segunda-feira, 14 de março de 2011

A Joinville que eu queria: infraestrutura

AS VIAS JOINVILENSES

Joinville tem a maior frota de veículos automotores per capita do Brasil. Ainda assim, a única via na cidade condizente com essa expressiva quantidade de veículos e com o tamanho da cidade é a BR-101 que, é bom lembrar, não está lá a serviço do município, e sim, do Brasil, como ligação entre as cidades do litoral.
Dentro da cidade o trânsito é sofrível. As ruas são escoras: tem lugar pra encostar o carro em todo canto em ruas que já são estreitas por natureza. Pra piorar, a solução mais inteligente para organizar o trânsito que é encontrada pelos órgãos municipais continua sendo o semáforo. Colocado em cada esquina, ele torna o trânsito joinvilense ainda mais trancado e impossível.

Não é difícil, no entanto, encontrar soluções para estes problemas. Precisa somente de vontade política e dinheiro. Além do apoio do empresariado forte da cidade, que deveria trabalhar mais em prol da sociedade e menos em vista dos seus umbigos.
Algumas dessas soluções já estão sendo encaminhadas: a abertura da Almirante Jaceguay, entre o Costa e Silva e o Vila Nova, sendo uma rota alternativa à congestionada XV de Novembro. Esta, aliás, precisa ser duplicada, mas há um projeto de binário que está sendo encaminhado. Também é válido. Assim, o acesso ao Vila Nova vai ficar bem mais digno, rápido e seguro.
É preciso eliminar o estacionamento rotativo de vias que recebem grande fluxo de veículos, como a avenida Getúlio Vargas, a Rua do Príncipe, a Abdon Batista e a Princesa Isabel. Isso daria pelo menos mais duas pistas de rolagem e desafogaria o trânsito, além de evitar aquelas paradas para gente que tenta estacionar por ali. É preciso, no entando, a construção de pelo menos dois estacionamentos municipais, administrados pelo Cartão Joinville - mesma empresa que cuida do estacionamento rotativo - para suprir a necessidade de vagas.
E, claro, os elevados. Já passou da hora de Joinville contar com viadutos. É preciso com urgência um na rua Florianópolis, no Itaum, naquele cruzamento do Terminal do Itaum com o PA 24 horas Sul, um na Beira-Rio próximo à ponte azul da prefeitura e um no cruzamento da Marquês de Olinda com a XV de Novembro, no Glória. A João Colin precisa de uma solução urgente, mas, infelizmente, não cabe um elevado ali.

O TRANSPORTE COLETIVO

Joinville tem um transporte coletivo caro, ineficiente e sem alternativas. É preciso reconhecer que o modelo de integração, onde é possível rodar a cidade com apenas uma passagem, é bom; e que a nossa frota de ônibus tem boa qualidade. Mas isso não basta.
Não dá de ficarmos reféns de péssimos horários de ônibus, e programar a nossa vida em função deles. Não dá de ir trabalhar com tranquilidade, não dá de planejar um horário para chegar em casa e muito menos ir ao cinema com tranquilidade. É preciso mais horários, mais linhas e um valor menor.
Se tem gente que trabalha, término de sessão de cinema e bares que fecham depois da meia-noite, por quê o último ônibus é 0h15 do Centro? Isso tá errado! É preciso ampliar os horários com maiores frequências de viagens.
Estudantes e trabalhadores a caminho do serviço (pra pensar de modo realista) têm o direito de pagar meia passagem. É preciso ter cobradores nos ônibus. E aquela ideia da passagem a R$ 1 aos domingos e feriados é ótima!

Além do ônibus é preciso já pensar numa possibilidade de metrô de superfície. Mas aqui é preciso a união dos municípios vizinhos e recursos estaduais e federais.
Por que metrô?
1 - A quantidade de joinvilenses que trabalham em São Francisco do Sul e Araquari, e vice-versa.
2 - A UFSC e a fábrica da GM que estão a caminho no extremo Sul da cidade.
3 - É preciso pensar que Joinville está crescendo, e vai crescer mais, e continuar só com ônibus não dá. Não terá como suportar.
A ideia é que o metrô saia do aeroporto, passando pela Univille, margeie a Dona Francisca para atender as fábricas da região, passe pelo Terminal Norte até o Centro. Depois vá para a Rodoviária, passando pela Via Gastronômica, e de lá siga o trajeto contornando a BR-101 até a UFSC e a GM. Seguindo em frente, é interessante passar por Araquari e terminar a linha na praia da Enseada em São Francisco do Sul. Com isso, o metrô atenderia os estudantes de quase todas as grandes faculdades e universidades da cidade, passaria pelas proximidades dos terminais de ônibus para fazer a integração, atenderia os trabalhadores das indústrias das zonas norte e sul e serviria de atrativo turístico para quem viaja às praias de São Chico nas férias (evitando o trânsito da BR-280), ou vai dar uma passada na Via Gastronômica com os amigos.
Além, é claro, de ser um serviço pra quem usa o deslocado aeroporto (que sofre com os horários da linha de ônibus que o atende) e a rodoviária.

A ligação pelo Rio Cachoeira com São Francisco do Sul precisa de uma solução urgente! É uma ótima alternativa para diminuir o trânsito na BR-280 e serve como potencial turístico, inclusive. É preciso investimento para que as pessoas troquem a rodoviária pelo transporte aquático.
Mas é preciso desassorear o Rio Cachoeira, melhorar o cais perto do Mercado Municipal e dar condições para navegação. Isso é básico.

ENCHENTES

As soluções para as enchentes em Joinville estão longe de ser definitivas porque isso é natural de uma cidade que é parcialmente aterrada, é mangue e está no nível do mar. Mas não dá de usar isso como desculpa para não fazer nada.
Os piscinões para escoamento de água - existentes em São Paulo, por exemplo - são uma ótima alternativa. E, ao que parece, os recursos já foram liberados para a construção.
A modernização na rede pluvial e de esgoto também estão sendo feitas, e são importantes. Além da limpeza das bocas de lobo. Constantes. Não como são feitas hoje, somente no pós-enchente.



É preciso desassorear os córregos e retirar, aos poucos, as famílias que moram às margens dessas vias aquáticas.
Mas uma solução que, não sei por qual motivo, não ganha importância na cidade são as LIXEIRAS. A desculpa da Ambiental, antiga Engepasa, que cuida da coleta de lixo da cidade, é que não tem ninguém para "cuidar" dessas lixeiras das ruas. A prefeitura também não quer se responsabilizar. Mas que diabo!
É preciso lixeiras. Aos montes! A cada cinco metros. Muitas lixeiras. Lixo na rua é porquice e sinônimo de enchentes. E acima das lixeiras, cinzeiros. Os fumantes vão respeitar? Talvez - quase com certeza - que NÃO. São quase todos uma cambada de porcos. Mas aos educados haverá onde depositar sua chepa de cigarro.

As melhorias para a rodoviária e o aeroporto vou deixar para o post de turismo. Este já ficou grande demais. Até o próximo!



CRÉDITO DAS FOTOS:
Trânsito na João Colin: Fabrizio Motta - jornal A Notícia
Terminal de ônibus: Salmo Duarte - jornal A Notícia
Enchente em Joinville: Orides Tomkiel Zmovirzynski - blog Falando Dormindo

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