É inegável que a atual gestão municipal tem dado muito destaque para a cultura. Silvestre Ferreira, da Fundação Cultural de Joinville, está fazendo uma ótima administração cultural na cidade. Tivemos evoluções com a comemoração do aniversário da cidade - sempre mais planejadas e interessantes -, o carnaval de rua de Joinville, que voltou à ativa e está cada vez melhor, a Semana da Diversidade, o Sábado na Estação, a Pescaria no Museu de Arte, a evolução no Festival de Dança, enfim... Joinville não é mais a mesma culturalmente falando.
Falta, primeiro, a população joinvilense valorizar tudo isso. Com um pensamento puramente proletário, as pessoas só pensam em trabalhar e a única diversão é o shopping center e a televisão. Mas isso é um pensamento que pode ser modificado na medida que a cultura ficar mais presente no cotidiano da cidade.
Se o único lazer do joinvilense é o shopping center, precisamos dar mais opções a ele. No próximo post falarei dos parques, mas aqui cabe uma ótima solução para um lazer cultural de qualidade: a revitalização do Complexo Cultural Antarctica. É preciso transformar aquele espaço em um verdadeiro Complexo Cultural, mas já existem projetos para isso e os recursos estão para ser captados. Os dois galpões Anexos do Museu de Arte e o Teatro da Ajote estão para serem reformados ainda este ano. Além do Instituto Luiz Henrique Schwanke, uma ala do Complexo, que está pra receber revitalizões por conta dos desbarrancamentos no morro que fica atrás daquele prédio.
A sala de cinema precisa virar uma verdadeira sala de cinema, com projetor e isolamento acústico, além de poltronas, encarpetamento e climatização. Do jeito que está, parece uma cozinha. É vergonhoso e não atrai as pessoas para os Ciclos de Cinema.
A Conurb precisa sair de lá. A Companhia de Urbanismo em um lugar cultural destoa completamente do espaço.
E é necessário asfalto. Aqueles paralelepípedos com um monte de mato crescendo nos seus vãos é vergonhoso! Asfaltar e fazer jardins, plantar árvores e colocar bancos e áreas de socialização deixariam o lugar agradável e digno de ser visitado. Além de uma ótima opção turística (que falaremos mais adiante).
O Centreventos precisa ser adequado para os fins pelos quais ele foi criado. Não dá de manter uma arena multiuso, como quer que o considerem, se não existe um complexo de sonorização, nem iluminação. Além disso, é preciso haver arquibancadas removíveis para ocupar a pista no caso de shows, e não ser necessário terceirizar a instalação desse espaço.
É urgente o tratamento acústico do Centreventos. Além de fazer o isolamento acústico para garantir que o teatro Juarez Machado possa receber peças enquanto há atividades no Centreventos. Atualmente isso é impossível.
A Estação Ferroviária já recebeu reformas e hoje é a Estação da Memória. Um belo espaço! Mas é preciso revitalizar o Terminal de Cargas, hoje abandonado. Isso vai ser tratado no post sobre turismo. Citei aqui só para registrar.
Gostei muito do espaço no antigo Piazza Italia para a Biblioteca Pública, mas sabemos que isso é provisório. Mesmo que não fosse, acho necessário e digno que Joinville tenha um prédio majestoso para um lugar como este. A Biblioteca precisa ser um lugar que enalteça a literatura, desperte a imaginação e a vontade de estar lá. Tem que ser bonita, confortável e chamar a atenção.
O lugar onde está a antiga biblioteca - desativada pelo desabamento do telhado - é um ótimo ponto. Mas é necessário demolí-la e começar do zero. O prédio que existe hoje para a biblioteca é sem graça e parece uma caixa onde os livros são armazenados. E não um antro da literatura, da imaginação e criatividade.
Além disso, Joinville precisa e merece um Teatro Municipal, bem equipado, com uma boa capacidade de público e tudo o que é comum e básico num teatro para que Joinville esteja, enfim, preparada para receber verdadeiros espetáculos, sem improvisações ou despesas astronômicas para os realizadores do evento.
Com espaços adequados, a cidade vai poder receber exposições que nunca vêm para cá, peças teatrais de qualidade, experimentações culturais, musicais, mostras de cinema alternativo, instalações e tudo o mais que for possível. Além dos espaços, é preciso iniciativa para buscar e realizar esses tipos de eventos. Só assim Joinville vai ter uma cultura de verdade, e não algo construído e forjado para vender um turismo que não dá certo. Porque Joinville não é mais predominantemente alemã há muitos anos...
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