domingo, 11 de janeiro de 2009

Críticos de música no Brasil

Eu já não gostava do Ed Motta. Aí certo dia um crítico de música de O Globo foi no "Altas Horas", do Serginho Groisman, e o tal cantor falou horrores dos profissionais da imprensa que criticam música. Eu achei aquilo medonho, infantil; uma verdadeira falta de humildade. Um cara se achando o cantor máximo e o todo-poderoso. Nas palavras do Ed Motta: "eu acho repugnante esses críticos porque eles não entendem nada de música e ficam falando de todo mundo!". Ponto. Não que eu fosse defensor da causa dos críticos de música, mas eu achei aquela declaração baixa. E a plateia (agora sem acento) vaiou o Ed Motta, claro. E apaludiu o tal crítico quando este tomou a palavra novamente.
Pois bem. Alguns meses se passaram e eu consegui um estágio num jornal aqui da cidade: o A Notícia. Eu estagio no caderno de "Variedades" que deveria ser de cultura, mas, enfim, isso é outro assunto. O fato é que eu cheguei bem na época de se fazer balanços do que aconteceu pelo ano, e o crítico de música e colunista do caderno no jornal convidou vários críticos e autores de blogs musicais espalhados pelo país (uns dez, acho) para fazerem uma lista, cada um deles, das dez músicas que marcaram 2008. E nesse momento eu lembrei do Ed Motta, e passei a pensar com mais carinho no que ele tinha dito.

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Eu não sou nenhum entendido de música (pois só escuto minha tribo, mas tenho banda e noções de notas, arranjos e vocal), mas percebi que dos dez conjuntos de músicas escolhidas por todos os críticos, só duas não eram rock n' roll: um citou um pop (Madonna) e outro, gospel (Oficina G3, que não deixa de ser rock). Além disso, afora Oficina G3, nenhum era brasileiro.
Até aí tudo bem. Mesmo eu que não escuto rock n' roll do estilo Guns, ACDC, Iron Maiden, U2, sei que os maiores nomes da música internacional se hospedam nessas bandas e em tantas outras mais no rock, justamente por ser um tipo de música que vai exigir um arranjo trabalhado (mas não só o rock), uma distorção inovadora na guitarra e uma considerável potência vocal. Mas o que me chama a atenção é a bitolagem (ou bitolação?) dos críticos de música de TODO o Brasil.
Eu passei a investigar e descobri que a maioria dos críticos de música do nosso país tem raízes roqueiras. Isso é completamente explicável, pois é difícil um cara que gosta de Madonna, ou da banda Calypso se interessar em aprender música: eles só querem escutar, ao contrário de quem gosta de alguma banda de rock. Mas o problema é que muitos acabam achando que não existe outro tipo de música além do rock.
Digo isso pois com frequencia (agora sem trema) escuto: "ah, porque Alexandre Pires é isso, porque Victor e Leo é aquilo, porque O Rappa é pop demais, porque tal cantor é aquilo outro...", enfim. No fim das contas, poderia explodir todos os cantores pop, sertanejo, axé, pagode, samba e sobreviver só o rock que a música, então, seria boa e completa. Isso que me frustra, sabe?
Eu tenho opiniões pontuais sobre música. Não tento seguir esse caminho, pois tenho a consciência de que eu não vou conseguir escutar um disco do Sepultura falando mal de Jesus e entendendo só berro, porque não vou conseguir apreciar a musicalidade daquilo, embora eu saiba que tem! Em algum lugar que meu gosto não deixa ver, mas tem!
Diferente de outros críticos que, como eu falei, acham que a música se reduz ao rock. E cadê o nacional? Poxa! Titãs, Paralamas do Sucesso são monstros nacionais e não são considerados! Alcione, Jorge Aragão são ícones do samba e nunca leio uma crítica deles! E lá fora? Celine Dion é a maior potência vocal que eu conheço e eu nunca li nada, nenhuma crítica, nenhuma nota ou lembrete do trabalho dela por aqui. E até mesmo a música sertaneja que faz parte das raízes do Brasil é desvalorizada. Será que quem canta música sertaneja faz isso por hobby? Será que os caras não entendem nada de música nem estudam, pensam, planejam pra fazer um disco? E a banda Calypso que faz tudo sozinha: coreografias, composições, shows, gravações, distribuição... será que não merecem um pouco mais de atenção?
Não estou dizendo que tudo isso é bom ou ruim. Só digo que há mais coisas a serem analisadas que o próprio gosto. Falar do que eu gosto, eu escrevo aqui. Agora se eu vou ser um "balizador" do que sai na indústria fonográfica, e principalmente, se eu sou jornalista, eu devo ser imparcial ali também. Há muitas outras coisas a serem analisadas. O meu gosto é meu. O meu trabalho é do público. Portanto, aqueles que, por causa do seu gosto, não conseguem ver musicalidade no que não gostam, por favor, não critiquem música! É um erro, um desrespeito e uma desconsideração com o trabalho de muitos artistas mundo afora.

Obs. 1: Sim. Eu sei que tem duplas sertanejas, de pagode e samba que não agem com o profissionalismo desejado. É esse o papel do crítico, então: separar o joio do trigo. Não dizer que é tudo farinha do mesmo saco. O rock também está cheio de trabalhos duvidosos (Nx Zero, Fresno...)
Obs. 2: Não disse que o que eu citei é bom. Ou ruim. Só disse que todos têm que ser olhados e analisados de igual forma. A Joelma da banda Calypso é uma tristeza cantando, eu sei... Mas alguém parou pra analisar a evolução dela?
Obs. 3.: Eu não estou aqui falando do meu colega de trabalho crítico de música. Eu estou falando de alguma maioria de críticos pelo Brasil. E não só de críticos: jornalistas em geral e músicos mesquinhos também que acham que só sua tribo faz boa música. Como diria a propaganda da Coca-Cola: viva a diferença!
Obs. 4: Não sou contra nenhum estilo musical. Respeito todos! Então, por favor, respeitem o meu.


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domingo, 4 de janeiro de 2009

O poder do fim do dia

Sinceramente. Eu preciso escrever. Só não sei o quê. Poderia falar do maravilhoso filme que vi hoje no cinema, ou do fato de que minha família, que às vezes quer ir à falência, tenha se reunido para vê-lo, ou que hoje eu acordei feliz e agora tô com a sensação de que passou um trator por cima de mim.
Não faltaria assunto. A verdade é que eu estou numa angústia tão grande que não sei escolher. Talvez fosse interessante dizer do DVD da Celine Dion "A New Day Life in Las Vegas" que ganhei, amei e estou com as músicas na cabeça - coisa boa. Ou da minha chefe que me liga em pleno domingo pra me dar puxão de orelha, embora eu mereça - coisa ruim. Ou mesmo da minha vizinha que chuta o cachorro, minha mãe quer cuidar pra evitar, mas a mulher não que dar: não gosta da cadelinha, mas quer vendê-la a R$ 80, no mínimo. Enfim, o poder que a vida tem de fazer um dia ser bom em sua quase totalidade e arrasá-lo, destruí-lo ao final...
Poderia eu falar disso tudo (que aconteceu hoje), ou de outras coisas de ontem que foram legais e pertinentes para um assunto no blog. Mas eu não consigo escrever. Eu não estou bem. Meu dia não foi legal. Ou pelo menos, o fim dele não foi. E quando o fim não é legal, a gente se esquece de como começou.
Desculpem, então, ficar falando essas coisas aqui, mas eu precisava desabafar em algum lugar. Eu precisava escrever...

sábado, 29 de novembro de 2008

Carta de um ateu

O texto que segue não expressa em nenhum momento a minha opinião, a minha visão sobre esse assunto. Entendam como um personagem meu escrevendo isso, não eu.
Caros,
Queria explicar-lhes o que é ser ateu e o porquê de eu ser ateu. Sou ateu porque não acredito em Deus, isso é redundante. Nenhuma divindade é racional. Deuses são criaturas criadas pelos homens e seus diversos povos e por diversos momentos da história para refugiar-se de seus medos ou mesmo explicar as coisas que eles não compreendiam. A ciência, é claro, está longe de nos explicar tudo, mas o que hoje já sabemos é o suficiente para não ter que atribuir a alguma divindade a autoria de tudo o que acontece com o mundo.
Sabemos que o mundo foi gerado a partir de uma explosão, a qual chamaram de big bang. A partir dela, seres microscópicos foram evoluindo desde as águas até ganharem terra e evoluirem ainda mais. Uma dessas criaturas foi certa espécie de macacos que adquiriram habilidades conforme suas necessidades de sobrevivência e aprenderam a andar sobre duas patas, eretos, a falarem e desenharem; posteriormente, criaram sinais para representar a fala: nasceu a escrita.
É, portanto, inconcebível a idéia de que o homem nasceu do barro. Fósseis nos provam essa evolução das espécies. As criaturas que ainda vivem e evoluem aos nossos olhos comprovam a veracidade dessa teoria. Pra quê recorrer a um deus criador?
Em nosso país é muito bem difundida a idéia do deus judaico-cristão-islâmico, embora a religião predominante seja o cristianismo e nela, o catolicismo. Avaliemos esse deus, então, e as factóides das histórias cristãs:
É irracional pra mim, primeiramente, o mundo ser criado em seis dias. Impossível. Mais impossível ainda é o homem vir do barro e só ganhar inteligência porque comeu uma maçã. Adiante, conhecemos um velho que reuniu todas as espécies de todos os ecossistemas existentes numa barca para fugir de um dilúvio. Mesmo divinamente, isso é impossível. Haja espaço!
Percorremos mais um pouco e encontramos travessia num mar a pé enchuto e depois disso pães que caem do céu. E até chegar no Cristo, personagem central da história, percorremos por pessoas que caem em covis de leões e não são atacadas, caem no fogo e não queimam, enfim. Atrocidades inexplicáveis.
A Bíblia nada mais é que um grande livro de fantasia inventado pelas pessoas para mostrar um poder maior impressionante e reger a vida de um povo para manter o controle sobre ele. O ápice do impossível é uma mulher conceber sem o ato sexual e dar à luz um filho que iria morrer e depois ressuscitar.
Respeito todos os credos e todas as filosofias de vida, mas como é possível esse mundo que lemos nas páginas bíblicas ser o mesmo de hoje e não acontecer tais coisas? E de fato, muitas coisas que a Bíblia construiu, a ciência já provou o contrário. Qualquer pessoa com um pouco de racionalidade saberia avaliar e perceber que deus é uma criatura e não um criador.
Por que eu resolvi escrever isso? Estava eu fazendo no orkut uma visita àqueles que fuçam no meu perfil e encontro esse amigo aqui. No perfil e nos vídeos dessa pessoa encontram-se explicações do porquê ele é ateu. E eis que vejo a mais infeliz das manifestações humanas: a hipocrisia!
Creio que um verdadeiro ateu é aquele que não acredita, por entender que a razão o explica tudo. Mas uma pessoa se dizer não-crente por julgar as atitudes humanas deploráveis e Deus não fazer nada, por achar que o episódio de Sodoma e Gomorra foi uma prova da ira implacável e da falta de misericórdia de Deus, é inaceitável.
Se eu não creio em (D)deus, então pra mim Sodoma e Gomorra, as pragas do Egito, a travessia do Mar Vermelho, a criação da Terra em seis dias são histórias fantásticas e não realidades a serem contestadas ou tomadas como objeto de revolta. Se existem pessoas que maltratam animais e eu não concordo com isso e também não creio em Deus, porque ficar esperando de algo que eu sei que não existe uma solução? Ser ateu e ser anti-Deus são coisas diferentes. Cuidado, então, eu digo para esses falsos ateus. Se Deus pra vocês também existe, controlem seus ímpetos que vocês estão sujeitos à ira dEle. Não falem o que vocês não sabem porque mais sábio é aquele que se cala quando vê que vai proferir uma tolice. Não zombem de Deus. Por mais que para vocês ele não exista, ou não querem aceitar a existência dEle, mas faz parte de uma coisa que se chama respeito e que mora em quem acredita nEle (e não é pouca gente, nem tampouco são ignorantes). Agora se não crêem, de fato, não se revoltem com coisas que para vocês são falsas. Vai poupar-lhes estresses. Como diria Wanessa Camargo: "Viva a vida sem ter pressa, ser feliz é o que interessa!".
obs.1: Galera. Valeu mesmo pela repercusão do tópico anterior. Sei que fui muito mal interpretado, mas acreditem: eu não tenho valores desvirtuados. Só fui mal entendido em alguns casos. Foi o tópico máximo da história do Andarilho.
obs. 2: Semana que vem tem a Carta do Cristão. Pra provar que ter uma crença não é tolice. Mas deixem pra comentar sobre isso no próximo tópico.
obs.3: Ah! E ajudem SC! Como puderem! Não é exagero da mídia. A coisa por aqui tá feia mesmo! Quem puder, colabore!

domingo, 2 de novembro de 2008

Quando que não é comercial?

Pra tudo há exceções, sim, é verdade. Mas grande parte das manifestações culturais de hoje são frutos comerciais. Não; não creio que isso seja ruim. Também não é bom por inteiro. Explico: claro que existem coisas idiotas feitas e ditas culturais para vender, mas nem tudo que é comercial é tosco. E não venha me dizer que o que é bom não é comercial. Pode existir o que não seja, mas maioria é.
Divago a respeito pois estava lendo uma entrevista velha e polêmica das páginas amarelas de Veja. E como não podemos falar e dar certezas do que não conhecemos, vou usar uma personagem que eu acompanho bastante para defender a minha tese. Lembrando que não estou defendendo a personagem, defendo a tese.
A referida entrevista antiga (2003) e polêmica, é com Wanessa Camargo. Certa altura da conversa, eis que o repórter pergunta: "Existe alguma qualidade musical no seu trabalho?". A cantora responde: "Eu não sou uma grande cantora, mas estou aprendendo. Hoje, por exemplo, não consigo ouvir o meu disco de estréia porque acho que os vocais são muito ruins. Tenho consciência de que meu trabalho é comercial. O povo gosta de ouvir baladas, elas tocam mais no rádio e ajudam a vender discos". Pergunto, portanto: o que não é comercial?
Se me disserem: Roberto Carlos, Gal Costa, Milton Nascimento, Gilberto Gil e esses grandes nomes da música nacional, ou mesmo internacional, caso de Enya, Celine Dion e outros, digo que tudo é comercial. Voltando à Wanessa; se formos fazer uma busca qualquer, encontraremos referências como: "Wanessa já fez duetos com Elba Ramalho, Rita Lee, Zeca Pagodinho, Daniela Mercury..." e vai citando. Grandes nomes atestando que "se ela é capaz de cantar com esses, é porque não é tão ruim".
Quando qualquer gravadora lança algum CD, mesmo que seja do Leoni, Titãs ou Paralamas do Sucesso, está de olho nos índices econômicos (prova de que também é comercial esses dois, é o CD ao vivo com as duas bandas juntas cantando sucessos). Não há nada que não seja comercial. Consigo avistar menos comercialidade no cinema, em casos como curtas que geralmente são feitos por gente amante de cinema, ou longas não holywoodianos. O Brasil também ultimamente vem produzindo um cinema autenticamente comercial.
Theodor Wiesengrund-Adorno, na teoria da comunicação, já falava da "Indústria Cultural". A cultura sendo usada como forma de industrialização. Se formos observar o lado capitalista da coisa, com certeza isso é negativo, mas não diminui o valor cultural do objeto. Claro que essa "indústria cultural", a comercialidade nesse meio e o fruto disso tudo, pode gerar diversos produtos com qualidades discutíveis na música (Xuxa só para Baixinhos, Hight Scholl Musical, RBD, entre tantos outros exemplos e, inclusive, a Wanessa Camargo) e em outras manifestações também. É o caso, por exemplo, da infelicidade do Brasil só filmar seus podres, pobres, tragédias, violências e favelas, porque sabe que enquanto mais sangue e agressividade, mais vai agradar os expectadores nacionais. Mas Milton Nascimento, Titãs, Paralamas do Sucesso e uma galera boa aí não deixa de ter qualidade só por serem usados como objetos comerciais. O selo de qualidade de qualquer artista que almeja um reconhecimento e ainda trilha pelas pedras da "balada" (como diz Wanessa) para conquistar espaço, é ser elogiado por esses grandes nomes, justamente porque criou-se neles um produto de credibilidade e referência.
Portanto, não concordo que as pessoas digam: "não assito esse filme, não gosto desse cantor, não ouço essa música porque é comercial". No mundo capitalista que vivemos tudo é comercial, queiramos, ou não. A qualidade é outro campo de discussão, mas a comercialidade, me desculpem; repito: está em tudo.

domingo, 26 de outubro de 2008

A mulher perfeita

Não vou entrar aqui no esteriótipo criado pelas fêmeas de que homem é tudo igual. Também poderia dizer que as mulheres são todas iguais, são difíceis de entender e etc., mas não é o que eu acredito; ou não quero acreditar. Eu tenho profunda esperança de que o meu pensamento esteja correto porque assim como sei que homem não é tudo igual, não creio que com as mulheres seria diferente.
Mas por qual motivo resolvi falar disso hoje?
Pois respondo:
Estava eu no meu rotineiro ônibus essa semana indo para o trabalho e eis que minha leitura é interrompida por um garoto que, acabado de entrar no ônibus, fica em pé bem em frente ao meu banco, do lado de uma garota que já estava ali. Começaram a conversa e eu não consegui mais continuar minha leitura, pois aquilo me chamava muito a atenção. A referida fêmea contava de suas últimas noitadas, quantas vezes foi levada pra casa por estar bêbada e falava em bebida, bebida e mais bebida. Quando o rapaz se encheu daquilo (aparentemente, ao menos; o garoto colaborava com o teor de álcool da conversa, mas em menor intensidade) ela diminuiu o tom alcóolico e começou a dizer das baladas e assim foi. Bem que o rapaz tentou falar do vestibular e do bimestre que se finda com as provas e tal, mas a garota visitou a conversa na escola só pra falar de bagunça.
Do jeito que eu falo até parece que o garoto era santo, mas vou esclarecer: não era. Só que, ou a garota exagerou muito, ou o tom dela era, no mínimo, demasiadamente maior que o dele.
Achei que fosse caso raro, mas na sexta e no sábado (dia principal de baladas) comecei a reparar (nos terminais de ônibus, claro; eu trabalho e estudo muito) o comportamento feminino, e eis que vejo que o caso da menina do ônibus não é exceção. Chuva e frio e cambada de mulher de top e mini-saia. Quando não, um vestidinho fino e curto. É bom ver, não nego, mas muito mais bonito seria algo menos ridículo. Claro que tem aqueles rapazes cabeça-oca também que vestem aquelas regatas "mamãe eu sou forte" nessa mesma condição climática, mas não estou analisando os machos de plantão. E eis que no ponto de ônibus escuto mais duas ou três conversas de garotas com as palavras "litrão", "bebida", "caninha", "bira" e por aí vai...

Ou eu estou ficando velho demais, ou os cérebros estão cada vez menores. Eu pretendo encontrar uma garota ainda que goste de festa, de se divertir, sim. De beber socialmente e que a bebida seja uma companhia e não um assunto de conversa. Mas mais que festa (queria que isso não fosse primordial, mas complementar), gostasse de um bom cinema, de ver filme agarradinho debaixo das cobertas com muita pipoca e chocolate em casa, gostasse de ir ao teatro e tivesse visão de futuro. Que se gabasse por ter lido 3 livros em um mês e não de ter sido carregada bêbada até em casa. Que tivesse um papo agradável, mas não falasse só de intelectualidade, claro, mas que tivesse um assunto inteligente.
Que seja romântica, eu adoro esse discurso das mulheres (sim, só discurso; cara romântico não tem vez), mas ao mesmo tempo gostasse de pegada, mas com muito respeito e sem vulgaridade.
Sei que ainda não encontrei essa mulher e talvez nunca encontre. E como a vida vai passando, resta-me lamentar ouvindo discursos hipócritas de que homem é tudo igual até que alguém não hipócrita prefira alguém como eu do que um malhadão pega-geral.

Obs. 1: Sim, estou num momento de carência, não reparem;
Obs. 2: Não estou generalizando, mas como disse, é o comportamento que eu enxergo nas mulheres ultimamente. Isso é verdade;
Obs. 3: Nerd tansão só tem chance em filme... é, eu sei...

domingo, 28 de setembro de 2008

Réquiem para um sonho


Sem dúvida, um dos filmes mais perturbadores que eu já vi. Segundo Jared Leto que vive o garoto Harry, um dos protagonistas do filme, "Réquiem é uma viagem ao inferno; é um filme arrepiante, dá medo. É uma descida às profundidades, ao mais escuro de sua alma e é aterrorizante". Não é um filme, no entanto, que trata de monstros, fantasmas, almas penadas, assassinos de outro mundo, espíritos ou afins. O assustador nele é totalmente o inverso de tudo isso, pois fala da realidade. Realidade que não é difícil de vivenciarmos na nossa própria vida, basta termos cabeça fraca para os nossos vícios, desde os mais banais até os mais graves.

O primeiro contato que eu tive com esse filme, mesmo sem saber do que se tratava, foi quando vi o trailer de "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres", onde a trilha sonora de "Réquiem" foi usada para dar mais tensão às cenas da batalha no Abismo de Helm, da trilogia. Como eu sou ficcionado pela trilogia do anel, comecei a baixar a trilha sonora dos filmes e entre elas estava lá: Requiem for a dream. "Mas essa música não tem nada a ver com a história do anel!", pensei eu. Enfim, depois de anos de curiosidade, eis que hoje conheço o detentor original daquela orquestra gótica.

A fotografia é excelente, impecável. A iluminação muito bem utilizada. Os cortes de cena dão o ritmo ideal que o filme pretende intensificar. E a dramaticidade que ele nos leva é incrível. Não é nojento, mas é trágico. Não é caricato; muito pelo contrário: traz uma realidade amedrontadora.

Réquiem gira em torno de quatro pessoas com conflitos pessoais, agravados pela personalidade de cada um e ainda mais pelos seus vícios, porém, cada um com seus sonhos e objetivos de vida. Esse conjunto de fatores negativos transportam cada personagem para uma realidade de descontrole total das próprias vontades, delírios e decepções.

O mais chocante de tudo é que apesar de trágico e incrivelmente cruel, o longa deixa uma marca impressionante de qualidade e admiração pelo trabalho do diretor Darren Aronofsky, que até então eu não conhecia.

Realmente vale a pena conferir. Réquiem é a prova cabal de que a sétima arte não precisa se valer só de temas "cuti cuti" para mostrar qualidade e criatividade. Fica a dica, então.
Trailer do filme no Youtube: http://br.youtube.com/watch?v=KQ7490lD9xI
E para escutar a música tema do filme: http://br.youtube.com/watch?v=e2Ma4BvMUwU

domingo, 21 de setembro de 2008

Fumantes & cigarros

Odeio cigarro. Odeio a maioria dos fumantes. Todo fumante (aqui fala meu lado revoltado, desculpem) é burro.
Por que eu odeio cigarro? Pois o cigarro é uma coisa inútil, causa milhares de malefícios à saúde e destrói com o pulmão dos fumantes ativos e passivos (aqueles que engolem fumaça sem estarem fumando de fato), e destrói com mais outro monte de calhamaço de coisas dos fumantes ativos. É um troço nojento, fedido, que não tem nada de benéfico e ainda por cima é caro. É responsável pela diminuição do orçamento de todas as famílias com membros fumantes, visto que, se existe compra de uma carteira de cigarro por dia, num mês o rombo pode ultrapassar os R$80. O cigarro deixa a mão fedida e amarelada, hálito horrível e uma catinga impregnada na roupa que não há sabão em pó que elimine numa lavagem. Até o cabelo paga com o cheiro horrendo do brinquedo do diabo, depois de uma festa infestada de fumantes. Até plantação de fumo incomoda, pode? (Tem uma aqui na cidade, são mais de 5 bairros que precisam aturar o cheiro de fumo que se alastra em época de colheita).
Por que eu odeio maioria dos fumantes? Porque são cambada de mal educados incontroláveis. Não em tudo, mas basta estar com um cigarro na mão para virarem bichos do mato. Num show lotado, amarrotado de gente, num empurra-empurra louco, sempre tem o cidadão que acende um cigarro e segura ele no alto, dá uma tragada e levanta o maldito denovo. Acaba, por fim, que todo mundo tem que fumar junto com aquela criatura! No ponto de ônibus, ou até mesmo no terminal eles não fazem a gentileza de ficar atrás de todo mundo para fumar sem incomodar; ficam na frente para serem os primeiros a embracar (todo mundo faz isso, mas quando se está fumando, poderia dar um desconto...) e o vento carrega aquela fumaça imprestável para o pulmão de todo mundo que está ao redor. Daí quando chega o ônibus, nem apagam o cigarro: jogam no chão semi-acendido! Mas esse negócio de jogar no chão não é só nos embraques do transporte coletivo, não. Parece que nenhum fumante conhece uma coisa bem legal que inventaram um dia: lixeiro. Há alguns até mais equipados com cinzeiros para os infelizes jogarem seus dejetos ali, mas os tais cinzeiros estão sempre mais cheios de papel de bala do que de tucas de cigarro. Poluem o ar com aquela fumaça nojenta e as ruas com seus cigarros, terminados ou não.
Eu conheço muita gente que é super simpática e educada e de bons valores, mas parece que um cigarro entre os dedos transforma as pessoas. Por isso digo que todo fumante é burro. Mesmo sabendo de tudo isso, fumam. Não culpo os que fumam há anos (não culpo hoje, mas começaram um dia, e esse foi lamentável), mas os mais novos, os jovens. Pra quê fumar? Pra quê começar? Acha bonito? Eu acho ridículo e não há nada mais desagradável (e mesmo os fumantes reconhecem isso) do que o hálito de cigarro. Deixei de ficar com várias meninas ou mesmo de apreciá-las unicamente por fumarem. Não gosto, comigo não tem crédito.
Imagine se eu tivesse sobrando todo mês R$80... minha casa seria uma biblioteca e não eu uma chaminé itinerante....