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domingo, 5 de agosto de 2018

Blog Em Busca do Reinado

Quem me vê ausente daqui acha que eu estou pouco me lixando para a minha vida na blogosfera, certo? Bom, não é exatamente verdade, embora eu também não esteja cumprindo minha meta de atualizações semanais.

Acontece que, ainda que O Andarilho esteja um tanto desatualizado, eu tenho me dedicado ao blog de Em Busca do Reinado. Pois é, pessoal. Se vocês não sabem — ou sabem mais ou menos — eu tenho tentado dividir minha rotina atribulada com o processo de divulgação do meu livro. E tenho falhado miseravelmente, infelizmente, apesar dos meus esforços.

Então, quando tenho um tempo disponível, eu corro para atualizar o blog do livro, até porque ele vai me ajudar tanto a vender os exemplares que eu tenho estocado aqui em casa quanto a formar leitores para conseguir lançar a segunda parte da história, que está em desenvolvimento.

Então, peço para que vocês me perdoem a ausência. E se a saudade bater, é só passar pelo blog de Em Busca do Reinado e me ajudar a divulgá-lo, até porque isso é bem importante para mim.

Sempre que possível, acreditem, darei uma passada aqui para trocar algumas palavrinhas com vocês. Em ano de eleições, certamente temos muito a debater. Mas isso é assunto para outra hora, com mais tempo.

E já que eu falei o post todo do meu livro, se você ainda não tem seu exemplar, confere aqui onde você pode adquirir!

A gente se fala!


segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Na era do YouTube e dos fast textos, por que mantenho um blog?


Vivemos em uma época extremamente difícil para todas as pessoas que se propõem a desenvolver conteúdo de qualidade, especialmente no formato de textos. A leitura tem se tornado uma prática cada vez menos presente no dia a dia das pessoas. Obviamente que é fácil relativizar essa informação. De algum modo podemos dizer que nunca lemos tanto quanto atualmente. Por outro lado, qualquer texto com mais de quatro linhas é taxado de “textão”, para a fúria e o escárnio das pessoas nas redes sociais. Quer dizer, as pessoas até leem, mas desde que sejam textos rápidos, curtos e diretos. Para tanto, não é difícil vermos produtores de conteúdo recorrendo a imagens e vídeos como forma de garantir a atenção do público.

Diante disso, por que eu insisto em continuar com um blog? Quem é que reserva minutos dos seus dias para ler textos longos em um espaço como este? Por que não escolher outro formato? São perguntas que, não raro, eu faço a mim mesmo. Permitam-me, portanto, dividir minhas reflexões e inquietações com vocês.

Sinceramente, não faço ideia de quem é que acompanha O Andarilho. Não tenho leitores fixos, mas os indicadores mostram que sempre tem gente por aqui. Tomei como meta deste 2018 atualizá-lo com regularidade, até por uma questão de necessidade, tendo em vista o lançamento de Em Busca do Reinado e, com ele, o fato de eu precisar de projeção para fazer esse projeto dar certo. E escolho permanecer no blog porque eu vivo de texto. Na minha concepção, ele permite que o interlocutor absorva melhor o conteúdo, porque é possível retornar a um tópico anterior, acompanhar a discussão na velocidade que preferir, comparar com outros textos ao mesmo tempo, além de exigir mais exclusividade na atenção. Basta ver que muitas pessoas acompanham vídeos ao mesmo tempo que executam outras atividades.

Isso não quer dizer que eu condene, não goste ou não veja valor em outras plataformas. Pessoalmente, sou fã de conteúdo em áudio, como podcasts, e também vídeos. Já trabalhei com jornalismo televisivo (e quem acompanha ou passeia um pouco aqui pelo blog pode ver que eu falo muito de TV) e meu Projeto Experimental na faculdade para conclusão do curso foi um radiodocumentário. A questão é que eu entendo que, num mundo em que o texto está cada vez mais desvalorizado, manter um blog é uma questão de princípio.

A deficiência na leitura está afetando os leitores

Meses atrás eu conversava pelo Twitter com uma amiga minha sobre um mal que tem acometido ela e muitas outras pessoas declaradamente leitoras: elas estão tendo dificuldade em ler livros. Simplesmente não conseguem. Quer dizer, acompanhar uma obra literária tem sido uma tarefa cada vez mais penosa e menos prazerosa a cada dia. Alguns textos que essa minha amiga indicou nessa conversa atribuem este fato ao excesso de micro-textos a que somos submetidos todos os dias, dificultando o processo de concentração na hora de encarar uma quantidade maior de palavras.

Eu acho isso extremamente preocupante. Não só porque eu sou um escritor, mas especialmente porque tal realidade demonstra uma questão extremamente grave na nossa sociedade: as pessoas estão perdendo a capacidade de se informar.

É só reparar nessa onda de meias-informações, consequência de gente que só lê manchetes e não está nem aí para os textos. Também há as fake news (notícias falsas), sintoma de quem não está aberto a questionamentos sobre aquilo que tem como verdade. Daí, essas pessoas espalham informações falsas para dar voz às suas próprias convicções. Há o mal das problematizações sem sentido, causada por uma necessidade de atenção, que impede de ponderar argumentos e evitar expor pessoas e lugares por questões menores; e, o pior de tudo, a falta de leitura empobrece a busca pelo conhecimento, as discussões, o aprendizado (escolar ou não), a capacidade de argumentação, o vocabulário, o respeito à língua portuguesa (evidenciado pelo pavoroso estrangeirismo) e o conhecimento da nossa gramática.

Dessa lista, a informação via manchetes e as fake news precisam ser abolidas do nosso dia a dia. Estarmos atentos a correntes de Facebook e WhatsApp é um passo fundamental para não cairmos nesse erro. Contudo, ninguém deve deixar de problematizar, até porque, creio, essa é uma ferramenta democrática e essencial para o diálogo em busca de uma sociedade melhor. E, afinal de contas, não é isso que fazemos num blog na maior parte do tempo? A questão é o que, por que e como problematizar. 

Ao mesmo tempo, também não deixaremos de usar nossos belíssimos regionalismos, as práticas palavras do chamado internetês, gírias ou expressões estrangeiras. O importante é não perdermos o respeito, o amor e o cuidado com o nosso idioma, tão menosprezado — especialmente entre os que cultivam o complexo de vira-lata, dizendo que tudo que é do Brasil não presta.

Ter e manter um blog é, portanto, uma iniciativa de valorização do texto. É buscar enriquecimento intelectual por meio de discussões profundas, sadias e respeitosas. É trocar conhecimento de qualidade, não perder o hábito da leitura e não permitir que os fast textos nos engulam.

É por tudo isso que mantenho um blog. Eu gosto de ler, gosto de escrever e penso que esses são alguns dos caminhos essenciais para transformarmos para melhor nosso país. Se estivéssemos mais abertos a novos conhecimentos, a discussões saudáveis, ao diálogo, à leitura e à informação, certamente estaríamos — não só o Brasil, mas o mundo — em uma situação de mais paz e compreensão mútua com as diferenças.

Meu blog é muito pequeno para conseguir tudo isso e estou longe de propor essas discussões mais profundas e sérias. Mas é o meio singelo que eu disponho para lutar.

A palavra escrita representou uma revolução para o conhecimento da humanidade, e continuo acreditando firmemente que ela ainda tem esse potencial.

Nada superará o texto. É por isso que estou aqui.

"Milhares de pessoas acreditam que ler é difícil, ler é chato, ler dá sono, e com isso atrasam seu desenvolvimento, atrofiam suas ideias, dão de comer a seus preconceitos, sem imaginar o quanto a leitura os libertaria dessa vida estreita. Ler civiliza"
Marta Medeiros

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Gosta de literatura fantástica? Conheça "Em Busca do Reinado"!


Animais Fantásticos e Onde Habitam 2, o segundo filme pós-Harry Potter ambientado no mundo bruxo criado por J. K. Rowling só será lançado em novembro de 2018.



A última temporada de Game of Thrones, outra saga fantástica em alta atualmente, só voltará à HBO em 2019. O sexto livro da série, no entanto, escrita por George R. R. Martin, não tem nem uma previsão exata para chegar ao Brasil.



Do universo da Terra-média, de J. R. R. Tolkien, não teremos mais nada por um bom tempo. Christopher Tolkien, filho do criador de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, lançou agora em 2017 o romance póstumo de seu pai, Beren e Lúthien, e já avisou que, por conta da sua idade avançada, não conseguirá mais editar nada do universo fantástico criado por Tolkien. Novos filmes? Nem pensar! A família não concorda com adaptações. Tradução brasileira para o romance recém-lançado? Também não há previsão.

Diante desses fatos que deixam os fãs de literatura fantástica na expectativa, o jeito é conhecer novas histórias. Longe de se comparar à grandiosidade de qualquer uma dessas três citadas, mas é interessante e importante ressaltar a chegada de uma nova saga ao mercado editorial brasileiro: Em Busca do Reinado.
A história é de autoria de Juliano Reinert, este que vos fala. =)

Se vocês quiserem dar uma chance a Em Busca do Reinado, é só contribuir com a campanha para arrecadação de fundos para publicação do livro no Catarse. É preciso alcançar o valor de R$ 13,8 mil para que o projeto se torne realidade e você possa conferir:

* Uma nova saga fantástica para se emocionar;
* Uma história de alta literatura fantástica brasileira;
* A história de quem foi o Andarilho de Tedawer Lorcb, que dá o título a este blog.

Além disso você:

* Estará auxiliando na concretização de um sonho;
* Estará contribuindo para um autor independente;
* Estará apoiando a literatura brasileira.

Acesse o site da campanha, conheça o projeto e contribua! O livro sai já neste ano! Dá tempo para você conhecer essa nova história e ainda a tempo de retomar as sagas que você mais ama.

Conto com você! =)

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Em Busca do Reinado vai sair!

Finalmente Em Busca do Reinado tem tudo para sair do papel. A história, que já escrevo há dez anos e está na minha mente há pelo menos 14, responsável pelo nome deste blog e de tantas outras coisas na minha vida, está em vias de se tornar realidade.

Por conta disso, eu estou em uma verdadeira batalha para levar o nome desse livro ao máximo de pessoas possível! Há mais de um ano eu comecei a pesquisar intensamente diversas maneiras de publicá-lo. Inclusive compartilhei isso aqui com vocês. E creio já ter encontrado a melhor maneira de fazer isso. Por enquanto, por questões estratégicas, ainda não vou revelar qual é esse método. Contudo, o que posso adiantar é que vou precisar muito da ajuda do máximo de pessoas possível.

É por essa razão que criei meu terceiro blog: Em Busca do Reinado. Até a publicação do livro, ele vai servir como uma espécie de QG para concentrar todas as ações de divulgação. Depois, será o melhor espaço para discussão da história, da continuação dela, e de outras que eu vier a criar.

Então, convido você, leitor d'O Andarilho, a visitar também esse novo blog. E mais que isso: divulgá-lo o máximo possível. Eu gostaria muito de ter condições de estruturar uma estratégia de marketing mais agressiva. Mas esse trabalho está sendo desenvolvido exclusivamente por mim, e meus recursos são limitados para ganhar um grande alcance. Diante disso, o que me resta são os resultados orgânicos. E para isso, vou precisar muito do apoio das pessoas que me acompanham, que torcem por mim e também daquelas que, apesar de não me conhecerem, mas acreditam e confiam de alguma maneira no meu trabalho.

Muito em breve vou revelar em detalhes como vai funcionar esse processo de dar vida a Em Busca do Reinado. Até lá, espero contar com a sua ajuda para ampliar essa rede de amigos conectados a esse projeto.

Desde já agradeço muito a vocês!

Um forte abraço.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O meu sonho de publicar um livro

Queria dividir algo bem especial com vocês. Senti essa necessidade porque, nessa jornada, acho que precisarei de muita força, muito apoio, muito incentivo, especialmente dos amigos e pessoas mais próximas.

Há alguns dias assisti a um filme biográfico por nome "Magia Além das Palavras". Conta a história da criadora de Harry Potter, Joanne Rowling. Desempregada, recém-separada do marido que a abusava, órfã de mãe, com uma filha pequena para criar, ela precisou sobreviver com a ajuda de um programa assistencial do governo inglês, que a sustentava com um salário semanal e pensão para moradia.

APOIE A CAMPANHA NO CATARSE PARA PUBLICAÇÃO DE EM BUSCA DO REINADO!

Contei isso pra ilustrar como ela era desconhecida e sem nenhum contato naquele ano em que resolveu levar adiante seus sonhos. Ela só tinha uma boa história na cabeça e decidiu investir nela para realizar o seu objetivo de ser uma escritora. No entanto, grande parte da relutância das editoras ao receber o material dela se devia ao fato de ela ser desconhecida. E mesmo aquela que a aceitou, pediu para que ela abreviasse o primeiro nome para que não parecesse uma autorA (por isso o J. K. e não Joanne Rowling). Puro machismo, mas, enfim, ela precisou se sujeitar para ter seu livro publicado.

E neste ponto chego a mim: óbvio que minha situação de vida não é nem um pouco parecida com a Rowling pré-Harry Potter. Tenho um ótimo trabalho, amigos que me apoiam, uma família que é meu porto seguro, não vivo de assistência do governo, MAS sou desconhecido. Fato. E é nesse ponto que me apeguei para conseguir ir adiante com meu sonho. Além disso, há uma diferença clara entre os hábitos de leitura na Europa e Estados Unidos e aqui no Brasil, né? Enfim...

Poderia tentar o Simdec? Sim, poderia. Mas confesso a vocês que estou um pouquinho mais ambicioso. Será uma alternativa caso nada dê certo, claro, mas antes quero procurar as editoras. Isso porque tenho o firme propósito de conseguir pelo menos algumas centenas de leitores pelo Brasil. Sim, tô ousado, mas até aqui ninguém me cobrou por sonhar alto rs.

Ontem passei o dia pesquisando o processo de envio de originais às editoras e o cadastramento na Biblioteca Nacional. Agora estou me organizando pra conseguir fazer isso ainda neste ano.
Quem é mais próximo a mim sabe que eu tenho vários livros escritos. Nenhum desses que estão prontos eu publicaria, por uma série de motivos, mas este no qual estou trabalhando desde 2007, ainda ganhando forma, de fantasia, este sim, é meu xodó, meu orgulho, minha cria. E é neste que vou investir.

Compartilho esse desejo, esse objetivo que tracei para minha vida neste ano para que vocês estejam a par dessa minha caminhada e, sabe-se lá como, de repente possam me ajudar e/ou incentivar de alguma maneira. Tenho vários amigos com livros já publicados e isso dá alguma experiência, que seria muito útil para mim neste momento. Ideias, afinal, também são sempre bem-vindas.

Prometo que qualquer avanço nesse sonho eu compartilho por aqui. Até lá vou lutando, sonhando, pesquisando, buscando meu espaço e fantasiando.

Espero que tudo dê certo!

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Anunciado o terceiro filme de "O Hobbit"

Desde o final da trilogia do Anel falava-se a respeito de uma adaptação para a pré-sequência de "O Senhor dos Anéis" - "O Hobbit" - a história de como Bilbo Bolseiro encontrou o Anel do Poder e ajudou os 13 anões liderados por Thorin, Escudo de Carvalho, a recuperar o tesouro roubado pelo dragão Smaug e escondido no interior da Montanha Solitária.
Mas pendências judiciais, a crise econômica da MGM - um dos estúdios envolvidos no projeto - a incorporação da New Line pela Warner Bros., entre outras questões, levaram os planos de uma adaptação para o lixo, sendo resgatados apenas alguns anos depois para passar por tantos outros entraves até, enfim, começar a ser rodado.

Eis que, de lá para cá, para um filme que corria o risco de não existir, até que "O Hobbit" tem se saído mais pioneiro do que imaginado. Além de ser gravado em 3D, o novo projeto de Peter Jackson será exibido nos cinemas na velocidade de 48 quadros por segundo (o dobro do comum, que é de 24 quadros/segundo), e, agora, não serão mais dois filmes, e sim, três.

A seguir, o comunicado oficial, feito pelo próprio Jackson, diretor dos longas:

É apenas no final de uma filmagem que você finalmente tem a chance de sentar e olhar o filme que você fez. Recentemente Fran, Phil e eu fizemos exatamente isso quando assistimos pela primeira vez uma edição preliminar do primeiro filme – e um grande pedaço do segundo. Nós ficamos realmente satisfeitos com a maneira com a qual a história se agregava e em particular com a força dos personagens e o elenco que os trouxeram à vida. Tudo isso deu origem a uma questão simples: aproveitamos essa oportunidade para contar mais dessa história? E a resposta, da nossa perspectiva como diretores e como fãs, foi um ‘sim’ sem restrições.
Nós sabemos quanto da história de Bilbo Bolseiro, o Mago Gandalf, os Anões de Erebor, o surgimento do Necromante e a Batalha de Dol Guldur iria continuar sem ser contada se não aproveitássemos essa chance. A riqueza da história de O Hobbit bem como alguns dos materiais relacionados nos apêndices de O Senhor dos Anéis nos permitem contar a história completa das aventuras de Bilbo Bolseiro e a parte que ele representou na algumas vezes perigosa mas sempre excitante, história da Terra-média.

Desta forma, sem mais delongas e em nome da New Line Cinema, Warner Bros. Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer, Wingnut Films e o elenco e equipe dos filmes “O Hobbit” eu gostaria de anunciar que os dois filmes se tornarão três.

É uma jornada inesperada de fato, e nas palavras do próprio Professor Tolkien, “um conto que cresceu ao ser contado”
Se antes, para muitos, até mesmo dois filmes era um exagero diante do tamanho do livro, três é ainda mais absurdo. Mas é importante ressaltar que a (agora) trilogia não vai contar somente os fatos relatados no original. O filme se propõe a acompanhar Gandalf nos "sumiços" dele, inexplicados no livro. Para isso, será necessário falar do Conselho Branco e a expulsão de Sauron da fortaleza em Dol Guldur, além de outras explicações contidas nos apêndices de "O Senhor dos Anéis".

Os longas devem contar, ainda, com as filmagens que fariam parte de uma versão extendida de "O Hobbit". As novas cenas serão gravadas por volta de maio do ano que vem. Para isto, estão sendo negociados o prolongamento do contrato com os atores e demais envolvidos no projeto. 

Ficamos na torcida para que este novo material nos traga mais informações úteis, existentes no universo criado por Tolkien, e com qualidade.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, ainda sem nome, está programada para o segundo semestre de 2014.

Com informações do site Valinor e Omelete.

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Você Precisa LER: "A Guerra dos Tronos"



George Martin fez a lição de casa para emplacar como renomado escritor de fantasia. Produtor e escritor de Hollywood, ele sabe mais que ninguém quais estratégias funcionam na hora de tornar alguma coisa um fenômeno de vendas.
Não à toa, abreviou o "R. R", tal como Tolkien ou Rowlling, conhecidíssimos e premiadíssimos escritores de fantasia. Isso já chamou a atenção logo de cara, seguido pelo mapa que é encontrado logo na primeira página, ao tamanho da obra física e ao marketing muito bem utilizado.
Para prender adultos a uma história de fantasia - que para muitos ainda é tida como coisa de criança e de adolescentes nerds - salpicou um pouco de sexo aqui e mais um tanto de sangue, tortura e mutilação lá. Pronto: estava concluído o livro que ganharia, em breve, uma adaptação. Não deu outra. Ele está emplacando na tela da HBO.

Mas devo confessar que as coisas não são tão fáceis assim. A história não é ruim e não estou reduzindo o trabalho de Martin a estratégias de marketing. Apesar de doente por sexo (com detalhes irrelevantes para a narrativa), ele sabe escrever e conquistar o leitor.
Apesar disso, leva um tempo até que consigamos nos situar na história. A demasiada quantidade de personagens e de localidades que são citadas nos confundem a ponto de, a certa altura, não sabermos exatamente quem é o sujeito que estamos lendo e em que lugar ele está. Em nenhum momento Martin situa ou apresenta os personagens ao leitor. É como se pegássemos "o bonde andando" e, no caminho, aos poucos e sem ajuda, fôssemos descobrindo quem é quem e de que lugar.
Só lá pela metade de "A Guerra dos Tronos" é que passamos a torcer e entender o ódio que sentimos acerca de determinados personagens. E então a história ganha ritmo e nos pegamos sedentos de capítulo atrás de capítulo, devorando cada palavra com uma ferocidade ímpar. Tanto que nos esquecemos da lentidão por qual passamos na primeira metade da narrativa.

Embora inicialmente não pareça fantasia, mas apenas uma história medieval, o livro é mais cheio de surpresas do que podemos supor. E se isso me enche de alegria, por termos à disposição nas livrarias mais uma fantasia de alto nível e boa qualidade, ainda sou contrário às correntes críticas que o consideram tão grandioso quanto a saga do Anel e o comparam a Tolkien. Devo frisar: "A Guerra dos Tronos" não é superior ao universo criado por Rowlling, por exemplo, e ninguém superará Tolkien. É como se quiséssemos atribuir ao Papa os méritos de Cristo na criação do cristianismo. Ou seja: sem Jesus, o cristianismo não existiria, por melhor que fosse o Papa. Sem Tolkien, a alta literatura fantástica não existiria, por melhor que George Martin seja.

Embora haja ressalvas (e a impressão de que o autor escrevia o livro enquanto se masturbava), é uma ótima literatura, e o segundo promete ser ainda melhor, tendo em vista que já estamos habituados ao mundo criado por Martin.

Vale a pena as quase 600 páginas, o seriado está longe de captar a complexidade da história e o desfecho (nem tão desfecho assim, porque deixa aberto para o livro seguinte) nos enche de vontade de continuar. Martin conseguiu prender minha atenção. Pena que não tenha feito isso desde o primeiro capítulo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Você Precisa LER: A Menina Que Roubava Livros


Sem sombra de dúvidas, um dos motivos que mais fazem o leitor ter a atenção fisgada já nas primeiras páginas deste "A Menina Que Roubava Livros" é a particularidade do narrador. Neste caso específico, da narradora: a Morte.
Sai o autor na terceira pessoa e entra a inusitada personagem cadavérica (embora ela mesma não se descreva desta forma) narrando, também, (na maior parte do tempo) em terceira pessoa. Mas, ao mesmo tempo, como uma participante dos fatos ocorridos no decorrer da leitura.

O segundo motivo que prende o leitor é a forma como a obra é organizada. Capítulos relativamente curtos, linguagem leve, trechos que destacam pensamentos importantes e, por vezes, até adiantam alguns acontecimentos. Nem por isso somos tomados pela decepção de um spoiler; pelo contrário: nos aguçam ainda mais a curiosidade. Afinal, a narradora já adianta desde o início: "EIS UM PEQUENO FATO: Você vai morrer". Se o leitor morre, certamente os personagens da história também morrem.

Mas, aqui, o que interessa é saber como eles morrem.

Enfim, o terceiro - e, diga-se de passagem, o mais importante e relevante - motivo que nos fisga é a própria história sobre "uma menina, algumas palavras, um acordeonista, uns alemães fanáticos, um lutador judeu e uma porção de roubos".
Liesel Meminger é uma garota que é confiada, já crescida, a pais adotivos em plena alemanha nazista. A menina sofre com a morte do irmão mais novo que deveria lhe fazer companhia na casa dos novos pais. Além, é claro, da angústia de ter sido separada da mãe.
Para aliviar a dor, ela conta com o carinho de Hans Huberman, seu pai adotivo, com a amizade do garoto Rudy Steiner e com um passatempo peculiar: roubar livros.
Inicialmente analfabeta, na medida que a menina vai descobrindo as palavras, também passa a conhecer mais sobre o mundo ao qual está inserida e, cada vez mais, passa a entender a importância e o perigo que a palavra têm na história da humanidade, especialmente depois que seu pai resolve esconder um judeu no porão de casa.

Diferente de tantas histórias que se passam neste período histórico, "A Menina Que Roubava Livros" não apela para emoções baratas facilmente conquistadas com o conhecimento prévio a respeito da maneira atroz que os "não-alemães" eram tratados na Alemanha de Hitler. Apesar disso, a decisão do autor australiano Markus Zusak em ambientar seu romance na época da Segunda Guerra é decisiva para que os acontecimentos tenham o peso que têm; e a menina não compreenderia o quanto a palavra - que ela tanto amava - poderia ser consoladora ou destruidora.

Não me recai nenhum tipo de remorso, diria, ao afirmar que, na verdade, o personagem principal desta história é a palavra. Por mais "não palpável" e único que possa ser a Morte contar a história, ou tomar como coisa boa uma menina roubando, a maior peculiaridade de "A Menina Que Roubava Livros" é exatamente o poder de nos levar a refletir sobre o peso que têm a palavra, seja falada ou escrita.

Aliás, é imprescindível destacar que, para conferir realismo à trama, e na impossibilidade - óbvia - de escrever o livro na língua dos personagens, o autor insere expressões genuinamente germânicas para que lembremos que os personagens são alemães e as histórias se passam na Alemanha; logo, todos falam alemão.

E, aqui, cabe uma reflexão ainda mais profunda do quanto as pessoas vulgarizam a palavra e não valorizam o idioma natal.

Mas é claro que aos assassinos da língua portuguesa e aos que acham que a palavra é menos importante que tudo, nenhuma dessas reflexões fará sentido. Aliás, a estes, nem existe a vontade de descobrir o prazer em abir um livro.

É esta a principal lição que "A Menina Que Roubava Livros" nos passa: o quanto o interesse pelas palavras diz do caráter das pessoas; não importa se leem mal ou bem, ou  nem leem. Aqueles que sabem o que falam, têm sede de leitura e senso de justiça são capazes de dominar o mundo; diante delas, muitas coisas, por convenção, ditas avassaladoras, são mais fracas: "Jamais dispararei uma arma", pensou certo personagem. "Não precisarei fazê-lo". Ideias e palavras são mais poderosas. Para o bem e para o mal.

Lembrem-se que, para os cristãos, Deus criou o universo com a palavra. "No princípio era o Verbo (...). Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito" (João, 1).

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Uma Jornada que há muito esperava*

Na madrugada do dia 21 de dezembro de 2011, eu voltei exatos dez anos no passado. Repeti em meu íntimo uma longa jornada que fiz àquela época; uma jornada que mudou para sempre a minha vida. Uma aventura de letras e palavras, que mais tarde se tornaram sons e imagens, e que me fizeram descobrir um mundo totalmente novo.

E tudo isso voltou de repente, para uma nova – e ao mesmo tempo antiga – aventura. Uma jornada que eu há muito esperava. “Ah, as Montanhas Gandalf! Preciso ver as montanhas novamente!” E cá estou eu, cinto afivelado, mochila às costas e um cajado na mão, pronto para enfrentar trolls e orcs, aranhas e um magnífico dragão. “A Estrada em frente vai seguindo/Deixando a porta onde começa./Agora longe já vai indo,/Devo seguir, nada me impeça[...]”.

Sim, Bilbo, eu o seguirei. Serei o 15º membro de sua companhia, assim como fui o 10º membro da velha Comitiva, através de muitas sendas, mesmo sem saber o que vem pela frente!

Para os alienados do assunto, que ignoram tudo o que estou dizendo, eu explico: Peter Jackson e toda a New Line Cinema compartilharam hoje pela internet, a 1h da manhã, o primeiro teaser de O Hobbit – Uma Jornada Inesperada, a primeira parte do filme que adaptará o primeiro livro de J. R. R. Tolkien, muito anterior à Trilogia de O Senhor dos Anéis.

E todo este drama por causa de um filme? Ah, para aqueles que isso se perguntam, deixo apenas a minha mais sincera pena. Pena por não sentirem o mais incondicional amor pela mais singela das aventuras; pena por não saberem o que é viajar para um mundo à parte, mas descobrir que este é nosso próprio mundo. Pena por não conhecerem Bilbo e Gandalf, Thorin e Beorn, Gwaihir e o magnífico Smaug. Que me chamem de alienado aqueles que se intitulam sábios. Que me chamem de sonhadores aqueles que vivem nesta realidade insossa… Não me importo, pois o único chamado que ouço agora, é o do velho mago Cinzento convocando-me para mais uma – ou seria a primeira? – aventura!

E vendo e revendo o trailer, não há defeito a se colocar, não há reclamações a serem feitas. Está tudo aí: Bolsão e Valfenda, as Montanhas e tudo o mais. A mesma atmosfera dos filmes anteriores, a mesma Terra-média de sempre, com velhos e novos amigos, prontos para uma velha nova aventura. Rumo, meus caros, à Montanha Solitária!




* Este texto foi escrito por João Victor, autor do blog Covil do Orc. João é formado em Comunicação Social – Rádio e TV, ex-bolsista pesquisador do CNPq, na área de História da Comunicação e Exibidor da "Rede TV Mais" no Grande ABC Paulista. Além disso, é fã da obra de J.R.R Tolkien há mais de uma década.

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Harry Potter - o fim

Bom, meus caros. Na madrugada de quinta para sexta-feira, mais precisamente à meia-noite e quinze, as luzes do GNC Cinemas do Joinville Garten Shopping estarão se apagando para eu acompanhar, pela última vez, uma nova história do bruxo mais famoso da atualidade: Harry Potter.
Eu poderia, aqui, falar um monte da grandiosidade desse projeto, da ideia incrível de J.K. Rowlling, do que Harry Potter representa para o cinema e para literatura e o quanto de milhões de novos leitores adquiriram esse hábido (da leitura) com a saga.
Mas nada representa tão bem a profundidade e o impacto dessa década (no cinema, porque, pelos livros, são 14 anos que a história já é conhecida no mundo) quanto o testemunho de alguém que mudou seu eu - de forma positiva, devo ressaltar - por causa da grandiosa e complexa história da escritora britânica.

Segue, portanto, o incrível, tocante e inspirado texto de um grande amigo meu, André Almeida, fã de Harry Potter, cinéfilo, e que conta de forma emocionante sua relação com a saga do bruxo-órfão. Segue:
Está chegando a hora.

Está acabando a espera pelo final. Poderia dizer que este será o “segundo final”. Após se despedir do mercado literário, Harry Potter vai se despedir dos cinemas, e, assim, os fãs se despedirão da habitual espera por grandes novidades envolvendo a saga que fez e continua fazendo parte da vida de milhões de pessoas ao redor de todo o mundo. No dia 15 de julho, Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 finalmente chegará aos cinemas, causando um misto de emoções em quem, como eu, acompanha a jornada de Harry há anos.

Como agir quando você não pode fazer nada para impedir o término daquilo que teve uma gigantesca influência na sua vida? O que pensar quando você sabe que estes são os últimos dias para aproveitar a história que você mais ama? E como se preparar para quando chegar o dia e você se der conta de que dentro de algumas horas você presenciará o fim?

É inegável a importância que Harry Potter teve em minha vida. Conheci a série aos 9 anos, graças a uma visita que fiz à minha prima, e confesso que não me apaixonei à primeira vista. Harry Potter e a Pedra Filosofal estava em cima da cama dela, e lembro-me bem que ela me disse que estava gostando muito da leitura. Estava impaciente pra brincar de alguma coisa, e, enquanto esperava meus primos fazerem não-lembro-o-quê, decidi abrir o livro. Uma página cheia de letras pequenas, sem espaço para figuras, apareceu para mim. Aos 9 anos, ingênuo, li o primeiro parágrafo e não consegui entender muito bem do que se tratava o livro, a não ser que falava de um casal normal, “muito bem, obrigado” (essa frase nunca saiu da minha cabeça, especialmente pela demora que levei para entender o seu sentido). Abandonei o livro no lugar em que estava e fui brincar.

Meses depois, estava no shopping com meu pai e meu irmão. Passamos na frente do cinema e lá estava um cartaz que me chamou a atenção: Harry Potter e a Pedra Filosofal. Algo naquela imagem me chamou muito a atenção, e pedi para assistir o filme – pedido que foi, lamentavelmente, negado, fazendo com que este fosse o único filme da série que nunca vi no cinema.

Mais alguns meses se passaram e eu estava chegando na casa dos meus primos quando eles estavam assistindo a um VHS com uma imagem extremamente ruim. A fita estava muito suja, mas não o bastante para me impedir de assistir, pela primeira vez, a uma partida de quadribol. Me fascinei em poucos segundos, e, assim que o jogo terminou, pedi para que voltassem o filme desde o início, onde a imagem estava pior ainda (na época eu podia jurar que Dumbledore e Minerva estavam caminhando no interior de uma caverna). Cheguei em casa e narrei terrivelmente (como sempre) o filme para minha mãe e irmã. Dali em diante eu não conseguia esquecer o filme, e não demorou muito para minha avó comprar Câmara Secreta para eu ler (optei pelo segundo livro por já ter assistido ao primeiro filme – um grande erro que cometi aos 10 anos). E foi assim que começou.

Ao assistir Pedra Filosofal eu não tinha a menor idéia do que Harry Potter viria a significar para mim. Devido à espera por novos livros da série, passei a ter amor pela leitura. Por ter assistido repetidamente os filmes, comecei a reparar nos acertos e defeitos. Foi por ter ganho da minha mãe um CD da trilha sonora de Pedra Filosofal que eu me tornei um fã de música clássica. Por causa de Harry Potter conheci muita gente que não conheceria de outra forma. Hoje, aos 19 anos, tenho mais livros em casa do que achei que um dia teria, trabalho numa livraria e no Potterish, tenho cinema como uma das minhas maiores paixões e objetivo de vida, comecei a ter aulas de piano, e conheci pessoas – especialmente virtuais – que realmente posso chamar de amigos.

Talvez isso não seja o suficiente para alguns entenderem a angústia que me causa saber o que 15 de julho significará para mim. Alguns podem dizer que não há motivo para eu me sentir assim, uma vez que os livros já chegaram ao fim e eu conheço como a história termina. Mas os filmes sempre foram uma oportunidade de ver, no telão, tudo aquilo que eu havia imaginado lendo os livros. Não me senti tão mal ao terminar a leitura do sétimo livro por saber que ainda havia algo grande, envolvendo Harry Potter, pelo que eu poderia esperar. Mas e agora? Pelo que devo esperar depois que os créditos finais do oitavo e último sumirem da tela pela última vez?

Aconteça o que acontecer, eu sinceramente não me arrependo de ter gasto um segundo sequer com Harry Potter, que me fez ser quem eu sou hoje. Seria muita insensatez dizer que Harry Potter não faz parte de mim. Cresci, ri e chorei com Harry, e continuarei crescendo, rindo e chorando com ele. O que ficará é a saudade inconsolável desse tempo que passou e está passando: quando tínhamos um novo livro e filme para esperar, um novo enigma para decifrar, um novo trailer pelo qual vibrar, uma nova teoria para discutir, uma novo foto para comparar… e algumas páginas de livros e horas no cinema de novas aventuras e descobertas com Harry, Rony e Hermione.

Já sinto saudades.


Texto extraído deste blog, pessoal do André.


Leia a crítica de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1", que eu publiquei no Set Sétima antes de tomar conhecimento do último capítulo da série.

Leia a crítica de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", também no Set Sétima.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dois filmes de O Hobbit já têm títulos e datas para estreia

Depois de anos de pendengas judiciais, financeiras, trocas de diretor e problemas relacionadas à saúde do idealizador, enfim O Hobbit começou a ser gravado. Mas isso já não é notícia nova, até porque a equipe já está se encaminhando para o segundo bloco de gravações, que inclui as batalhas da história.

A grande notícia do momento é a definição do título das suas partes da história. O primeiro deve se chamar "The Hobbit: An Unexpected Journey" (algo como "O Hobbit: Uma Jornada Inesperada") e o segundo "The Hobbit: There and Back Again" ("O Hobbit: Lá e De Volta Outra Vez").

Os títulos são muito bem escolhidos. O primeiro faz alusão à própria natureza da história: nada do que aconteceu com Bilbo era esperado ou premeditado por qualquer um dos envolvidos.

Já o título do segundo longa faz uma referência ao nome que Bilbo deu ao seu livro - mostrado em O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei - contendo os relatos das aventuras que serão protagonizados nesta pré-sequência.

E mais: as datas de lançamento também já foram divulgadas! O primeiro filme deve ser lançado nos Estados Unidos no dia 13 de dezembro de 2012, e o segundo, dia 14 de dezembro de 2013.

O Hobbit se passa 60 anos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis. Ele conta como Bilbo Bolseiro achou o Um Anel na caverna de Gollum, ainda sem saber que se tratava do lendário Anel de Sauron. O filme será baseado no livro homônimo de J.R.R. Tolkien, contendo alguns acréscimos necessários tirados de O Silmarillion, Contos Inacabados e dos apêndices de O Senhor dos Anéis, para explicar o que não está dito em O Hobbit.

O roteiro foi escrito a oito mãos por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro. A direção é de Peter Jackson, mesmo diretor da Trilogia do Anel. Junto com ele, devem voltar outros atores presentes na trilogia: Ian McKellen (Gandalf), Orlando Bloom (Legolas), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Andy Serkis (Gollum) e Cate Blanchet (Galadriel). Howard Shore deve voltar a comandar a trilha sonora e a Weta, mesma responsável pelos efeitos especiais de O Senhor dos Anéis, Distrito 9 e Avatar, estará assumindo um dos postos mais importantes para o sucesso dos dois longas.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Joinville que eu queria: Cultura

É inegável que a atual gestão municipal tem dado muito destaque para a cultura. Silvestre Ferreira, da Fundação Cultural de Joinville, está fazendo uma ótima administração cultural na cidade. Tivemos evoluções com a comemoração do aniversário da cidade - sempre mais planejadas e interessantes -, o carnaval de rua de Joinville, que voltou à ativa e está cada vez melhor, a Semana da Diversidade, o Sábado na Estação, a Pescaria no Museu de Arte, a evolução no Festival de Dança, enfim... Joinville não é mais a mesma culturalmente falando.

Falta, primeiro, a população joinvilense valorizar tudo isso. Com um pensamento puramente proletário, as pessoas só pensam em trabalhar e a única diversão é o shopping center e a televisão. Mas isso é um pensamento que pode ser modificado na medida que a cultura ficar mais presente no cotidiano da cidade.

Se o único lazer do joinvilense é o shopping center, precisamos dar mais opções a ele. No próximo post falarei dos parques, mas aqui cabe uma ótima solução para um lazer cultural de qualidade: a revitalização do Complexo Cultural Antarctica. É preciso transformar aquele espaço em um verdadeiro Complexo Cultural, mas já existem projetos para isso e os recursos estão para ser captados. Os dois galpões Anexos do Museu de Arte e o Teatro da Ajote estão para serem reformados ainda este ano. Além do Instituto Luiz Henrique Schwanke, uma ala do Complexo, que está pra receber revitalizões por conta dos desbarrancamentos no morro que fica atrás daquele prédio.
A sala de cinema precisa virar uma verdadeira sala de cinema, com projetor e isolamento acústico, além de poltronas, encarpetamento e climatização. Do jeito que está, parece uma cozinha. É vergonhoso e não atrai as pessoas para os Ciclos de Cinema.
A Conurb precisa sair de lá. A Companhia de Urbanismo em um lugar cultural destoa completamente do espaço.
E é necessário asfalto. Aqueles paralelepípedos com um monte de mato crescendo nos seus vãos é vergonhoso! Asfaltar e fazer jardins, plantar árvores e colocar bancos e áreas de socialização deixariam o lugar agradável e digno de ser visitado. Além de uma ótima opção turística (que falaremos mais adiante).

O Centreventos precisa ser adequado para os fins pelos quais ele foi criado. Não dá de manter uma arena multiuso, como quer que o considerem, se não existe um complexo de sonorização, nem iluminação. Além disso, é preciso haver arquibancadas removíveis para ocupar a pista no caso de shows, e não ser necessário terceirizar a instalação desse espaço.
É urgente o tratamento acústico do Centreventos. Além de fazer o isolamento acústico para garantir que o teatro Juarez Machado possa receber peças enquanto há atividades no Centreventos. Atualmente isso é impossível.

A Estação Ferroviária já recebeu reformas e hoje é a Estação da Memória. Um belo espaço! Mas é preciso revitalizar o Terminal de Cargas, hoje abandonado. Isso vai ser tratado no post sobre turismo. Citei aqui só para registrar.

Gostei muito do espaço no antigo Piazza Italia para a Biblioteca Pública, mas sabemos que isso é provisório. Mesmo que não fosse, acho necessário e digno que Joinville tenha um prédio majestoso para um lugar como este. A Biblioteca precisa ser um lugar que enalteça a literatura, desperte a imaginação e a vontade de estar lá. Tem que ser bonita, confortável e chamar a atenção.
O lugar onde está a antiga biblioteca - desativada pelo desabamento do telhado - é um ótimo ponto. Mas é necessário demolí-la e começar do zero. O prédio que existe hoje para a biblioteca é sem graça e parece uma caixa onde os livros são armazenados. E não um antro da literatura, da imaginação e criatividade.

Além disso, Joinville precisa e merece um Teatro Municipal, bem equipado, com uma boa capacidade de público e tudo o que é comum e básico num teatro para que Joinville esteja, enfim, preparada para receber verdadeiros espetáculos, sem improvisações ou despesas astronômicas para os realizadores do evento.

Com espaços adequados, a cidade vai poder receber exposições que nunca vêm para cá, peças teatrais de qualidade, experimentações culturais, musicais, mostras de cinema alternativo, instalações e tudo o mais que for possível. Além dos espaços, é preciso iniciativa para buscar e realizar esses tipos de eventos. Só assim Joinville vai ter uma cultura de verdade, e não algo construído e forjado para vender um turismo que não dá certo. Porque Joinville não é mais predominantemente alemã há muitos anos...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Vida na Porta da Geladeira

É incrível como ideias simples podem resultar em coisas fascinantes. E de fato isso acontece com muitas outras coisas. O Twitter, por exemplo, tem uma premissa muito simples, mas que vicia.
Falo isso porque hoje resolvi escrever sobre o livro "A Vida na Porta da Geladeira" (Life on the Refrigerator Door, Martins Fontes, 2009), de Alice Kuipers. Este não é um livro tão recentemente lançado, também não faz tão pouco tempo que o li, mas é uma dessas ideias simples que dão certo. Por isso vale um texto sobre ele aqui no Andarilho, afinal, trata-se de uma obra verdadeiramente encantadora.

A história é narrada em primeira pessoa, através de bilhetes deixados por mãe e filha na porta da geladeira. A mãe sempre atarefada com o trabalho e a filha vivendo os conflitos típicos da adolescência.
Entre bilhetes de rotina - como uma lista de compras ou um aviso - coisas realmente importantes na vida de ambas acontecem, e a relação das duas - por vezes atribulada por pouco se verem - pode mudar.

É um livro emocionante, inteligentemente escrito, sensível, simples, mas que trata de situações profundas e traz reflexões complexas para o nosso dia-a-dia. Nos faz pensar em como devemos valorizar e conviver mais com as pessoas que amamos. Nos faz relembrar sobre a importância de dizer 'eu te amo' e nos faz chorar, sem dúvida. Principalmente se você tem uma ótima relação com a sua mãe. Ou não.

A leitura é rápida. O livro é pequeno, tem 226 páginas, mas os bilhetes que compõem a narrativa são curtos.

A emoção com que a autora escreve é visível. O livro é impregnado de afeto. Os personagens, mesmo na superficialidade dos bilhetes, são brilhantemente palpéveis: conseguimos imaginar, de fato, o temperamento de cada uma, as características físicas e comportamentais, sem ao menos, em algum momento, a autora explicitar isso de forma direta. O texto é leve e informal e sem esforço nenhum é possível ler tudo em menos de uma hora.
Até porque é difícil parar de ler. Levando em consideração que se tratam de bilhetes, e eles formam uma sequência de acontecimentos, não dá vontade de interromper; deixar na cabeceira para continuar no outro dia.
Apesar disso, o livro é dividido em meses: janeiro, março, junho, setembro e, ao final, P.S.

Vale a pena a leitura. Pra quem gosta de ler, de se emocionar, ou pelo menos dessas coisas simples que dão certo. Mas seria errado reduzir o livro a isso. Lendo, é possível entender por quê.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os Filhos de Húrin

Não foram muitos os livros que J. R. R. Tolkien deixou concluídos e revisados, com uma história completa e longa, assemelhada a um romance. Entre as mais conhecidas estão O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Livros como O Silmarillion ou Contos Inacabados são compilações de diversos escritos que Tolkien havia feito ao longo da vida e deixara inacabados, desconexos e separados uns dos outros, incoerentes e contraditórios. Numa tentativa de organizar tudo isso, Cristopher Tolkien, filho do autor, editou esses dois últimos, reunindo os textos mais coerentes e procurando mater vivo o legendarium do Professor.
Com esse Os Filhos de Húrin (The Children of Húrin, Martins Fontes, 2009, 335 páginas, R$ 69,90), a lógica é a mesma: uma reunião de escritos que Tolkien havia feito mesmo antes de começar a escrever O Senhor dos Anéis, em 1937, até os anos posteriores ao lançamento do seu mais famoso romance. Mas a diferença deste lançamento em relação aos outros livros que Cristopher Tolkien tem editado, é que Os Filhos de Húrin não se trata de vários contos complexos e desconexos como em O Silmarillion, por exemplo. É uma história corrente, completa e coerente, que já era conhecida brevemente pelos escritos em O Silmarillion e Contos Incabados: ambos contam, cada qual da sua forma, mas sem mudar o rumo dos fatos, claro, o destino dos filhos de Húrin.

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Se já conhecemos a história, o que tem de tão interessante neste lançamento? Eu respondo: muitas coisas. Talvez não seja relevante para quem, como dizia o próprio Tolkien, "aprecia o livro apenas como 'romance heróico'"; estes nem leram os Contos, nem O Silmarillion, portanto, não sabem do que a história fala e fariam bem em conhecer Os Filhos de Húrin. Mas aqueles que já conhecem a história, provavelmente gostam de Tolkien e também não farão mal em ter mais este livro na estante.

A obra relata o sofrimento que a família de Húrin vive após a maldição imposta por Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro, de quem Sauron era apenas um servo. Tal praga acaba por separar a família e impor um destino horrível para Túrin e Niënor, sua irmã.

À caça dos dois está Glaurung, o Senhor dos Dragões, terrível e poderoso. Uma história sombria, fria e triste, mas que revela toda a maestria que Tolkien tinha em criar personagens e dá-lhes personalidades fortes e determinadas, com orgulho e, aparentemente, inteligência própria.

Não vemos, ali, o autor tomando as decisões, mas o próprio personagem, no seu orgulho, decidindo o que fazer.

Grande destaque nesta edição são as ilustrações de Alan Lee, o mesmo que ajudou na criação dos sets de filmagem da Trilogia do Anel. A iluminação e textura que o desenhista dá às paisagens de Tolkien são fascinantes e misturam-se o gótico e o medieval, colaborando ricamente com a linguagem do romance.

Outro ponto interessante é a nova tradução para "anões". Tolkien não usava, em inglês, o plural correto para esta palava; propositalmente. Em inglês, o único plural correto de "dwarf" [anão] é "dwarfs", e o adjetivo é dwarfish. Em seus livros, ele usa "dwarves" e "dwarvish". Por esta razão, os tradutores acharam por bem trocar "anão" por "anano".

Ao final do livro, o editor e organizador, Cristopher Tolkien, oferece um apêndice, contando toda a tragetória de seu pai no que se refere à criação da história dos filhos de Húrin. E, de longe, esta é a parte mais interessante do livro. Pelo menos no contexto atual.

Fica-nos claro o repúdio que Cristopher tem (herança do pai) de todo o legendarium ter se tornado apenas fruto do capitalismo. O herdeiro de Tolkien critica a todo momento a pressão que seu pai sofria das editoras, para que continuasse a contar "alguma outra história de hobbit", depois do lançamento do livro com as aventuras de Bilbo, e que fizera muito estardalhaço na época.

Cristopher culpa a todo momento O Senhor dos Anéis pela perda da linha de raciocínio que Tolkien sofrera, e responsabiliza a aventura de Frodo pelo atraso na criação das histórias dos Dias Antigos da Terra-média. Ele chama O Senhor dos Anéis de "grande intrusão" e diz que Tolkien voltou com outras ideias, muito mais grandiosas e contraditórias da Primeira Era, em relação ao que ele tivera antes dos hobbits.

Mas além das críticas, Cristopher também esclarece as diferenças na versão da história de Túrin contada em O Silmarillion, Contos Inacabados e Os Filhos de Húrin, e lista os nomes que aparecem na história com seus significados. Fechando o livro, um mapa baseado no de O Silmarillion, mas adaptado pelo próprio Cristopher à realidade de Os Filhos de Húrin, omitindo alguns acidentes geográficos e uma ou outra localidade para tornar a compreensão mais facilitada.

Acima de qualquer coisa, é perceptível neste livro o verdadeiro espírito de Tolkien: a maestria das suas palavras, a grandiosidade da sua criação e até mesmo seu pensamento a respeito das coisas envolvendo a sua criação, claramente demonstrado pelo seu filho e herdeiro. Sem dúvida um livro muito interessante e indispensável para qualquer um que realmente goste de boa literatura, complexidade e tenha mente aberta para conhecer cada vez mais da maior mitologia moderna, digamos assim, existente no nosso mundo.

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sábado, 19 de dezembro de 2009

Sinopse de "Em Busca do Reinado"

Então galera! Saudades de todos vocês. Foram quase seis meses de ausência, mas as coisas andaram corridas mesmo.
Pra compensar, prroduzi um vídeo bem bacana contando a sinopse da história na qual estou trabalhando agora e que dá o nome a este blog.
Pra quem quiser entender um pouco de onde surgiu o nome maluco que eu dei para este espaço e conhecer um pouco das minhas invencionices, não deixem de curtir o vídeo.
E se não for pedir demais, comentem e divulguem!

Obrigado, galera! Forte abraço!




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domingo, 7 de junho de 2009

Chatô: o Rei do Brasil

Analisar “Chatô – o Rei do Brasil” nos obriga a pensar de várias maneiras diferentes. Não podemos deixar de considerar a importância de Assis Chateubriant para a história da imprensa nacional, ao mesmo tempo que não podemos deixar de odiá-lo e, outras vezes, de torcer pelo pivete gago e analfabeto obrigado a viver por uns tempos no sertão do nordeste brasileiro com os avós.
Mas despertar todos esses sentimentos pelo personagem principal é primor de Fernando Morais que, com maestria, consegue fazer do livro um verdadeiro passeio de montanha russa. Temos que tomar cuidado para não nos pegarmos roendo as unhas ou urrando com socos estridentes sobre a escrivaninha que apoia o livro durante a leitura – gesto repetidamente comum na vida do jornalista-advogado – devido à raiva, inquietude e sentimento de injustiça que as páginas nos revelam do monstro feito gente, “atolado no capitalismo”, como o próprio se denominava, e sujeito prepotente julgando estar acima da lei.
A narração de Fernando Morais nos introduz no livro como se fosse, de fato, um romance, uma ficção. Tal sensação só é afugentada quando nos deparamos com personagens conhecidos da história do país, como Getúlio Vargas, Machado de Assis e Juscelino Kubitschek. Ou quando viajamos pela lendária reputação da revista O Cruzeiro, ou com a inauguração do Correio Braziliense, presente até hoje no jornalismo do nosso país. E até mesmo quando descobrimos o jeito inusitado que foi introduzido em nosso país um dos meios de comunicação mais influentes na sociedade atual – a televisão. Acompanhamos tudo isso de camarote, sujeito às emoções dos que estiveram presentes em casa fato, às tristezas daqueles que perderam reputação, dignidade, posição social devido às calúnias e injúrias esparramadas por Chatô nos editoriais da sua cadeia de diários, ou, quando a “acusação” era mais pesada, a falsa nota “a pedido” assinada por um pseudônimo.
Assis Chateubriant era um exímio jornalista, sem dúvida. Em sua primeira viagem internacional – ainda sem ser o dono dos Diários Associados – entrevistou todos os personagens aos quais tivera ou não oportunidade de conversar, e usou de todos os argumentos possíveis para conseguir o que queria. Mas ao mesmo tempo era a pessoa mais preocupada com o seu nariz e seus interesses próprios que o Brasil tem conhecimento público: foi capaz de tirar a filha (não reconhecida) dos braços da mãe, mudar a legislação brasileira para isso, pelo simples prazer de tirar a guarda da mãe. Ou dispensar um antigo aliado nos negócios para garantir sua posição de rei do seu império.
Falcatruas, não-pagamentos e funcionários que sofriam com o gênio difícil do patrão; preocupado, sim em fazer um bom jornalismo e ter qualidade em tudo o que era produto seu, mas distante da honestidade nas contratações, mais longe ainda do cumprimento das promessas e palavras (considerava promessa coisa de político) e, ainda assim, não saía da política e chegou até a se candidatar.
Um sujeito contraditório, mas personagem vivo e real em todos os lugares frequentados e situações narradas. Fernando Morais consegue reproduzir fatos, diálogos e localidades com os mínimos detalhes, provando toda sua capacidade e apreço nas apurações e entrevistas. Pensava eu “quantos entrevistados, quanto tempo de conversa, quanta pesquisa, quantas consultas para adivinhar até mesmo as confissões e pensamentos de Chateubriant, que não eram meros pensamentos inventados: eram decisões que tinham consequências. Eram sistemáticos e se reproduziam em fatos dali meses ou páginas adiante. Enfim, “Chatô – o Rei do Brasil” é tão incrível quanto seu protagonista, mas em lados opostos. Enquanto o livro e sua construção inspiram ares positivos, a história desse sujeito “mais temido do que amado”, como simplifica a contracapa, mancha a história da imprensa brasileira em feridas que até hoje sangram nos meios de comunicação do nosso país.

domingo, 18 de maio de 2008

O Silmarillion


Que moral que eu tenho para me achar no direito de vir até aqui, publicamente, falar de uma gigantesca obra de gênio? Criticar algo dessa magnitude? Exagero? Não! Definitivamente. O Silmarillion, de J.R.R. Tolkien, autor famoso por O Senhor dos Anéis, se consagra como mentor de uma gigantesca mitologia a partir, principalmente, desse livro.

O Silmarillion não é um romance com uma história corrente com o típico formato de começo, meio e fim. Na verdade, ele faz um relato dos principais fatos ocorridos no mundo criado por Tolkien - Arda, a Terra. No livro, ele relata com uma linguagem que lembra muito a Bíblia (não as histórias, mas sim a gramática usada por ele) os acontecimentos desde a origem do mundo até a parte final denominada Dos Anéis do Poder à Terceira Era, onde faz-se uma ponte para esclarecer como que o desfechos de todos os fatos dos Dias Antigos da Terra-média (continente imaginário também criado por Tolkien) se encaixam nos relatos de O Senhor dos Anéis, seu livro de maior sucesso.

Ele está longe de ser um romance aprisionador, mas não deixa de nos prender página após página. Se não pelo romance, mas pela quantidade e qualidade dos fatos, lugares, povos e línguas relatadas, criadas, contadas e detalhadas. Tolkien cria sozinho - ele e sua imaginação, línguas e povos e dá características próprias à criaturas que já existiam em outras mitologias, mas não como ele as descreve: é o caso dos elfos, orcs e anões.

A magnitude da obra está justamente em seus detalhes. Se para criar a mitologia grega foi necessário dezenas de anos, contos passados de geração a geração para irem se fortalecendo e aprimorando, Tolkien fez tudo isso sozinho; criou a sua mitologia sem ajuda de ninguém e, apesar das várias lacunas que são brechas para discussões dos fãs até hoje, em O Silmarillion conseguimos visualizar bem de perto um pouco da dedicação que o autor teve em toda a sua vida com o seu mundo. Afinal, o livro foi lançado quatro anos após a morte de Tolkien e organizado por seu filho, Cristopher Tolkien, responsável até hoje pela publicação (ou não. Cristopher restringe muito e se recusa a publicar todo o material deixado pelo pai) das obras do professor.


Para quem gosta de uma leitura fácil, não é um livro muito recomendável. Os lugares, seres e personagens das histórias ganham novos nomes a cada povo e tempo em que vivem. Assim, se houver uma leitura sem muita atenção, o leitor pode se perder nos nomes dados na obra. Além disso, é necessário ter uma capacidade de imaginação muito grande para conseguir viajar nos lugares estritamente detalhados por Tolkien e se pôr nas cidades e fortalezas diversas presentes na obra.

Enfim, com boa imaginação e muita atenção, a leitura de O Simarillion pode trazer muito mais lógica aos relatos de O Senhor dos Anéis e fazer com que muita gente se encante com as obras da Terra-média sem fazer muito esforço... o máximo é ler e aproveitar!