terça-feira, 15 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Saúde

A saúde é uma questão crítica não só em Joinville, mas em todo o Brasil. Especialmente nas grandes cidades, que acabam tendo que atender - também - a demanda da região metropolitana. Apesar de não podermos considerar a região de Joinville como "metropolitana" (por não ter padrões de metrópole e também por Joinville não ser capital), as características são as mesmas.

Antes de resolver o problema de atender a demanda, é preciso resolver a questão da falta de médicos que, obviamente, está totalmente ligada ao atendimento da demanda.
Faltam médicos. E por um motivo bem simples: salário. Eles precisam ser bem remunerados. Pagar bem os médicos não é nada mais que justo. Mas é preciso pagar BEM. Médico deveria receber salário de político. Como os "poderosos" vão bater o pé e dizer que é exagero, é preciso, pelo menos, aumentar generosamente o salário desses profissionais; porque, se não, eles não se interessam em trabalhar em organismos públicos. Até fazem concurso, mas nada os prende porque o salário não é atrativo.

Em Joinville paga-se R$ 2.300 para um médico (foi o valor que eu vi a prefeitura oferecendo no último concurso público). Salário de miséria. O rendimento deles não deveria ser menos que R$ 5 mil, e tenho dito.

Resolvido o problema salarial, é preciso cobrar do governo estadual mais presença no Hospital Regional e no Hospital Infantil, administrados pelo governo de Santa Catarina. São estes dois hospitais que têm que atender a demanda da região, e não o São José, que é municipal e está cumprindo a função que era do estado.

Mas pensemos nos problemas aqui da cidade, que é o objetivo. Tudo começa com a prevenção. Saneamento básico (que já está em expansão), lixeiras nas ruas (conforme citei no post de ontem) e educação - nas escolas mesmo - de práticas de segurança e saúde, como a etiqueta da tosse e prevenção a DSTs.

Aquelas Agentes de Saúde que passam nas famílias fazendo sondagem da ultima consulta, preventivos, etc, também fazem um bom trabalho. Mas é preciso intensificar.

Depois vem o atendimento básico, com coisas que são básicas e nunca pensadas. Pra começar a instalação de bancos, cadeiras nos postos, para as pessoas aguardarem. Esperar em pé pelo atendimento é o fim da picada. Na sala de espera para o médico até tem bancos nos postos. Mas quando a pessoa está esperando pra ser chamada na triagem, ou na recepção, tem que esperar em pé.
Aliás, organização é o que menos tem nos postos de saúde. A comunicação é improvisada e não funciona. É preciso melhorar isso com o quadro de médicos e vagas e placas padrões com informações importantes para os pacientes. Senha eletrônica para atendimento na recepção e mais espaço para as pessoas.

Ainda nos postos de saúde é preciso acabar com as filas da madrugada. Isso é desumano e injusto. Isso se resolve com a contratação de mais médicos e a reserva de um profissional só para atender casos específicos (como pacientes diabéticos e idosos, que recebem atendimento preferencial).
Os médicos devem ser específicos de um posto de saúde. Deve haver uma equipe para cada unidade, e não compartilhamento, para agilizar o atendimento de todos.

Ainda na unidade básica é preciso efetivação das chamadas "Policlínicas", que são postos de saúde com atendimento de especialistas. Já existem duas na cidade. São necessárias, pelo menos, mais oito. E elas precisam de equipamentos para exames mais específicos, pra desafogar os hospitais e reduzir o tempo de espera por uma consulta com especialista.

Depois da unidade básica temos as unidades de urgência, chamadas de PAs ou UPAs. Em Joinville temos na zona Sul (Itaum), outra no Norte (Costa e Silva) e outra no Leste (Aventureiro). Existe projeto para mais uma unidade no Vila Nova e eu acredito que mais duas ainda sejam necessárias na Zona Sul e outro na Zona Norte, especificamente no Jardim Paraíso.
Um hospital na Zona Sul também deveria começar a ser pensado. Isso iria desafogar o São José, o Regional, atender a crescente população daquela região (que vai crescer ainda mais com a UFSC e a GM) e servir também à população de Araquari, que fica próxima e sempre recorre ao São José.

O São José, aliás, precisa, com urgência, terminar sua ampliação.

O problema é que tudo na saúde é muito caro e moroso. Mas também é o mais necessário. É preciso vontade. Tem coisas que são inadmissíveis: porque é tão fácil aumentar o salário dos parlamentares e os médicos continuam com esse salário injusto para a função e importância deles? Porque se dá tanto valor pra obras gigantescas e sem importância e pouco valor para o que realmente vai tornar a vida das pessoas melhor?
Falta vontade e senso de prioridade. E tenho dito.

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