quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A não compreendida importância da política



Em épocas de eleição é que costumamos observar a maior quantidade de máximas, que pipocam por todo o canto: "odeio política", "nada muda", "vamos anular o voto", "é tudo igual!", "todo mundo rouba na política", "vamos votar branco", "não quero nem saber disso aí", e por aí vai.
Pode até ser que as coisas não estejam boas, que os serviços públicos estejam morosos e ineficientes, que a educação e a saúde estejam precarizadas, que a infraestrutura esteja sucateada e que tudo está muito caro. Mas sinto lhe dizer, querido leitor, que nada disso vai mudar se você não aceitar que só a política é capaz de fazer as coisas mudarem!

O quê? Você acha que com a política não é possível mudar? Bom... está lhe faltando, então, um pouco de lembranças das aulas de história. E aí está outro problema: nossos queridos aluninhos brasileiros, em todas as esferas da educação, não gostam de estudar. E, não raro, quando estudam, é por nota ou pra conseguir a profissão almejada. Jamais por puro, simples e rico conhecimento.

Mas voltemos: foi através de uma movimentação política que o Brasil conseguiu sair de décadas de ditadura para viver, enfim, o regime democrático.
Para quem não tem noção do que era a ditadura (ou esqueceu, ou perdeu a noção de gravidade), aí vai um refresco dolorido: a ditadura proibia o acesso à informação que eles não julgavam interessante. Certamente, portanto, você não veria as queridas cantoras pop da atualidade com a frequência que vê, porque, pela indumentária delas, era uma afronta à família. Seriados americanos? Jamais! O nacionalismo impedia que se tivesse acesso, no Brasil, a uma quantidade muito grande de produções estrangeiras.
Se você fosse um pouco mais politizado, era perseguido, preso e torturado. E mesmo que você não fosse muito politizado, mas fosse pego reclamando do governo com a vizinha, também era preso.

Passado o tempo da ditadura, tivemos o governo Collor, que foi um completo fiasco e não resolveu nada os problemas históricos do Brasil de décadas de atraso. E por um movimento político Collor foi deposto da Presidência da República.

Fora do Brasil, temos o bom exemplo de Nelson Mandela que, com força política, conseguiu trazer um pouco mais de igualdade para a África do Sul.

Da mesma forma, existem aquelas forças políticas que fazem o mal: Hitler (que dispensa explicações) e George Bush só para citar exemplos. Além daqueles casos locais de autoridades municipais que autorizam de forma inconstitucional a exploração de um serviço público (o transporte coletivo) para duas empresas somente por 14 anos. Por mil Lápis, Helicópteros e Sapos! Não preciso lhes dizer quem é, né?

Ou seja, o povo tem sim poder na política. É só ver a história! E a política tem histórico de ser suja e excludente mesmo. Basta ver na Grécia Antiga, quando criaram o conceito de democracia: a democracia deles excluía mulheres e escravos. Só homens tinham voz para tomar as decisões.
Ainda assim, exemplos de políticas feitas com diálogo, respeito, maturidade existem! Basta ver a situação de movimentos sociais, estudantis, sindicatos, entre outras organizações que lutam por dignidade com democracia e inteligência.

Mas é preciso ampliar essa consciência. Infelizmente existem três grupos de pessoas no nosso Brasil.

O primeiro grupo é composto por pessoas não-instruídas que são ludibriadas com discursos que dizem apenas o que elas querem ouvir. Russomano, candidato a prefeito para a cidade de São Paulo, disse hoje, 22 de agosto, que queria que houvesse uma igreja em cada quarteirão. Serra, que também saiu candidato pela capital paulista, também anda fazendo comício em diversas igrejas e estreitando laços com pastores.
Ou seja, uma população que já é enganada e prejudicada por pastores charlatões estão sendo usadas para arrecadação de votos de sujeitos que se preocupam em fazer mais um discurso vazio e ludibriante, do que instigante e construtivo.
É preciso que se diga que grande parte das lutas importantes e necessárias para o desenvolvimento social do nosso país estão prejudicadas por conta das igrejas.

O segundo grupo é composto pelas pessoas que proferem aquelas máximas que listei no início do texto. São pessoas que não são instruídas e que espalham aquelas ideias de votos brancos e nulos como se fossem solução. Não! Não são solução, é preciso dizer, porque esse tipo de “protesto” não dá em nada porque estes votos não são contabilizados e alguém vai ser eleito de qualquer modo. Então porque perder o voto se existe a possibilidade de investir em alguma proposta interessante?
Mas para estas pessoas não existe proposta interessante. E depois reclamam que a saúde vai mal, que o trânsito tá um inferno, que as compras estão ficando muito caras, que não tá sobrando dinheiro pro lazer, que a escola foi interditada, que não tem parques pra criançada brincar e que tem esgoto a céu aberto e buraco na rua.
Mas depois da oportunidade (de voto) perdida, de que adianta reclamar, né?

O terceiro grupo faz parte das pessoas engajadas. Seja pelas boas causas, em prol da sociedade e das minorias, seja pela causa de quem detém o dinheiro, os privilégios e o poder.
O problema é que, deste grupo, os primeiros citados são os mais fracos, pois condenam o preconceito e promovem a igualdade e a justiça para trabalhadores e movimentos sociais, o que nem sempre vai de encontro com as ideias de uma maioria preconceituosa, machista e cristã-conservadora.

Enfim, a lógica é diferente do que a maioria pensa. O impossível de mudar não é a política, mas as pessoas. Se as pessoas mudassem, a política seria diferente. Afinal, foram as pessoas que colocaram Collor, Hitler e Bush no poder. Eles não chegaram lá igual uma vilã de novela conquista a riqueza dando o golpe da barriga!

Por isso, fica aqui o apelo. Vamos lutar pela conscientização! Hoje pode ser que o rumo da política na sua cidade, no Brasil e no mundo não te interesse. Mas no dia que você for prejudicado diretamente, você vai se lembrar deste longo texto aqui.

Daí pode ser tarde demais.


domingo, 5 de agosto de 2012

O (não) reconhecimento do legado de Mazzaropi


A identificação popular, por si só, sem o aval de críticos ou da elite intelectual, nunca foi motivo suficiente para registrar a relevância de alguma obra na história da arte. O popular, na realidade, no decorrer dos tempos, e até hoje, é tido como algo de menos prestígio em relação a obras de arte reconhecidas pela crítica especializada e pelos próprios produtores artísticos.

Se observarmos a história da arte poderemos constatar que muitos artistas só foram reconhecidos muito depois de sua morte – e daí, elitizados. Enquanto viviam, ainda eram motivo de desconfiança por parte dos “consumidores de arte”. Em muitos aspectos e para muitas pessoas, a arte é tida como uma representação de status social. Por essas razões, algo só é entendido como obra de arte a partir do momento em que se detecta um reconhecimento intelectual.

No caso do cinema brasileiro, isso é muito visível. E nem estamos falando de Mazzaropi ainda. De acordo com uma matéria publicada na revista "Cult" com um dossiê de Glauber Rocha, o próprio criador da chamada “Estética da Fome” fez um cinema conceituado por diversos nomes internacionais do cinema – como o diretor Martin Scorsese – dirigiu e escreveu longas que são marcos na história do cinema brasileiro, não teve reconhecimento, no Brasil, enquanto estava atuante e vivia para contribuir com a sétima arte nacional.

Hoje, por analisar o contexto social e histórico da época, a obra de Glauber é lembrada e aplaudida no Brasil e também no exterior. As pessoas compreenderam as alegorias presentes em suas películas e que faziam duras críticas ao modo de viver e de pensar da época. Hoje Glauber tem um reconhecimento que não gozou em plenitude na época em que fazia seus filmes.

Mas Mazzaropi continua à margem.

Cena de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", premiado filme
de Glauber Rocha
A obra de Glauber Rocha, por exemplo, está protegida e amparada na Cinemateca Nacional, um espaço que recebe incentivo fiscal do governo federal e é patrocinada pela Petrobras, uma estatal. O Museu do Mazzaropi é mantido por um Instituto fundado pela iniciativa privada: a empresa que mantém o Hotel Fazenda Mazzaropi, que nada tem a ver com a família do cineasta-comediante, e não há qualquer programa governamental de apoio e preservação ao legado de Mazzaropi. Nem mesmo em Taubaté, cidade onde está instalado o museu, há qualquer tipo de propaganda do governo municipal usando Mazzaropi como motor de propaganda turística.

O sertão do sudeste e centro-oeste, o jeca, o sertanejo da região cafeeira, nunca foram motivo de apreciação artística. A música sertaneja de raiz só chegou à cidade quando se “romantizou”. As modas de viola, que contavam causos e animavam as noites no sítio, até hoje não caem muito ao gosto de quem busca refinamento na música.

O país preferiu falar do sertão nordestino, da seca e dos males das regiões áridas do Brasil. E quem falou de lá, no cinema ou na literatura, foi muito lembrado – e com razão. Na década de 1960, a nouvelle vague brasileira tinha o objetivo de “imprimir o Brasil em película”. E essa procura de uma identidade nacional acabou por se tornar um retrato do sertão nordestino. Neste movimento é que sugiu “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), de Glauber Rocha, indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Cena de "Jeca Tatu", a maior bilheteria da história de
Mazzaropi, livre adaptação da obra de Monteiro Lobato
Mas o sertanejo da região de São Paulo e Minas Gerais, do interior do sudeste e do centro-oeste brasileiro, que não convivia com a seca, mas também tinha seus problemas, e precisava enfrentar os grandes latifundiários, a falta de saneamento e saúde pública, via os filhos viajando em debandada para as capitais, ou suas pequenas e pacatas cidades se transformarem em polo industrial, pela proximidade com São Paulo, não foi retratado. Sua roça foi minguando e perdendo espaço para o asfalto e as facilidades da tecnologia e quase nada se falou dele.

Mazzaropi esteve lá para falar desse sertanejo. Ele falou do jeca de Monteiro Lobato, criado em Taubaté e lá instalou sua indústria de cinema. Ele falou dos imigrantes portugueses e japoneses e ele mesmo representava o italiano que saiu da Europa para tentar uma vida melhor no Brasil, mas acabou apenas transferindo para cá novas dificuldades, instalando-se nas lavouras de café para garantir a sobrevivência. Aos poucos, esses sertanejos foram tentar melhor condições de vida na cidade, e Mazzaropi esteve com suas histórias na capital paulista, além de falar do jeca que vinha para a cidade, do que já morava na cidade ou simplesmente levar, no cinema, o jeca para quem um dia morou na roça e se encontrava numa vida limitada às linhas de produção.

Este texto é um trecho adaptado e extraído de "O Papel de Mazzaropi na História do Cinema Nacional", monografia de minha autoria concluída neste ano (2012).

terça-feira, 31 de julho de 2012

Três títulos já são cotados para nomear "O Hobbit 3"

ATUALIZADO! (31/07/12 - 20:55)
O título do segundo filme mudou; de "Lá e De Volta Outra Vez" passa a ser "A Desolação de Smaug". O terceiro ficou como "A Batalha dos Cinco Exércitos", como anunciado aqui neste espaço há pouco.

Continuamos acompanhando.

A SEGUIR, POSTAGEM DE 31/07/12 - 20:45

E o Andarilho segue com atualizações sobre o terceiro filme de "O Hobbit". Após o anúncio oficial de que a nova adaptação do livro de J.R.R Tolkien será dividido em três partes, a New Line Cinema já começa a registrar possíveis nomes para o longa.

"Riddles in the Dark" (Adivinhas no Escuro), "The Desolation of Smaug" (A Desolação de Smaug) e "The Battle of The Five Armies" (A Batalha dos Cinco Exércitos) são os nomes cotados.

Na prática, o nome mais provável é o último, já que os capítulos "Adivinhas no Escuro" e "A Desolação de Smaug", de acordo com o livro, não ficam tão no final da narrativa. Cinematograficamente falando, também, em se tratando de uma trilogia contínua, como em "O Senhor dos Anéis", a adequação de uma batalha para clímax da história também é mais provável.

"O Hobbit" se passa 60 anos antes dos eventos de "O Senhor dos Anéis". Ele conta como Bilbo Bolseiro achou o Um Anel na caverna de Gollum, ainda sem saber que se tratava do lendário Anel de Sauron. O filme será baseado no livro homônimo de J.R.R. Tolkien.

O roteiro foi escrito a oito mãos por Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e Guillermo del Toro. A direção é de Peter Jackson, mesmo diretor da Trilogia do Anel. Junto com ele, devem voltar outros atores presentes na trilogia: Ian McKellen (Gandalf), Orlando Bloom (Legolas), Christopher Lee (Saruman), Hugo Weaving (Elrond), Andy Serkis (Gollum) e Cate Blanchet (Galadriel). Howard Shore volta a comandar a trilha sonora e a Weta, mesma responsável pelos efeitos especiais de "O Senhor dos Anéis", "Distrito 9" e "Avatar", estará assumindo um dos postos mais importantes para o sucesso dos dois longas.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, ainda sem nome, está programada para o segundo semestre de 2014.

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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Anunciado o terceiro filme de "O Hobbit"

Desde o final da trilogia do Anel falava-se a respeito de uma adaptação para a pré-sequência de "O Senhor dos Anéis" - "O Hobbit" - a história de como Bilbo Bolseiro encontrou o Anel do Poder e ajudou os 13 anões liderados por Thorin, Escudo de Carvalho, a recuperar o tesouro roubado pelo dragão Smaug e escondido no interior da Montanha Solitária.
Mas pendências judiciais, a crise econômica da MGM - um dos estúdios envolvidos no projeto - a incorporação da New Line pela Warner Bros., entre outras questões, levaram os planos de uma adaptação para o lixo, sendo resgatados apenas alguns anos depois para passar por tantos outros entraves até, enfim, começar a ser rodado.

Eis que, de lá para cá, para um filme que corria o risco de não existir, até que "O Hobbit" tem se saído mais pioneiro do que imaginado. Além de ser gravado em 3D, o novo projeto de Peter Jackson será exibido nos cinemas na velocidade de 48 quadros por segundo (o dobro do comum, que é de 24 quadros/segundo), e, agora, não serão mais dois filmes, e sim, três.

A seguir, o comunicado oficial, feito pelo próprio Jackson, diretor dos longas:

É apenas no final de uma filmagem que você finalmente tem a chance de sentar e olhar o filme que você fez. Recentemente Fran, Phil e eu fizemos exatamente isso quando assistimos pela primeira vez uma edição preliminar do primeiro filme – e um grande pedaço do segundo. Nós ficamos realmente satisfeitos com a maneira com a qual a história se agregava e em particular com a força dos personagens e o elenco que os trouxeram à vida. Tudo isso deu origem a uma questão simples: aproveitamos essa oportunidade para contar mais dessa história? E a resposta, da nossa perspectiva como diretores e como fãs, foi um ‘sim’ sem restrições.
Nós sabemos quanto da história de Bilbo Bolseiro, o Mago Gandalf, os Anões de Erebor, o surgimento do Necromante e a Batalha de Dol Guldur iria continuar sem ser contada se não aproveitássemos essa chance. A riqueza da história de O Hobbit bem como alguns dos materiais relacionados nos apêndices de O Senhor dos Anéis nos permitem contar a história completa das aventuras de Bilbo Bolseiro e a parte que ele representou na algumas vezes perigosa mas sempre excitante, história da Terra-média.

Desta forma, sem mais delongas e em nome da New Line Cinema, Warner Bros. Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer, Wingnut Films e o elenco e equipe dos filmes “O Hobbit” eu gostaria de anunciar que os dois filmes se tornarão três.

É uma jornada inesperada de fato, e nas palavras do próprio Professor Tolkien, “um conto que cresceu ao ser contado”
Se antes, para muitos, até mesmo dois filmes era um exagero diante do tamanho do livro, três é ainda mais absurdo. Mas é importante ressaltar que a (agora) trilogia não vai contar somente os fatos relatados no original. O filme se propõe a acompanhar Gandalf nos "sumiços" dele, inexplicados no livro. Para isso, será necessário falar do Conselho Branco e a expulsão de Sauron da fortaleza em Dol Guldur, além de outras explicações contidas nos apêndices de "O Senhor dos Anéis".

Os longas devem contar, ainda, com as filmagens que fariam parte de uma versão extendida de "O Hobbit". As novas cenas serão gravadas por volta de maio do ano que vem. Para isto, estão sendo negociados o prolongamento do contrato com os atores e demais envolvidos no projeto. 

Ficamos na torcida para que este novo material nos traga mais informações úteis, existentes no universo criado por Tolkien, e com qualidade.

"O Hobbit - Uma Jornada Inesperada" será lançado em dezembro deste ano. A segunda parte, "O Hobbit - Lá e De Volta Outra Vez" deve chegar aos cinemas em dezembro de 2013. A terceira parte, ainda sem nome, está programada para o segundo semestre de 2014.

Com informações do site Valinor e Omelete.

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sábado, 28 de julho de 2012

Você precisa VER: "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge"


A trilogia "Batman" de Nolan nos leva a uma discussão interessante a respeito dos valores morais de uma sociedade. Em "O Cavaleiro das Trevas", o prefeito de Gothan City pergunta a Harvey Dent se ele está preparado para pagar o preço da honestidade, ou algo desse tipo. Ele continua, dizendo que não sabe até onde aquilo será bom para cidade, a partir do momento em que as pessoas começarem a sentir o "bolso mais leve".

Essa questão é muito pertinente no mundo em que vivemos. As pessoas estão muito preocupadas em se dar bem, pagar menos, tirar vantagem, sair com o lucro. E jamais pensam nas consequências dessas atitudes na sociedade. E não falo somente dos políticos, pois eles são fruto de uma sociedade mal educada e mal preparada para pensar e viver questões políticas que moldam o nosso dia-a-dia.

Assim, quando vemos o Batman tão envolvido em questões políticas e econômicas, percebemos que o filme é deveras adulto, complexo e extrapola o mundo da imaginação infantil, que é extremamente explorado nos universos dos super-heróis. Isso afasta muita gente do Batman de Nolan, creio eu; porque ele nos faz pensar, mexe com política e com assuntos que ferem a sociedade.

O Coringa fazia tudo sem motivo, apenas por prazer; e não chega a ser tão cruel como Bane, o vilão desta terceira parte da saga, que tem um objetivo traçado. E é essa crueldade que reparamos na maioria - sim, maioria - da sociedade brasileira e mundial. Todo mundo quer sair ganhando. E quando acusamos alguém disso, a pessoa entra na defensiva justificando que não vai ser tola de dar dinheiro para quem tem muito. Mal reflete esta que aquela outra só tem muito porque ambas pensam exatamente da mesma forma.

E assim caminha a humanidade, incapaz de observar que atitudes heróicas não dependem de grandes feitos, e o próprio Batman reconhece e alerta para isso, no momento em que revela que um herói é todo aquele que simplesmente coloca um casaco numa criança para dar a ela a esperança de que tudo vai ficar bem e que não estará sozinha.

Que Gothan City nos ensine uma lição e que Batman nos inspire muito além da ficção.

Por este motivo e pela própria qualidade técnica e artística de "O Cavaleiro das Trevas Ressurge", vale a pena você ir ao cinema e conferir este majestoso trabalho. Uma trilogia de qualidade e um desfecho à altura.

Para quem quiser ter uma ideia do que vai encontrar, pode ler a crítica lá no Set, de onde foi extraído a primeira parte deste texto. Bom filme!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Valente" no Set

Os estúdios Pixar retornam à ativa com "Valente", a história da princesa Merida que desafia as leis do reino e luta pela sua própria mão, a fim de evitar o casamento precoce. Apesar de destemida, precisa se submeter às vontades de sua mãe, Elinor, que desaprova o comportamento da filha.
Para resolver o problema, Merida pede ajuda de uma bruxa, com a esperança de que sua mãe mude de ideia. Isso acaba tranformando Elinor em um urso e levando a princesa a ter que buscar uma solução para o problema que criou.
A crítica completa está lá no Set! Não deixe de ler!


quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Cidade da Dança

Joinville tem alguns títulos conhecidos em toda Santa Catarina: Cidade dos Príncipes, das Bicicletas, das Flores e da Dança. Destes, os dois primeiros talvez sejam os que têm menos razões para existir. Apesar de, historicamente, a então Colônia Dona Francisca ter sido um pedaço de terra oferecido como dote de casamento à princesa Dona Francisca, eles jamais estiveram aqui. As bicicletas tiveram sua época, mas hoje a cidade é tomada pelos carros; e algumas fontes chegam a dizer que Joinville é o município brasileiro com o maior número de carros no país, proporcionalmente à sua população, claro.

Mas Cidade das Flores é algo que já podemos relevar. Apesar de não ser tão florida quanto era nas primeiras décadas de existência, a maior cidade catarinense realiza um dos mais antigos e mais tradicionais festivais dedicados às flores no Brasil. Mas é como Cidade da Dança que Joinville encontra o título mais definidor da sua vocação cultural.
Além de abrigar a única filial da Escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia, Joinville promove o maior Festival de Dança do Mundo. Bailarinos de várias cidades e nacionalidades vêm para cá assistir, aprender e se apresentar em palcos espalhados por toda a cidade: praças, shoppings, hospitais, pátios das indústrias (que aqui tem aos montes) e o coração de tudo: o Centreventos Cau Hansen (foto abaixo), onde ocorre as noites de abertura, de gala, encerramento e as mostras competitivas.
Os pequenos também têm seu espaço. No Teatro Juarez Machado, crianças apresentam os passos ensaiados com dedicação e responsabilidade, numa demonstração de dedicação de colocar inveja em qualquer marmanjo.

Centreventos: a Arena Multiuso palco das principais
apresentações do Festival

A Feira das Sapatilhas, além de ser ponto de encontro de todas as pessoas que fazem e prestigiam essa festa, vira um shopping de artigos para dança, sempre ao som das músicas que embalam as coreografias do palco instalado lá.
Tudo se tranforma. São dez dias que Joinville respira cultura, tão em falta no dia-a-dia daqui. Quem, em dias comuns, não se mostra nem um pouco interessado em qualquer tipo de arte, é pego de surpresa tendo a atenção presa em alguma atração das tantas espalhadas pela cidade. Ainda que habitualmente os joinvilenses não sejam tão adeptos e receptivos a programas culturais, esta festa é aceita, celebrada e vivida com entusiasmo. E não falo de pouco entusiasmo: são 30 anos de Festival. Três décadas que os maiores nomes da dança nacional e internacional falam, conhecem e se apresentam em Joinville.

Aos que vivem aqui e não sabem dar um passo de qualquer tipo de dança, resta dançar com os olhos. Sim, o brilho do olhar dança no ritmo da coreografia assistida. Ao final, depois do som da música e do silêncio da plateia, vem os aplausos. Aplausos a algo maravilhoso que acontece por aqui e que nos enche de alegria e orgulho de morar na Cidade da Dança.