar do aeroporto e da rodoviária.

O Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola tem recebido bastante atenção. Já foi assinado um termo entre a Prefeitura e a Infraero para as ampliações. O ILS, equipamento que vai facilitar pousos e decolagens em condições adversas de clima, também está encaminhado. A pista será ampliada e os rios nas cabeceiras das pistas terão seu curso alterado. As vias de acesso ao aeroporto, neste projeto já existente, serão melhoradas. Mas a avenida Santos Dumont precisa ser duplicada. É uma porta de entrada para a cidade que hoje nos envergonha.
Mas se tudo isso já está projetado, o que falta?

Bom... em Joinville é INDISPENSÁVEL aquele "tubo" (que não sei o nome) para dar acesso do terminal de embarque à aeronave. Simplesmente porque aqui chove demais. E é extremamente desconfortável desembarcar na pista com chuva. Aqui em Joinville é questão de necessidade. Prefeitura e Infraero deveriam pensar melhor nisso.

E a rodoviária?
Ela já recebeu reformas recentes mas continua, em alguns lugares, com cara de "improviso".
Os portões principais de embarque de passageiros são legais. Mas aqueles que ficam em frente às bilheterias das companhias de ônibus são horríveis! Não existe plataforma, não há aquela cerca divisória e não há cobertura para os ônibus que chegam.
O terminal de taxistas é horrível. Improvisado. Precisaria ser melhor organizado.
E as vias ao entorno do terminal rodoviário precisam ser asfaltadas.

O ponto de embarque de ônibus municipal deveria ser melhor construído, de modo que os carros não parassem ali para desembarcar as pessoas. Deveria ser feito um canteiro separando a rua do ponto de ônibus.

TURISMO DE EVENTOS
Aqui está o forte de Joinville. Temos o Festival de Dança, que melhora a cada ano e já foi citado no post sobre cultura, a Festa das Flores, que é linda pra quem interessa e os eventos de "turismo de negócio". Eu não gosto de turismo de negócio na medida que só esse tipo de evento é feito. Mas quando ele é mais um entre os outros, é válido, até pela vocação industrial de Joinville.

Até aqui tá tudo bem, tudo organizado, bem feito.

Mas eu acredito que seja possível resgatar nossa Fenachopp. A "Oktoberfest Joinvilense". Isso é bom para a cidade e atrai pessoas para cá, visto que Joinville tem um bonito histórico na arte da cerveja.
Diz a lenda que a melhor cerveja Antarctica dos anos 80/90 era feita em Joinville, além de ter existido aqui a primeira cervejaria do País. A Bohemia divulga como sendo a mais antiga pois é a mais antiga existente, e a cervejaria joinvilense já não é mais realidade.
Por fatores culturais e históricos, a Fenachopp deveria ressurgir. Há interesse por parte de algumas pessoas nisso. Mas seria necessário mais esforço para que a festa realmente pudesse voltar a acontecer.
FALTOU DIZER
Aquela proposta do Metrô e a ligação de Joinville pelo Rio Cachoeira a São Francisco do Sul facilitaria o acesso dos turistas às praias da região. Assim, os turistas não precisariam estar em São Francisco pra ir às praias. Ficam aqui, com todas essas opções turísticas.
Além, é claro, do investimento na cultura, do incentivo para a realização de eventos a nível nacional (como shows) e espaços privados para esses tipos de evento (como o Citibank Hall, em São Paulo).

Joinville tem poder. É só querer.


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sexta-feira, 11 de março de 2011

A Joinville que eu queria


Joinville fez aniversário esta semana e, como bom joinvilense, preciso escrever sobre. Sei que muitos (muitos não, né?, porque quase ninguém lê isso aqui), mas... bem... continuando: alguns dos que me leem não são de Joinville; mas eu gosto e preciso falar daqui, afinal, é o lugar onde moro e onde vou morar até um futuro próximo (e breve, espero). Até quarta-feira que vem (espero), que é quando se completa uma semana do aniversário da cidade, postarei melhorias simples, mas que deixariam Joinville mais bonita, humana, agradável, próspera e feliz.
As propostas são:

* Infraestrutura: transporte aquático para São Francisco pelo Cachoeira, metrô de superfície, readequação do modelo de transporte coletivo, elevados e alargamento de ruas, melhorias no aeroporto e na rodoviária e projetos de prevenção às enchentes.

* Saúde: Conclusão do Hospital São José, efetivação das policlínicas, valorização dos médicos, mais Pronto Atendimentos 24horas, melhorias nos postos de saúde, saúde preventiva e hospital na zona Sul.

* Cultura: melhorias no Complexo Cultural Antarctica e na Estação Ferroviária, o Teatro Municipal, estruturação da rota dos museus, adequação do Centreventos para seu verdadeiro fim e da Biblioteca Pública.

* Turismo e lazer: efetivação dos parques de Joinville, fortalecimento do Barco Príncipe, aproveitamento da proximidade com São Francisco do Sul.


Nos próximos posts eu vou esmiuçar o que penso sobre cada um desses tópicos, que são os pontos que mais me incomodam em Joinville. Não, não estou me candidatando a prefeito de Joinville. São apenas coisas que sempre penso e pensei, mas nunca expus. Essa é a chance de mostrar que, apesar de querer sair daqui por N motivos, tenho carinho por esta cidade e quero lhe ver bem.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A chuva em Joinville e no resto do Brasil

O mês de janeiro sempre é responsável por trazer um inconveniente trágico: a chuva. Mas... peraí! A chuva não é um elemento da natureza, existente desde sempre e sem força para causar tragédias como furacões e vulcões o fazem? A resposta seria sim, mas não é o que estamos observando nos últimos anos.
Chuvas frequentes associadas ao intransigência da população, da especulação imobiliária e ao descaso político e social estão desolando a vida de milhões de pessoas. Em novembro de 2008, pela segunda vez na história da cidade, Blumenau, em Santa Catarina, teve de enfrentar aquele tipo de enchente que obriga uma cidade a recomeçar do zero. E não só ela. Várias cidades catarinenses foram afetadas.
Ano passado a bela Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, enfrentou a fúria das águas: elas encharcaram os morros que desabaram e causaram mortes. Este ano o Rio de Janeiro viu repetir a mesma cena, mas com mais intensidade e em outra região: na serra.
E de quem é a culpa?

Joinville é uma cidade conhecida pela frequência de precipitações. Segundo estudiosos em metereologia, esta é uma das cidades com a maior frequência de chuva do país. Então fica claro que estamos acostumados aos guarda-chuvas. Ainda assim, passamos por alagamentos e perdas há muito tempo e essa realidade nunca muda. Pelo contrário: cada ano a coisa piora.
Pelo que eu sei, na China, por exemplo, os prédios são construídos para que a estrutura consiga se manter em pé em um caso de terremoto. No Chile isso também ocorre. Eles fazem isso porque sabem que essas regiões são muito propícias a abalos císmicos. Mas aqui no Brasil a coisa não funciona desse modo.
Jutta Hagemann, joinvilense e historiadora entusiasta, conta que as enchentes sempre aconteceram na cidade, desde a chegada dos imigrantes, em 1851.



O fato é que Joinville tem pontos abaixo do nível do mar, como o Centro, por onde passa o Rio Cachoeira e sofre, além da chuva, com a influência das marés. Se isso é típico da cidade, porque ninguém nunca fez nada? Porque não existem sistemas especiais de captação da água da chuva, redes pluviais largas, piscinões e o que mais a tecnologia permitir? Certamente essas coisas são mais simples e baratas que estruturas prediais a prova de terremotos, não? Será que desde 1851, durante o crescimento da cidade, entre as várias enchentes que ocorrem, nunca NINGUÉM sentiu a necessidade de fazer algo? Faltou dinheiro? Faltou tempo?
Não dá para culparmos - somente - o governo atual. Porque os outros prefeitos também nunca fizeram nada?


Além do descaso das autoridades, temos o agravante da falta de educação da população que joga lixo nas ruas; as águas levam para os bueiros e entopem as bocas de lobo. Sem educação, não há político que faça a realidade das enchentes mudarem. E aqui a culpa é somente dos atuais moradores, porque não creio que em 1851 eles tivessem muito lixo pra jogar na rua...

Da mesma forma que em Joinville, no Rio de Janeiro as autoridades sabiam do risco que aquelas regiões corriam. Mas não fizeram nada! E da mesma forma como aqui, a população sabe que tem que agir de modo diferente e mais respeitoso com a natureza e não o faz.
O que não pode acontecer é ficarmos - nós e as autoridades - parados sem mudanças de atitudes. Isso é regressão. Isso é querer morrer.