domingo, 29 de junho de 2008

Marcando posições

Bem galera, depois de mais de um mês sem novos posts aqui no Andarilho, volto ao cenário blogueiro novamente. Falta dizer que senti saudades, claro. E que pra alguém que adora escrever, as últimas semanas foram as que eu tive menos contato com as letras.

Hoje venho aqui, retomando as postagens deste blog, para falar das posições que eu tenho acerca das várias coisas. Eu cansei de ficar sendo maleável, tipo água que se adapta a qualquer recipiente onde é jogado. Eu falo isso pois, apesar de sempre defender de alguma maneira as minhas idéias, por outro lado acabo tentando de alguma forma não contrariar a pessoa que eu ouve o que eu exponho. Bem, então vou deixar claro algumas posições minhas para que daqui por diante, no momento em que eu criticar essas coisas, vocês saibam da minha posição. Até é bom que nem todo mundo concorde, afinal, se dissermos amém para tudo que todo mundo diz com convicção, iríamos morrer enganados e pobres. Por outro lado, que todas as discordâncias sirvam para contruir e não para derrubar.
E é dessa vertente que começo a nossa conversa: odeio pessoas pessimistas. Bem, mas eu sou pessimista! Então esmiucemos...
Há alguns tipos de pessimismo. Um (o meu) é o único que não repudio. Não porque é meu, até mesmo porque conheço outras pessoas que compartilham esse mesmo tipo de pssimismo, mas porque ele não prejudica ninguém. Eu prefiro ser pessimista nas minhas expectativas. Se dão certo, para mim é motivo de alegria. Se dá errado não vou ficar triste: eu já estava pessimista!
Mas o que me irrita são aquelas pessoas que querem que tudo aconteça errado. Se planejamos uma praia no final de semana, diz que vai chover, se torcemos para a seleção brasileira fazer gols (tá, eu sei que tá difícil, mas já vou mostar o outro lado da coisa), a pessoa fica dizendo que vai perder... Porra! Se você sentou na cadeira com a camiseta da seleção para torcer pelo Brasil, então torça pelo Brasil! Aí vem o contraponto que eu prometi: criticar e ser pessimista são coisas diferentes. Eu posso avaliar, nesse exemplo, a atuação da seleção, comparar com o histórico ridículo dos últimos jogos e fazer uma crítica. Mas torcer é outra coisa e a regra básica do bom torcedor é esperar a vitória!
Sei que o exemplo foi tosco e dois exemplos são poucos para mostrar a minha opinião, mas acho que já dá pra tentar entender.

Funk ao estilo "Créu" e "Pirigueti" pra mim não é música. Isso porque, na minha opinião, não tem musicalidade. Não há uma preocupação, em nenhum dos dois casos, com arranjo, tom e voz. As pessoas falam de todo mundo, reparam em defeito vocal de todos os cantores. Mas neste não vêem nenhum. Porque será? Simplesmente por que as pessoas não estão preocupadas com a música e sim com a batida. Nesse caso prefiro Olodum. E quando não estão afim das batidas, estão concentrados: eles nas bundas das dançarinas (daí prefiro ver filme pornô, vejo muito mais. Ou melhor, prefiro procurar alguém, é muito melhor que ver) e elas (generalizando, sim!) em se mostrar. Portanto, é ridículo essa coisa que tem gente que gosta dessas coisas. Estilo musical, se é bom ou não, é outra discussão. Mas que "Créu" não é música, tenho certeza disso.

Creio em Deus. Ele existe. Pode provar que não? Não pode? Então não critique! Respeito todas as igrejas e religiões, e até mesmo que não acredita, desde que me respeite também. Mas isso não quer dizer que concorde com todos os tipos de fé. São poucas, na verdade. Não por crítica com credos, mas sim por não concordar com o modelo "Igreja Empresarial: enriqueça tendo uma só sua". Por isso admiro as religiões orientais. Porém, sou Católico e sei das quadradices da Igreja, conheço a história da Inquisição, não faltei a aula quando me contaram a história de Joana D´Arq - a maior contradição da história da Igreja Romana - não concordo com tudo que o papa diz. Mas entendo o porquê das decisões dele. Por isso continuo sendo católico. Se quer saber porquê, mesmo eu expondo que conheço e reconheço todos os podres da Igreja, só me perguntar!
Nunca sei quando se usa "porque", "por que", "porquê" e "por quê". Não me digam! Eu vou ter que estudar!
E a propósito; não concordo com a inutilização do trema.


Não aho que todos os políticos são corruptos. Mas atualmente posso dizer que quase todos. Não concordo com o socialismo. Mas sou contra o capitalismo doentio que vivemos hoje. Amo o Brasil e odeio quem fala mal daqui: é vomitar no prato que come. Tem problemas, sim! Mas que nação não tem? Muitos dos problemas nossos são causados por nós mesmos e prometo abordar isso nos próximos posts.
Não critiquem o cinema de Hollywood! Eu gosto! Que se ralem quem acha que é previsível e balálá, balálá... há outros bons, mas quase a totalidade de Hollywood me agrada.
Amo leitura. Leia mais! Ler também é um exercício.
Assisto TV sim! Gosto? Nem tanto! Mas algumas coisas se salvam.
Não acho que a Globo seja manipuladora. É manipulado quem quer! O controle remoto foi inventado há bastante tempo.

Bem, não me lembro de muito mais coisas a falar. Acho que as mais polêmicas já explicitei aqui. Talvez minha volta não foi a mais agradável de ser lida, mas pra mim, pelo menos, foi bom. Numa fase de conquistar novos leitores e reafirmar as minhas posições.
Como diria a Dory de "Procurando Nemo": "Acho que nunca comi um peixe... ufa! Como foi bom botar isso pra fora!"
Aos bons entendedores, o contexto está falando por mim, e não a frase em si.

Obrigado pela atenção e minhas desculpas pelo post mais chato da história do Andarilho.


obs. 1: Tem nova enquete e dicas de filme e música ali do lado. Atualizei tudo.

domingo, 18 de maio de 2008

O Silmarillion


Que moral que eu tenho para me achar no direito de vir até aqui, publicamente, falar de uma gigantesca obra de gênio? Criticar algo dessa magnitude? Exagero? Não! Definitivamente. O Silmarillion, de J.R.R. Tolkien, autor famoso por O Senhor dos Anéis, se consagra como mentor de uma gigantesca mitologia a partir, principalmente, desse livro.

O Silmarillion não é um romance com uma história corrente com o típico formato de começo, meio e fim. Na verdade, ele faz um relato dos principais fatos ocorridos no mundo criado por Tolkien - Arda, a Terra. No livro, ele relata com uma linguagem que lembra muito a Bíblia (não as histórias, mas sim a gramática usada por ele) os acontecimentos desde a origem do mundo até a parte final denominada Dos Anéis do Poder à Terceira Era, onde faz-se uma ponte para esclarecer como que o desfechos de todos os fatos dos Dias Antigos da Terra-média (continente imaginário também criado por Tolkien) se encaixam nos relatos de O Senhor dos Anéis, seu livro de maior sucesso.

Ele está longe de ser um romance aprisionador, mas não deixa de nos prender página após página. Se não pelo romance, mas pela quantidade e qualidade dos fatos, lugares, povos e línguas relatadas, criadas, contadas e detalhadas. Tolkien cria sozinho - ele e sua imaginação, línguas e povos e dá características próprias à criaturas que já existiam em outras mitologias, mas não como ele as descreve: é o caso dos elfos, orcs e anões.

A magnitude da obra está justamente em seus detalhes. Se para criar a mitologia grega foi necessário dezenas de anos, contos passados de geração a geração para irem se fortalecendo e aprimorando, Tolkien fez tudo isso sozinho; criou a sua mitologia sem ajuda de ninguém e, apesar das várias lacunas que são brechas para discussões dos fãs até hoje, em O Silmarillion conseguimos visualizar bem de perto um pouco da dedicação que o autor teve em toda a sua vida com o seu mundo. Afinal, o livro foi lançado quatro anos após a morte de Tolkien e organizado por seu filho, Cristopher Tolkien, responsável até hoje pela publicação (ou não. Cristopher restringe muito e se recusa a publicar todo o material deixado pelo pai) das obras do professor.


Para quem gosta de uma leitura fácil, não é um livro muito recomendável. Os lugares, seres e personagens das histórias ganham novos nomes a cada povo e tempo em que vivem. Assim, se houver uma leitura sem muita atenção, o leitor pode se perder nos nomes dados na obra. Além disso, é necessário ter uma capacidade de imaginação muito grande para conseguir viajar nos lugares estritamente detalhados por Tolkien e se pôr nas cidades e fortalezas diversas presentes na obra.

Enfim, com boa imaginação e muita atenção, a leitura de O Simarillion pode trazer muito mais lógica aos relatos de O Senhor dos Anéis e fazer com que muita gente se encante com as obras da Terra-média sem fazer muito esforço... o máximo é ler e aproveitar!

domingo, 11 de maio de 2008

Divagações

Primeiramente queria registrar aqui o porquê de eu ter mudado o template: acho que um bom visual nas coisas mudam tudo. Estamos em constante evolução para chamar mais atenção e até para aguçar o ego é bom que demos uma renovada. Enfim, mudei e eu particularmente gostei da mudança. No abre do blog eu explico o porquê de "TL", indispensável para que as pessoas não me achem maluco (embora eu não esteja longe disso), vou postar semanalmente dicas de filmes, livros e músicas no lado direito da página, além é claro de tudo o que já tinha: o link para meu outro blog que fala das minhas criações, os links para os blogs que eu leio (e gosto, só linco os que valem a pena, claro que na minha opinião) e lá em baixo, no fim dos posts ainda trago a imagem de um dragão: ser mitológico que também faz parte de uma das minhas histórias.

Enfim, cheio de coisas novas pra vocês ficarem horas vagando como andarilhos aqui comigo.

Bem, eu tinha planejado outra coisa para escrever no blog. Eu gosto quando ele serve pra alguma coisa e traz informações ou ao menos reflexões interessantes, mas hoje, depois das mudanças que - fora dos planos, resolvi fazer e explicar para vosmecês, vou apenas relatar algo da minha vida que, quase dificilmente o faço:

Ontem a noite fui a uma festa fantasia. O tema era cinema. Cada um foi fantasiado de algum personagem marcante.
Bem, eu fui atrás de algo mais fácil, não queria gastar muito dinheiro com fantasia só pra uma festa das turmas de Comunicação Social lá da faculdade. Resolvi ir de Neo, do Matrix. Mas eu passei o dia inteiro procurando um bendito sobretudo preto e nada de achar um! Ninguém tem um sobretudo! (Pelo menos que service em mim, não). Enfim, desacorsoado, faltando apenas duas horas para o início da festa e sem fantasia, lembrei de um amigo meu que faz teatro com a gente e tem uma roupa meio tenebrosa muito interessante. Fui à casa dele, emprestei e me vesti de Espectro do Anel, os Cavalheiros Negros servos de Sauron em O Senhor dos Anéis. Só não fiz muito sucesso com a fantasia, não. Não que ela estivesse feia, mas é que ninguém me reconheceu! Uns acharam que eu era a morte, outros que eu era um Demetador (dos filmes do Harry Potter). Enfim, pelo menos ainda teve um lado bom: a fantasia era boa. Galera dizendo que estava com medo de mim... Ainda bem que o medo era porque eu estava fantasiado...

A foto é de mim, sim... o Dementador, morte ou Espectro do Anel... como vocês acharem melhor. E não tem Photoshop.

domingo, 4 de maio de 2008

Ler é chato


Nada melhor que um título para contradizer o que vou falar... ou não. Na verdade não se trata de uma contradição com relação às frases que vão compôr esse texto, mas uma contradição com o que eu penso.


Há duas semanas, se não me engano, houve uma Feira do Livro aqui em Joinville. Uma semana com exposições de livros, bancas com livros a R$ 3 e outras com descontos de 20 a 50%. Além disso, vários autores nacionais foram trazidos para falar de suas obras, da experiência no mundo das letras, para se aproximarem dos leitores... quais leitores?

Sim, eu pergunto pois, em entrevista com a presidente do Instituto Feira do Livro, ela me disse que pedia pelo amor de Deus para as pessoas que passavam, que parassem e ficassem ali pelo menos dez minutos para dar volume e não decepcionarem o escritor, porque não havia quase ninguém na conversa...
Outro agravante é a quantidade de livros vendidos. Além de ser baixo, as pessoas que iam à feira só eram atraídas pois se estava dando canetas de brinde... O livro não interessa... a caneta é mais útil...


Mas eu poderia pensar que isso aconteceu pela falta de patrocínio e, consequentemente, pela pouca divulgação do evento. Mas o que explica, então, a situação crítica das livrarias da maior cidade de Santa Catarina? Existem em Joinville três livrarias. Dessas, uma está quebrada e a outra só se sustenta pois é uma rede de lojas que vende, além de livros, CDs, DVDs, jogos etc. e tal. Resta somente uma que vive da venda de livros e papelaria, unicamente.


Bem, mas para não achar que a situação é só aqui em Joinville, eu tenho outro dado: a média de leitura do brasileiro é de 3 ponto alguma coisa livros por ano. Não chega a quatro livros por ano! A Colômbia tem uma média de 7 livros/ano. Agora lembrem do tamanho da Colômbia! Olha a situação social do país! E a gente lê menos que eles! Não menosprezando os colombianos, mas é que o nosso preconceito (pelo menos meu, para não generalizar), em relação à densidade populacional do país e às condições educacionais de lá faz com que seja um dado incrível e vergonhoso para nós. O que me deixou um pouco mais feliz é que, ainda dentro do Brasil, nós temos um estado chamado Rio Grande do Sul que tem uma média de leitura de 9 livros/ano. Isso é muito bom!


O que leva a tudo isso? Desculpem-me qualquer expressão xula que eu use aqui, pois esse assunto me revolta. Justamente porque não há hábito de leitura nas famílias e as pessoas dão desculpa que não têm mais tempo! Purrinholas que não têm mais tempo! Percebam a média de televisores que ficam ligados nos domingos vendo Faustão e Gugu! Vão conferir a quantidade de famílias vendo a novela das oito. E pior! Vão pesquisar pra ver a porcentagem de brasileiros que ficam viciados em Big Brother Brasil! Não estou aqui julgando o mérito desses programas. A questão é o tempo. Quem não tem tempo, tampouco pode se dar ao luxo de acompanhar essas programações.

Os jornais impressos estão definhando. As pessoas querem as coisas prontas, mastigadas. Economistas internacionais estão convencendo seus empresários a pararem de investir em ações de jornais como The New York Times e The Washington Post porque estão na pindaíba. Porque as pessoas dizem não terem tempo para ler.

Mas vamos voltar aos livros. As pessoas dizem que livros são caros, mas qual é o esforço que os jovens e as famílias fazem para adquirir um livro? Gastam-se dezenas de reais em filmes (piratas, muitas vezes), compra-se celulares do último modelo, tênis da marca mais cara, mesmo tendo trocentos em casa e não têm dinheiro para comprar livro? É caro?

Gente, a última vez que saí com meus amigos à noite eu gastei perto de R$ 100! Um livro você compra por R$ 20!

Daí eu tiro a conclusão: o livro não é caro. É caro se você não der importância a ele na sua vida. Não será caro um celular cheio de apetrechos se isso você definir como importante pra você. Assim como um livro não será caro se você definir como algo vital para seu intelecto e sua formação como cidadão.


Perdoem-me se deu a entender que eu acho tudo supérfluo e que a gente vai encher a barriga com livro, sem direito a nenhuma outra forma de lazer. Mas certamente as pessoas teriam pensamentos diferentes se o Brasil tivesse o hábito da leitura. Investem-se bilhões em alguma revelação do futebol, e eu que há sete anos estou tentando ajuda pra publicar meus livros não consigo! E não é só eu. Quantas pessoas no país inteiro têm esse sonho e são ignoradas? Deve ser porque um bom livro deixa as pessoas inteligentes e isso deve incomodar alguém. Livro ensina a pensar, a questionar, a investigar, e isso não é interessante pra alguns. Só pode ser essa explicação.

Mas se ninguém dá apoio, é necessário que parta de nós a iniciativa. Por que então, as nossas casas não são cheias de coisas para ler? Por que não existem revistas, jornais, livros espalhados pela casa? Por que as famílias não se sentam mais à mesa para ouvir uma boa história? Por que nós não fazemos alguma coisa? Como a gente quer que o Brasil seja um país melhor se nós temos um monte de analfabetos funcionais? Cadê o investimento no acesso dessas pessoas à educação e à literatura?


É por isso que cada vez mais estamos perdendo nossa identidade de brasileiros, sendo influenciados por outras culturas. É por isso que a cada dia que passa existem mais pessoas nas drogas, na marginalidade, porque não descobriram o prazer que existe por trás de cada página de um livro e procuram o prazer em outras atividades, muitas vezes perigosas. É por isso que as pessoas são enganadas, não sabem votar, não sabem cobrar de quem votam, não dão valor à educação. É por isso que existem tantos profissionais mercenários nas diversas áreas: porque entrou na profissão pelo dinheiro, unicamente, e não (também) para aprender cada vez mais e contribuir com a sociedade. É por isso que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Eu posso ter viajado um pouco, mas... desculpem-me, relevem. É um desabafo de quem acha que as melhores coisas da vida estão tão perto e a gente deixa escapar por entre os dedos. Infelizmente, enquanto não lermos mais, enquanto não endeusarmos mais a leitura e um bom livro, continuaremos sonhando com um Brasil e um mundo mais justo e mais inteligente.

domingo, 27 de abril de 2008

Stardust. O Mistério da Estrela


Galera! Antes de falar qualquer coisa, devo desculpas a meus poucos e, até em alguns casos, fiéis leitores que também são proprietários dos blogs que eu leio.
Minha vida anda um pouco agitada. É claro um pouco em razão do feriadão da semana passada e outro pouco pelos compromissos pessoais. A cada semana que passa fica mais difícil manter isso aqui, e mais ainda de ler meus blogs de costume, mas prometo voltar ao normal. Estou me programando e esse é meu objetivo a partir de hoje!
Enfim, muita coisa boa aconteceu e, entre as tantas coisas que eu faço, está, com certeza, a presença de algum filme. E dessa vez dentre os tantos que assisti resolvi falar de Stardust.

Eu peguei esse filme na locadora por ser fantasia e, quem me conhece sabe o apreço que eu tenho sobre esse estilo de história. E... bem, posso dizer que não me arrependi.
O filme é muito bom. Filmes e histórias desse tipo, em geral tendem a serem - em muitos casos - ridículos; e para não cometerem esse pecado a única saída é ser criativo. E isso é algo que eu consegui ver em Stardust.

A história fala de Tristan (Charlie Cox), um jovem que se apaixona pela menina mais bela da redondeza. Certa noite, os dois em um piquenique à luz das estrelas vêem uma estrela cadente e ele promete à amada buscar a estrela como prova do seu amor.
Com isso ele atravessa o muro que cerca a cidade e vai parar em outro mundo; um mundo de magia, encantos e bruxaria.
Juntamente com Tristan, os príncipes de Stormhold e a feiticeira Lamia (Michelle Pfeiffer) também buscam a estrela para fins pessoais. Todos se metem então em uma aventura perigosa e acirrada.

E o que concluir do "todo" do filme? Eu achei um filme típico de Sessão da Tarde. Ainda mais pela mania dos brasileiros de pôr subtítulo nos filmes ("O Mistério da Estrela" não está no nome orginal em inglês). Mas não um filme de Sessão da Tarde chato. É um daqueles raros bons que a Rede Globo decide passar após as suas enjoativas novelas.
Os efeitos especiais são bons, as paisagens muito bem escolhidas, a atuação de todos os atores é razoavelmente boa. Mas aí vale um destaque para Michelle Pfeiffer que encarnou a feiticeira vaidosa muito bem!
Há também momentos de humor que eu achei até que legais, mas, em alguns momentos, esse humor fica deslocado não condizente com o momento da cena.
A história é boa porque é bem contada. É um filme de início-meio e fim. Segue as linhas de roteiro justamente como o padrão hollywoodiano: o mocinho que ama e se aventura provocando um conflito que chega a um auge e depois se recupera. Do "príncipe encantado" com a missão de salvar a donzela. Do romance bem estilo conto de fadas mesmo. Isso pode derramar lágrimas dos mais emotivos e aplausos dos mais empolgados e a gente sai com a sensação de ter visto um filme bom.
Vale dar aqui uma nota: 8,5. Poderia até ser maior, se não fosse os dois erros grotescos de continuidade que eu consegui enxergar no filme. Tá certo que são detalhes se comparados ao imenso trabalho que exige um filme desse tipo, mas se ficaram tão perceptíveis assim, é porque faltou alguma coisa a mais.

Bem, vale conferir. Se já viram comentem. Se não viram, vejam e comentem. Se não viram nem querem ver, comentem mesmo assim...

E mais uma vez minhas desculpas pela demora nas postagens!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Falta de educação?

Antes de mais nada, meus sinceros pedidos de desculpas pelo atraso na minha postagem semanal.

Semana passada aconteceu uma coisa comigo que eu fiquei pensando seriamente com meus botões nos valores da nossa sociedade. Tinha um senhor em pé no ônibus lotado e ele estava segurando-se à minha frente. E eu estava sentado. Mas eu não dei lugar pra ele. Falta de educação? Foi aí que eu pensei: justamente eu, o cara que mais preza pelos valores humanos, pela inteligência, pelo respeito entre tantas outras coisas não envolvidas no caso... o quê me deu? O que aconteceu para que eu não desse lugar ao velhinho? Estava eu com febre? Não, eu lhes asseguro. Aconteceu que um monte de coisas passaram por minha cabeça. Um tanto egoístas, é verdade, mas verdadeiras.
Eu acordei às quatro horas da madrugada depois de ter dormido só quatro horinhas na noite anterior (é que eu chego em casa 23h da faculdade. Até pegar no sono, visto que eu ainda janto quando chego em casa, dá meia-noite), trabalhei a madrugada, a manhã e o comecinho da tarde ralado, cheguei em casa tinha mais tarefas da faculdade, dos meus compromissos externos e então embraquei no ônibus, no meu único momento de descanço onde posso fazer minha leitura com tranqüilidade, no pequeníssimo espaço de tempo que acho no meio da minha rotina. Além de ter pago um valor absurdo na passagem de ônibus o que me dá o direito de, ao menos, sentar-me.
Daí vocês podem pensar: mas que egoísta você, Juliano! Sim, chamem do que quiser. Eu mesmo me achei sem razão, mas não me arrependo, pois creio que aquele senhor estava, se não o dia inteiro, mas a maior parte do dia em casa descançando e acordou a hora que sanou todo seu sono. Ele iria também dormir, com certeza, no momento que o cançasso se abatesse sobre ele novamente, enquanto eu ainda teria que esperar a minha aula - que eu pago caro - terminar para então ir pra casa e brincar de dormir. Se isso tudo não bastasse tinha um monte de gente nova sentada também ali por perto. Porque só eu tinha que ceder o lugar? Será que todos pensaram como eu? Então isso é um mal da sociedade e não da minha personalidade. E se todos ficarem tocando as responsabilidades um para o outro alguém vai sair prejudicado; nesse caso, o velhinho.

Mas há uma boa razão para eu ter continuado no meu banco (além de todas as razões egoístas que mencionei). Certa vez eu fui dar lugar a uma senhora e ela me disse, letra por letra, a seguinte frase: "Desculpe, meu filho. Eu não sento em banco quente". Além de outra que colocou jornal no banco temendo que eu tivesse alguma doença infectosa nas minhas partes. Outras várias que me xingaram dizendo que eu tinha chamado elas de velhas... Enfim, é bem verdade que todas essas eram velhas e não velhos. E isso faz uma grande diferença. E é verdade também que há excessões: nem todas e todos que eu cedi lugar foram mau educados. Mas o fato é que no meu estado de cançasso daquele dia eu lembrei só dos grosseiros.

De tudo isso não faço idéia que conclusão tirar. Mas eu tenho certeza que se fosse uma grávida, uma mãe com criança no colo, alguém obeso ou deficiente, eu certamente me sentiria mais motivado ao gesto de educação. Talvez também em outro dia, com menos cançasso ou a passeio eu também me levantasse, mas se ocorrer de novo o mesmo fato eu, por mais que ache errado, vou pensar algumas vezes antes de levantar-me...

domingo, 6 de abril de 2008

A grife da Sétima Arte

Eu chego a ter um orgasmo quando entro num cinema. É tudo muito bom. O lugar é confortável, aconchegante, escurinho e bem decorado. Tem comida boa, muita pipoca e gente bonita. E o melhor: a gente vê filme lá.
Na minha opinião um dos poucos lugares perfeitos pra tudo na vida. Eu prefiro cinema do que agito de balada ou uma noite de sono perdida. Lá eu exercito minha imaginação, me encho de emoção com aquele som alto e bem definido onde cada detalhe sonoro é retratado e cada estrondo sonoro chega a tremer a sala.
Eu pensei em escrever sobre o filme que vi na semana passada: Juno. O filme foi indicado a Oscar e tudo, é muito bom, mas eu vou ficar devendo essa resenha pra vocês. Isso porque hoje fui devolta ao cinema e assisti Jumper. Outro filme altamente recomendável. Enfim... acho que filme é sempre bom e diante dessas idas ao cinema, não pude deixar de manifestar a minha alegria de estar lá. Companhia? Pra quê? Todo mundo se assusta quando digo que vou sozinho, mas a história que eu vou ver e viver é minha companhia.
Eu posso afirmar que eu sou um eterno admirador de cinema. Não tenho um arquivo cinematográfico muito grande na memória. Algumas pessoas na faculdade são fodásticas nesse quesito e eu sinto inveja, no bom sentido, claro. Eu nem tampouco gravo nome de atores e diretores. Mas o que eu me importo mesmo é com a qualidade. Quando o filme consegue mexer com algo aqui dentro... quando a gente sente aquela tensão, aquele medo, aquela emoção, é porque o filme tá fazendo efeito... é como um remédio mas ele é sempre bom.
E o melhor de tudo é que a gente sente, vê e ouve tudo isso numa sala escura e cheia de gente. Hoje, vendo Jumper, viajei o mundo inteiro só indo para o centro da cidade. Sentado numa poltrona me diverti a beça e voltei pra casa num clima bem típico de final feliz de filme: sorriso no rosto e o vento agitando os cabelos.

Não é à toa que eu montei meu quarto num modelo de sala de cinema. Comprei uma TV grande, home-theater e pintei de azul com uma parede mais escura. Black-out na janela, e quando não posso ir ao cinema, tenho um cinema em casa.

Meu maior sonho não poderia ser outro: gravar um filme. Eu tenho livros que eu escrevo e onde consigo pôr essa imaginação que tanto viaja quando vejo fimes pra funcionar. No fim, acredito que com essa moda de adaptar livros pra telona eu também vou ter minha chance. Sonhos, sonhos... mas como não se paga para tê-los, não vejo porque parar de pensar assim.

São poucos os momentos bons que eu tenho na minha vidinha pacata e por vezes sem graça. Mas eu dou graças a Deus por ter oportunidade de viver um pouco e me contentar com poucas coisas assim... que me fazem bem. Quando a gente consegue se animar com algo que fazemos ou gostamos, isso é um bom passo para ter a cada dia um motivo a mais para ser feliz.