domingo, 20 de julho de 2008

Bola de cristal: o futuro do jornalismo impresso

"Deu no jornal". Há não muito tempo atrás - eu diria menos de uma década - essa era uma frase de perfeita credibilidade e nada mais tinha tanta credibilidade quanto o que saía num jornal impresso. Claro que sempre teve a TV e o rádio, mas até estes usavam jornais como referência e até hoje em telejornais matinais, as manchetes dos principais impressos do país são mostrados na telinha da TV.
Mas hoje a coisa não funciona mais do mesmo jeito. Qualquer um pode ser uma fonte de notícia. Celulares cada vez mais equipados com câmeras fotográficas e de vídeo, máquinas digitais muito acessíveis a qualquer um que tenha um crediário nas Casas Bahia, enfim... todos nós estamos vendo e fazendo notícia. Registrar e provar que viu sem ter uma fonte "legal" está cada dia mais fácil.
Não obstante, existe ainda a internet que atualiza as notícias minuto a minuto e cada vez mais pessoas estão conectadas. E o melhor: é de graça e os sites de notícias travam uma verdadeira guerra entre si pelo maior número de notícias, com as atualizações mais freqüentes e o maior número de informações nelas. A quem isso beneficia, eu sempre me pergunto.

Bem, além dos sites de notícias há os blogueiros - que, não como eu, é claro, mas os de longa vida jornalística - atualizam seus blogs dando às notícias uma cara mais interativa e menos formal, porém, não com menos informações e profundidade que nenhum outro veículo, afinal, muitos jornalistas renomados mantém seus blogs ativos.

Percebendo o exagero da multimidialização (se é que existe essa palavra) e do acesso cada vez maior das pessoas a esses meios, os próprios jornais impressos passaram a investir em versões on line; assim, não ficam pra trás, se garantem de alguma forma mas não deixam de exercer a velha função do jornalismo.
Diante disso tudo temos dois problemas: o primeiro é que as pessoas estão ficando cada vez mais enjoadas de notícias, de jornais, de informação. Ela, muitas vezes deixou de ser um espaço de ajuda social, com a função de servir à população e está cada vez mais sendo palco de um vergonhoso sensacionalismo. E não me digam que a culpa é das pessoas que gostam de ver isso! Acontece que o mundo está mal acostumado e a banalização da informação fez com que se travasse uma guerra entre as empresas jornalísticas apostando cada vez mais em meios mais baixos e frios para conquistar o público. Perdeu-se o jornalismo que contava boas histórias e que não era tendencioso e oportunista. Os bons cidadãos enjoaram. Os perdidos, têm sede de sangue e escândalos.
O segundo problema é: aqueles que ainda julgam importante estar informados, estão buscando outras formas de estarem por dentro que não um jornal impresso. Este é preciso comprar e a leitura demanda tempo. Então eis o coração desse tópico: qual o futuro da celulose no jornalismo?

Como estudante de jornalismo, eu realmente acho que o jornal não pode acabar. Eu falei que não pode e não que não vai. E realmente eu torço para que não acabe. Uma enquete que abri aqui no Andarilho e que quatro pessoas votaram (se depender do meu blog a internet não alavanca nunca!) 2 acharam que tem futuro, 1 que está no fim e outra que acredita que está fadado à morte, muito embora seja indispensável. E realmente é indispensável.
Aqui farei uma defesa do jornalismo impresso. Mas é defesa. Muita gente não pensa assim e é tão natural recorrer a outros meios que as pessoas nem ponderam essas questões, apesar de serem relevantes:

A internet é o meio de informação - na minha opinião - mais deprimente que existe. Na pressão de dar o furo, colocar no ar mais rápido que a concorrência, acaba-se comentendo erros imperdoáveis muito comuns: informações erradas por falta de checagem, erros de português, falhas com links e o acúmulo de informações requentadas e irrelevantes.

Na TV, o tempo do telejornal compromete a qualidade. Não há, portanto, profundidade. Não existe uma interação e as informações são jogadas tão rapidamente na nossa cabeça que nem temos tempo de processar tudo. Perdeu uma frase do Bonner? Nem sabe então o que a matéria tava falando! Isso é o formato da TV, não é pecado.

O único espaço que temos para lermos notícias com mais checagem, uma apuração melhor é o jornal impresso. Nunca vi ninguém levar notebook pro banheiro pra ler no trono. Muito menos imprimir uma matéria interessantíssima que leu na internet. Mas o que eu conheço de gente que guarda matérias do jornal, principalmente de cadernos de cultura, é basante significativo.
Além do que, com o jornal, a leitura não cansa (o computador emite luz e isso incomoda a vista), é mais prazerosa e calma. Mesmo com a pressa do dia-a-dia, podemos levá-lo para onde for e temos o dia inteiro para ler e não somente os 45 minutos do JN ou o tempo que ficamos na frente de um computador.

Infelizmente, para competir com outras mídias, muitos jornais vêm apostando em modificações infelizes: matérias sem produndidade, sem textos densos e muita, mas muita ilustração, arte e fotografia. Exagero de "notinhas" e pautas sem criatividade nenhuma. Daí o jornal não se salva mesmo porque cada mídia tem sua característica: a TV, ser rápida; a internet, atualizada com textos pequenos e fáceis; e o rádio ser dinâmico. Existem impressos que não conseguiram entender que o seu lugar é no papel. Que jornal não tem figurinhas que se movimentam e não tem textos que se atualizam e falam (apesar de um certo jornal aqui de Joinville fazer um comercial de TV de um avião que sai da foto do papel... tsc, tsc). É preciso, claro, que não fique na mesmice. O "The New York Times" ficou escandalosamente desvalorizado na bolsa dos EUA por causa da queda nas vendas. Sabemos que os impressos vêm vendendo cada vez menos, mas nesse caso, o "Times" continuou com o formato "tijolão" (muito texto com letrinhas pequenas). Deve haver melhorias e o jornal deve ser atrativo, mas o papel dele é fazer a diferença, ser o que a TV, o rádio ou a internet não conseguem: dar informação correta, bem apurada, revisada, completa, profunda, criativa, com o "algo a mais" e principalmente: com texto bom. Há jornais que parece que estamos lendo diário de primário: falta vocabulário e só fala o básico; a mesma coisa que eu vi na TV ontem e que eu li na internet antes de ver no telejornal de ontem. Cadê a "algo a mais"? Onde eu vou encontrar profundidade se quem deve me trazer não traz? Quando que eu vou parar de torcer o jornal e sair sangue? Quando que eu vou ter matérias mais criativas? Quando que os empresários dos impressos de todo país vão entender que jornal é jornal e não outra coisa? Como diz o ditado: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".

Talvez sabendo de tudo isso, as pessoas valorizem mais o impresso. Se ele continuar sendo "só mais uma coisa pra saber a mesma coisa", não sobrevive mesmo.

Obs. 1: Eu não sou contra a internet. Como toda forma de notícia, ela também cumpre seu papel. Só acho que ela não é completa e é perfeitamente substituível. Porém, muitas rádios, por exemplo, usam a internet para fazerem seus informes.
Obs. 2: Sou um eterno admirador dos telejornais. Meu desejo é trabalhar em TV. Mas acho que ela não é completa. Como disse: o formato de um telejornal não permite que ele seja melhor.
Obs. 3: Odeio sensacionalismo. Isso destrói com o jornalismo. É preciso informar e não esfaquear ainda mais a vítima. O problema é que o jornalismo está se restringindo muito ao trágico ultimamente.
Obs. 4: Não escondo um apreço por impresso. Existe também em mim um vontadezinha de ver meu nome assinando uma matéria. Se for num caderno de cultura, tô mais feliz ainda!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Viagem ao Centro da Terra


Quando eu vi a divulgação do filme "Viagem ao Centro da Terra" (Journey to the Center of the Earth, EUA, 2008) me decepcionei. O longa que prometia uma adaptação ao célebre livro de Julio Verne estava completamente modificado! Ao invés do guia brutamontes, uma bela mulher. E no lugar do professor velho, porém sábio Lidenbrock, um galã ao estilo "como sempre em Holywood". Foi com pesar que comecei a responder a todos que me perguntavam se eu iria ver o filme, o que eu estava achando... minhas expectativas diminuíram muito, mas eu não tinha lido nenhum crítico, até aquele momento, falar mal do filme. Todos elogiavam os fantásticos e inéditos efeitos especiais mas muitos nem lembravam a facada que o diretor novato Eric Brevic havia dado na história original. Será que só eu tinha lido o livro? Será que só eu me indignava com uma falta de fidelidade tão gritante?


Eu não havia me dado conta, porém, que o filme não estava relatando o que Verne havia escrito há 144 anos atrás, mas sim, a uma nova aventura ocorrida no nosso século, às entranhas do nosso planeta. E isso fica claro no filme com a presença de aparelhos celulares, carros e computadores, básicos para sobrevivência de qualquer um nos dias de hoje.

No longa, Brevic dirige a aventura do professor Trevor Anderson (Brendan Fraser. "A Múmia") que encontra um livro do falecido irmão e cientista Max: Viagem ao Centro da Terra. No livro, Trevor se intriga com anotações feitas pelo irmão no ano de seu sumiço e passa a investigar.

Seu sobrinho Sean (Josh Hutcherson. "O Expresso Polar") estava passando alguns dias em sua casa. Sean é filho de Max. Os dois então empreendem uma viagem ao vulcão onde Verner conta em seu romance que o professor Lidenbrock havia encontrado um caminho para o centro da Terra. Para ajudar na caminhada, a guia de montanhas Hannah (Anita Briem) é o braço direito. Acabam soterrados numa caverna do vulcão e encontram sem querer o caminho relatado por Verner em sua história fantástica.


A todo instante, os personagens do filme tomam como referência o que o autor francês conta sobre a empreitada do professor Lidenbrock. Os perigos tendem a ser os mesmos do romance. Assim como os lugares e aventuras, mas vividos por outros personagens, com objetivo diferente e em outra época.


Esse filme era exatamente o que eu estava precisando para suprir minha sede de boa aventura fantástica que a tanto tempo eu estava órfão. Ele é excelente em matéria de fotografia e efeitos visuais. Pra quem tiver a oportunidade de ver o filme em 3D (disponível em algumas salas de cinema no país) é uma pedida melhor ainda e a emoção vai ser ainda mais incrível.

E eu estava errado na minha decepção. Não era a aventura de Axel e seu tio Lidenbrock. Isso me fez dar bons créditos ao filme. Claro que ele não é tudo aquilo que podemos esperar. Ele é previsível, tem um humor por vezes sem graça e é curto demais pro tamanho da aventura. Mas no geral não deixa a desejar. A galera que trabalhou nele teve um trabalho, sem dúvida, muito penoso e eu estou curiosíssimo pra ver o DVD om os extras e saber como eles criaram aqueles ambientes. Segundo o diretor, a idéia era dar um ar de realismo, onde ficasse a impressão que as gravações haviam sido feitas em locações e não com efeitos. Tá certo que ficou tudo muito bom, mas dar a impressão que é locação, pelo menos a mim, não deu.


Mas fica aqui a dica. Pra quem gosta de uma boa aventura, uma história empolgante e muita fantasia, leia o livro de Júlio Verne. Depois, o filme. E aproveite. É inegavelmente recomendáel.
obs.: O Novo Reinado está atualizado. Lá é registro do Andarilho em sua terra verdadeira: Tedawer Lorcb. Quem for lá vai entender um pouco de como é esse mundo paralelo e imaginário. Tem bastante coisa pra ler! Se vocês quiserem passar lá, também vou ficar bem feliz!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Os Duendes são "Mais Você". O Jornal e o Giba

Não. Isso não tem o objetivo de ser um daqueles posts de fofoca. Longe disso. Apenas que essa semana aconteceram um monte de coisas que me chamaram a atenção e se eu fosse deixar pra comentar cada uma delas levaria eras e o "quente" do negócio iria esfriar; ou seja, iria perder "o calor do momento" de comentar essas coisas.

Começo, portanto, com a gafe de Ana Maria Braga em seu programa "Mais Você" do dia 1. Citando Ana:
"O nome 'da Silva' acaba com o David"

Bem, explicando. A apresentadora está numa fase de dar um gás no seu programa que, apesar de falar de receitas deliciosas, está um tanto sem sal e com uma audiência salgando demais os cofres da Globo. Diante disso, a produção do programa resolveu fazer um game (reality show) por nome "Eu me garanto". Semana passada o quadro apresentava estudantes de Publicidade e Propaganda e realizava provas com eles para decidir quem era o melhor e levar o prêmio. Um dos participantes era Alguma coisa David da Silva. Daí, ao chamar o rapaz a apresentadora questionou a pronúncia do "David" (se lia-se "Deividi ou Davi) e o rapaz disse que era "Deivid". Daí a apresentadora soltou aquela frase destruindo com os poucos "da Silva" existentes no Brasil. Bem, embora não tenha sido a intenção, mas ela chamou o nome "da Silva" feio e incabível com a "chiquesa" de David... Pode?

Seguimos, então...
Nesse sábado só quem mora na região de Joinville pôde ver, mas não é o caso dos meus leitores. Porém, o ocorrido me chama atenção a uma atitude bem típica da humanidade. Eu trabalho com exibição de imagens na RBS TV (afiliada Rede Globo em SC e RS) e no último sábado estava eu operando o Jornal do Almoço quando eu cometo um erro e não exibo a abertura do programa e vaza o que estava exibindo em Florianópolis. Ficou medonho. Mas continuemos: logo a seguir a âncora do jornal chamou uma matéria e não puseram no ar (dessa vez não culpa minha) e ela ficou com cara de taxo! Mandaram ela passar pra próxima. E cadê a matéria? Alguns minutos depois, acharam a matéria e se organizaram. Ao final do jornal, a âncora disse: "E o Jornal do Almoço vai ficando por aqui e você fica com as imagens do...". E não tinha imagem nenhuma pra encerrar.
E onde eu quero chegar com isso? Quantas vezes um jornalista erra lá na bancada (como o caso da Zileide Silva recentemente no Jornal Hoje) e ficamos matralhando o cara que tá no ar? Pois saibam que, pelo menos no caso que eu contei aqui, a Glória Alice, âncora do JA não teve erro nenhum! Pelo contrário: ela teve calma e jogo de cintura. A culpa é nossa ali atrás das câmeras, mas muita gente nem se lembra que tem mais um monte de gente por trás daquilo tudo.

E eis que na "Sessão da Tarde" essa semana passou mais um filme glorioso e inédito: "Xuxa e os Duendes 2. No Caminho das Fadas". Na verdade não vim aqui metralhar o filme; não é exatamente o objetivo. Mas eu assisti pacientemente esse filme e comecei a questionar algumas coisas que me intrigaram. Por que a Xuxa e sua gloriosa produção subestimam tanto as crianças?
Não gosto de fazer comparações e como eu disse não é o caso de travar discussões mais complexas aqui. Pretendo ser um tanto superficial numa discussão intrigante. Comparemos o brasileiro com "Harry Potter e a Pedra Filosofal", primeiro filme do bruxinho que ainda tinha tons infantis. Veja a linguagem e a forma como a criança é tratada. Não estou falando na qualidade de efeitos e coisas do tipo. Mas é ridículo achar que as crinaças são idiotas e não sabem pensar. Um filme mastigado que se perde em mershandisings e lições de moral!
Em certa cena, a palavra mágica para quebrar um feitiço é "Por favor, com licença e obrigado"! Tá bom, tá bom! Muita gente pode concordar com esse tom "educativo" do filme, mas eu não gosto, não é pra isso que eu levo minha irmã no cinema ou que eu vou no cinema.


E pra encerrar, uma coisa boa: célebre citação de Giba, jogador de vôlei:
"A imprensa brasileira incomoda. Vive de desgraça e coisa ruim."

domingo, 29 de junho de 2008

Marcando posições

Bem galera, depois de mais de um mês sem novos posts aqui no Andarilho, volto ao cenário blogueiro novamente. Falta dizer que senti saudades, claro. E que pra alguém que adora escrever, as últimas semanas foram as que eu tive menos contato com as letras.

Hoje venho aqui, retomando as postagens deste blog, para falar das posições que eu tenho acerca das várias coisas. Eu cansei de ficar sendo maleável, tipo água que se adapta a qualquer recipiente onde é jogado. Eu falo isso pois, apesar de sempre defender de alguma maneira as minhas idéias, por outro lado acabo tentando de alguma forma não contrariar a pessoa que eu ouve o que eu exponho. Bem, então vou deixar claro algumas posições minhas para que daqui por diante, no momento em que eu criticar essas coisas, vocês saibam da minha posição. Até é bom que nem todo mundo concorde, afinal, se dissermos amém para tudo que todo mundo diz com convicção, iríamos morrer enganados e pobres. Por outro lado, que todas as discordâncias sirvam para contruir e não para derrubar.
E é dessa vertente que começo a nossa conversa: odeio pessoas pessimistas. Bem, mas eu sou pessimista! Então esmiucemos...
Há alguns tipos de pessimismo. Um (o meu) é o único que não repudio. Não porque é meu, até mesmo porque conheço outras pessoas que compartilham esse mesmo tipo de pssimismo, mas porque ele não prejudica ninguém. Eu prefiro ser pessimista nas minhas expectativas. Se dão certo, para mim é motivo de alegria. Se dá errado não vou ficar triste: eu já estava pessimista!
Mas o que me irrita são aquelas pessoas que querem que tudo aconteça errado. Se planejamos uma praia no final de semana, diz que vai chover, se torcemos para a seleção brasileira fazer gols (tá, eu sei que tá difícil, mas já vou mostar o outro lado da coisa), a pessoa fica dizendo que vai perder... Porra! Se você sentou na cadeira com a camiseta da seleção para torcer pelo Brasil, então torça pelo Brasil! Aí vem o contraponto que eu prometi: criticar e ser pessimista são coisas diferentes. Eu posso avaliar, nesse exemplo, a atuação da seleção, comparar com o histórico ridículo dos últimos jogos e fazer uma crítica. Mas torcer é outra coisa e a regra básica do bom torcedor é esperar a vitória!
Sei que o exemplo foi tosco e dois exemplos são poucos para mostrar a minha opinião, mas acho que já dá pra tentar entender.

Funk ao estilo "Créu" e "Pirigueti" pra mim não é música. Isso porque, na minha opinião, não tem musicalidade. Não há uma preocupação, em nenhum dos dois casos, com arranjo, tom e voz. As pessoas falam de todo mundo, reparam em defeito vocal de todos os cantores. Mas neste não vêem nenhum. Porque será? Simplesmente por que as pessoas não estão preocupadas com a música e sim com a batida. Nesse caso prefiro Olodum. E quando não estão afim das batidas, estão concentrados: eles nas bundas das dançarinas (daí prefiro ver filme pornô, vejo muito mais. Ou melhor, prefiro procurar alguém, é muito melhor que ver) e elas (generalizando, sim!) em se mostrar. Portanto, é ridículo essa coisa que tem gente que gosta dessas coisas. Estilo musical, se é bom ou não, é outra discussão. Mas que "Créu" não é música, tenho certeza disso.

Creio em Deus. Ele existe. Pode provar que não? Não pode? Então não critique! Respeito todas as igrejas e religiões, e até mesmo que não acredita, desde que me respeite também. Mas isso não quer dizer que concorde com todos os tipos de fé. São poucas, na verdade. Não por crítica com credos, mas sim por não concordar com o modelo "Igreja Empresarial: enriqueça tendo uma só sua". Por isso admiro as religiões orientais. Porém, sou Católico e sei das quadradices da Igreja, conheço a história da Inquisição, não faltei a aula quando me contaram a história de Joana D´Arq - a maior contradição da história da Igreja Romana - não concordo com tudo que o papa diz. Mas entendo o porquê das decisões dele. Por isso continuo sendo católico. Se quer saber porquê, mesmo eu expondo que conheço e reconheço todos os podres da Igreja, só me perguntar!
Nunca sei quando se usa "porque", "por que", "porquê" e "por quê". Não me digam! Eu vou ter que estudar!
E a propósito; não concordo com a inutilização do trema.


Não aho que todos os políticos são corruptos. Mas atualmente posso dizer que quase todos. Não concordo com o socialismo. Mas sou contra o capitalismo doentio que vivemos hoje. Amo o Brasil e odeio quem fala mal daqui: é vomitar no prato que come. Tem problemas, sim! Mas que nação não tem? Muitos dos problemas nossos são causados por nós mesmos e prometo abordar isso nos próximos posts.
Não critiquem o cinema de Hollywood! Eu gosto! Que se ralem quem acha que é previsível e balálá, balálá... há outros bons, mas quase a totalidade de Hollywood me agrada.
Amo leitura. Leia mais! Ler também é um exercício.
Assisto TV sim! Gosto? Nem tanto! Mas algumas coisas se salvam.
Não acho que a Globo seja manipuladora. É manipulado quem quer! O controle remoto foi inventado há bastante tempo.

Bem, não me lembro de muito mais coisas a falar. Acho que as mais polêmicas já explicitei aqui. Talvez minha volta não foi a mais agradável de ser lida, mas pra mim, pelo menos, foi bom. Numa fase de conquistar novos leitores e reafirmar as minhas posições.
Como diria a Dory de "Procurando Nemo": "Acho que nunca comi um peixe... ufa! Como foi bom botar isso pra fora!"
Aos bons entendedores, o contexto está falando por mim, e não a frase em si.

Obrigado pela atenção e minhas desculpas pelo post mais chato da história do Andarilho.


obs. 1: Tem nova enquete e dicas de filme e música ali do lado. Atualizei tudo.

domingo, 18 de maio de 2008

O Silmarillion


Que moral que eu tenho para me achar no direito de vir até aqui, publicamente, falar de uma gigantesca obra de gênio? Criticar algo dessa magnitude? Exagero? Não! Definitivamente. O Silmarillion, de J.R.R. Tolkien, autor famoso por O Senhor dos Anéis, se consagra como mentor de uma gigantesca mitologia a partir, principalmente, desse livro.

O Silmarillion não é um romance com uma história corrente com o típico formato de começo, meio e fim. Na verdade, ele faz um relato dos principais fatos ocorridos no mundo criado por Tolkien - Arda, a Terra. No livro, ele relata com uma linguagem que lembra muito a Bíblia (não as histórias, mas sim a gramática usada por ele) os acontecimentos desde a origem do mundo até a parte final denominada Dos Anéis do Poder à Terceira Era, onde faz-se uma ponte para esclarecer como que o desfechos de todos os fatos dos Dias Antigos da Terra-média (continente imaginário também criado por Tolkien) se encaixam nos relatos de O Senhor dos Anéis, seu livro de maior sucesso.

Ele está longe de ser um romance aprisionador, mas não deixa de nos prender página após página. Se não pelo romance, mas pela quantidade e qualidade dos fatos, lugares, povos e línguas relatadas, criadas, contadas e detalhadas. Tolkien cria sozinho - ele e sua imaginação, línguas e povos e dá características próprias à criaturas que já existiam em outras mitologias, mas não como ele as descreve: é o caso dos elfos, orcs e anões.

A magnitude da obra está justamente em seus detalhes. Se para criar a mitologia grega foi necessário dezenas de anos, contos passados de geração a geração para irem se fortalecendo e aprimorando, Tolkien fez tudo isso sozinho; criou a sua mitologia sem ajuda de ninguém e, apesar das várias lacunas que são brechas para discussões dos fãs até hoje, em O Silmarillion conseguimos visualizar bem de perto um pouco da dedicação que o autor teve em toda a sua vida com o seu mundo. Afinal, o livro foi lançado quatro anos após a morte de Tolkien e organizado por seu filho, Cristopher Tolkien, responsável até hoje pela publicação (ou não. Cristopher restringe muito e se recusa a publicar todo o material deixado pelo pai) das obras do professor.


Para quem gosta de uma leitura fácil, não é um livro muito recomendável. Os lugares, seres e personagens das histórias ganham novos nomes a cada povo e tempo em que vivem. Assim, se houver uma leitura sem muita atenção, o leitor pode se perder nos nomes dados na obra. Além disso, é necessário ter uma capacidade de imaginação muito grande para conseguir viajar nos lugares estritamente detalhados por Tolkien e se pôr nas cidades e fortalezas diversas presentes na obra.

Enfim, com boa imaginação e muita atenção, a leitura de O Simarillion pode trazer muito mais lógica aos relatos de O Senhor dos Anéis e fazer com que muita gente se encante com as obras da Terra-média sem fazer muito esforço... o máximo é ler e aproveitar!

domingo, 11 de maio de 2008

Divagações

Primeiramente queria registrar aqui o porquê de eu ter mudado o template: acho que um bom visual nas coisas mudam tudo. Estamos em constante evolução para chamar mais atenção e até para aguçar o ego é bom que demos uma renovada. Enfim, mudei e eu particularmente gostei da mudança. No abre do blog eu explico o porquê de "TL", indispensável para que as pessoas não me achem maluco (embora eu não esteja longe disso), vou postar semanalmente dicas de filmes, livros e músicas no lado direito da página, além é claro de tudo o que já tinha: o link para meu outro blog que fala das minhas criações, os links para os blogs que eu leio (e gosto, só linco os que valem a pena, claro que na minha opinião) e lá em baixo, no fim dos posts ainda trago a imagem de um dragão: ser mitológico que também faz parte de uma das minhas histórias.

Enfim, cheio de coisas novas pra vocês ficarem horas vagando como andarilhos aqui comigo.

Bem, eu tinha planejado outra coisa para escrever no blog. Eu gosto quando ele serve pra alguma coisa e traz informações ou ao menos reflexões interessantes, mas hoje, depois das mudanças que - fora dos planos, resolvi fazer e explicar para vosmecês, vou apenas relatar algo da minha vida que, quase dificilmente o faço:

Ontem a noite fui a uma festa fantasia. O tema era cinema. Cada um foi fantasiado de algum personagem marcante.
Bem, eu fui atrás de algo mais fácil, não queria gastar muito dinheiro com fantasia só pra uma festa das turmas de Comunicação Social lá da faculdade. Resolvi ir de Neo, do Matrix. Mas eu passei o dia inteiro procurando um bendito sobretudo preto e nada de achar um! Ninguém tem um sobretudo! (Pelo menos que service em mim, não). Enfim, desacorsoado, faltando apenas duas horas para o início da festa e sem fantasia, lembrei de um amigo meu que faz teatro com a gente e tem uma roupa meio tenebrosa muito interessante. Fui à casa dele, emprestei e me vesti de Espectro do Anel, os Cavalheiros Negros servos de Sauron em O Senhor dos Anéis. Só não fiz muito sucesso com a fantasia, não. Não que ela estivesse feia, mas é que ninguém me reconheceu! Uns acharam que eu era a morte, outros que eu era um Demetador (dos filmes do Harry Potter). Enfim, pelo menos ainda teve um lado bom: a fantasia era boa. Galera dizendo que estava com medo de mim... Ainda bem que o medo era porque eu estava fantasiado...

A foto é de mim, sim... o Dementador, morte ou Espectro do Anel... como vocês acharem melhor. E não tem Photoshop.

domingo, 4 de maio de 2008

Ler é chato


Nada melhor que um título para contradizer o que vou falar... ou não. Na verdade não se trata de uma contradição com relação às frases que vão compôr esse texto, mas uma contradição com o que eu penso.


Há duas semanas, se não me engano, houve uma Feira do Livro aqui em Joinville. Uma semana com exposições de livros, bancas com livros a R$ 3 e outras com descontos de 20 a 50%. Além disso, vários autores nacionais foram trazidos para falar de suas obras, da experiência no mundo das letras, para se aproximarem dos leitores... quais leitores?

Sim, eu pergunto pois, em entrevista com a presidente do Instituto Feira do Livro, ela me disse que pedia pelo amor de Deus para as pessoas que passavam, que parassem e ficassem ali pelo menos dez minutos para dar volume e não decepcionarem o escritor, porque não havia quase ninguém na conversa...
Outro agravante é a quantidade de livros vendidos. Além de ser baixo, as pessoas que iam à feira só eram atraídas pois se estava dando canetas de brinde... O livro não interessa... a caneta é mais útil...


Mas eu poderia pensar que isso aconteceu pela falta de patrocínio e, consequentemente, pela pouca divulgação do evento. Mas o que explica, então, a situação crítica das livrarias da maior cidade de Santa Catarina? Existem em Joinville três livrarias. Dessas, uma está quebrada e a outra só se sustenta pois é uma rede de lojas que vende, além de livros, CDs, DVDs, jogos etc. e tal. Resta somente uma que vive da venda de livros e papelaria, unicamente.


Bem, mas para não achar que a situação é só aqui em Joinville, eu tenho outro dado: a média de leitura do brasileiro é de 3 ponto alguma coisa livros por ano. Não chega a quatro livros por ano! A Colômbia tem uma média de 7 livros/ano. Agora lembrem do tamanho da Colômbia! Olha a situação social do país! E a gente lê menos que eles! Não menosprezando os colombianos, mas é que o nosso preconceito (pelo menos meu, para não generalizar), em relação à densidade populacional do país e às condições educacionais de lá faz com que seja um dado incrível e vergonhoso para nós. O que me deixou um pouco mais feliz é que, ainda dentro do Brasil, nós temos um estado chamado Rio Grande do Sul que tem uma média de leitura de 9 livros/ano. Isso é muito bom!


O que leva a tudo isso? Desculpem-me qualquer expressão xula que eu use aqui, pois esse assunto me revolta. Justamente porque não há hábito de leitura nas famílias e as pessoas dão desculpa que não têm mais tempo! Purrinholas que não têm mais tempo! Percebam a média de televisores que ficam ligados nos domingos vendo Faustão e Gugu! Vão conferir a quantidade de famílias vendo a novela das oito. E pior! Vão pesquisar pra ver a porcentagem de brasileiros que ficam viciados em Big Brother Brasil! Não estou aqui julgando o mérito desses programas. A questão é o tempo. Quem não tem tempo, tampouco pode se dar ao luxo de acompanhar essas programações.

Os jornais impressos estão definhando. As pessoas querem as coisas prontas, mastigadas. Economistas internacionais estão convencendo seus empresários a pararem de investir em ações de jornais como The New York Times e The Washington Post porque estão na pindaíba. Porque as pessoas dizem não terem tempo para ler.

Mas vamos voltar aos livros. As pessoas dizem que livros são caros, mas qual é o esforço que os jovens e as famílias fazem para adquirir um livro? Gastam-se dezenas de reais em filmes (piratas, muitas vezes), compra-se celulares do último modelo, tênis da marca mais cara, mesmo tendo trocentos em casa e não têm dinheiro para comprar livro? É caro?

Gente, a última vez que saí com meus amigos à noite eu gastei perto de R$ 100! Um livro você compra por R$ 20!

Daí eu tiro a conclusão: o livro não é caro. É caro se você não der importância a ele na sua vida. Não será caro um celular cheio de apetrechos se isso você definir como importante pra você. Assim como um livro não será caro se você definir como algo vital para seu intelecto e sua formação como cidadão.


Perdoem-me se deu a entender que eu acho tudo supérfluo e que a gente vai encher a barriga com livro, sem direito a nenhuma outra forma de lazer. Mas certamente as pessoas teriam pensamentos diferentes se o Brasil tivesse o hábito da leitura. Investem-se bilhões em alguma revelação do futebol, e eu que há sete anos estou tentando ajuda pra publicar meus livros não consigo! E não é só eu. Quantas pessoas no país inteiro têm esse sonho e são ignoradas? Deve ser porque um bom livro deixa as pessoas inteligentes e isso deve incomodar alguém. Livro ensina a pensar, a questionar, a investigar, e isso não é interessante pra alguns. Só pode ser essa explicação.

Mas se ninguém dá apoio, é necessário que parta de nós a iniciativa. Por que então, as nossas casas não são cheias de coisas para ler? Por que não existem revistas, jornais, livros espalhados pela casa? Por que as famílias não se sentam mais à mesa para ouvir uma boa história? Por que nós não fazemos alguma coisa? Como a gente quer que o Brasil seja um país melhor se nós temos um monte de analfabetos funcionais? Cadê o investimento no acesso dessas pessoas à educação e à literatura?


É por isso que cada vez mais estamos perdendo nossa identidade de brasileiros, sendo influenciados por outras culturas. É por isso que a cada dia que passa existem mais pessoas nas drogas, na marginalidade, porque não descobriram o prazer que existe por trás de cada página de um livro e procuram o prazer em outras atividades, muitas vezes perigosas. É por isso que as pessoas são enganadas, não sabem votar, não sabem cobrar de quem votam, não dão valor à educação. É por isso que existem tantos profissionais mercenários nas diversas áreas: porque entrou na profissão pelo dinheiro, unicamente, e não (também) para aprender cada vez mais e contribuir com a sociedade. É por isso que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Eu posso ter viajado um pouco, mas... desculpem-me, relevem. É um desabafo de quem acha que as melhores coisas da vida estão tão perto e a gente deixa escapar por entre os dedos. Infelizmente, enquanto não lermos mais, enquanto não endeusarmos mais a leitura e um bom livro, continuaremos sonhando com um Brasil e um mundo mais justo e mais inteligente.