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terça-feira, 22 de março de 2011

Águas do Pacífico sofrem com baixo oxigênio. Espécies estão morrendo.

Hoje é o dia mundial da água e o Andarilho não poderia deixar de comentar sobre o assunto. Por isso, fiz uma pausa nas nossas discussões sobre os problemas de Joinville.
Um dos temas mais recorrentes aqui neste espaço é a preservação do meio ambiente e, principalmente, a garantia da qualidade de vida - sustentável - dos seres humanos. E para garantir a nossa qualidade de vida, é preciso que a natureza esteja vivendo em harmonia.

Hoje trago uma questão interessante a respeito da água. Que ela é finita e as reservas próprias pra consumo humano são mínimas, todos nós já sabemos (ou deveríamos saber). Falar pra fechar as torneiras enquanto escovam-se os dentes, lavar o carro com balde e não mangueira, limpar a calçada com vassoura e não jato d'água e reutilizar a água da máquina na limpeza da casa também já são práticas que deveriam estar mais que assimiladas na população. Por isso, não vale ocupar linhas e tempo para reforçar tais coisas. Corra atrás do prejuízo se você ainda não faz nada disso.

A questão que trago hoje diz respeito às águas dos oceanos.

Muitos céticos acreditam que a água não vai acabar, e mesmo se acabar a solução está na dessalinização dos oceanos. Mas além de todos os impactos ambientais que essa prática acarreta, como a sobra do sal, a quantidade de energia gasta e os impactos no ecossistema, outro problema já está sendo detectado nos mares do nosso planeta.

Um documentário exibido há pouco tempo pela National Geografic mostrou a baixa oxigenação dos oceanos e o aumento de algas que eliminam a base da cadeia alimentar aquática. Afetando a base da cadeia alimentar, todo o restante da estrutura fica comprometida: os corais morrem, os peixes ficam sem comer e animais maiores, consequentemente, também ficam sem alimento por conta da mortandade dos peixes.
Além disso, a própria composição da água fica alterada e isso já acarreta prejuízos em toda a costa oeste dos Estados Unidos, atingindo o Canadá e México, além de estar se espalhando na região da linha do Equador para vários outros pontos do Oceano Pacífico.

Essas regiões estão apresentando características na água encontradas em regiões afetadas por erupções vulcânicas. A concentração de elementos nocivos à vida de diversas espécies é muito alta. Não falarei quais tipos de substâncias porque não cheguei a anotar, mas o vídeo mostrava claramente como a área era deserta de peixes. Eles não tinham como se alimentar, nem como sobreviver pela baixa quantidade de oxigênio encontrado na água.

É interessante ressaltar que essas coisas estão acontecendo devido à poluição do ar. Por muito tempo se acreditou que o fato do oceano neutralizar as emissões de gazes poluentes na atmosfera era algo bom, mas diante desses fatos mostrados no documentário da National Geografic, é possível ver que essa neutralização está matando o Oceano Pacífico, se alastrando e deve trazer consequências à vida humana.

Muito além de prejudicar práticas já comuns na humanidade hoje, como a pesca, tal interferência impossibilita a dessalinização da água, já que seu composto químico está alterado.

Ou seja, resta aos céticos se renderem às reações da natureza e começarem a preservar. Menos poluição e mais consciência, para que nossos oceanos continuem vivos e povoados e nossa água potável não acabe e seja extraída conscientemente dos lugares onde a natureza, em sua grandiosa generosidade, nos dá.

E, como não poderia deixar de ser, se diariamente você quiser ficar mais informado sobre as questões da água e da natureza, indico dois excelentes blogs atualizadíssimos e com informações quentes de prevenção e consequências da nossa vida descuidada com os bens naturais:
Planeta Água e Consciência com Ciência.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Mulher morre enquanto pastor tenta curá-la orando

Eu confesso pra vocês, antes de mais nada, que uma das discriminações que eu faço (não diria preconceito, porque já é um conceito formado) é com evangélicos. Digo isso porque é preciso ficar bem claro a minha posição, diante do que vou falar.
Porém, eu procuro respeitar. Se existe um valor do qual eu prezo é o respeito. E apesar de não concordar com muitas práticas, opiniões, atitudes e peculiaridades dessa vertente religiosa, eu respeito.
É necessário dizer, também, que eu tenho muitos amigos e colegas evangélicos e os amo. Da mesma forma, existem evangélicos que o são, mas que não importunam a vida dos outros, e não são esses que me incomodam. Na verdade, o que me incomoda não é uma pessoa ser evangélica, mas sim, ser fanática. Um fanático religioso está entre os piores tipos de seres humanos que podem existir. E aqui me refiro a todo o tipo de fanatismo religioso, e não especificamente aos evangélicos. Mas em qualquer cultura, fanatismo é prejudicial.
E aqui entra o que eu quero dizer:

Pensem comigo: uma pessoa com problemas cardíacos, portadora de marcapasso, necessitada de atenção médica constante cai, desmaia, passa mal. Qual a sua atitude? Respondeu certo quem disse: "chamar socorro médico".
Pois é, mas não foi isso que os fiéis - e especialmente o pastor - de uma Igreja do Evangelho Quadrangular, em Joinville, pensaram. Para eles, orar iria fazer a enferma ficar melhor.
Foi daí que transferiram ela para o altar e depois para uma sala reservada. E continuando a orar. E depois de muito suplicar sem resultados, a mulher morreu.
Quando o atendimento médico chegou, somente 50 minutos depois do mau-súbito, a vítima ainda estava viva, mas os socorristas não conseguiram mais fazer nada. Detalhes do ocorrido você pode ver neste link.

Esse tipo de gente vive num mundo de hipocrisia e preconceito e pensa que Deus compactua com tudo isso. O caso da mulher morta durante o culto em Joinville, que acabei de relatar, é só mais um exemplo.
Vivemos em um estado laico, no entando, existe uma bancada evangélica na Câmara dos Deputados para atender os benefícios exclusivos de tal população, tirando de toda a sociedade brasileira tantos outros direitos que não condizem com os princípios evangélicos.

Jesus foi claro na mensagem que veio trazer. Ele disse que iria deixar apenas dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Nisso se resume toda a lei e os profetas (Mateus, 22, 34-40). Estas são palavras de Jesus. E a cada dia os evangélicos abrem uma nova igreja, com placa diferente (com motivos financeiros óbvios), uma nova "luz" à Bíblia e inventam um demônio novo a cada instante.

Ontem eu acompanhava o twitter da cantora gospel Ana Paula Valadão, e ela ensinava a lidar com o "espírito de Jezabel". Alguém pode me mostrar onde estão essas orientações na Bíblia? De onde os evangélicos tiram tanto demônio, tanto encosto e preconceito?

Pra finalizar, só tenho mais uma coisa a dizer: Jesus vai estar voltando no céu e os evangélicos ainda estarão tentando descobrir quando que o "chip" vai começar a ser implantado nos seres humanos.

Bando de hipócritas! (Mateus, 6, 5s) - E foi o próprio Jesus que disse isso.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A chuva em Joinville e no resto do Brasil

O mês de janeiro sempre é responsável por trazer um inconveniente trágico: a chuva. Mas... peraí! A chuva não é um elemento da natureza, existente desde sempre e sem força para causar tragédias como furacões e vulcões o fazem? A resposta seria sim, mas não é o que estamos observando nos últimos anos.
Chuvas frequentes associadas ao intransigência da população, da especulação imobiliária e ao descaso político e social estão desolando a vida de milhões de pessoas. Em novembro de 2008, pela segunda vez na história da cidade, Blumenau, em Santa Catarina, teve de enfrentar aquele tipo de enchente que obriga uma cidade a recomeçar do zero. E não só ela. Várias cidades catarinenses foram afetadas.
Ano passado a bela Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, enfrentou a fúria das águas: elas encharcaram os morros que desabaram e causaram mortes. Este ano o Rio de Janeiro viu repetir a mesma cena, mas com mais intensidade e em outra região: na serra.
E de quem é a culpa?

Joinville é uma cidade conhecida pela frequência de precipitações. Segundo estudiosos em metereologia, esta é uma das cidades com a maior frequência de chuva do país. Então fica claro que estamos acostumados aos guarda-chuvas. Ainda assim, passamos por alagamentos e perdas há muito tempo e essa realidade nunca muda. Pelo contrário: cada ano a coisa piora.
Pelo que eu sei, na China, por exemplo, os prédios são construídos para que a estrutura consiga se manter em pé em um caso de terremoto. No Chile isso também ocorre. Eles fazem isso porque sabem que essas regiões são muito propícias a abalos císmicos. Mas aqui no Brasil a coisa não funciona desse modo.
Jutta Hagemann, joinvilense e historiadora entusiasta, conta que as enchentes sempre aconteceram na cidade, desde a chegada dos imigrantes, em 1851.



O fato é que Joinville tem pontos abaixo do nível do mar, como o Centro, por onde passa o Rio Cachoeira e sofre, além da chuva, com a influência das marés. Se isso é típico da cidade, porque ninguém nunca fez nada? Porque não existem sistemas especiais de captação da água da chuva, redes pluviais largas, piscinões e o que mais a tecnologia permitir? Certamente essas coisas são mais simples e baratas que estruturas prediais a prova de terremotos, não? Será que desde 1851, durante o crescimento da cidade, entre as várias enchentes que ocorrem, nunca NINGUÉM sentiu a necessidade de fazer algo? Faltou dinheiro? Faltou tempo?
Não dá para culparmos - somente - o governo atual. Porque os outros prefeitos também nunca fizeram nada?


Além do descaso das autoridades, temos o agravante da falta de educação da população que joga lixo nas ruas; as águas levam para os bueiros e entopem as bocas de lobo. Sem educação, não há político que faça a realidade das enchentes mudarem. E aqui a culpa é somente dos atuais moradores, porque não creio que em 1851 eles tivessem muito lixo pra jogar na rua...

Da mesma forma que em Joinville, no Rio de Janeiro as autoridades sabiam do risco que aquelas regiões corriam. Mas não fizeram nada! E da mesma forma como aqui, a população sabe que tem que agir de modo diferente e mais respeitoso com a natureza e não o faz.
O que não pode acontecer é ficarmos - nós e as autoridades - parados sem mudanças de atitudes. Isso é regressão. Isso é querer morrer.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

É Natal mais uma vez

Amanhã é Natal. Essa data significa muito pra mim. Por vários motivos. Primeiro porque cresci com uma educação católico-cristã que me influenciou muito no modo de encarar 25 de dezembro. Outra porque ela vem cheia de recordações.
Lembro-me da minha infância, quando, lá por fim de novembro, o calor ia chegando com a proximidade do verão, as chuvas de fim de tarde traziam consigo um lindo arco-íris no céu, e no fim da tarde a cigarra cantava anunciando a proximidade do fim do ano.

Era a época que a família se reunia para decorar a casa e combinar o dia que iríamos ao Centro da cidade, dar uma volta para ver a decoração do shopping e ver o Papai Noel. Ao fim do passeio, passávamos numa lanchonete simplezinha, só para comer coxinha, bolinho de carne com Laranjinha. Essa foi a época em que minhas maiores preocupações eram passar de ano direto e cuidar do meu brinquedo novo.

Não demorava muito, íamos à casa da minha avó, uma cidade rural na região sul do interior de Santa Catarina - Imaruí - e lá passávamos a virada do ano.

Nostalgia. O Natal pra mim é isso, e por mais que por vários motivos ele tenha perdido muito da sua essência - pelo menos dentro da minha família - eu guardo no meu coração essas lembranças, e me apego a elas pra fazer do Natal uma data sempre especial. Pelo menos pra para mim.

E daí que a gente se reúne com um monte de parente que quase nunca vê? Me irrito com quem diz isso, porque é reduzir o Natal a um mero encontro. E o Natal não é um mero encontro. Pelo menos não com seus parentes grudentos e hipócritas.

O Natal é o nascimento do menino Jesus, e não há Papai Noel que mude isso. Pode ser que você não seja cristão, ou talvez sendo, não acredite que Jesus tenha nascido nessa época. Mas isso também é richa de quem quer reduzir o Natal a explicações antropólogo-histótricas-geográficas. E isso é entediante. Típico de gente chata.

Deveríamos usar o Natal para, assim como eu, se apegar a lembranças boas da vida, e refletir o que estamos ou não fazendo para tornar nosso dia-a-dia tão feliz quanto aquelas lembranças. Tá certo que não há jeito de a vida ser sempre um mar de rosas, maravilha pura, mas é importante salientar que o Natal é magia; e a magia é algo que brota de dentro do nosso coração, que sai um pouco da realidade pra nos deixar um pouco melhor.

Se continuarmos, diariamente, a todo momento, encarar tudo com essa frieza e racionalidade típica do ser humano capitalista-consumista, vamos acabar perdendo o melhor da vida: acreditar que no fim do arco-íris tem um pote de ouro e que o Papai Noel existe; foi nesta época que as pessoas eram mais felizes. E relutamos, sendo frios e adultos em demasia, chatos, com um pensamento rançoso, sem lembrar que, no fim das contas, o que estamos celebrando é o ser criança; pois todo esse auê só existe porque um dia alguém acreditou no impossível, e, talvez não por magia, mas concebeu sem conhecer varão, e deu à luz a uma criança que assim como aquelas que ainda acreditam no Papai Noel, e ficam felizes simplesmente de ouvir a cigarra cantar, salvou o mundo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Negro novembro

Chove em Joinville (pleonasmo). Há mais de dois meses não se sabe o que é passar uma semana sem chuva. Não dá de planejar nada: a chuva vai estragar os planos. Os tênis não terminam de secar, as roupas nunca estão limpas. Aquela calça que eu tenho branca no guarda-roupa não pode ser usada. Se usá-la, será só por um dia pelas próximas duas semanas, porque ela terá de ser lavada e demorará outro tanto de tempo para secar.
Sinto cheiro de fungo no ar. As ruas estão encharcadas e o solo não suporta mais a umidade. Está como uma esponja pesada. A cidade está cinza. As pessoas saem de casa desconfiadas. É claustrofóbico. Joinville parece um elevador gigante. O clima é inconstante. Não há sorriso. Não há cores.

A chuva provoca doenças: as janelas estão fechadas, os guardas-chuvas não protegem os pés das poças de água das calçadas destruídas e mal acabadas. Nem dos carros que, violentos, passam em alta velocidade sob a faixa de pedestre. Os motoristas protegidos em seus veículos bem vedados, som ligado e ar-condicionado não se dão conta que há pessoas fazendo contorcionismo para tentar fugir da chuva desagradável debaixo de um ineficiente guarda-chuva.

E que dizer dos mal-educados que não respeitam quem se descuidou e deixou o companheiro básico do joinvilense em casa? Pedestres protegidos que usam a marquise deixando os desprevenidos à mercê da chuva constante.

Nem o concreto é mais impermeável. Minha casa já tem goteiras. Está alangando, móveis estragando e a agonia de ter o chão molhado e as roupas penduradas dentro de casa aumentam a sensação de mau humor. É como se a chuva fosse administrada por uma instituição que não soubesse mais regulá-la direito, e tivesse perdido o jeito de fazer as coisas.

E com tudo isso surge o resfriado.

Os resfriados tranformam-se em gripes.

E as gripes atingem os mais azarados com sinusites, pneumonias e, no meu caso, amigdalite.

E tudo isso dá febre.

No negro novembro tive duas amigdalites seguidas. Passei dias sem dormir, sem engolir. Estava praticamente sem viver. E foi neste mesmo negro novembro que, depois de curado das amigdalites, me surgiram duas ínguas na nuca, do lado direito. Logo elas se multiplicaram, e já são 7 ínguas espalhadas pelo meu pescoço e nuca.

Ir no médico? Como? Se não têm mais horários disponíveis para clínico geral na rede de saúde pública básica de Joinville para este ano?

Ir no PA (Pronto Atendimento 24 horas)? Lá, com o Protocolo de Manchester, que usa as pulseirinhas para identificar a gravidade do problema, o meu será tido como sem nenhuma gravidade, e vou ficar infinitas horas esperando pra me consultar, conseguir um exame, mas sem retorno previsto. Ou seja, ficarei sem saber o que tenho até janeiro.

Bom... minha mãe tinha consulta hoje e aproveitou para explicar à médica o que eu tinha. Ela se limitou a dizer que "ínguas são causadas por infecções graves, e é preciso fazer um exame de sangue detalhado para saber do que se trata exatamente". Ajudou muito.

E para o novembro ficar ainda mais negro, meus dias estão curtos demais para minhas necessidades. E, apesar de a carência e o desânimo, às vezes - mesmo que eu procure afugentá-los - existirem, não posso dizer de maneira nenhuma, sendo joinvilense, que estou na seca.


Foto: Laercio Beckhauser

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Por que?

Por que as pessoas questionam tanto unicamente para fazer o mal?
Por que as pessoas criticam Deus e não criticam a si mesmas?
Por que os políticos não pensam mais na sociedade do que em seus partidos e interesses particulares?
Por que os nossos governantes têm ânsia de nos deixar envergonhados deles?
Por que as pessoas querem levar a melhor por cima das outras?
Por que as pessoas exigem seus direitos, mas não cumprem seus deveres?
Por que os patrões não pensam mais no bem-estar dos seus funcionários do que nos lucros exagerados e ascendentes de suas empresas?
Por que as pessoas se deixam levar tanto pelo dinheiro e tão pouco pelo amor?
Por que as pessoas costumam dar mais valor ao dinheiro que aos bons sentimentos, com a desculpa de que carinho não enche barriga?
Por que as pessoas se corrompem e não olham para o próximo com medo de serem atacadas?
Por que as pessoas não procuram ver o lado positivo das coisas?
Por que as pessoas não tentam ser mais otimistas?
Por que as pessoas não são mais solidárias?
Por que trocar um livro pela droga?
Por que trocar uma música pelas desavenças?
Por que as pessoas não se calam ao invés de falar tolices?
Por que as pessoas não querem enchentes, mas jogam lixo no chão?
Por que as pessoas não querem morrer, mas bebem antes de pegar o volante?
Por que as pessoas não querem ter câncer, mas fumam?
Por que as pessoas não querem ficar sem água, mas não a preservam?
Por que as empresas querem aumentar sua produção, mas não cuidam para evitar um estrago de onde tiram sua matéria-prima?
Por que as pessoas querem um mundo melhor, mas não sorriem?
Por que os jovens querem um futuro vitorioso, mas desperdiçam o tempo nas futilidades?
Por que as pessoas querem viver num mundo mais humano, mas desperdiçam seu tempo com o preconceito?
Por que as pessoas lutam pela igualdade e não dão acesso aos deficientes?
Por que remetem a solução do sistema criminal ao aumento de vagas nas penitenciárias, e não ao apoio ao esporte, educação e cultura?
Sabe porquê?

Porque as pessoas só pensam em si mesmas. Porque não se tratam como iguais. Porque o mundo nunca será o melhor lugar pra se viver enquanto as pessoas não caírem na real que a minha felicidade só existe enquanto o meu próximo estiver feliz. Porque nunca teremos tudo o que quisermos enquanto ficarmos medindo forças com a natureza. Porque enquanto tiver alguém muito rico no mundo, outro estará muito pobre. Porque onde houver excesso de fartura, alguém estará passando fome. Porque nunca estaremos satisfeitos se continuarmos nessa nossa mesquinhez por dinheiro e poder.
Porque não é igreja que dá a salvação, não é partido político que dá alimento aos pobres e não é droga que livra da angústia.
Mas é amor que reconcilia e dá compreensão mútua, é respeito que gera igualdade e preocupação, e consciência que nos garante um lugar melhor para viver com a natureza, é atitude que livra da fome e nos aproxima de Deus.

Faça uma expeiência em 2010. Sorria mais. Olhe com brilho nos olhos para seu próximo. Doe mais de si mesmo. Você vai ver que tudo o que você dá, recebe em dobro, e o mundo será muito melhor quando aprendermos a viver como uma grande família.
O ano novo tem tudo para ser o melhor de todos. Só depende do que você fizer para o próximo: o retorno será bem mais recompensador!

domingo, 21 de junho de 2009

O dia em que o Brasil parou: jornalistas por formação, já!

Essa semana o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por encerrar a discussão a respeito da formação jornalística. Ou seja, para o STF, jornalista não precisa ter diploma de curso superior.
Abro outro parágrafo, pois não me cabe fazer aqui uma defesa do diploma jornalístico. Até mesmo porque eu sou suspeito em falar. Estou no quarto ano da faculdade e desde que entrei tenho trabalhado duro para, sozinho, custear meus estudos ralando de sol a sol, muitas vezes sujeitando-me a empregos que não gostava para lutar por um sonho. Sim, quase maioria dos estudantes no mundo faz isso, é verdade. Mas eles sabem que depois de formados, só eles poderão exercer a profissão que escolheram. Cada profissão tem a sua peculiaridade que só a academia pode esclarecer as dúvidas e ensinar as técnicas, práticas e teorias para o exercício da profissão.
Mas essa semana descobri que todo esse meu esforço foi em vão. Incrível como pessoas que deveriam ser inteligentes, como o Ministro Gilmar Mendes, até pelo cargo que ocupa, tem uma visão tão imatura de uma atividade tão importante para a sociedade, capaz tanto de reparar os maiores conflitos, quanto de cometer os mais fatais erros para uma nação.
Como sou suspeito em defender o diploma, vou discorrer apenas sobre fatos previsíveis em decorrência dessa infeliz decisão do STF. É claro, vou acabar, consequentemente, defendendo o diploma.
Eu sempre escrevi bem (é o que dizem). Nunca tive grandiosas dificuldades com as letras. Desde o primário, as professoras elogiavam minha capacidade de formular e organizar minhas ideias. Ganhei vários prêmios por redações feitas na escola do ensino fundamental. Comecei a escrever contos, crônicas, poesias e romances na quarta série, com 10 anos. Minha pontuação em todos os vestibulares que eu fiz foi excelente, salva, principalmente, pelas redações (inclusive na Federal, só não passei pela alta concorrência, mas minha colocação foi satisfatória para quem nem cursinho havia feito). No entanto, na minha primeira nota em Redação Jornalística I, no segundo semestre de curso, foi ridícula, desesperadora, estupidamente preocupante. Pensei: "será que por toda a vida escrevi tão mal assim?".

Entrar em uma redação de jornal sem ter as mínimas noções de lead e pirâmide invertida, o be-a-bá, o verbo to be jornalismo é um crime à nossa sociedade. E foi justamente por eu não saber nada disso que minha primeira nota foi tão ínfima. Aos poucos, fui aprendendo e cada vez mais aprimorando meu texto. Sim, é escrevendo que se aprende, não há outro jeito. Mas o almejante a médico não entra num hospital e mata um monte de gente até aprender a operar. A comparação é grave demais? Então porque maioria dos meus leitores detesta a Rede Globo? Se informação é algo sem importância, mídia nenhuma nos incomodaria de nenhuma forma.
Escrever bem não é sinônimo de ser um bom jornalista. O texto do advogado é diferente do texto de um técnico que escreve manuais, que é diferente do texto do médico. Que é diferente do texto jornalístico. Cada um aprende sua forma de escrever. O curso que tenho e minhas escritas ao longo da vida não seriam suficientes para me fazer redigir um bom contrato, ou escrever um manual de instruções. Tudo isso deve ser aliado à teoria, a um conhecimento científico e específico daquela profissão. Daí alguns justificam: "ah!, mas jornalista não entende de tudo!". Realmente, não entende. Mas o ofício do jornalista não é ser multidisciplinar. É saber perguntar, saber escolher a fonte e tirar dela as informações que precisa. E quem não é formado pode até ser um curioso nato, capaz que arrancar as informações mais confidenciais de quem quer que seja, mas muito provavelmente não terá nenhuma noção de ética profissional e, pior ainda, não saberá traduzir às pessoas aquilo que apurou; num texto construído, como já disse, não para um jornal e sim para qualquer outra coisa.
E jornalismo não é só escrever. É a base de tudo, é verdade. Mas não se resume a isso. Cérebro de camarão quem pensa que é só isso.
E para deixar a vida da sociedade ainda mais complicada, tem as novas tecnologias, tal como a internet. Se nem entre jornalistas profissionais e empresas de longa data no exercício jornalístico, multimídias e nem as academias encontraram a forma exclusiva da linguagem da internet PARA O JORNALISMO, porque um açougueiro saberia? Ou um historiador? Ou um advogado? Ou um economista? Desde meados de 2002 a internet já tem um alcance considerável. Já faz mais de sete anos e não se encontrou a solução, e agora abrimos oportunidade para, mais uma vez, um pequeno grupo de empresários interessados somente no lucro descobrir essa nova linguagem. Já não bastou a televisão, o rádio... passaremos pela mesma mazela justo na "era da informação"?
Em nota, eu já soube do pronunciamento da Rede Globo e do Grupo RBS (Rede Brasil Sul, afiliada da Globo e terceiro maior grupo de comunicação do país, com atividade em SC e no RS). Ambas defenderam a decisão do Supremo, confortaram escolas e alunos, dizendo que o curso não perderá o seu valor e que continuarão contratando aqueles que tenham formação. Mas dizem ser importante que o diploma não seja uma exigência para que faça parte das redações, também, especialistas "para uma informação de maior qualidade".
É necessário que tenhamos em mente que não passar por um banco acadêmico torna qualquer pessoa mais manipulável, pois não há discussão, análise, estudo social, econômico, político, antropológico e histórico do nosso planeta para que a pessoa desenvolva o nível de senso crítico necessário para entrar na mídia. Tudo isso há na faculdade. Quem não senta nessas cadeiras, é catequizado na bíblia dos grupos midiáticos, toma aquilo como regra e repassa no seu exercício, então, pseudojornalístico, formando uma sociedade cada vez menos crítica. Exemplo disso? O próprio recurso contra o diploma jornalístico que só se tornou conhecido publicamente depois que foi julgado. Para as empresas não era interessante que a sociedade participasse dessa discussão. Assim como não é interessante pagar um salário justo para o profissional da imprensa (que já não é justo), nem mesmo ter no seu quadro de funcionários pessoas questionadoras, mais preocupadas com o exercício social da profissão, do que com os interesses econômicos dos seletos grandes conglomerados de comunicação do nosso país. Eu sei que é num desses que vou trabalhar, talvez. Mas a academia me torna forte suficiente para me dar noção de onde estou e não me deixar corromper.
Meu último texto aqui no Andarilho foi sobre Assis Chateubriant. O cara que envenenou as veias do bom jornalismo que nosso país poderia ter. A TV tornou-se fantoche dos grandes empresários, e os jornais, salvo as exceções, venderam-se à publicidade, graças a Chatô. Se alguém quiser saber o "jornalista" que ele era, procure algum artigo que ele tenha escrito. Você vai ter uma aula de como não fazer jornalismo. Chateubriant era advogado. Nada contra os advogados, mas ninguém ainda conseguiu plantar uma árvore no meio do mar. Como dizia o antigo ditado: cada macaco no seu galho.

domingo, 10 de maio de 2009

A infeliz hipocrisia

A coisa que mais detesto em um ser humano é ele "se achar". Isso é algo que definitivamente não me passa na garganta. É intolerável. Agora, tão desagradável quanto alguém que "se acha" são pessoas hipócritas.
Essa postagem é meio que uma continuação do que eu escrevi na semana passada. Mas no último post eu falei especificamente de atitudes hipócritas. Hoje, eu me refiro mais aos hipócritas, pessoas.
Antes de cometer o erro de eu mesmo ser hipócrita neste texto, vou deixar bem claro: claro que em alguns momentos da vida, até mesmo sem querer, acabamos cultivando a hipocrisia, da mesma forma que nos contradizemos em várias instâncias da nossa vida. Ou seja, algum dia eu já fui hipócrita. Mas existem aqueles que alimentam esse defeito sem se dar ao trabalho de, na plenitude da sua "inteligência" perceber que eles mesmos estão sendo ridículos.
Mas o bom disso tudo é ver como aquele famoso ditado "a língua é o chicote da bunda" realmente tem efeito. Essas pessoas caem em seus próprios erros e tropeçam nos seus argumentos e palavras e acabam revelando a podridão que existe nelas por elas próprias.
Isso acontece muito no campo religioso, e como participante da Igreja, acabo vendo muito disso. Não só na minha Igreja, mas em outras também, cristãs ou não.
Na política presenciamos um mar de hipocrisia e chega até arder o estômago se formos pensar caso a caso. E em toda petulância de muitos governantes eles acabam "se safando" jogando hipocrisia em cima de hipocrisia.

domingo, 3 de maio de 2009

A falsa inteligência

Principalmente no meio acadêmico vemos uma multidão de gente se dando e se pagando de inteligente e "sabe tudo". Espantoso é ver que não só lá, mas muita gente que escreve artigos pra jornais fala besteira em nome da sua "razão".
O que me motiva a escrever isso são as milhares de bocas e mentes que vivem proferindo a todo canto inverdades sobre coisas que eles simplesmente antipatizam. Para ser claro, posso citar uma data recente como exemplo: a Páscoa.
Todo mundo tem direito de acreditar ou não em Deus, de ser ou não cristão, e isso eu já falei muito aqui. Mas o que eu acho ridículo, hipócrita (e mais sobre o meu pensamento a respeito dessas pessoas vou falar na semana que vem) são aqueles que falam um monte de asneira para tentar difundir aquela velha tática: de tanto espalhar e repetir uma mentira, ela acaba virando verdade.
Deixa eu pôr tudo isso em ordem cronológica (como sempre faço) pra entender melhor:
A Páscoa é uma festa que nasceu no judaismo, onde estes festejam e relembram uma passagem na história deles em que Moisés libertou o povo israelita que estava escravizado no Egito pelo Faraó. Para fugir dos chicotes dos egípcios, Moisés fugiu com o povo para o deserto atravessando o Mar Vermelho que, segundo o Torá (Bíblia judaica) e a própria Bíblia Cristã, repartiu-se ao meio e o povo passou a pé enxuto com paredes de água dos dois lados.
Milhares de anos depois, um homem chamado Jesus, nascido em Nazaré, percorre toda a região do Oriente Médio pregando por três anos o amor. A falta de rigidez, a simplicidade do homem e o bem que ele fazia acabou por irritar alguns poderosos que ordenaram a morte do tal "profeta" justamente na sexta-feira anterior à comemoração da Páscoa judaica.
O cristianismo conta, então, que no domingo, terceiro dia depois da morte de Jesus, ele teria ressuscitado. Ponto. Essa é a história da Páscoa.
O primeiro na história de perversão de toda essa comemoração ESTRITAMENTE RELIGIOSA começou a espalhar, então, que na Páscoa, um coelhinho punha ovos de chocolate e distrubuía às criancinhas.
Acontece que quem inventou isso (eu não sei quem foi) baseou-se em alguns símbolos que fazem parte da Páscoa realmente. O coelho é símbolo de fertilidade. O ovo representa a vida, o nascimento. Só o chocolate que não sei de onde tiraram. E aproveitaram tudo isso, colocaram tudo no mesmo liquidificador, bateram, e transformaram a Páscoa em puro comércio.
Não vejo maldade nenhuma nisso, desde que não se esqueça do verdadeiro sentido da Páscoa. E também que não ridicularize quem não pôde comprar um ovo e levou só uma barra. Afinal, o comércio também precisa sobreviver de alguma coisa. Não defendo o capitalismo doentio, tudo tem um limite. E até um certo ponto, coelhos que põem ovos de chocolate não me incomodam.
O problema é que tem gente que é intolerante. E já existem outros infelizes querendo espalhar outra inverdade e fazer torná-la real naquela fórmula da repetição da mentira pra virar verdade: dizem que a Páscoa é só consumismo, capitalismo, jogo de poder, enriquecimento dos mais endinheirados e toda aquela coisa.
Volto a repetir: não gosta do cristianismo?, fica na tua! Se fosse uma celebração dessas religiões "modernas", ou orientais, ninguém estaria criticando. Daí me diriam: "Ah, mas as religiões orientais não têm apelo capitalista". Não? Quanta gente que tá fazendo a vida por aqui aproveitando-se das modas orientais? É só parar pra reparar.
E deixo claro: aqui não estou falando mal das religiões, da cultura, ou de quem segue algum tipo de crença "moderna", ou oriental. Estou criticando todos aqueles que se dizem inteligentes, mas que na verdade são defensores das suas ideias particulares e egoístas, e não "cabeça aberta", gente que respeita todas as culturas e povos, como costumam se proclamar.
Se tem alguém fazendo coisa errada com a Páscoa, a culpa é desse alguém, não da Páscoa. Quem respeita índios, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais, budistas, ateus e sei lá mais que personagens discriminados na nossa sociedade, também deve saber respeitar católicos, protestantes, evangélicos, no mesmo nível. Maioria ou minoria, todos temos direitos iguais.
Repensemos nossos conceitos, e cuidemos para não entrarmos no grupos dos "pseudointelectuais", ou "falsos inteligentes".

domingo, 4 de maio de 2008

Ler é chato


Nada melhor que um título para contradizer o que vou falar... ou não. Na verdade não se trata de uma contradição com relação às frases que vão compôr esse texto, mas uma contradição com o que eu penso.


Há duas semanas, se não me engano, houve uma Feira do Livro aqui em Joinville. Uma semana com exposições de livros, bancas com livros a R$ 3 e outras com descontos de 20 a 50%. Além disso, vários autores nacionais foram trazidos para falar de suas obras, da experiência no mundo das letras, para se aproximarem dos leitores... quais leitores?

Sim, eu pergunto pois, em entrevista com a presidente do Instituto Feira do Livro, ela me disse que pedia pelo amor de Deus para as pessoas que passavam, que parassem e ficassem ali pelo menos dez minutos para dar volume e não decepcionarem o escritor, porque não havia quase ninguém na conversa...
Outro agravante é a quantidade de livros vendidos. Além de ser baixo, as pessoas que iam à feira só eram atraídas pois se estava dando canetas de brinde... O livro não interessa... a caneta é mais útil...


Mas eu poderia pensar que isso aconteceu pela falta de patrocínio e, consequentemente, pela pouca divulgação do evento. Mas o que explica, então, a situação crítica das livrarias da maior cidade de Santa Catarina? Existem em Joinville três livrarias. Dessas, uma está quebrada e a outra só se sustenta pois é uma rede de lojas que vende, além de livros, CDs, DVDs, jogos etc. e tal. Resta somente uma que vive da venda de livros e papelaria, unicamente.


Bem, mas para não achar que a situação é só aqui em Joinville, eu tenho outro dado: a média de leitura do brasileiro é de 3 ponto alguma coisa livros por ano. Não chega a quatro livros por ano! A Colômbia tem uma média de 7 livros/ano. Agora lembrem do tamanho da Colômbia! Olha a situação social do país! E a gente lê menos que eles! Não menosprezando os colombianos, mas é que o nosso preconceito (pelo menos meu, para não generalizar), em relação à densidade populacional do país e às condições educacionais de lá faz com que seja um dado incrível e vergonhoso para nós. O que me deixou um pouco mais feliz é que, ainda dentro do Brasil, nós temos um estado chamado Rio Grande do Sul que tem uma média de leitura de 9 livros/ano. Isso é muito bom!


O que leva a tudo isso? Desculpem-me qualquer expressão xula que eu use aqui, pois esse assunto me revolta. Justamente porque não há hábito de leitura nas famílias e as pessoas dão desculpa que não têm mais tempo! Purrinholas que não têm mais tempo! Percebam a média de televisores que ficam ligados nos domingos vendo Faustão e Gugu! Vão conferir a quantidade de famílias vendo a novela das oito. E pior! Vão pesquisar pra ver a porcentagem de brasileiros que ficam viciados em Big Brother Brasil! Não estou aqui julgando o mérito desses programas. A questão é o tempo. Quem não tem tempo, tampouco pode se dar ao luxo de acompanhar essas programações.

Os jornais impressos estão definhando. As pessoas querem as coisas prontas, mastigadas. Economistas internacionais estão convencendo seus empresários a pararem de investir em ações de jornais como The New York Times e The Washington Post porque estão na pindaíba. Porque as pessoas dizem não terem tempo para ler.

Mas vamos voltar aos livros. As pessoas dizem que livros são caros, mas qual é o esforço que os jovens e as famílias fazem para adquirir um livro? Gastam-se dezenas de reais em filmes (piratas, muitas vezes), compra-se celulares do último modelo, tênis da marca mais cara, mesmo tendo trocentos em casa e não têm dinheiro para comprar livro? É caro?

Gente, a última vez que saí com meus amigos à noite eu gastei perto de R$ 100! Um livro você compra por R$ 20!

Daí eu tiro a conclusão: o livro não é caro. É caro se você não der importância a ele na sua vida. Não será caro um celular cheio de apetrechos se isso você definir como importante pra você. Assim como um livro não será caro se você definir como algo vital para seu intelecto e sua formação como cidadão.


Perdoem-me se deu a entender que eu acho tudo supérfluo e que a gente vai encher a barriga com livro, sem direito a nenhuma outra forma de lazer. Mas certamente as pessoas teriam pensamentos diferentes se o Brasil tivesse o hábito da leitura. Investem-se bilhões em alguma revelação do futebol, e eu que há sete anos estou tentando ajuda pra publicar meus livros não consigo! E não é só eu. Quantas pessoas no país inteiro têm esse sonho e são ignoradas? Deve ser porque um bom livro deixa as pessoas inteligentes e isso deve incomodar alguém. Livro ensina a pensar, a questionar, a investigar, e isso não é interessante pra alguns. Só pode ser essa explicação.

Mas se ninguém dá apoio, é necessário que parta de nós a iniciativa. Por que então, as nossas casas não são cheias de coisas para ler? Por que não existem revistas, jornais, livros espalhados pela casa? Por que as famílias não se sentam mais à mesa para ouvir uma boa história? Por que nós não fazemos alguma coisa? Como a gente quer que o Brasil seja um país melhor se nós temos um monte de analfabetos funcionais? Cadê o investimento no acesso dessas pessoas à educação e à literatura?


É por isso que cada vez mais estamos perdendo nossa identidade de brasileiros, sendo influenciados por outras culturas. É por isso que a cada dia que passa existem mais pessoas nas drogas, na marginalidade, porque não descobriram o prazer que existe por trás de cada página de um livro e procuram o prazer em outras atividades, muitas vezes perigosas. É por isso que as pessoas são enganadas, não sabem votar, não sabem cobrar de quem votam, não dão valor à educação. É por isso que existem tantos profissionais mercenários nas diversas áreas: porque entrou na profissão pelo dinheiro, unicamente, e não (também) para aprender cada vez mais e contribuir com a sociedade. É por isso que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Eu posso ter viajado um pouco, mas... desculpem-me, relevem. É um desabafo de quem acha que as melhores coisas da vida estão tão perto e a gente deixa escapar por entre os dedos. Infelizmente, enquanto não lermos mais, enquanto não endeusarmos mais a leitura e um bom livro, continuaremos sonhando com um Brasil e um mundo mais justo e mais inteligente.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O maior tesouro... a água


"Águas que banham aldeias, que matam a sede da população

Águas que caem das pedras, no véu das cascatas, ronco de trovão

E depois dormem tranqüilas no leito dos lagos

Águas que movem moinhos, são as mesmas águas que encharcam o chão

E sempre voltam humildes pro fundo da Terra,

Pro fundo da Terra"


Pare um pouco e reflita: o que você fez hoje para economizar água? O que você está fazendo no seu dia-a-dia para economizar água? O que você faz quando vê desperdício? Você sequer se deu conta da gravidade desse assunto?

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Certamente você não viveria nem 7 dias sem tomar água para ver o caos que a falta total dela ia fazer na sua casa, na sua vida. E pensar que 70% do planeta é água... como ela pode acabar?

Quer saber? Pode! Enfim... talvez essa seja uma informação já conhecida de muitos leitores (se fossem muitos) desse blog, mas só para constar: dessa quantidade de água existente no planeta, 97% é salgada, imprópria para consumo humano. Dos 3% restantes, somente 0,01% se encontram nos rios, possíveis de serem explorados para uso humano. Os outros 2,99% estão nas geleiras dos pólos (que se derretidos vão se misturar à água do mar) e nos lençóis freáticos que ficam nas camadas embaixo do solo.

Triste é lembrar também, que dos 0,01% dos rios muitos estão poluídos ou em processo de poluição... horrível isso né?

Pois bem, para piorar a situação, a ONU divulgou uma pesquisa alertando que daqui a 20 anos, 60% da população do mundo pode sofrer com a falta de água. Invenção? Não! Essa reportagem foi publicada pela Folha On Line em 15/02 do ano passado.

Mas não é só daqui a 20 anos que teremos que nos preocupar com a escassez de água. Hoje cerca de 250 milhões de pessoas em 26 países já sofrem com a falta do líquido, conforme o que diz aqui, além de um artigo completo sobre água. Achei muito interessante essa página.


Enfim. Aí nos perguntamos: beleza... e esses 97% de água salgada, servem pra quê? Não podem ser dessalinizados? Podem! Ah! Então não há motivos para preocupação! Quer saber? Há sim!

O processo de dessalinização da água já existe na Nova Zelândia, onde há lugares, nesse país que não têm mais água potável. Sobre isso eu não achei fontes, mas eu lembro dessa informação das minhas aulas de geografia no colégio. Qualquer coisa, não a considerem.

Mas é fato que esse processo não é barato e a Nova Zelândia é um país economicamente desenvolvido. Se um país da África quizesse implantar um equipamento como esse, não teria condições. Com certeza um país desenvolvido teria que administrar e a água valeria como um verdadeiro tesouro: pelo valor vital e o monetário. Digamos que isso seja economicamente impossível para os pobres e que isso vai tornar a água algo muito caro e assim, seremos obrigados a racionar, enfim. Mas, pelo amor de Deus ou pelos seus pais se você não crê nEle, ou por você mesmo: NÃO ESPERE O DESESPERO PARA TOMAR ATITUDES.


É sabido que a próxima guerra mundial pode acontecer por causa da água. E é verdade também que o Brasil pode ser alvo de um combate como esse.

O rio Amazonas possui, além da maior extansão do mundo, o maior volume hídrico do globo. Isso atrai, com certeza a atenção de muitos para cá. Ainda mais que grande parte do referido rio passa por dentro da floresta Amazônica, considerado pelos nossos queridos norte-americanos, patrimônio mundial. Com certeza numa situação extrema de escasses do líquido, os EUA, se continuarem sendo mesquinhos, ignorantes, metidos, com certeza vão querer usar da nossa terrinha para tirar proveitos financeiros.

A BBC fez um mapa mostrando a situação hídrica no mundo e os EUA não tem tal problema. Mas eles não vão perder a chance de se garantirem. É assim com tudo e vocês sabem do que eu estou falando.


Eu vou escrever um livro falando de complicações da água. Será a 3ª guerra palco da escassez dela. A guerra, por sua vez, será pano de fundo para um romance. Nada de alegorias ou visões políticas e críticas pessoais, mas apenas algo que eu acho importante falar e que pode ilustrar muito bem esse caos que nós podemos evitar.

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Enfim, falar da água é algo muito complicado. Mas é importante sermos realistas e não tratá-la como algo infinito. Vamos saber aproveitar as chuvas para coletar água para a lavação da casa. Vamos idolatrar o balde como um gigantesco amigo ao lavar o carro. Vamos valorizar a água da lavagem da roupa, pois ela pode ter grandes serventias. Vamos fechar a torneira ao escovar os dentes, ao lavar a louça. Vamos tomar banhos mais rápidos. Vamos abolir o lava-jato. Vamos lavar calçadas com vassoura. Vamos importunar a companhia de água quando vermos um vazamento. Vamos valorizar esse líquido tão precioso, vital e importante para nós. Porque água é igual a nossos pais: só sentimos falta deles quando os perdemos.

"Água dos igarapés, onde Iara, mãe d´água é misteriosa canção
Água que o sol evapora e pro céu vai embora virar nuvens de algodão"

E não deixem de visitar: http://www.julianoreinert.blog.uol.com.br/