domingo, 17 de fevereiro de 2008

Escolhe, pois, a vida


A Campanha da Fraternidade é um projeto da Igreja Católica Romana no Brasil, organizado pela CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) para trazer aos fiéis e à sociedade em geral discussões de assuntos relevantes à vida de um povo, de uma nação. Quase sempre, a Campanha trata de casos, povos e situações que estão no auge das discussões.

Recentemente a Campanha tratou da água, dos índios, das drogas, da diversidade social e cultural entre outros assuntos.


Esse ano, porém, a Igreja colocou por trás de um cartaz de um senhor idoso, negro e com rosto feliz tendo, no seu colo um neném branco dormindo tranqüilamente, uma discussão muito polêmica. Tá, mas duas pessoas felizes, um senhor e uma criança é polêmico? Não! Então o que tem de polêmico ao falar da vida? Aí eu respondo: muita coisa!

O tema da CF esse ano é "Fraternidade e Defesa da Vida". Com isso, com certeza, a Igreja quer defender sua posição em relação ao aborto e a eutanásia e, porque não dizer, a concepção de uma nova criança.

Sim, são todos assuntos de posições claras de Roma e conhecidas pelo mundo. A Igreja é contra tudo isso: o aborto, a eutanásia e o impedimento da natalidade. A "Defesa da Vida", portanto, tema da CF, quer levar todos a uma reflexão pacífica sobre tudo isso.

Porquê pacífica? Simplesmente porque a Igreja poderia estampar no tema a frase "Fraternidade e a Proibição do Aborto", ou "Fraternidade Contra a Eutanásia", ou até mesmo e o mais polêmico "Fraternidade em Defesa da Natalidade". Mas não, escolheu a "Defesa da Vida" que engloba esses temas de uma forma mais amena e também fala de outras coisas como a violência, as injustiças sociais e muito mais.


Antes de fazer qualquer crítica à Igreja de Roma, é necessário que entendamos os motivos que levam o Papa e os Bispos (do Brasil que são os que estão em questão) decidirem um tema como esse e tomar tais posições em relação a assuntos que, ao contrário da Igreja, a sociedade está cada vez mais aberta a discussões.

O aborto e a eutanásia são consideradas e vistas pela Igreja com os mesmos olhos: não é direito do ser humano tirar a vida de alguém, privar do direito de viver, decidir quando tudo vai acabar, seja por qual motivo for. Para a Igreja, uma vez que alguém ainda respira e o coração bate num leito de hospital, ou a partir da fecundação, independente se foi fruto de estupro, violência ou qualquer outra coisa, existe ali uma vida e ela não tem culpa do que houve ou o que está acontecendo.

Quanto à restrição à natalidade, a Igreja tem pensamentos meio antigos que, infelizmente não se aplicam nos dias de hoje, mas são baseados na Bíblia. Não é invenção. Moisés dizia nas leis de Deus para o povo de Israel no deserto os 10 mandamentos e entre eles está: "Não pecar contra a castidade". O que isso quer dizer? Que não pode haver relação sexual antes do casamento. Logo, se a pessoa é casada não tem porque usar camisinha ou tomar pírula pois, dentro da lei da fidelidade que também é divina [texto bíblico do livro do Êxodo, capítulo 20, versículo 14 e também no livro de Deuteronômio, capítulo 5, versículo 18], não pode haver traição e, sem traição não tem como contrair qualquer DST. Aos não casados simplesmente não se pode transar!

E o planejamento familiar? Não pode! Deus disse em Gênesis para que a humanidade cresça e se multiplique, essa foi a ordem. [texto do livro Gênesis capítulo 1, versículo 28]


Por fim, queria deixar claro que isso não é uma crítica a Igreja e eu não expus minha opinião em nenhum momento. Se vocês querem saber a minha posição em relação a tudo isso podem me perguntar, mas o que eu quis mostrar foi unicamente o tema que a Igreja está levantando esse ano no Brasil e qual a visão dela em relação a tudo isso. E é importante que, antes de tirarmos qualquer opinião, nós conheçamos a realidade na qual tudo se passa.


Bem, mais uma vez eu deixo um assunto bem polêmico para todo mundo comentar! Aproveitem! E não deixem de saber, também, o que está acontecendo lá por Tedawer Lorcb.

Um comentário:

Bruno Linhares disse...

Rapaz! Mais uma coincidência. Na mesma época em que você publicou este post, eu distribuía panfletos na minha paróquia em apoio à campanha e em defesa da vida, especialmente contra o aborto.

Só para enriquecer este debate: a Igreja Católica é rígida na sua aversão aos meios contraceptivos sintéticos, porque eles oferecem mais uma penca de mazelas sociais e de saúde (como a promiscuidade, a traição, o homossexualismo, etc), mas ela é a favor de, por exemplo, um método natural bastante generoso (no sentido da castidade): o Método de Ovulação Billings. Este método é sempre apresentado e explicados nos cursos de noivos. Há também cursos exclusivos para difundir esta abordagem do planejamento familiar.

No mais, quanto à defesa da vida de forma irrestrita, faz muito sentido.
Tenho escrito um bocado a respeito.
Recomendo:
http://oandarilho01.wordpress.com/tag/aborto

http://oandarilho01.wordpress.com/2012/05/16/minidiscurso-contra-a-eutanasia/

e http://oandarilho01.wordpress.com/2012/09/03/pena-de-morte/


Paz e Bem